Escolhas escrita por Débora Falcão


Capítulo 13
Janela Quebrada


Notas iniciais do capítulo

ROBERT



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Desci com o táxi ainda em movimento. Corri até à portaria, saber alguma coisa.

"Bem, o porteiro da noite falou que viu uma coisa estranha." disse o porteiro do dia.

"Como assim?" Perguntamos eu e Adriano, ao mesmo tempo.

"Ele disse que durante a madrugada, uma moça desceu do táxi bem aqui, em frente ao prédio, mas tudo foi muito rápido. Primeiro, uma moto parou ao lado dela. Depois, um carro preto, com vidros escuros. Então, ela tinha desaparecido." O porteiro deu a fatídica notícia.

Desaparecido.

Ela tinha desaparecido!

A minha vida!

"Ele não viu placa nem nada???" perguntei horrorizado.

"Olha, ele falou que foi tudo tão rápido que, quando ele percebeu que era estranho, eles já tinham ido embora. Ele nem havia percebido que era a moça que estava em sua casa."

Fiquei louco de desespero. Alguém roubou minha menina. Minha garota, minha namorada! Alguém a tirou de mim! Quem faria uma coisa dessas???

Entrei depressa no elevador. Fui seguido por Adriano, que explicava tudo para as meninas. Entrei em casa e vasculhei tudo, procurando alguma coisa que eu sabia que não ia encontrar. Ela nem havia chegado a entrar. Ela foi tomada de mim na calçada.

Meu Deus, o que eu faria agora?

O telefone tocou e eu corri para atender.

"Alô."

"Rob?" era a voz dela. E estava estranha.

"Meu amor! Onde você está?"

"Rob, não faça nada..." um som abafado a calou.

"O que está acontecendo?" Gritei. Mas só ouvi um pequeno chiado. Em seguida, um silêncio.

"Alô? Alô?"

"Calma, Robert." Uma voz metálica atendeu.

"Quem é você e o que fez com ela?"

"Não se preocupe com a garota. Ela está bem, por enquanto." a voz respondeu. Eu quase tive um ataque. Aquilo era uma ameaça, ameaça de fazer mal ao amor da minha vida! Eu queria entrar pelos fios do telefone!

"Não faça nada, por favor. Nada que eu não mande, okay?"

"Onde ela está?" insisti.

"Eu já disse que ela está bem, não disse? Então pára de perguntar por ela, isso está me dando nos nervos!"

Eu fiquei quieto por um instante. Seja lá quem for que estivesse com ela, não podia ficar nervoso por nada nesse mundo. Eu faria o que essa pessoa quisesse, para mantê-la a salvo.

"O que você quer?"

"Bem, bem, bem, estamos falando agora a mesma língua."

"Vá direto ao ponto, por favor."

"Você receberá instruções dentro de... hum... dez segundos. Não se preocupe. Se você seguir tudo à risca, ela estará bem. Mas, se me desobedecer..."

Um barulho de vidros se quebrando estrondou o apartamento. O telefone ficou mudo de repente.

"Alô! Alô"

Corri para o meu quarto, de onde viera o barulho. A janela que dava para a rua lateral estava quebrada. No meio do quarto, próximo à cama, uma pedra, com um pequeno envelope preso a ela por barbantes. Olhei pela janela e o movimento parecia normal.

Como alguém acertaria uma pedra numa janela do 12º andar?

Um clique quase pode se ouvir em minha cabeça. Quem quer que jogara esta pedra estava aqui, no prédio. Poderia tê-la jogado do andar superior ou do andar inferior, no máximo, já que este prédio tinha apenas um apartamento por andar.

Saí correndo do quarto com a pedra e o envelope na mão. Adriano correu para ver o que houve, mas eu não tinha tempo para falar. Abri a porta, e vi que o elevador estava descendo. Corri para o elevador de serviço e apertei o botão para ir à garagem. Quem quer que estivesse fugindo, fugiria motorizado. E eu também estaria com meu carro.

Cheguei à garagem no mesmo instante em que ouvi ronco de pneus na rua. Mas não era um carro.

Era uma moto.

E não existem obstáculos para motoqueiros.

Olhei para a avenida e vi a moto com duas pessoas, de jaquetas e capacetes pretos, cruzando os carros em alta velocidade, desaparecendo na primeira esquina.


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