O Primeiro Dia Do Resto Da Minha Vida escrita por Mimia R


Capítulo 29
Tempo, Tempo...


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo da fic!! OMG! Estou feliz por estar perto da jornada de Tuana terminar, mas estou com medo também. O que quer que aconteça aqui, espero que vocês gostem. :DD



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Tuana ficou surpresa quando acordou na manhã seguinte. Surpresa por ter conseguido dormir. Ela chegou em casa depois de sair do hospital, se trancou no quarto e chorou por horas. Pensou que não conseguiria dormir, mas claramente o fez.

Ela se levantou da cama e foi direto ao banheiro. Quando se olhou no espelho viu seus olhos bem inchados. Ela passou uma água pelo rosto e escovou os dentes. Voltou para o quarto e olhou a hora. A manhã já tinha passado, era 13h37min. Ela pensou instantaneamente em Felipe. Provavelmente ele já teria recebido alta e devia estar em casa.

Nem foi preciso pensar muito e sua mãe apareceu no quarto.

– Ah, finalmente acordou. – Dona Ana disse.

Tuana nada falou e passou a trocar de roupa. Ela não sabia o que deveria vestir, não sabia como seria o seu dia nem o que faria. Decidiu vestir um short e uma blusinha simples.

– Você não falou nada sobre ontem. Chegou em casa, se trancou no quarto e não quis dizer o que tinha acontecido...

Tuana continuou calada. Ela estava se segurando para não perguntar sobre Felipe. Esperava que sua mãe falasse algo.

– A mãe do Felipe ligou.

Tuana olhou para a mãe ansiosa. Dona Ana percebeu e soltou um leve sorriso, mas ficou calada. Tuana continuou olhando e esperando que a mulher falasse. Um minuto de silêncio e ela percebeu o que a mãe queria. A menina suspirou e não resistiu.

– O que ela disse? – Tuana perguntou.

– Ele já está em casa desde as 8 da manhã. Ela também disse que ele já está conseguindo falar quase normalmente. O médico disse que na próxima semana ele já pode voltar a sua rotina normal, ir para escola e sair com os amigos.

Tuana mordeu o lábio. Parecia que ele estava realmente melhor.

– Que bom. – Foi só o que ela falou.

Dona Ana ficou ali ainda por um tempo sem mais nada dizer. Tuana agora tentava se distrair com qualquer coisa, fingia arrumar sua cama ou procurava mais roupas, só para não ter que falar mais nada com sua mãe. Mas a mulher ao invés de sair, voltou a falar.

– Tuana, a mãe do Felipe me perguntou, mais uma vez, sobre o dia do acidente.

Tuana parou de mexer nas coisas. Essa era uma conversa que ela não ainda não queria ter. Naquele dia todos perguntavam o que tinha acontecido, por que Felipe tinha saído sozinho e dirigindo o carro do pai de Gabriel. Ninguém tinha contado o que aconteceu lá no chalé porque achavam que era decisão de Tuana contar ou não. Ela tinha ficado grata a todos por isso, mas nunca contou o que aconteceu. Sua mãe tinha perguntando várias vezes e até os pais de Felipe perguntaram. Mas ela sempre ficou calada. Agora novamente as perguntas apareciam.

– Ela só quer entender, como todos nós. – Dona Ana disse.

Tuana suspirou. Lágrimas ameaçaram descer, mas ela não deixou.

– Tuana, vocês brigaram naquele dia?

– Diz pra ela perguntar pra ele. – Tuana falou se referindo a Felipe.

– Ela perguntou. E ele também não quis falar.

Tuana sentiu um frio passar pela barriga e ficou surpresa. Ele não quer falar. Será um bom sinal?..., ela se perguntou. Mas sua mãe continuava ali pressionando.

– Nós brigamos sim. Ele saiu muito chateado e acabou sofrendo o acidente. Sim, como você pode ver foi culpa minha. Agora se você me dá licença eu vou sair.

Antes que sua mãe dissesse alguma coisa, Tuana saiu em disparada do quarto. Passou pela sala onde seu pai assistia TV e saiu da casa.

A menina começou a andar sem rumo. Só queria esfriar a cabeça, ficar longe de perguntas e tristeza. Quando deu por si já estava perto da casa de Felipe. Ela diminuiu o ritmo do andar. Estava em dúvida se deveria ir lá. Provavelmente ele não queria vê-la, tinha deixado bem claro quando disse que a odiava.

Tuana parou de andar e sentou-se na calçada. A rua estava movimentada, era uma quinta-feira, todos estavam em sua rotina diária, e ela estava ali sem saber que rumo dar a sua vida. Ela colocou a mão no bolso para pegar o celular, mas viu que acabou deixando-o em casa. Suspirou frustrada. Ela ficou ali sentada por mais um tempo.

Num movimento repentino Tuana se levantou e voltou a caminhar. Não sabia se estava indo ao lugar certo, mas foi o que decidiu. Precisava conversar e sentiu que aquele ele era o caminho que tinha que rumar. Ela chegou à casa de Victor e tocou a campainha. O pai dele apareceu e sorriu.

– Olá, Tuana. Que surpresa.

Ele abriu o portão e Tuana entrou. Ela sorriu para ele também.

– O Victor está? – Ela perguntou.

O pai dele pareceu ficar um pouco surpreso por ela ter ido lá visitar o menino.

– Não, ele recebeu um telefonema e saiu. Mas isso já faz um tempo, ele deve estar voltando. Vamos entrar e você pode esperar.

Tuana ficou um pouco decepcionada, mas resolveu esperar. Não tinha coisa melhor para fazer mesmo. Ela se sentou no sofá.

– Eu estava trabalhando ali no escritório. Você se importa de ficar sozinha enquanto espera? É que eu estou cheio de coisas para resolver em pouco tempo. Você pode ligar a TV.

– Tudo bem, eu não quero atrapalhar. – Ela sorriu.

Quando ele ia saindo Tuana viu duas enormes malas no corredor. Franziu a testa em dúvida.

– O senhor vai viajar?

O pai de Victor parou onde estava e voltou a olhar para a garota. Ele pareceu um pouco surpreso, mas deu um leve sorriso.

– Pois é. O Victor não... Ele não falou pra você?

– Ahn, não. – Tuana respondeu.

O homem assentiu e foi para o escritório sem nada mais dizer. Tuana achou estranho, mas deixou pra lá. Ela ligou a TV e tentou prestar atenção no que passava. Esperava que Victor não demorasse tanto. Ele devia estar com Brenda. Provavelmente. Para surpresa de Tuana, ela não sentiu nada ao pensar nisso. Até sorriu.

Passou-se meia hora e nada de Victor aparecer. Tuana já estava pensando em ir para casa. Ela levantou do sofá e foi até a cozinha para beber água. Ela foi até o armário para pegar um copo, mas quando abriu estava vazio. Ela franziu a testa. Procurou em outros locais, mas todos estavam vazios. Quando olhou para dispensa viu várias caixas empilhadas. Uma delas estava aberta e continha alguns copos. Ela pegou um e foi beber água. Ficou pensando em como aquilo era estranho.

Quando ela colocou o copo na pia e foi voltar para a sala, se deparou com Victor na porta da cozinha. Ela deu um pulo com susto. Victor estava com a testa franzida, surpreso por ver ela ali na cozinha dele bebendo água.

– Oi. – Ela disse.

– Oi.

– Foi mal invadir sua casa assim. Mas seu pai me deixou entrar.

Victor riu.

– Tudo bem. Fiquei surpreso ao chegar e encontrar você na minha cozinha. Isso não é exatamente casual.

Os dois riram por um instante. Depois voltaram a ficar sérios. Ficaram parados ali, calados por um tempo.

– Então – Victor falou enquanto se encaminhavam para a sala. – O que você faz aqui?

– Na verdade, eu não sei. – Tuana confessou.

Victor sentou no sofá ao lado dela e esperou que ela explicasse melhor.

– Eu só... Precisava sair de casa, conversar... E foi aqui que eu vim parar.

Tuana tinha uma expressão triste agora. Victor ficou olhando para ela. Quase por instinto ele colocou sua mão na dela. A menina ficou nervosa no momento, mas depois relaxou.

– Eu não sei o que vai acontecer agora. – Tuana disse. – Como vão ser as coisas...

Victor ficou calado.

– Eu... Ele me odeia. E eu juro que estou tentando me acostumar com isso, mas eu não sei...

Tuana estava se segurando para não chorar. Victor balançou a cabeça em entendimento. Antes de Tuana voltar a falar, ele passou na frente.

– Eu estava na casa do Felipe.

Tuana olhou para ele. Ela franziu a testa em pura surpresa e dúvida.

– O que? – Foi só o que ela conseguiu dizer.

– Ele me ligou. Pediu para eu ir lá.

Tuana ainda não estava entendendo. Felipe tinha ligado para Victor? Quão estranho era aquilo?

– A mãe dele contou sobre eu ter ficado no hospital por muito tempo. É claro que ele soube na hora que eu estive lá por sua causa, mesmo a mãe dele achando que eu era um “bom amigo”. Ele me agradeceu por ficar ao seu lado.

Tuana ainda não conseguia acreditar no que ouvia. Primeiro por Felipe ter chamado Victor para conversar. E segundo por ele ter agradecido por Victor cuidar dela. Era como se Felipe ainda se importasse com ela. Ele se importa...?, Tuana se perguntou.

– Eu fiquei meio tenso no começo, nós dois ficamos. Foi uma situação... estranha. Mas eu entendi, é claro. Eu me preocupei com você, ele te ama e se preocupa com você, então...

Tuana ainda não conseguia falar. Era realmente difícil de acreditar. Ela piscou algumas vezes para absorver tudo o que Victor dizia.

– Ele disse isso? – Ela perguntou.

– Disse o que? – Victor indagou.

Tuana hesitou um instante, mas falou:

– Que me ama... – Ela sussurrou.

– E precisa? Eu consigo ver como ele te ama. Conheço esse sentimento.

Tuana piscou e desviou o olhar de Victor.

– Ele disse que me odeia.

Victor balançou a cabeça em negativa e se levantou do sofá. Ele caminhou para o quarto dele e Tuana foi indo atrás. No caminho ela viu mais caixas. Quis perguntar sobre isso, mas estava mais concentrada na conversa.

– Ele falou alguma coisa sobre ‘dizer o que você queria ouvir’... Eu não entendi na hora, mas vejo que deve ser isso.

O coração de Tuana disparou. Ela tinha falado naquele dia no hospital para ele dizer logo que a odiava. Mesmo que fosse uma mentira. Ela começou a ter esperanças. Ela entrou no quarto de Victor querendo saber mais sobre a conversa dele com Felipe. Mas se distraiu quando viu mais caixas empilhadas. Ela franziu a testa novamente. Mas não teve tempo de perguntar.

– Tuana, ele te ama. Ele te ama muito. – Victor falou. Sua voz era calma e carinhosa. – Mas eu diria que você tem que dar um tempo a ele.

Tuana sentiu sua esperança se esvair. Victor percebeu como ela ficou decepcionada.

– Ele acabou de sair de um coma. Ele quase morreu. Ele te ama, Tuana. Mas é que, às vezes, o amor pode machucar.

Victor disse isso olhando bem nos olhos de Tuana. A menina ficou congelada no lugar, tensa. Sentiu o peso daquelas palavras.

– Deixa ele se recuperar, pensar em tudo. Eu tenho certeza que ele vai tomar a decisão certa. Você disse que não sabe como vai ser daqui para frente. Pois eu posso apostar em como as coisas vão se resolver. Confia em mim.

Tuana queria que Victor esclarecesse aquilo. Ela não queria ter que dar um tempo para Felipe, não sabia se aguentaria. Mas tinha certeza que era a melhor coisa a se fazer no momento. Ela assentiu com a cabeça e resolveu deixar aquele assunto de lado. Agora era com o tempo. Ela olhou novamente para as caixas ali.

– Para que essas caixas? E por que as coisas de vocês estão empacotadas aí?

Victor pareceu ficar tenso. Ele olhou para as caixas ao redor do quarto. Demorou a olhar novamente para Tuana. A menina levantou as sobrancelhas indagando-o. Depois as franziu.

– O seu pai disse que vai viajar, mas ele vai levar a casa com ele? – Tuana perguntou e riu.

Victor não respondeu e Tuana começou a ligar as coisas. Ela olhou novamente para as caixas e para Victor. O menino encarava o chão.

– Victor...

– Nós vamos voltar para os Estados Unidos. – Victor disse baixo.

Tuana ficou encarando-o sem saber o que dizer.

– Eu estava esperando o Felipe sair do hospital pra contar.

Tuana não sabia como reagir. Logo quando parecia que as coisas entre eles dois estava melhorando, ela pensou que poderia ter o melhor amigo novamente, ele ia embora. De novo. Ela respirou fundo e processou tudo. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Balançou a cabeça.

– Quando vocês vão? – Ela conseguiu perguntar.

– Próxima semana.

Tuana ficou mais surpresa e em choque.

– Mas...

Ela não sabia o que dizer. Ela queria argumentar, mas não sabia como.

– Mas e você e Brenda?

Victor deu um sorriso de leve.

– Ela já sabe há um tempo. – Ele disse. – E eu e ela... não era nada sério. Eu já tinha te falado isso. Foi só uma amizade... colorida. Os dois sabiam disso. Ela é uma boa amiga.

Tuana abria e fechava a boca tentando encontrar alguma desculpa, mas não conseguia. Ela acabou desistindo, suspirou frustrada.

– Ah, mas e a escola? Você vai parar na metade?

– Meu pai já foi lá. Eles vão passar algumas provas pra mim e aí se eu tirar boas notas eu vou receber um certificado de conclusão.

Tuana balançou a cabeça em entendimento.

– Mas não se preocupe, você ainda vai ter minha adorável presença na escola até próxima quinta. – Victor disse sorrindo.

Tuana cerrou os olhos para ele, mas sorriu também.

Depois de toda aquela conversa e notícias, Tuana saiu da casa de Victor. Ela ficou tentada a passar na casa de Felipe que era ali perto. Mas lembrou do que Victor tinha falado. Só o tempo agora iria resolver as coisas. Ela seguiu então para casa. Chegou em seu quarto e correu para pegar o celular. No fundo ela tinha esperança de ver alguma ligação perdida de Felipe, mas não tinha nada lá. Ela passou o resto do dia sem fazer nada. E assim caminharam os dias seguintes.

Segunda-feira chegou e Tuana odiou ter que acordar cedo novamente. Depois de muito tempo, estava de volta para a ativa. Ir para a escola parecia um grande sacrifício. Mas ela lembrou que finalmente veria Felipe depois de quatro dias. Estava ansiosa para ver como seria a reação dele com ela. Isso a incentivou a levantar e ir se arrumar.

Ela ficou pronta e foi para a cozinha tomar café. Sua mãe e seu pai estavam lá. Ela sentou-se a mesa e passou a comer. Os dois adultos ali ficaram surpresos com o apetite dela.

– Parece que agora eu não preciso mais ficar no seu pé para comer, não é? – O pai dela falou.

Tuana olhou para ele e viu que ele sorria. As coisas entre os dois tinham melhorado desde o acontecido com Felipe. Tuana ficou chateada no começo pelo pai só entender sua relação com Felipe quando o menino estava quase morrendo. Mas ela deixou esse pensamento de lado e resolveu colaborar.

– É verdade. – Ela disse e sorriu também.

Depois de comer, Tuana de despediu e saiu de casa. No caminho para a escola ela estava nervosa. Sabia que quatro dias não era tempo suficiente para que as coisas se resolvessem, mas ela o que ela queria mesmo era ver Felipe. Queria só que ele sorrisse para ela, mesmo que não falasse com ela. Ela chegou na escola e entrou na sala. Suas amigas estavam lá e ela caminhou até elas. Felipe não tinha chegado ainda.

– Tuana! – As meninas ficaram felizes ao ver a amiga.

Tuana sorriu.

Logo as meninas começaram a contar tudo o que tinha acontecido nas últimas semanas quando Tuana esteve fora. Elas riram e Tuana se distraiu por um momento. Até que um alvoroço de pessoas começou e murmúrios também. Praticamente toda a turma foi para a porta. Tuana soube imediatamente quem era. Felipe sempre tinha sido amigo de todos na sala e agora as pessoas estavam em cima dele para ver se estava bem, e dando as boas vindas.

Felipe sorriu para todos, agradeceu os cumprimentos e foi se afastando. Tuana ficou nervosa e tentou não olhar para ele que caminhava em direção a ela e as meninas. As meninas se levantaram para também cumprimentar Felipe. Tuana foi a única que continuou sentada. Ela estava tensa.

– Oi. – Felipe falou.

Ela congelou ao ouvir a voz dele, ainda mais falando com ela. Levantou a cabeça e olhou para ele. Seu coração acelerou. Felipe não sorria, apenas olhava para Tuana, mas isso bastou para deixá-la mais nervosa.

– Oi. – Ela respondeu.

Silêncio.

– Você parece bem. – Tuana disse.

– E estou.

Apenas isso. Os dois pareciam desconhecidos, era uma situação repleta de tensão. O coração de Tuana murchou quando Felipe foi se sentar sem mais nada dizer. Ele sentou-se a frente dela, o que possibilitou de ela ficar olhando para ele.

Gabriel chegou e entrou numa conversa com Felipe. Victor chegou logo depois e Tuana viu quando ele e Felipe deram um aceno de cabeça como cumprimento um para o outro. O professor chegou e a aula começou. Tuana ficou olhando o tempo todo para a nuca de Felipe. Ela queria chegar mais perto dele, passar a mão pelos cabelos dele, sentir o cheiro dele...

O sinal do intervalo tocou e todos foram saindo da sala. Tuana viu Felipe sair com Gabriel. Ela não estava com a menor vontade de sair dali. Mas ela se levantou e seguiu as meninas. Foram comprar lanche e depois ficaram reunidas no lugar de sempre conversando.

Victor chegou ali logo em seguida. Ele sorriu para Tuana e depois para Brenda. A menina sorriu de volta e Tuana percebeu que ela estava bem com a ida de Victor para outro país. Gabriel chegou com Felipe e se juntaram ao grupo. Tuana tentava não olhar na direção do menino. Mas de vez em quando seu olhar vacilava para ele. E ela ficou surpresa ao perceber que ele não parava de olhar para ela.

– Eu vou... – Tuana começou a fala, mas saiu sem terminar.

Ela não aguentava mais aquela situação. Precisava sair da mira dele, porque isso a estava machucando. Mesmo com o que Victor tinha dito, ela não sabia se o tempo reagiria ao seu favor. Ela não acreditava muito que as coisas fossem ficar bem entre ela e Felipe.

Tuana entrou na biblioteca, estava vazia. Pegou o primeiro livro que viu pela frente, só para fingir que lia, e sentou-se numa mesa. Colocou o livro no rosto e fechou os olhos. Ela respirou fundo e suspirou várias vezes.

– Romeu e Julieta. – Uma voz falou.

(Música de Cena: Still Loving You – Scorpions) –Ver Tradução: http://letras.mus.br/scorpions/35388/#traducao

Tuana abriu os olhos ainda com o livro no rosto. Reconheceu a voz imediatamente. Uma mão puxou o livro dela e ela confirmou quem era. Felipe estava sentado na frente dela olhando-a. Tuana não soube o que falar. Ela olhou para o livro na mão dele e percebeu que tinha mesmo pego Romeu e Julieta sem perceber. Ela mordeu o lábio.

Os dois ficaram ali sem nada dizer por um tempo. Tuana não conseguia olhar para Felipe, mas sabia que ele olhava para ela. Ele deixou o livro de lado e colocou a mão sobre a de Tuana. Ela sentiu seu braço se arrepiar. Lembrou-se da conversa que teve com Victor e só assim conseguiu falar.

– Você não precisa fazer isso. – Ela disse. – Não precisa vim me consolar...

Felipe apenas a olhou. Ele apertou mais a mão dela. Tuana fechou os olhos. Ela queria que ele saísse dali, ao mesmo tempo em que queria que ele ficasse mais perto dela. Ela abriu os olhos e foi dizer isso para ele, mas Felipe a interrompeu.

– Não. – Ele falou baixo. – Não é hora de falar ainda.

A menina entendeu e se calou. Por mais que aquilo parecesse um último momento entre dos dois, Tuana deixou que ele ficasse segurando sua mão e apertou a dele também. Os dois ficaram assim, apenas sentindo o toque um do outro, até que o sinal do fim do intervalo tocou. Muito relutantemente eles soltaram as mãos e Felipe saiu na frente sem nada dizer. Tuana observou e depois, com um suspiro, caminhou de volta para a sala.

Sabia que não tinha nada que pudesse fazer, a não ser esperar. Ela tinha percebido como Felipe ficou abalado com tudo o que aconteceu e isso deve ter mexido com a cabeça dele. Não era uma situação fácil. Se eles iriam ficar juntos, se o amor não foi abalado também, só o tempo poderia dizer. Ela desejou que não demorasse muito para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Opa! Victor vai embora e mesmo assim não parece que as coisas vão ficar bem né. Enfim, esperar pelo próximo e último capítulo. Até lá! :DD



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