Sai da escola e fui direto pra casa, minha cabeça estava explodindo e a culpa estava praticamente me matando, eu não queria ver Stefan assim. Não é por que eu tenho pena dele, é só que minha consciência acaba comigo. Quem manda se importar?

Subi direto para o meu quarto e me joguei na coma, fiquei ali por muito tempo, tentando entender o que havia acontecido, mas tudo era um branco pra mim, eu tinha que descobrir a verdade, o que tinha acontecido. Senti alguém fazendo carinho em mim, era meu pai.

-O que aconteceu minha pequena? – perguntou, fazendo carinho no meu cabelo.

-Você sabe como se lembrar de uma coisa de aconteceu enquanto você estava bêbado. – perguntei.

-Infelizmente não, só Deus sabe como eu gostaria de lembrar das coisas que eu já fiz bêbado. Eu o vou sentir as conseqüências no dia seguinte, quando já é tarde demais - disse rindo.

-Esse é meu problema, eu magoei alguém enquanto estava bêbada e eu não sei o que eu faço para consertar o meu erro.

-Quem você magoou? – ele me perguntou.

-Stefan.

-Oh, agora as coisas começam a ficar interessantes, você gosta dele?

-Ele me irrita falei.

-Não foi isso que eu perguntei.

-Eu não sei o que eu sinto – falei.

-Sim você sabe, só não quer admitir.

-Ele não gosta de mim. – falei

-Não gosta? Da pra ver nos olhos dele, ele é apaixonado por você e ele só te irrita por que ele te ama. Pensa nisso, dá uma chance pra ele. – disse saindo.

-Pai – chamei.

-Sim?

-Te amo – falei.

-Eu também Princesa.

Fiquei pensando naquilo, não podia ser Stefan não gostava de mim, ele nunca demonstrou nada, ou melhor, ele sempre deixou claro que me odiava. Talvez nem sempre.

Peguei um algo álbum de fotos de quando eu era criança, havia varias fotos minhas com ele, nos dois brincado na lama, tomando sorvete, ele me empurrando no balanço do parquinho.  Quando aquilo deixou de ser assim, eu não conseguia me lembrar.

-Mãe – gritei.

-O que foi? – gritou de volta.

-Me ajuda – perguntei.

-Fala – disse ela aparecendo.

-Quando eu e Stefan começamos a brigar?

-Quando ele falou que Tatia era a namorada dele, vocês tinham cinco anos ou menos. Você ficou com raiva e brigou com ele. Foi fofo. Você estava morrendo de ciúmes dele, tanto que bateu em Tatia e falou “Ele é meu”, me lembro como se fosse hoje.

-Eu estava com ciúmes de Stefan? Ah fala serio.

-Estou falando serio.

Fiquei pensando naquilo, eu com ciúmes de Stefan? Por quê? Ele nem é tão bom assim.

Stefan foi me buscar para irmos pegar as crianças que faziam parte da instituição, depois de ouvir todas recomendações e todas as coisas da inspetora pudemos sair com elas.

-O que vamos fazer hoje? – Soph me perguntou.

-Vamos ao parque com um amigo, nos vamos estudar e você vai brincar com Brad, o protegido dele.

-E esse seu amigo é bonito?

-Tire suas próprias conclusões – falei.

-Vamos meninas? – Stefan apareceu com Brad.

-Claro – falei, Soph estava boquiaberta com Stefan, ah fala serio ele não é tão bonito assim.

Fomos ao parque, Stefan continuava estranho, nunca mais eu vou beber na minha vida, o que eu havia feito droga? Por que eu não conseguia me lembrar? Tentei voltar as minhas lembranças, mas eu não conseguia, talvez se ele me dissesse a verdade eu liberasse, mas ele não vai dizer, ele esta chateado comigo, eu posso sentir.

As crianças foram brincar e Stefan para minha surpresa havia feito um piquenique pra agente, ele estendeu um toalha vermelha debaixo de uma enorme arvore onde ficaríamos estudando.

-Com o que vamos começar? – perguntei.

-Você que manda – disse deitando preguiçosamente.

Ele estava ali todo relaxado, calmo e sereno, parte de sua barriga a mostra, e Meu Deus que barriga!

Droga, além de ser lindo ele tinha que ser tão gostoso?

-Algum problema? – perguntou.

-Não... Olha o que aconteceu ontem anoite?

-Isso pode te deixar irritada... - disse

-Fala, eu quero saber – falei decidida.

-Nós... Nos beijamos. – disse hesitante.

Ok, se isso era verdade... Eu...

-Nos o que? – perguntei, querendo ter entendido errado.

-Nos beijamos, ah você sabe Elena, dois lábios se amassando e línguas... – disse.

-Eu entendi, eu só quero saber como foi sei lá... Possível uma coisa dessas acontecer, já que eu te odeio e você também me odeia.

-Acontecendo e eu não te odeio.

-É agora esta mais que comprovado que eu estava bêbada pra valer. Se eu tivesse sóbria eu não teria feito essa burrada – falei e ele me olhou irritado.

-Teria acontecido mesmo se você estivesse sóbria.

-Pois eu duvido.

Ficamos nos encarando por um longo tempo, droga como eu poderia ter me entregado assim? Aquilo não poderia se repetir.

-Que tal esquecermos isso? – propus.

-Faça o que você quiser, mas eu não vou esquecer.

-Por que Stefan? Por que você não consegue esquecer? Eu sou mais uma para você mesmo, mais uma das inúmeras que já estiveram com você. – falei.

-Por que você é diferente. – disse.

-Nossa, pra quantas você já disse e isso e chutou no dia seguinte? – perguntei.

-Acredite ou não você é a primeira.

-Ah ta acredito.

-Eu disse acredite se quiser, não é meu problema.

-Nada é seu problema, você é o queridinho de todo mundo, todo mundo ama Stefan, sempre foi assim.

-Eu só queria que uma pessoa me amasse.

-Quem?

-Você. – disse simplesmente.

-Ah conta outra Stefan, eu já ouvi muita besteira.

-Por que é tão difícil de acreditar que eu sinto algo por você?

-Por que eu sei que é mentira.

-Por que é mentira Elena? Por que você não acredita em mim?

-Esquece Stefan.

-Não, você vai me dizer, por que você não acredita? Por que você não simplesmente admite? – disse se aproximando mais de mim – Cada vez que eu chego perto de você, seu coração dispara e você fica estranha, se perguntando por que você esta assim, já que eu sou um idiota. Admita Elena, Admita que você esta apaixonada por esse idiota.