Cap. 20 – Tatuagem
Ricardo estava no quarto olhando para o teto, tão distraído que não notou quando Mabel entrou no quarto. Só notou a morena quando ela deitou em cima de si com o rosto a alguns centímetros do seu.
- Pensando em que?
- Hum... Nada.
- Sei... – Mabel jogou o corpo para o lado ocupando o restante do espaço –
- Juro. – ele vira para ela – E você? O que quer?
- Bem, sei lá... Alguma coisa com você. Sabe, a gente tá namorando, mas você passa mais tempo com a comida!
- Você é a primeira mulher que tem ciúme de comida, sabia?
- Me da um beijo!
O loiro sorri e joga o corpo sobre o dela e dá bem mais que um beijo em Mabel. Não sabia como podia gostar tanto de alguém que conhecia a menos de sete dias.
- levanta um pouco o rosto – Será que dá para você manter sua mão SOMENTE nas minhas costas?
- O que???
- Vamos manter um certo nível de compostura já que estamos na casa dos seu pais.
- Como você chato! Eu só estava analisando! – u.u –
- Analise somente na área das minhas costas!
- Por quê?
- Porque eu quero manter a compostura e se você fizer isso eu não vou conseguir.
- Certo, vou tentar me comportar! Nem sempre eu sou assim, mas a culpa é sua!! Te conheço não faz nem uma semana!
- Eu também acho tudo muito rápido.
- Uma coisa muito importante!
- O que?
- Você mora onde?
- No Oeste.
- Vamos a sua casa assim que sairmos daqui! Eu vou tirar qualquer lembrança da sua ex de lá.
- A Riza tem que aprender a calar a boca.
- Eu sou MUITO ciumenta! Agora você tem que lembrar de mim!!
- Okay, vamos a minha casa. Mas deve estar uma zona, faz mais de um mês que estou na Central com a Riz.
- Sem problema!!! – ela joga o corpo pra cima dele – Agora vem cá!!!
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Riza abriu o chuveiro e para seu susto ele queimou. Ótimo, ela tinha que se arrumar para a ceia e o chuveiro dá pau. Dentro de seu felpudo roupão lilás ela caminha até o quarto de Alice.
- Riza?
- O chuveiro acabou de queimar... Eu acho.
- Fala sério! Aquele banheiro é o ó! Tava demorando!
- Certo, mas como eu faço agora?
- Bem... – ela pensa – LEROY!!
Riza quase fica surda com o grito de Alice.
- O que foi, monstro?
Só o rosto do moreno apareceu na porta do quarto.
- O chuveiro do quarto da Riza queimou! Então faça algo de útil para a humanidade!!
- Certo! Eu acabei de entrar, você se importa de esperar um minuto?
- Não.
- Então ta tudo certo! Juízo vocês dois!
Alice dá uma risadinha antes de voltar a fechar a porta. Roy por sua vez abre mais porta e Riza vê que ele estava só com uma toalha enrolada na cintura.
- Vai entrar?
- Eu acho melhor esperar lá no meu quarto.
- Larga de ser chata!!!
Roy a puxa pelo braço para dentro e fecha a porta.
- É sério, é melhor eu ficar lá no meu quarto.
- Como é desconfiada! Fique a vontade.
Roy entra no banheiro, mas não tranca a porta.
Riza se senta na cama e fica olhando. Estava até bem arrumadinho. Tirando uma ou outra roupa jogada pelo chão...
O celular dele estava sobre a escrivaninha, as chaves jogadas e alguns embrulhos de presente.
Podia ouvir o som da água e do moreno falando alguma coisa. Ou melhor, estava cantando.
- O mamute pequenino queria voar! Tentava e tentava e não podia voar...
¬¬’
- Eu não estou ouvindo isso.
Depois de cantar a música todinha...
- Riza! Pega a toalha para mim!
- Mas você entrou com uma toalha.
- Tem outra ai, sobre a cadeira.
- Certo...
Riza pega a toalha e entra no banheiro, o Box era escuro, ainda bem... Ou não.
- Duas toalhas?
- Uma eu uso para enxugar o cabelo.
- Certo. – ela estende o braço e ele o põe para fora do Box –
- Tem certeza de que não quer entrar aqui?
- Toma tipo, Roy Mustang!
- Um cara precisa tentar.
Ele enrola uma toalha na cintura e a outra em volta dos ombros.
- Anda logo! Eu quero tomar banho.
- Certo, certo... – ele sai do banheiro e ela entra – Se precisar de ajuda pode chamar, não se acanhe.
- Vai nessa!
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Depois de tomar um banho e voltar para seu quarto, a loura começa a se arrumar. Pegou um vestido vermelho de babados sem decote na frente, mas que formava um “V” nas costas.
Ia até quatro dedos antes do joelho, usava uma sandália prata alta e os cabelos estavam soltos cobrindo um bom pedaço do decote e uma flor bordada estava do lado direito do cabelo.
Saiu de fininho do quarto e entrou no quarto do irmão.
- Rick!
O loiro estava escolhendo uma camisa.
- Uma ajuda: A preta ou a azul?
- A azul.
- Ok.
Ricardo põe a camisa, mas não a abotoa.
- Pra você. – ela estende uma caixinha –
- Presente!!
Ele abre o embrulho e encontra um relógio que aparentemente era uma marca famosa e bem difícil de ser adquirida as pressas num fim de ano e um livro de receitas que parecia ter sido feito especialmente para si.
- Pra você tentar fazer suas receitas favoritas e o relógio... Bem, eu sabia o que te dar, presente para homem é difícil.
- Adorei! – ele folheia o livro – Tem fotos nossas aqui!
- Pra você lembrar de mim.
- Sempre.
Ele puxa a moça e lhe dá um abraço apertado. Depois dá um beijo na testa dela.
- Então, irmãzinha, o vovô ligou. Como você sabe, ele foi começar a aposentadoria dele em Xing, mas ao que parece ta caindo uma tempestade de neve. Ele ligou, mas a ligação caiu.
- Riza riu – Ele está bem?
- Ótimo. Já fez amigos com o alto escalão por lá... E mandou um presentinho para cada um de nós.
- Pra mim, um relógio de bolso de prata de lei muito antigo e para você... – ele entrega uma caixinha para a irmã – Abra.
Riza abre e se depara com uma pulseira de prata trabalhada com formação de rosas, deveria ter uns cinco centímetros de largura.
- Ele comprou em Xing.
- É linda. – ela põe a peça – Fiou bom?
- Linda. E ainda tem o MEU presente. – ele entrega uma caixa de madeira mogno trabalhada com detalhes dourados – Pra sua coleção.
Dentro a caixa era toda forrada em veludo vermelho e no centro possuía uma pequena pistola com o cabo de madrepérola e um lírio incrustado feito de diamante e o caule de esmeralda.
- Kami-sama.
- E ela funciona.
- Muito obrigada, Rik!! – Riza abraça o irmão que a tira do chão –
- Você é a primeira mulher que prefere uma jóia que não pode ostentar no pescoço, no braço ou nas orelhas, sabia?
- Eu já tenho muitas assim. – ela abre um sorriso – Isso é uma calibre vinte e dois... Wenchester?
- Acho que foi isso que o vendedor disse.
- Eu te amo, irmãozinho!!!
- Eu imaginava...
- Bem, vou guardar isso aqui. Já vai descer?
- Só vou dar um jeito no cabelo, parece que eu enfiei o dedo na tomada.
- Parece mesmo!
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Riza encontrou Mabel no corredor. Essa que usava um vestido verde jade com uma única alça e que possuía o acabamento bordado. Os longos fios negros estavam presos para cima e usava uma faixa. Os brincos eram de argolas.
- Até o joelho e sem decote? Que coisa Riza!!
A Loura apenas vira e tira os cabelos das costas.
- U-A-U! Menina, isso é uma tatuagem?
- Eu a fiz quando tinha dezesseis anos...
- Muito interessante. Esses desenhos... Até parecem alquimia.
- Alquimia? – Riza ergueu uma das sobrancelhas – Claro que não, são só alguns desenhos que achei legais quando era adolescente.
- Claro, por seria alquimia nas suas costas?
- Por quê?
- Vamos lá na Alice!
As duas vão para o quarto de Alice.
Batem na porta por uma questão de ética, não queriam se deparar com a morena aos amassos com Tommy.
- Entra!
As duas entram no quarto e vêem a morena em frente a um grande espelho se maquiando. Usava um vestido tomara que caia preto com uma colar de perolas que tinha um nó na altura no busto dela e sapatos altos, também pretos.
- Vai rezar onde, Riza? – ela passava lápis no olho quando viu Riza pelo espelho –
Mabel só gira a loura retirando os cabelos dourados das costas. O decote ia se afunilando conforme descia e as laterais eram bordadas, ele terminava quase no final das costas dela.
- Kami-sama! – ela para de se maquiar – Que tatuagem é essa? Você não é uma menina boazinha e certinha?
- Eu já fui adolescente e malvada. – a moça sorri –
- E esse decote... Caramba! Fora que esse tecido não é muito pesado... Garota, você é do mal.
- Obrigada. Eu acho.
- Cadê o Tommy?
- Já desceu. Disse que o cheiro de perfume, base, corretivo, rimel, batom, gloss, sombra e delineador estava deixando ele meio chapado! – as três riem –
- Onde você comprou mesmo esse vestido, Riz?
Alice ficou bem interessada.
- Foi uma costureira do Leste, minha mãe fazia roupas lá e eu só uso os vestidos de festa que ela faz.
- Esse decote faz cair duro qualquer um.
- E essa pulseira?
- Vovô mandou de Xing.
- Nossa! É muito linda, muito bem trabalhada.
- Mas e esse colar, Alice?
- Ganhei do Tommy no meu aniversário. – ela sorri mostrando boa parte dos dentes –
- Mas ele queria mesmo era dar para ela uma aliança de casamento.
- Eu já disse que quando o segundo filho ou filha do Leroy fizer seis anos eu caso com ele!
- Mas o Roy é... Era um caso perdido.
- Isso mesmo! A Riza estragou meus planos!
- Não se preocupe, eu só pretendo ter meu primeiro filho daqui três ou quatro anos.
Os cabelos de Alice estavam espetadinhos e brilhavam um pouco.
- Então isso me dá... Uns vinte anos.
- Tadinho dele, Lice!
- A gente já mora juntos! Isso é um casamento!
- Ele ainda te arrasta para o altar!
- Vai nessa!
- E então, Riza? Como foi o banho?
- Banho? – Mabel ficou confusa –
- O chuveiro dela pifou e ela tomou banho com o Leroy! – u.u –
- O que?? Me conta essa história direito!!
- Eu tomei banho no banheiro dele, não COM ele, Alice!
- Tanto faz!
- Isso mesmo, Riz! Faz jogo duro! O Leroy tem que sofrer um pouquinho!
- Yare, yare... Vamos descer?
- Vamos, né! – Alice pega a câmera – Preciso tirar uma foto da cara de besta do Leroy quando ele vir esse decote!
Conrinua...
Gente!!!
Felliz ano novo!!!!
Aqui está mais cap para vcs!!
E a pergunta da autora: tenho previsto de acabar com a história depois do natal, mas vcs querem ver o ano novo deles e mais um epilogo!!!
Me contem e comentem!!!
Kiss