Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 9
Presságio


Notas iniciais do capítulo

Ola! Queria mais uma vez agradecer aos belíssimos reviews de vcs e pedir desculpas pela demora!! Eu juro que tento postar duas vezes na semana mas não consigo!! Ngm entendeu nada do cap anterior, me desculpem pfv. É q a historia vai ser esclarecida aos poucos, e no final vai ficar bem claro. Espero que gostem do cap! Boa leitura!!



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No salão repleto de pessoas, dois homens conversavam num canto afastado. O palácio pertencia ao Conde Stefan, que hospedava ha alguns anos, o filho de um amigo do que fora estudar na cidade. Mais que um amigo, um rei. Com a partida prevista para o dia seguinte, havia sido organizada uma pequena comemoração em despedida. Algo provavelmente havia dado errado, pois aquele era o baile mais cheio que a maioria já tinha visto.

Um dos homens que conversavam ao canto era lorde Augusto. Um inglês primo do anfitrião, e amigo do homenageado. O outro, um príncipe de um pequeno reino distante. Era um de Veneza, outro de um terra distante que estava ali a passagem. Ambos tinham grande admiração pelo rei da França, mas desde o inicio da festa o príncipe da terra distante, havia achado o homenageado um tanto arrogante. A forma como ele caminhava, olhava as pessoas, sempre regadas a um insuportável ar de superioridade.

-E então? –Perguntou o príncipe assim que teve chance.

-Um bom rapaz.  –Respondeu o lorde. –Apenas um tanto arrogante.

-Foi o que pensei.

-Mas não é pra menos. Aos dez anos esse garoto atravessou a floresta sozinho. Sua bravura é incontestável.

-De certo será um bom rei.

- É sem duvidas mais ambicioso que o pai.

Os dois homens se calaram quando o rapaz se aproximou sorridente. Era sem duvidas o mais belos dos rapazes presentes. Tinha um ar tranquilo e agradável. Sabia muito bem ser agradável quando queria. Fora sua beleza que o permitia ganhar a simpatia das pessoas com o mais falso dos sorrisos. E quase todos os seus sorrisos eram falsos.

-Boa noite, cavalheiros. –Disse ele. – Espero que estejam apreciando a festa!

-Muito, alteza. –Respondeu o outro príncipe.- Estamos maravilhados, é uma pena que esteja de partida.

-Sim. São anos afastados de casa. Quero passar um tempo com minha família antes de me casar

-Compreendo. Mas, e quanto aos seus estudos?

-Por motivos diversos eles foram iniciados antecipadamente.

-Compreendo. Minha esposa e filha pediram desculpas pela ausência pediram que eu lhe desejasse uma boa viagem. Não se sentiam dispostas a vir.

- Compreendo e agradeço. Agora me deem licença, e por favor, aproveitem a festa.

Assim que Freddie lhes deu as costas, o sorriso sumiu do seu rosto. Freddie gostava de festas, mas estava cansado e desejava dormir. Mas tinha que aturar o salão apinhado de nobres que não pretendiam se retirar tão cedo.  Mais do que de festas, Freddie gostava de fazer o que queria e detestava ser contrariado. E foi contrariado quanto ao pedido de uma pequena comemoração, curta. O baile já se estendia mais que o previsto. Pôs novamente o sorriso no rosto quando um grupo de três moças se aproximou.  Cumprimentou-as gentilmente e se afastou.  A coisa que mais gostava nesses locais era a veneração das jovens. Se sentia um deus em meio aquelas pessoas. Em meio a qualquer pessoa, na verdade.

Sua noiva estava deslumbrante e se mostrava tímida sempre que ele se aproximava. Gostava muito dela, e depois que passou a conhecer melhor, a ideia do casamento não lhe era mais tão assustadora. Mais ainda se mostrava avesso. Se achava jovem demais e não fosse os fortes motivos que os unia não consideraria a afeição pela moça forte o suficiente pra se casar com ela.

Eles mantinham uma relação muito amistosa desde que Freddie se mudara para a cidade. No mosteiro onde estudava, Freddie recebia aulas de cálculos ciências e geografia, e ao menos uma vez no mês a visitava. Ela gostava de arte e isso induziu Freddie a se interessar por pinturas.

Freddie se descobriu sem criatividade para pintar, mas gostava de apreciar as obras de artes que haviam nas igrejas e mesmo no mosteiro onde ele estudava.  Veneza era uma cidade encantadora, e Freddie teria amado-a desde o dia em que chegou se não estivesse tão triste naquele momento. Mas aos poucos foi se habituando.

Em seu primeiro dia, ele só pensava em voltar. Havia deixado no reino uma amiga muito querida. Que aos poucos foi se tornando pra ele mais que uma amiga. De repente se encontrava apaixonado pela garota. Tão apaixonado que cometeu um ato de loucura, do qual muito se arrependera. Estava certo de que fazendo aquilo ela o esperaria. Mas agora não desejava mais isso. Estava resolvido a se casar, e inevitavelmente deviam seguir por caminhos diferentes.

Freddie estava dançando com uma jovem que sequer sabia o nome. Foi retirado dos seus devaneios quando a musica acabou. A garota sorria extasiada, e outras já se aglomeravam esperando que ele a tirasse. Só dançara com a garota por que Vincent praticamente a jogou em cima dele, e não estava disposto a dançar com mais ninguém. Mas seu tio se aproximou com Charlote enlaçada ao seu braço.

-Ainda não dançou com sua prima hoje, meu caro. –Disse o homem.

-Esperava sua permissão. –Respondeu com um sorriso tão lindo quanto falso.

-Bastava ter pedido.

Freddie não ia discutir com o futuro rei do lugar. Pior, futuro sogro.O atual estava velho, mas resistia a morte de forma incrível. Freddie tomou a prima pela mão após uma longa reverencia  que o deixou ainda mais aborrecido. Quando começou a dançar, voltou a viajar em suas devaneios. Pensava em obras de arte, em operas, e qualquer outra coisa que o distraísse.

-Meu primo não esta muito bem hoje, não é?

-Engano seu. Estou ótimo.

-Fico triste que esteja de partida. Sentirei sua falta.

-Eu também. –Disse sorrindo.

Quando o baile terminou, Freddie se dirigiu aos seus aposentos. Estava, desde que chegou  em Veneza, instalado no palácio do conde Stefan Smith, pois não ficaria bem que morasse com a noiva. Quando viajava a outros lugares, geralmente em companhia de Vincent e do conde, sempre havia outro nobre disposto a hospeda-los. Constantemente brigava com Vincent, apesar de serem grandes amigos.

Subiu ao seu quarto e se trancou. Estava indisposto e não queria falar com ninguém. Observou as malas já prontas e suspirou. De certo seria uma excelente surpresa quando chegasse em casa. Apenas seus pais sabiam de seu retorno, mas ele sabia que ainda assim, haveria algum baile para recepciona-lo. Freddie adorava a veneração em torno de si, mas às vezes um vazio o impacientava.

Fechou duas malas que ainda estavam sobre a cama e começou a se despir. Vestiu um pijama, e quando ia deitar viu a ponta de um pedaço de papel velho embaixo da cama. Abaixou-se e pegou a fim de ver do que se tratava. Era um desenho. Um desenho que havia feito no primeiro dia em que chegara. Quando ainda pensava em voltar e casar com uma garota que agora ele acreditava não lhe representar mais nada. Provavelmente estava esquecido no meio de suas roupas e caíra quando arrumava as malas. Quebrou o canto da boca aborrecido com o que quer que a lembrança tenha causado que ele não soube identificar.

Abriu a janela, e um vento frio soprou em seu rosto jogando seus cabelos para trás. Jogou o desenho do lado de fora e fechou os olhos. Uma dor aguda surgiu inesperadamente em seu peito. Algo bateu com força em seu rosto. Abriu os olhos assustados e viu que o vento havia trazido o papel de volta. Retirou o papel da face e o fitou novamente. Ela sorria no desenho. Nunca a desenharia de outra forma. Freddie se perguntou como ela  estaria.

Não percebeu que se encaminhava pra cama observando o papel. Quando percebeu,dobrou  o desenho, e devido a fragilidade do papel, o danificou.  Aquilo já começava a aborrecê-lo. Largou o papel em cima de uma cômoda ao lado da cama e se deitou. Um vento frio entrava pela janela, e ele se levantou para fecha-la. Deitou, e não demorou a dormir.

No dia seguinte, Freddie acordou cedo com batidas na porta. Levantou aborrecido abriu. Vincent sorriu ao vê-lo com a cara inchada de sono e um ar extremamente irritado.

-Bom dia, alteza!

-Vincent, que diabos esta fazendo?

-Te acordando, meu caro. Suas  carruagens o esperam para retornar. A viagem será longa, eu em seu lugar me apressaria.

-Seu inútil, então por que não me acordou antes?

-Na verdade ainda é cedo, e as carruagens não estão prontas. Mas presumi que diria isso.

Freddie segurou o riso o quanto pode antes de bater a porta na cara do garoto. Pouco depois de se vestir, Vincent entrou no quarto, sem bater, pois a porta estava destrancada.  Após ouvir as reclamações de Freddie pela atitude, o rapaz sentou na cama e ficou observando as bagagens de Freddie. Ele estava sentado numa poltrona calçando as botas lentamente.

-Você fará falta.

-Eu sei. Por que não vem comigo?

-Tenho uns assuntos a resolver aqui. Talvez depois.

-Como quiser.

-Que bela festa ontem, não?

- Já vi melhores.

-Nada nunca esta bom pra você. Tenho pena de sua noiva.

-É a garota de maior sorte nesse mundo.

-Hei! –Vincent pegou algo numa cômoda. –O que é isso? Achei que não desenhasse.

-Deixe isso ai. –Freddie levantou nervoso.

-Quem é, Freddie? Não parece a princesa Charlote.

-Não é ninguém. –Freddie tomou o papel abruptamente. –É só um desenho.

-Muito bonito... –Vincent tinha um sorriso malicioso.

-Tenha a bondade de se retirar agora, sim?

-Tudo bem. –Ele levantou sustentando o sorriso.

Freddie estava ficando realmente aborrecido com aquele desenho. Respirou fundo enquanto pensava no que fazer com ele. Se mostrava incapaz de rasga-lo. Por fim, acabou por coloca-lo cuidadosamente, em meio as roupas, dentro de uma das bagagens mais próximas,  e deu o assunto por encerrado.

Ao descer, encontrou a família Smith a sua espera para se despedir. Freddie começou a sentir a tristeza da despedida. Aquelas pessoas foram maravilhosas com ele em sua estadia, e por mais que ele achasse que era uma honra pra aquela família hospeda-los em sua casa, tinha que admitir que foram uma verdadeira família para ele.

-Sentiremos sua falta querido. –Disse a condessa. –Agora venha tomar café.

Freddie sorriu debilmente e assentiu. Na mesa estavam o conde, a condessa e Vincent. Durante toda a refeição, Freddie teve que se esforçar para não chorar enquanto todos  lhe desejavam uma boa viagem, que sentiriam saudades e diziam que voltasse quando quisesse. Freddie pode sentir que estavam sendo sinceros. Vincent continuava a olha-lo com o sorriso insinuante em função do desenho e Freddie embora bravo, pensou que sentiria falta do amigo.

Quando subiu na luxuosa carruagem que viajaria entre outras sete, Freddie sentiu um vento bater-lhe no rosto. Pareceu um presságio. Como se algo misterioso o aguardasse em seu destino. Um dos motivos pelos quais o pai havia sugerido que ele mantivesse seu retorno em segredo foram os rumores de espionagem que só aumentavam, mas nada se descobria. Guardas dizia ver homens se refugiando em reuniões na floresta, mas dispersavam-se rapidamente a aproximação de qualquer pessoa. Eram rápidos demais.

Um monge fora convidado para acompanhar Freddie durante a longa viagem.O pedido veio do próprio Freddie e ele aceitou com alegria.  Paul era italiano, tinha vinte e oito anos e descendia de uma linhagem de duques. Entretanto, era o segundo filho e não tinha direito a absolutamente nada. Amargurado, seguiu a carreira eclesiástica. Freddie o conheceu enquanto estudava no mosteiro onde Paul vivia e os dois se tornaram grandes amigos. Paul passaria um tempo na França até que se sentisse disposto a voltar.

-Vai gostar do meu palácio, Paul. É o mais lindo do mundo!

-Ainda não viu todos, como pode afirmar isso?

-Tudo bem. Mais lindo de todos que já vi. Paul, o que sabe sobre a espionagem?

-Quase nada. Por que quer saber?

-Estou preocupado. Passaremos semanas viajando, pode haver algum por aqui?

-Espiões não atacam, meu caro. São pagos para descobrirem coisas que prejudiquem pessoas importantes.

-Pagos pelos inimigos dessas pessoas importantes, não é?

-Obviamente. Há uma espécie de treinamento oriundo de um ducado extinto, que treina espiões desde criança.

-Mas disse que eles não atacam...

-Mas precisam de preparo físico e emocional. Precisam saber fingir, e suportar os mais variados climas, nunca sabem para onde são mandados. E mesmo que não ataquem, precisam se defender, caso sejam pegos.

-Intrigante.

-Muito. Uma vez, dizem que foi capturado um menino na Inglaterra, que aos olhos de qualquer um, era totalmente inofensivo. A noite, lutou desarmado com três guardas e fugiu.

-Quantos anos?

-Quinze. Eles se escondem, mas pelo que eu li, e fácil identificar. Quando estão brincando livremente, essas crianças se comportam de modo diferente.

-Não parece fácil. Vamos parar de falar disso. No fundo acho que isso não existe. Meu pai fala disso a tanto tempo, e até  hoje...

-Li muita coisa sobre sua família, Freddie. Existem bons motivos para suíços se infiltrarem no seu castelo.

-Tudo invenção. Conto de fadas para crianças. Então os suíços roubam a espada e tentam por a culpa em nós? São uns tolos. Quando eu for rei, o território deles será ainda mais reduzido.

-Me desculpe, não quis ofender.

-Tudo bem. Mas mudemos de assunto, não vamos falar de coisas inexistentes.

-Como quiser. Também acho um pouco fantasioso.

-Totalmente.

-Então, imagine se vão submeter crianças pequenas a caminharem sozinhas na floresta para que se guie por pontos cardeais...

-Uma tolice.

Freddie sorria sem muita convicção em suas palavras. Uma vaga lembrança lhe veio a mente. Nunca havia parado pra pensar no quão estranho era uma menina sozinha numa mata fechada.

“Meu pai diz que moramos do lado sul”

Freddie abanou a cabeça afastando a lembrança. Aquilo era impossível. Freddie se concentrou na paisagem do lado de fora. Já haviam saído da cidade e seguiam pelo vale próximo as terras suíças. A viagem ainda iria demorar bastante. Freddie observou uma cascata distante, quando passavam por uma ponte e ma lembrança se apossou de sua mente.  Mais uma vez ele sentiu um presságio. Não sabia identificar se era bom ou ruim e isso o assustava.



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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar. E perguntar o q não tenham entendido O reencontro ocorrerá em breve. Deixem suas duvidas ai. Desculpem a confusão, pra amenizar, explico que a Sam tem que achar uma prova de uma coisa errada que os franceses fizeram. O Freddie ainda não sabe se é ou não vdd e isso tbm será explicado em breve No prx cap explico mais coisas. Bjos e até mais!!
Ps: Cs no sábado!!