“How can a heart survive

Como um coração pode sobreviver

Can it stay alive

Ele pode permanecer vivo

If its love's denied for long

Se seu amor é recusado por tanto tempo

Lift the wings

Erga as asas

That carry me away from here
Que me carregam para longe daqui”

Lift the wings, Lisa Kelly (Celtic Woman)

            Orihime contemplava o belo mar a sua frente. O vento batia em seus cabelos longos, fazendo cócegas no rosto Ulquiorra, que agora tinha uma aparência humana. Ele a abraçava por trás e contemplava a mesma paisagem que ela.

            – Vamos entrar. O vento está frio e você não pode ficar doente. – Ele disse, acariciando discretamente a barriga de quatro meses de Inoue.

            Fazia um ano desde aquela noite. Depois do que aconteceu, ela decidiu viver seu amor. Foi até a loja de Urahara e explicou a situação ao ex-shinigami e a Yourichi: ela precisa de um gigai para um arrancar. E não disse mais nada. E nem precisou. O casal de ex-shinigamis haviam entendido perfeitamente. Alguns dias depois, um gigai com a aparência de Ulquiorra, só que numa forma humana (sem a pele extremamente pálida, o buraco de Hollow e as lágrimas no rosto), foi entregue na casa dela, além de documentos que eram necessários no mundo real. Ela arrumou suas coisas, fechou o apartamento e ambos saíram. Ela tinha algumas economias que seu irmão havia juntado e com elas comprou duas passagens para uma cidade à beira-mar no Japão e lá abriram uma pequena pousada.

            Ela escreveu uma carta para Tatsuki, explicando que iria reconstruir sua vida junto de seu marido (que ela não mencionou quem era) num outro lugar e que sempre mandaria notícias, mas que ela não deveria perguntar mais nada. Ela sabia que seus amigos não entenderiam.

            E lá estavam os dois, felizes e realizados. O jovem casal agora era dono de uma famosa pousada, que tinha uma excelente comida e ótimos empregados. A jovem esposa era uma simpática e sorridente, apesar de que às vezes dizia coisas meio sem sentido, enquanto seu marido era calado e sempre tinha a expressão no rosto, inclusive quando enxotava algum lixo (na opinião dele, claro) que tentava dar em cima de sua bela esposa. Mas as pessoas não se importavam com o jeito dele, pois, afinal, a comida que ele fazia era maravilhosa (N/A: claro que era a dele. Ou vocês pensaram que era a dela? Eca!).

            Mesmo longe de seus amigos, de sua cidade natal, Orihime era feliz ali. Ulquiorra era um homem maravilhoso, sempre carinhoso e atencioso com ela (por incrível que pareça e nunca demonstrando isso na frente de outras pessoas). E agora que a família deles iria aumentar, as coisas pareciam mais perfeitas ainda. Quando ela se lembrava de quando disse que, se vivesse cinco vidas, amaria a mesma pessoa cinco vez, não sabia nada sobre a vida e nem sobre ela mesma. A vida pode dar reviravoltas que nós nem imaginamos e, quando menos esperamos, acontece algo e renascemos, ela pensava enquanto Ulquiorra a condizia para o conforto do seu lar.