Isabella Potter escrita por Sophia Burlak


Capítulo 4
Afrodite está rindo de mim


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo! Boa leitura!!



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Isa P. O. V.

Eu olhei nos olhos dele e ele também olhou nos meus, era como se ainda pudéssemos ler as entrelinhas um do outro, se bem que eu tenho quase certeza de que ainda podemos fazer isso. Ficamos por uns cinco ou dez minutos nos olhando na mesma posição, como se estivéssemos em transi, até quando uma menina esbarrou em mim e nos dispersou.

– Oi. – Eu disse ainda olhando nos olhos dele só que agora estamos de pé ao em vez d eno chão ajoelhados.

– Oi, desde quando você ... – Eu o interrompi, adivinhando a pergunta, sempre foi assim e pelo visto não é algo que mudaria.

– Eu vim estudar aqui esse ano, meu pai têm alguns negócios em outros países e vai passar a maior parte do ano fora e ele achou melhor eu ficar aqui para não me sentir sozinha em casa – Eu expliquei rapidamente.

– Hum... Legal, eu estudo aqui desde o ano passado – Ele me entregou os livros que ainda estavam em suas mãos e começamos a andar e conversar pelo corredor. – Desde quando, me mudei. – Eu assenti, a mudança dele para Londres foi algo complicado, nós nunca entendemos por que terminamos, não era de fato necessário.

– Será que dá pra você me ajudar a achar o meu armário? – Eu perguntei desviando do assunto, não precisamos entrar em pauta sobre a nossa amnésia, quando esquecemos de tudo que se passou em Nárnia, sobre as nossas brigas no mundo real, sobre o nosso relacionamento complicado por conta dos nossos pais, não é legal conversar sobre isso no meio de um corredor.

– Claro, qual é o número do teu quarto? – Ele perguntou e eu olhei para ele com uma cara confusa, eu tinha perguntado onde é o armário! – O número do armário é o mesmo do quarto – Ele explicou e eu notei que era mesmo igual.

– 1413 – Eu respondi prontamente.

– Você zoando né? – ele perguntou em um tom divertido.

– Não Lucas, eu tô falando sério! Porque? – Eu perguntei não entendendo o que era tão engraçado.

– Você... er... tá no mesmo quarto que eu? – Eu arregalei os olhos, maldito destino.

– Qual é o seu quarto? – Eu questionei, era meio óbvio que a chance de ele errar o número do quarto era nula mas não custa tentar.

– 1314! – Eu me limitei a sorrir.

– Tudo indica que sim. Seremos companheiros de quarto. – Eu suspirei e ele interrompeu o nosso silêncio.

– Eu vou te levar até o seu armário. – Ele disse e eu assenti em agradecimento.

– Valeu! – Eu agradeci novamente quando chegamos ao armário 1415, havia dois, um vermelho e um azul.

– O seu é o vermelho. – ele disse tirando minha dúvida, eu abri o armário com a chave que tinha recebido quando vim fazer a matrícula com meu pai. E coloquei alguns livros que peguei e que não usaria.

– Mas e aí como anda a vida? – Ele perguntou quando acabei de fechar o armário e continuamos a andar, em direção a sala de aula.

– Como sempre, tentando ficar um pouquinho normal. – Eu disse em um tom divertido e ele riu. – E a sua vida?

– Chata, bem chata. – Ele disse olhando diretamente nos meus olhos.

– Porque Chata? – Eu perguntei

– Eu tenho uns problemas com a minha mãe, eu acho que ela se intromete de mais na minha vida pessoal, sabe? E eu... sinto sua falta. – Ele disse a ultima parte um pouco mais baixo mas não desviou os olhos dos meus.

– Eu... também sinto sua falta. – Eu disse e ele se aproximou um pouco mais de mim, quando eu achei que nós íamos nos beijar chegou uma garota histérica gritando e nos dando um susto.

– LUCAS RICHARD EU POSSO SABER O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO COM ESSA AI? – A menina ruiva perguntou aos gritos, provavelmente era a nova namorada dele, que bom que ela chegou antes que algo acontecesse, ia me sentir culpada.

– BEATRIZ RICALDI DESDE QUANDO VOCÊ REGULA COM QUEM EU POSSO OU NÃO FALAR? - Ele questionou e eu me surpreendi por ele ter gritado.

– Desde agora, e quem é essa ai? – Eu olhei para ela e respondi.

– Apesar de eu saber que a sua mãe não te deu educação alguma, Isabella Potter, prazer. – Eu respondi a pergunta dela.

– E o que você é do MEU namorado? - Eu olhei ora ele que estava com uma cara de tipo assim se você falar a verdade ela vai enlouquecer, por favor, não.

– Uma amiga dele – eu menti e ele deu um suspiro de alívio.

– Desde quando? – Que garota insistente.

– Agente se conheceu faz uma semana na festa do início do ano - Detalhe: Eu não fui nessa festa, mais foi a única coisa que me passou pela cabeça, o bom é que ela não me conhece senão saberia que eu estou mentindo, eu não sei mentir.

– Hum... eu não fui na festa, prazer Beatriz Ricaldi, desculpa ter me comportado assim mais é que eu... – Que bom que você não foi, se não saberia que eu estou mentindo, eu pensei.

– Não precisa se desculpar eu já estava indo mesmo - ele me olhou com uma cara e resolveu me perguntar mentalmente: (nessas horas era legal o lance de conversar mentalmente)

Lucas: Desde quando você estava indo embora?

Eu : Desde que a sua nova namorada chegou fazendo um escândalo você devia me agradecer!

Lucas: Valeu! – ele estava com uma cara de desculpa quando me agradeceu.

– Tchau, agente se vê na aula. – Ele disse interrompendo nossa “conversa mental”.

– Tchau, até daqui a pouco. – Eu disse e saí em busca da sala, sozinha novamente. Não demorei muito para achar a sala e assim que o sinal tocou eu entrei e me sentei em uma das primeiras cadeiras no canto esquerdo, percebi quando Lucas se sentou ao meu lado e Beatriz com um grupo de amigas.

– Gente prazer meu nome é Robson eu sou o professor de matemática de vocês! - Todo mundo fez cara de tédio, menos o Lucas e eu, bom não tem nada de errado com matemática, não é como analisar mapas mas é com ela que se faz um bom edifício, e eu adoro arquitetura.

– Que caras são essas? Matemática é legal galera! Mas agora vamos direto ao assunto, o assunto da aula de hoje é Geometria Plana, alguém sabe me explicar o que é? – Eu e o Lucas levantamos a mão, era sempre assim.

– Isabella né? O professor perguntou.

– Sim! – Eu respondi

– Pode falar. – Ele autorizou e eu comecei.

– A Geometria permite que façamos uso dos conceitos elementares para construir outros objetos mais complexos como: pontos especiais, retas especiais, planos dos mais variados tipos, ângulos, médias, centros de gravidade de objetos, etc. – Eu disse uma definição simples.

– Correto! Alguém pode me dizer as classificações da geometria plana? - Ele perguntou

– Permite? – Lucas se pôs a disposição.

– Vá em frente. – O professor permitiu.

– Polígonos que são classificados em convexos e não convexos sempre delimitados pelos seguimentos congruentes, Paralelogramo, Lozango, Retângulo, Quadrado e Trapésio. – Ele respondeu.

– Você esqueceu da pipa! – Eu completei.

– E desde quando isso é matemática menina, pipa é só um jogo de criança! – Ela disse e riu acompanhada por suas amigas.

– Muito pelo contrário a Pipa ou papagaio é um quadrilátero que tem dois pares de lados consecutivos congruentes, mas os seus lados opostos não são congruentes e, é sim um polígono. – Ele continuou a explicação e fez alguns exercícios no quadro como exemplo - Eu quero ver se vocês aprenderam por isso vou distribuir uns exercícios, e quero o primeiro pra essa aula e o segundo é dever de casa!

Os exercícios estavam excepcionalmente facílimos, acho nunca vi exercícios tão fáceis, eram só de aplicar as propriedades. Estava tão fácil que eu fiz o de aula e o de casa e ainda conferi os dois e isso tudo em vinte minutos.

– Você já acabou? – O professor perguntou surpreso.

– Sim! – Eu disse e entreguei as folhas.

– Devia conferir seus exercícios eles valem nota! – E o senhor deveria fazer algo mais complicado para eu usar todo o tempo eu pensei.

– Eu já fiz isso. – Eu disse.

– Sendo assim. – Ele disse finalmente pegando as folhas.

Vinte minutos depois o sinal tocou e todos tiveram que entregar a folha um, por mais que alguns não tinham terminado, segui para minha próxima aula, teatro.

– Bom dia gente o meu nome é Flávia e eu sou a professora de teatro de vocês! Eu vou ser direta esse bimestre vocês vão contracenar Romeu e Julieta, a obra prima de Shakespeare, todas as meninas irão fazer um teste para a Julieta e os meninos para Romeu, e a partir disso eu vou definir os personagens, esse trabalho e interdisciplinar com história e está valendo a nota de prova prática de teatro e a nota de trabalho de história.

– E que dia vai ser isso? – Ela perguntou mostrando interesse.

– Que dia? Vai ser agora! Primeiro as meninas... Aline! – Ela disse e chamou a todas por ordem de chamada, até chegar em mim.

– Isabella - ela escreveu algo em seu caderno e me entregou o roteiro.

– Não precisa eu sei esse livro de cór – Eu disse mas ela me disse que havia algumas modificações e que seria necessário eu dar uma lida, então eu li mas não encontrei nada muito diferente.

Julieta (Isa): Ama Quem é aquele gentil homem? – Eu disse começando a encenação

Ama (Professora): Herdeiro e filho de Tibério, o velho.

Julieta (Isa): E aquele que ora passa pela porta?

Ama (Professora): Se não me engano, é o filho de Petrucchio.

Julieta (Isa): E aquele que ali vai, que não dançou?

Ama (Professora): Não sei quem seja.

Julieta (Isa): Então vai perguntar - lhe como se chama. Vai! Se for casado, um túmulo será todo o meu fado.

Ama (Professora): Romeu é o nome dele; é um dos Montecchios, filho único do vosso grande inimigo.

Julieta (Isa): Como do amor a inimizade me arde! Desconhecido e asnado muito tarde. Como esse monstro, o amor, brinca comigo: Apaixonada ver - me do inimigo!

Ama (professora): Como assim? Como assim?

Julieta (Isa): Isso é uma rima que aprender fui com quem dancei há pouco.

Ama (professora): Já vamos! Um momento! - Está na hora; já se foram os hóspedes embora.

– Adorei, agora é a vez dos meninos, vamos começar com o Lucas. – Ela me elogiou e começou com os meninos, porém dessa vez não foi em ordem.

Romeu (Lucas): Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.

Julieta (Professora): Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se demonstrou devota e reverente. Nas mãos dos santas pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.

Romeu (Lucas): Os santos e os devotos não tem boca?

Julieta (Professora): Sim, peregrino só para orações.

Romeu (Lucas): Deixai, então, ó santa! Que essa boca mostre o caminho certo aos corações. -Por uma fração de segundo pensei que ele olhou pra mim durante toda a cena.

Os testes continuaram até o fim da primeira aula, seriam duas seguidas e no meio da segunda ela anunciou os resultados.

– Eu já selecionei os papéis principais – Ela disse e começou a ler o papel em suas mãos.

Escalo: Felipe

Páris: Nicolas

Montecchio: Arthur

Capuleto: Taylor

Romeu: Lucas

Mercúrio: Josh

Benvólio: Jonas

Telbaldo: Daniel

Frei Lourenço: Douglas

Frei João: José

Baltasar: Michel

Sansão: Peter

Gregório: Gustavo

Pedro: Edmilson

Abraão: Rodrigo

Senhora Capuleto: Maria

Julieta: Isabella

Ama de Julieta: Aline

– Gente quem eu não falei é porque está com um papel secundário. – Ela completou.

– Que dia agente começa a ensaiar? – Eu perguntei assim que ela me entregou o roteiro completo da peça

– Amanhã – eu assenti.

– Professora eu não entendi porque eu fiquei com um papel secundário – Bia perguntou um pouco nervosa.

– Não é obvio? Você não foi bem no teste, eu sinto muito! – Ela bufou irritada pegou o roteiro e foi reclamar com suas amigas.

A professora deu algumas instruções para decorarmos as falas até o fim da aula, peguei meu material passei no armário e troquei pelo de biologia.

– Oi gente o meu nome é Esmeralda e eu sou a professora de biologia de vocês. Na aula de hoje agente vai falar da classificação dos seres vivos, alguém quer falar? – Ela perguntou e o Lucas falou.

– Reino Monera, Reino Protoctista, Reino Plantae, Reino Fungi e Reino Animalia. – As aulas no último ano eram sempre uma revisão, mas cada aula teria conteúdo novo para que tudo fosse revisado, e a professora gastou dez minutos de sua aula explicando isso, depois ela fez uma explicação completa sobre todos os reinos e passou um trabalho.

– ótimo, o trabalho de vocês é fazer uma pesquisa sobre esses reinos eu vou dividir vocês em grupos de três e quatro.

Grupo um: Isabella, Lucas e Beatriz, Assunto: Reino Plantae – Eu podia até ver Afrodite rindo de mim, isso tinha que ser coisa dela, mesmo quarto, Romeu e Julieta... Ela quer o casal preferido dela junto de novo!

Grupo dois: Giovana, Edmilson... – Ela continuou a divisão até não restar mais alunos sem grupo.

– E agora, em aula, façam um resumo dos capítulos um e dois. – Ela disse e todos começaram a resumir os dois capítulos sobre reinos.

As aulas do dia haviam terminado mais cedo por ser o primeiro dia, eu fui até o refeitório e almocei rapidamente. Depois voltei para o quarto vesti uma roupa mais confortável antes de pegar um livro de arquitetura para ler. Continuei lendo até que o Lucas chegou e começamos a conversar e a calmaria se seguiu todo o dia, sem monstros, sem telefonemas, aquele era um dia raro.


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Notas finais do capítulo

Reviews??
Recomendações??
Divulguem a fic se estiverem gostando!



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