Twilight escrita por Nara


Capítulo 5
Quarto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Vida útil na madrugada!
Oi gente, como estão? Eu estou bem, muito obrigada.
Esse capítulo custou a sair, mas finalmente saiu! Eu realmente não queria trazer um cocô para vocês, então trago esse, que julgo estar razoável. É um pouco intenso e mostra mais o lado sombrio do Edward, eu realmente quero matar esse lado pessimista e mostrar que ele sabe ser bonzinho, o apaixonante Edward Cullen, e que ele tem esse lado sádico que nunca morre.
Notinhas lá em baixo, Enjoy!



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Quarto Capítulo

Bella havia acordado com seu despertador tocando, era sábado de manhã e ela queria poder dormir o dia inteiro. Mas, sabendo que isso não seria possível, levantou da cama e se espreguiçou, dando bom-dia ao mundo.

Fez sua higiene e desceu as escadas. Ouviu o barulho que seu pai fazia na cozinha e foi até lá.

- Bom dia, papai! – saudou o policial que, mesmo sendo tão habilidoso com armas, era muito desastrado quando o assunto era tarefas do lar. Ele lutava com uma panqueca. E estava ganhando, já que ela estava estraçalhada.

- Bom dia filha. – ele cumprimentou tentando se focar no afazer. – Eu estou fazendo panquecas... Ou pelo menos tentando. – completou quando uma delas caiu no chão. Ele fez menção de limpar a sujeira.

Bella olhou tudo divertida e sem compreender como ele pôde morar sozinho por tanto tempo sem morrer de fome, ou de algo pior.

- Não se preocupe papai, é melhor que eu coma cereal. – riu dele. Charlie revirou os olhos.

– O senhor não vai trabalhar hoje? – perguntou, notando as roupas casuais do pai.

- Não, hoje eu estou de folga. – ele respondeu rapidamente.

- Ah, eu pensei que o senhor fosse trabalhar, marquei de sair com Angela. Vou desmarcar, não quero deixá-lo sozinho.

- Não. – ele respondeu rápido demais, cortando a filha. – Quer dizer... – limpou a garganta. – Deixe de bobagem, até parece que eu sou uma criança.

Dessa vez foi ela quem revirou os olhos. – Tudo bem, mas eu não vou sair agora. Angela está resolvendo alguns problemas e só vai se encontrar comigo à tarde. – ela anunciou, pegando uma tigela de cereais com leite.

- Aonde vocês vão? – indagou como todo pai zeloso.

- Angela quer que eu vá com ela até uma loja em Port Angeles, nós pretendemos comprar um vestido. – informou colocando uma colher cheia de cereais e leite na boca.

- Você não gostou das lojas daqui? Port Angeles não é perto e você não sabe andar por lá.

- Nós não vamos fazer compras, apenas buscar um vestido para o baile. – revirou os olhos.

- Baile? Você não me disse que ia ao baile. – ele ergueu uma sobrancelha e se divertiu ao ver a filha corar, não levando em consideração que ele também fazia isso geralmente.

- Eu não ia, fui chamada para o baile na quinta. – respondeu tentando se defender. – Eu também nem estou tão animada para esse baile. – atenuou.

- Mesmo? Diga-me, quem te chamou? – inquiriu se divertindo cada vez mais.

Ela não pode fugir da pergunta, Charlie a encarava ansiando por uma resposta. – O Cullen. – cochichou.

- Quem?

- O Cullen. – ela repetiu da mesma forma.

- Você não está sendo clara, minha filha. – provocou.

- Edward Cullen. – disse em alto e bom som para que seu pai ouvisse. Isso só o fez rir.

- Por que você não me disse logo que era ele? Poderia ter poupado essa cena.

- Eu não quero falar disso. – limpou a garganta.

- Tudo bem, tudo bem. Eu não vou mais te provocar. Fico feliz que você tenha aceitado o convite dele. – deixou a filha chocada com a afirmação. – De qualquer forma... Você vai voltar tarde? – o pai perguntou, parecendo esconder algo.

- Não pretendo. Por quê? – ela especulou, erguendo uma sobrancelha. Não teve certeza, mas seu pai pareceu corar.

- Por nada, eu só fico preocupado com você. Você sabe, essas estradas... E a criminalidade! – disfarçou.

- Sei... – ela estreitou os olhos, pensando no que o chefe Swan poderia estar a esconder.

Após ter tomado café, subiu para seu quarto e organizou sua estante de livros. Isso demorou mais tempo do que ela pensou que levaria, então decidiu que era hora de arrumar sua bolsa, já que ela sempre esquecia algo na hora de sair. Era quase treze horas, tratou de tomar um bom banho, lavando seus cabelos. O sol, de forma rara, estava brilhando, ainda que não tão forte quanto no Vale do Sol, mas essa era uma oportunidade de Bella usar uma saia.

Saiu do banho e, ainda enrolada em uma toalha, escolheu uma roupa bonita para vestir. Ela estava feliz em ao menos uma vez poder usar algo um pouco mais leve. Fez uma maquiagem bem casual, destacando seus grandes olhos azuis e aplicando um tom rosado em seus lábios. Pegou sua bolsa e desceu as escadas.

- Você está muito bonita. – Charlie elogiou, sentado no sofá da sala. Ela corou um pouco e agradeceu. – Não se esqueça de levar um casaco. – complementou.

- Eu sei pai. – deu um beijo no homem. – Se alguém me ligar, diga que eu já saí que fui para Por Angeles. – recomendou, pensando que a amiga poderia procurar por ela. - Até mais. – se despediu e saiu porta a fora.

Entrou em seu carro vermelho e rumou pela estrada, ouvindo músicas no rádio.

- Yesterday, and days before, sun is cold and rain is hot. I know, been that way for all my time. I wanna know, have you ever seen the rain? I wanna know, have you ever seen the rain? Comin’ down a sunny day…

A música soava no volume máximo em seus fones de ouvido, despreocupado, sua cabeça repousava sobre seus braços. Em sua cabeça, a única imagem que corria era a de grandes olhos azuis e lábios rosados, que ele desejava. Passara as últimas horas pensando em Isabella Swan e esses pensamentos faziam com que um sorriso viesse aos seus lábios.

Fazia tempo desde que ele havia querido algo tanto quanto ele queria a jovem mulher com alma de menina. Era uma injeção de vida em si.

A música mudou em seu iPod e o rumo de seus pensamentos também.

- Nossa! – ele exclamou com o mal estar que havia se instalado. Seu peito se apertou.

Estava preocupado de repente, mas ele não podia pensar na causa de seu mal repentino. Ele sabia o paradeiro de toda a sua família, e eles sabiam se cuidar, estava sendo uma manhã calma.

Tirou os fones do ouvido e saiu de seu quarto, descendo as escadas.

Esme estava espalhando flores por toda a casa, deixando o ambiente ainda mais leve.

- Onde está todo mundo, Esme? – ele indagou à figura materna.

Ela o encarou, tentando decifrar o porquê de sua pergunta.

- Rosalie e Emmett saíram em um passeio, provavelmente estão a chegar. Jasper estava com sede, ele e Alice devem estar perto do rio. Carlisle está no escritório. – ela informou parando o que fazia para encarar o filho com expressão aflita. – Você me parece preocupado. – comentou.

- Sabe quando o peito aperta de repente? Parece um mau pressentimento. – ele se sentou no sofá branco.

- Ai, meu filho, mande esses pensamentos para longe! Nós estamos todos bem. – ela assegurou.

- Tem razão, é melhor eu esquecer isso. – concluiu.

Ele ficou sentado ali mesmo, mexendo a perna direita compulsivamente, enquanto Esme arrumava tudo já perfeitamente arrumado. Carlisle apropinquou e perguntou qual o motivo do nervosismo de Edward, mas ele apenas deu de ombros.

- Não seria melhor ligarmos para Rose e Emmett? – Edward propôs ainda preocupado.

Alice e Jasper chegaram e se juntaram aos pais e ao irmão, que estavam sentados no tapete da sala de estar.

- Não se preocupe Edward, se eles estivessem mal eu veria. – Alice o acalmou.

- Eu posso ajudar. – Jasper anunciou mandando correntes de paz por toda a sala. Chegou a ser palpável.

Isso ajudou Edward, mas no fundo ele ainda estava preocupado.

- O que causa sua aflição? – o próprio Jasper indagou.

- Eu tive um mau pressentimento. – explicou ao irmão.

- Eu já disse para você não pensar nisso Edward, os pensamentos ruins atraem coisas ruins. – Esme pronunciou em sua crença.

- Dêmos um tempo ao Edward, ele só está preocupado, é normal. – Carlisle pediu a todos ali. – Se você continuar se sentindo dessa forma, nós podemos ligar para o celular de Emmett e perguntar se eles estão bem.

- Eu agradeço. – tentou relaxar, esticando as pernas, mas seu peito por nada se aliviava.

- Não precisa mais ligar, nós estamos bem aqui. – Rosalie disse da porta da frente, agarrada ao seu marido.

- Olá família! – o grandalhão cumprimentou com um largo sorriso. Ele teve um ótimo dia com sua esposa.

- Vê filho? Eles estavam perfeitamente bem, não havia motivos para preocupação. – Esme falou, mas de nada mudou o que ele sentia.

- Ele estava preocupado conosco? – Rosalie ergueu as sobrancelhas. – Que doce da sua parte. Mas nós estávamos perfeitamente bem. – beijou o marido.

- Estou vendo. – respondeu um pouco enojado com as lembranças dos dois.

- Mais confortável agora? – o tutor perguntou.

Edward passou a mão por seus cabelos, bagunçando-os ainda mais, de uma maneira nervosa.

- Alice. – clamou pela pequena.

– O que foi agora? Eles estão aqui, não estão? – ela revirou os olhos.

- Veja o futuro de nossos primos, veja se eles estão todos bem. – ordenou à irmã.

- Acalme-se Edward. Tudo bem, eu vejo. – concentrou-se para ver o futuro de seus parentes do Alasca, não foi difícil. Não havia nada que lhe chamasse a atenção.

- Está tudo bem com eles Edward, não tem por que você estar tão alterado.

- Droga! – ele exclamou exaltado.

- Acalme irmão. – Jasper ordenou, tentando mandar uma onda de tranquilidade, mas foi tudo em vão.

- Eu não quero me acalmar. – Edward foi um pouco grosseiro.

Sua mente correu entre todas as pessoas que poderiam estar em perigo e parou quando pensou em Isabella Swan.

- Merda, a Bella!

- De novo essa garota, Edward? – Rosalie ergueu uma sobrancelha, admoestando-o.

- Acha que ela pode estar em perigo? – Carlisle se aproximou colocando uma mão no ombro de seu filho.

- Veja o futuro dela Alice! – ordenou.

- Tudo bem. – ela se concentrou para tentar visualizar o futuro da garota, foi complicado, não conseguia ver tão facilmente como via o de seus primos ou o de sua família. Nada vinha à mente de Alice. – Eu não vejo nada. – informou.

Edward pareceu se alterar, ficou irritadiço. – Continue tentando!

- Eu não consigo ver! – ela respondeu ríspida.

- Calma. – Esme pediu.

– Edward, essa garota deve estar bem. Não há motivo para alterações. – Emmett tentou confortá-lo.

Ele bufou. – Eu não vou ficar aqui esperando. – saiu correndo sem dar explicações.

- Edward está começando a ficar obcecado por essa menina, isso não está certo. – Jasper comentou.

- Faça alguma coisa, Carlisle. – Rosalie pediu à autoridade.

- Não há nada que eu possa fazer. – passou a mão pelos cabelos nervosamente.

Edward entrou em seu carro na garagem e cantou pneus para longe dali, deixando sua família para trás. Ele não sabia ao certo para onde ir, cogitou passar na casa de Isabella, mas o que ele diria se ela estivesse bem? Optou por discar o número de telefone há muito memorizado, mas nunca discado.

- Alô. – o chefe de polícia disse do outro lado da linha.

- Por favor, eu gostaria de falar com Isabella. – Edward pediu aflito, na esperança de que a jovem estivesse segura em casa.

- Quem fala? – perguntou concentrando-se no diálogo.

Edward não queria prolongar a conversação, queria apenas uma resposta rápida. – Aqui quem fala é Edward Cullen. – disse imponente, como se a menção de seu nome pudesse facilitar as coisas para si.

- Cullen? – ele não soou muito espantado – Bella não está. Ela foi encontrar com uma amiga em Port Angeles. – respondeu atenciosamente.

Port Angeles. Acelerou o carro rumo à estrada. - Desculpe-me, mas ela informou à que hora ela saiu ou com que amiga ela está? Eu preciso realmente falar com ela. – insistiu.

- Rapaz... – fez uma pausa. – Não tem muito tempo que ela saiu e disse que não demoraria. Que eu saiba ela foi comprar um vestido com Angela Webber. Algum problema?

- Nenhum senhor. – redarguiu respeitoso.

- Quer deixar algum recado?

- Muito obrigada senhor Swan, depois falarei com ela. Até mais. – desligou o telefone e agradeceu o quanto seu carro era rápido. Ele poderia alcançar Bella, o empecilho seria saber a qual das malditas inúmera lojas Bella e Angela iriam.

Xingou a vida de todos os nomes imagináveis por não ter o número da Webber, agora ele tinha quase certeza de que Isabella estava em perigo. Port Angeles era mais movimentada que Forks, e a taxa de criminalidade era proporcional, sendo Bella uma garota frágil e convidativa, ela se tornava uma presa em um mundo de predadores.

Ela chegou ao seu destino, as ruas não estavam cheias, porém mais cheias do que em Forks. O sol já não brilhava tão quente quanto no meio dia, não faltaria muito para ele começar a se esconder. Ela procurou o café no qual Angela instruiu que ela a esperasse.

Era um lugar pequeno, mas muito aconchegante. Bella se sentou em um banco em frente ao balcão e logo uma garçonete perguntou o que ela desejava. Pediu um café e esperou pela Webber.

Os minutos se passaram e o sol cada vez mais se escondia. Nada de Angela chegar ao local. Bella começou a se sentir impaciente, se perguntava se algo teria acontecido com a jovem. Era um misto de preocupação e irritação.

Em dado momento, seu celular tocou. Ela leu o nome da moça no visor, sentindo-se aliviada por receber alguma notícia.

- Alô. – atendeu rapidamente.

- Bella... – ela falou do outro lado da linha. – Bella, eu não vou poder encontrar com você. Um carro bateu na minha traseira, o cara é um maluco, vou ter que resolver isso primeiro. Algum problema?

- Claro que não. Está tudo bem? – ela se preocupou.

- Comigo sim, mas o estado do carro do homem é pior do que o estado do meu. – informou. – Eu sinto muito Bella, não queria fazer você perder o seu tempo.

- Imagine... Resolva isso primeiro e não se preocupe comigo.

- Obrigada. – Angela foi grata pela compreensão de Isabella. – Nós nos falamos depois. – despediu-se.

O telefone ficou mudo. Bella passou a mão pelos cabelos sem saber o que fazer. Cogitou voltar para casa, mas achou melhor não. Ainda era cedo e ela gostaria de passar em uma livraria antes de voltar. No entanto, ela sabia que não conhecia aquelas ruas e tinha medo de se perder, contava com a companhia de Angela.

- Gostaria de mais alguma coisa senhora? – a garçonete perguntou notando o copo vazio de Isabella e induzindo-a a comprar mais ou pedir a conta.

- Não, pode trazer a minha conta. – comandou. – Ouça... – chamou a atenção da moça. – Você sabe onde tem uma livraria aqui por perto?

- Bem, tem a que todos costumam ir, ela é ótima, mas não é perto daqui. – a garçonete informou escrevendo em seu bloquinho. – E tem uma menor a três quadras daqui, mas ela também é muito boa e você pode ir a pé. Bem, você tem que ir a pé, não tem onde estacionar. – soltou uma risada nasalada.

- Como eu faço para chegar lá? – questionou mais uma vez.

- É só descer a rua, três quadras, você vai saber, a rua começa a se estreitar. Para voltar basta subir direto, sem dobrar nenhuma esquina. – respondeu colocando a conta na frente de Isabella e recolhendo o copo vazio.

- Muito obrigada. – Bella agradeceu e deixou uma nota em cima do balcão, saindo da loja logo em seguida.

Estava começando a esfriar e a lua já havia aparecido. Certificou-se de que seu carro estava bem estacionado, levando em consideração o que a garçonete havia dito. Fechou a jaqueta e caminhou rua a baixo até a tal livraria.

A rua realmente foi se tornando mais estreita a partir da segunda esquina e a qualidade da iluminação foi decaindo. Não foi difícil localizar a loja, o que fez com que ela se sentisse aliviada. Era um local não muito grande, mas tinha um número considerável de títulos. O cheiro de livro novo tomou conta deixando-a feliz.

Levou muito tempo até que ela escolhesse o que levaria, gostaria de levar todos, e nisso o sol já havia sumido do céu, dando lugar à escuridão da noite. Carregando sua sacola, sentiu a brisa batendo em suas pernas despidas, tremeu descendo as escadas até alcançar à calçada. Caminhou pela rua escura, seguindo sempre reto, como o indicado. Não havia outras pessoas na rua, mas de repente ela ouviu passos atrás de si. Procurou não se importar com isso.

Já fazia mais de uma hora que Edward acelerava pelas ruas de Port Angeles, vagando a procurar por algum sinal de Isabella. Não encontrou os pensamentos de Angela Webber em nenhum lugar, em nenhuma loja. Não acreditava que elas teriam ido muito longe. Ele passava por uma área com diversos bares e receou que Bella tivesse passado por ali, muitos homens bêbados reunidos em um sábado à noite, afogando suas magoas e afundando suas vidas com o vício.

No entanto, suas preces não foram atendidas. Ele avistou o carro de Bella estacionado em frente a uma lanchonete, tinha certeza. O carro vermelho tinha os mesmos caracteres na placa. Estacionou o seu próprio e adentrou o local, esperando que ela tivesse passado realmente por ali.

Boa parte da clientela parou para olhar Edward passando, sua beleza inumana chamou a atenção. Parou próximo ao balcão e esperou que alguém viesse atendê-lo.

- Posso ajudá-lo? – uma moça morena perguntou um pouco oferecida.

- Eu estou procurando uma moça, o nome dela é Isabella. Ela tem cabelos castanhos, pele bem clara, sobrancelha marcada, olhos azuis. Pode me informar se ela passou por aqui? – pediu educadamente.

- Eu atendi sim uma moça há uns quarenta ou cinquenta minutos, ela parecia se encaixar nessa descrição. – informou.

Edward sorriu e agradeceu aos céus.

- O carro dela está estacionado aqui em frente, por um acaso a ouviu dizer se iria para algum lugar? – pensou se deveria subornar a moça que, diferentemente de Bella, se oferecia para ele.

- Bem, ela me perguntou se eu conhecia uma livraria aqui por perto. Disse que ela descesse a rua, três quadras, mas que ela não teria onde estacionar o carro. Normal que ela o tenha deixado aqui. – disse sem ânimo, prevendo que a moça que ele procurava preocupado fosse sua namorada.

- Mas já tem quase uma hora? – ele se perguntou, surgindo uma ruga em sua testa. – Muito obrigada pela informação. – agradeceu, deixando apenas uma nota no balcão.

Saiu dali em direção à livraria que a garçonete havia indicado. A rua ficava cada vez mais escura e estreita, estando um breu completo em alguns pontos.

- Bem a sua cara Isabella. – reclamou em meio à escuridão.

Bella começou a sentir-se desconfiada da silhueta que vinha atrás de si, parou por um instante, deixando que quem quer que fosse passasse por ela, mas isso não aconteceu. Os passos cessaram. Daí por diante, apertou o passo na esperança de fugir da figura, a rua se tornava muito escura.

De repente ela não conseguiu mais ouvir as pisadas, olhou para trás sem ponderar se isso era prudente e deu de cara com a figura de um homem.

Ele a agarrou e a jogou em um muro próximo, suas costas bateram nos tijolos causando-lhe dor.

- Socorro! – ela gritou. – Socorro! – repetiu a plenos pulmões, mas não teve tempo de pedir ajuda mais uma vez, recebeu uma forte tapa na cara.

O homem que cheirava a nicotina a enquadrou e dificultou a movimentação de Isabella, mas que continuava a bater seus braços e suas pernas contra ele. Sem ser intimidado, subiu uma de suas mãos nojentas pela perna esquerda de Isabella, fazendo com que ela soltasse um grito abafado pela outra mão, que marcava a pele branca da moça.

Bella passou suas mãos pelo muro atrás de si, até conseguir enfiar uma delas em um buraco do qual arrancou um pequeno pedaço de tijolo. Com ele, bateu na cabeça no criminoso com toda sua força. Ele deu um passo para trás, abandonando-a momentaneamente. Ela se aproveitou desse segundo para gritar novamente por ajuda, mas ninguém parecia ouvi-la.

Ele veio para cima dela de novo, mas antes que a alcançasse, Bella o chutou com seu sapato pesado e tentou correr. Antes que conseguisse chegar à luz, foi jogada ao chão, com o homem que puxou um canivete do casaco rasgado, colocando-o no pescoço de Bella.

- Você deu trabalho. – ele disse claramente fora de si. – Não vai mais me dar, não é? – riu uma risada medonha perto da face pálida da garota.

Ela não encontrou sua voz enquanto grossas lágrimas escorriam por sua face. Sua cabeça rodou quando sentiu as mãos do perigoso homem alcançando seu lingerie, por debaixo de sua saia. Ela tinha medo do sangue que parecia ter no olhar daquela pessoa que a fazia tanto mal, sem ela ter feito nada a ele.

- Ajuda. – mexeu seus lábios sem conseguir emitir som, paralisada pelo medo.

Com sua audição apurada, Edward ouviu os gritos de socorro de Bella e correu em direção ao som.

- Eu sabia, eu sabia. – repetia freneticamente.

Ouviu bem as palavras do bandido e o ódio cresceu em seu peito.

Edward rugiu como um leão quando viu aquele asqueroso tocando em Isabella daquela forma, com tanta brutalidade e de forma tão suja. Ela parecia machucada, fraca. Edward não teve forças para aguentar mais e agiu por impulso, jogando seu corpo de encontro com o do criminoso, levando-o ao chão, para longe da frágil.

Edward levantou o maníaco pelo colarinho, olhando diretamente em seus olhos e fazendo questão de que ele olhasse em seus olhos também.

- Santo Deus! – ele gritou assustado quando viu o olhar de Edward brilhando na escuridão.

- Sua boca imunda não deveria pronunciar o nome de Deus. – pareceu sádico, com um sorriso torto nos lábios.

O Cullen estava pronto para matar aquele que ele julgava ser como um animal asqueroso, mas se reteve quando ouviu o soluço de Bella atrás de si, ela devia estar morrendo de medo dele. Matar alguém na sua frente não ajudaria de nada em seu discurso de esclarecimento.

Com calma colocou-o no chão, soltando-o logo em seguida.

- Corra! – ordenou com uma voz baixa e assustadora. O homem, com olhos arregalados, cambaleou dando dois passos pra trás, mas, assim que conseguiu desviar o olhar aqueles olhos inumanos, o criminoso correu para longe do local, se perdendo na escuridão.

Ela permanecia jogada, mantendo suas pernas o mais próximas possível de seu corpo. Todos os seus membros tremiam e de seus olhos rolavam grossas lágrimas que molhavam sua face.

- Bella. – tentou chamar a atenção da morena, mas seus olhos permaneciam desfocados, arregalados. – Sou eu, Edward. Por favor, fale comigo. – implorou querendo chorar também.

O pranto não cessou, ele a abraçou aninhando-a junto ao seu peito, ansiando por poder aquecê-la, mas sem ser capaz. Afagou seus cabelos enquanto, ajoelhado junto a ela, mantinha-a sob sua segurança. Naquele momento jurou que não mais deixaria Bella desprotegida, a mercê de um marginal. Ele cuidaria dela, lhe daria carinho, conforto e tudo mais que lhe fosse necessário.

- Edward. – ela finalmente respondeu, ainda que em voz baixa, mas demonstrando em fim um pouco de consciência ao abraçá-lo de volta. Apertou-a mais ainda em seu peito.

- Eu estou aqui com você.

- Edward! – pranteou alto, libertando-se em seu choro. – Me ajuda, por favor, me ajuda.

- Você está bem, tudo já passou aquele homem já foi embora. Eu vou te levar para casa. – agarrou-a junto ao seu corpo e os dois caminharam pelo caminho escuro a passos curtos.

Era tão perto da avenida, mas, no momento do desespero, parecia o infinito.

- Me dê sua chave. – pediu quando chegaram ao local onde seus carros estavam estacionados, em frente à lanchonete. Já não havia muitas pessoas ali.

Ela estava aérea e chorosa. Tateou em seus bolsos até encontrar as chaves de seu carro, dando sorte de tê-las deixado no bolso e não na bolsa, que agora não fazia a menor ideia de onde estaria. Edward abriu a porta do carro vermelho e colocou-a sentada no banco do carona.

- Você está bem? – ele indagou.

- Aquele homem... Eu senti tanto medo, tanto medo. – repetiu com os olhos perdidos no nada.

- Você precisa se acalmar para que eu possa te levar para casa. Como nós tivemos sorte...

- Como você me encontrou? – fez a Edward a temida pergunta, ele desviou o olhar respirando fundo.

- Eu estava em Port Angeles. – mentiu. – Mas isso não importa agora, você está a salvo. – passou as mãos pelos cabelos bagunçados da morena. Ela enxugou as próprias lágrimas retomando aos poucos o controle.

- Eu tenho que ir pra casa. – soluçou.

- Eu vou te levar. – fez menção de se levantar para que pudesse alcançar o banco do motorista.

- Por favor, me deixe sozinha. – implorou com o choro preso em sua garganta novamente.

- Eu não posso deixar você sozinha. – protestou. – Você não está em condições de ficar sozinha, de dirigir.

- Por favor, me deixe. – algumas lágrimas desceram por suas bochechas, rasgando o peito de Edward.

Ele não se sentiu feliz com aquilo, a preocupação estava matando-o, mas ela estava chorando, implorando para ele, e ele não tinha nada a fazer a não ser conceder suas vontades.

- Vai ficar tudo bem. – tentou assegurar para si mesmo. Ela balançou a cabeça em concordância passando em seguida para o banco do motorista.

Ele fechou a porta do carona e deu a volta no carro, abrindo à esquerda. Sentia-se muito inseguro.

- Que Deus te proteja. – foi a única coisa que conseguiu dizer, ainda que, há muito tempo, tivesse deixado de acreditar em tal divindade. Mas, para uma pessoa tão boa quanto Isabella Swan, caso Ele realmente existisse, não haveria como negar proteção, pois sua alma era bucólica.

Bella partiu pelas ruas de Port Angeles deixando Edward com o peito apertado, em que o medo dominava, mas não fazia com que o ódio não existisse. Amaldiçoava aquele que ousara colocar a vida daquele ser em risco.

- Eu vou te matar. – jurou e entrou em seu carro buscando pelas ruas o ensejo de sua cólera.

Não levou muito tempo em sua busca, ele podia ouvir a mente imprecisa do homem. Era um lugar sujo, onde outros homens bebiam - alguns caindo pelas tabelas - outros se aguentavam no intuito de lavar seus problemas com a bebida.

Edward entrou no estabelecimento olhando tudo ao redor, o ambiente era desagradável. Quem ele procurava estava sentado em frente ao balcão, com um copo de álcool à sua frente, virando cada dose rapidamente. Ele estava confuso, e acima de tudo frustrado. Não passava de um maníaco. O Cullen se aproximou e se sentou no banco ao lado.

- Noite difícil? – perguntou para o homem que se virou.

Ele tomou um susto quando encarou aquela mesma face de antes, mas isso não lhe causou o mesmo medo de outrora. Edward sorria cínico.

- Vá se danar! – levantou-se chegando mais perto dele, que permanecia sentado, calmo, como se nada estivesse acontecendo. Mas olhou diretamente em seus olhos.

O agora bêbado andou rápido para fora do estabelecimento, deixando o garçom esbravejar por não ter pagado a conta. Edward riu divertido.

Fazia muito tempo desde que Edward não perseguia um ser humano. Não era da índole de seu amigo e mentor, Carlisle, praticar tais atos. Sua bondade era infinita. Já Edward nunca escondeu de ninguém seu lado animalesco, ainda que sua sensatez fosse a maior virtude. Em síntese, Edward se propôs a viver como o pai, sem derramamento de sangue.

Mas realmente esperava que, quando voltasse para casa, sua família não o julgasse.

- Já que eu o espantei, achou justo não deixá-lo no prejuízo. - Deixou uma nota em cima do balcão, sorrindo para o garçom. O mesmo agradeceu e assim o vampiro saiu pelas ruas escuras de Port Angeles, apertando o passo para acompanhar o embriagado.

De início, não notou a presença de Edward atrás de si, mas quando notou, sua respiração mudou para um ritmo mais rápido, assim como seu coração e seus pés, que tentaram correr para longe. Cada vez mais, o boa-pinta se divertia com a cena. Isso durou uns minutos, alcançaram um canto escuro, e o Cullen decidiu acabar com aquilo de uma vez. Veloz, se plantou na frente do criminoso, fazendo com que ele levasse um susto.

- O que você quer? – gritou com a voz entorpecida.

- O que eu quero? – riu. – O que você queria com a Isabella? – inclinou a cabeça para um lado, dando passos em direção ao homem, que dava passos afastando-se. – É ruim ser seguido, não? Dá medo.

- Me deixe em paz, merda! – gritou novamente.

- A garota que você perseguiu hoje sentiu tanto medo quanto você está sentindo agora. E todas as outras garotas do qual você fez o mesmo, também. Mas você acha divertido, não é? É divertido vê-las gritar, vê-las implorar. Sabe que eu também vou achar isso muito divertido.

- Eu vou te matar, seu desgraçado. – tirou o canivete do bolso da jaqueta e avançou para cima de Edward, de desviou sem esforço.

Aproveitou a oportunidade e deu um soco, não usando toda a sua força, na face do homem, que foi ao chão. Edward o levantou pelo colarinho da jaqueta que o ente vestia.

- Eu deveria te entregar para a polícia, mas não vou fazer isso. – encarou os olhos azuis do delinquente. – Mas eu não vou fazer isso, porque você mexeu com algo que é meu. E eu detesto que façam isso. – fez o ente tremer. – No entanto eu não vou te matar, como você fez com aquela moça há um ano. – leu na mente do indivíduo.

Pela face suada do rapaz rolou uma lágrima de culpa. – Eu não queria, eu juro que não queria. – chorou lembrando-se da loira que deixara de existir na noite em que cruzou seu caminho. Ele não quis fazer aquilo, mas não pode deixar de possuir aquele ser desprotegido que corria com medo pelas ruas escuras, assim como Isabella.

- Você precisa pagar Joe, não precisa? – sussurrou.

- Me desculpe. Me desculpe. – fechou os olhos enquanto mais lágrimas vinham a sua face.

- Não há desculpa. – respondeu e levou-o ao chão.

Joe tentou reagir, lutar com Edward, mas era inútil. Sua força era inferior e foi facilmente dominado. Não, Edward não iria matá-lo, contentou-se em ver a cara de desespero do mortal enquanto o castrava.

As mãos de Edward estavam cobertas com o sangue do ente que permanecia jogado ao chão, chorando e gritando.

- Você deu trabalho. Não vai mais dar. – repetiu as palavras que ele havia dito para Bella anteriormente.

Saiu dali, tirando todo o ódio de seu peito, sentindo a confusa sensação da vingança, doce e amarga.

As lágrimas de Bella embaçavam sua visão, mas conseguiu achar o caminho até sua casa. Ainda estava muito abalada, suas mãos, bem seguras no volante tremiam. Não foi pensando que saiu de seu carro e se arrastou para dentro de casa, as luzes estavam acesas, Charlie estava na cozinha lavando pratos.

- Filha, você demorou. Comprou o vestido? – saudou vindo para a sala com um sorriso no rosto.

Ela não se virou para encará-lo, sequer prestara atenção no que ele havia dito, já estava no primeiro degrau.

- Você está bem Bella? – o chefe de polícia indagou preocupado, ela parecia diferente, aflita. – Olhe para mim, fale comigo. – segurou em um braço dela fazendo-a virar para encará-lo. – O que aconteceu? – quase gritou quando viu os olhos vermelhos, cheios de lágrimas de Isabella. Em nenhum momento elas pararam de jorrar.

- O que aconteceu? – inquiriu novamente. Ela não respondeu, apenas se jogou nos braços de seu pai, soluçando muito. A tremedeira voltou, Charlie sentou-se na escada, trazendo Bella agarrada ao seu peito. Não questionou mais, apenas balançou-a para trás e para frente, embalando-a como uma criança. Como quando ela era um bebê e chorava à noite.

- Foi horrível papai. – ela conseguiu soluçar.

- O que aconteceu com você? – sua voz estava carregada de preocupação. A menina não conseguiu falar mais.

Charlie pegou-a no colo e a carregou até o andar de cima, entrando no quarto de sua filha e pousando-a na cama.

- Não pai, eu estou suja. – protestou quando ele fez com que ela se deitasse. – Havia um homem... – começou, mas não conseguiu mais falar ao ver a cara de seu pai e as lembranças fatídicas. Charlie cerrou os pulsos, a raiva subindo, deixando-o vermelho.

Bella correu para o banheiro, deixando o pai preocupado e furioso. Arrancou suas roupas e entrou debaixo do chuveiro, da água quente, deixando que ela lavasse seu corpo e a acalmasse. Escorregou até se sentar no chão, de pernas cruzadas. As lágrimas se foram junto com a água que corria para o ralo. Permaneceu ali durante um bom tempo, até que a água quente começou a acabar. Não queria mais sentir frio. Fechou o registro e vestiu um roupão felpudo.

O chefe de polícia permanecia sentado na cama da filha pensando em todas as possibilidades do que teria acontecido. Jurou que quem quer que tenha tocado em sua filhinha pagaria muito caro por isso.

Isabella enxugou o rosto e voltou ao seu quarto, encontrando o olhar do pai. Ela devia uma explicação ao furioso Charlie.

- Abusaram de você. – não foi uma pergunta, seu roso havia adquirido uma tonalidade de vermelho graças à sua raiva.

- Ah, papai. – ela correu para os braços de seu pai, sentando-se em seu colo como se fosse uma criança. – Eu fiquei tão apavorada. Não conseguia pensar em nada, não conseguia falar. Eu tentei pedir socorro... – as lágrimas queriam voltar. – Mas eu não encontrava a minha voz. Eu pensei que ele fosse me matar, aquele homem, ele estava armado. Eu tive tanto medo, pai.

- Ele te machucou? Eu juro que não vou sossegar enquanto não ver esse homem atrás das grades pelo resto de sua vida imunda.

- Ele está por aí, solto, quem sabe fazendo com outras garotas o que tentou fazer comigo. Mas e se elas não tiverem tanta sorte, e se ele conseguir fazer mal a elas? – questionou deixando seu pai indignado.

- Mas ele te fez mal Bella, não basta você ter saído viva, aquele homem precisa pagar. – travou sua mandíbula.

- Ele não conseguiu pai, ele não me fez mal. – uma lágrima, de emoção, rolou por sua face. Essa sim podia ser derramada.

- Como não? – encarou-a muito confuso.

- Eu pensei que ele fosse me machucar, ele ia. Mas o Edward apareceu, eu não sei como, mas eu acho que Deus o mandou para me ajudar pai. Eu não me lembro do que aconteceu, tudo ficou escuro de repente, quando me dei por mim ele estava lá. Ele estava lá, pai. – permaneceu emocionada.

- Você está me dizendo que aquele homem não abusou de você, que Edward apareceu para te ajudar? – ela balançou a cabeça em concordância, com um sorriso largo no rosto.

A cabeça de Charlie, que sempre trabalhou para solucionar casos, deu um nó. Edward Cullen.

- É melhor você dormir Bella. Amanhã é um novo dia. – preocupou-se com o quanto ela devia estar traumatizada. – Descanse minha filha. – deu um beijo na testa de Isabella e deitou-a na cama.

- Papai? – ela chamou a atenção antes que ele se afastasse. – Eu não agradeci a ele. – contou dando-se conta de que pouco falara com seu salvador.

- Você vai ter muito tempo para isso querida. – sorriu. Passou a mão pela face pálida da garota e saiu de seu quarto, deixando a porta entreaberta.

- Edward Cullen? – ele indagou para si mesmo, pensando na chamada do adolescente e em qual ligação isso tudo teria.

O vampiro não quis entrar pela porta da frente de sua casa, subiu por uma árvore e entrou pela grande janela de seu quarto, fugindo o quanto podia de sua família.

Para o seu espanto, não era ninguém mais, ninguém menos, do que Rosalie a estar sentado na grande cama com lençóis negros. Ela olhava para o chão e levantou o olhar para encarar o irmão. Notou as mãos sujas de sangue, que ele não fez a mínima questão de esconder, sua família ficaria sabendo de qualquer forma. Ele caminhou para o banheiro sem trocar nem uma palavra com a loira que analisava cada movimento seu.

Abriu a torneira prateada da pia e lavou suas mãos, fazendo com que um líquido vermelho escorresse pelo ralo em contraste com a pedra branca.

- Então você fez mesmo, não é? – ela indagou atrás dele. Edward encarou-a pelo espelho à sua frente, Rosalie estava encostada ao batente da porta com uma expressão séria.

- Eu não sei. O que você acha que eu fiz? – virou-se erguendo uma sobrancelha. – Ou melhor, o que vocês acham que eu fiz? – corrigiu.

- Não se faça de desentendido, sabe que em outra situação Carlisle seria o primeiro a vir falar com você e não eu. Mas esse não é o caso, você deixou todos chocados. Edward Masen, o exemplo de sensatez, de autocontrole, o grande sábio...

- Eu vou encarar isso com humor. – pegou uma toalha e secou as mãos.

- Sempre. – ela sorriu sem graça. – Como ela está? – mudou de assunto abruptamente.

- Poderia ser mais específica...

- Você sabe que eu estou falando da garota Swan. Alice pode sentir o quão preocupado você ficou. Eu só quero saber se ela está bem, não pense que eu não compreendo essa dor.

Ele respirou fundo. – Eu sei que você compreende Rosalie, eu vejo na sua mente. Eu vi antes. – respondeu. – Mas eu não sei como ela está, graças a uma força maior, nada de pior aconteceu com ela, mas ela saiu sozinha, eu tive que deixá-la.

Deu espaço para que o irmão passasse por ela, sentando-se na cama. Edward desabotoou a camisa, mostrando seu peitoral e se jogando na cama.

- Eu realmente não sei o que se passa por sua cabeça Edward, e mesmo que eu soubesse, não compreenderia. Continuo achando que você é um inconsequente se aproximando dessa garota, ela não pertence ao nosso mundo. Mas... Eu fico feliz que você esteja ao lado dela, para protegê-la, ao menos. Eu teria gostado de ter a mesma sorte que essa menina tem.

As palavras da loira surpreenderam Edward. Ele compreendia o quanto Rosalie ficava mexida em saber que havia garotas que sofriam todos os dias o que ela sofrera há muitos anos atrás. Mas demonstrar não era de seu feitio.

- Eu também acho que sou um inconsequente, Rosalie. Eu estou obcecado por ela e não poderei viver em paz enquanto não a tiver em meus braços. Mesmo que ela não pertença ao nosso mundo, não vou deixá-la, ela é minha agora e apenas minha. – respondeu à irmã, que balançou a cabeça indignada com o quão maluco ele podia ser.

- Apesar do quão decepcionados todos parecem estar com você, eu prometo que não vou mais julgar suas insanidades. – caminhou em direção à porta para deixar o irmão sozinho.

- Rose. – ele chamou atenção. Rosalie se virou. – Eu não deixei e nem vou deixar de ser a pessoa na qual Carlisle me transformou, o sangue que você viu foi de justiça, apesar do ódio que eu sentia. Não podia deixá-lo impune, mas eu não o matei. – explicou-se.

Ela sorriu. – Eu sabia que você não seria capaz. Mesmo com todas as suas manias, suas loucuras e com toda a fúria que há dentro de você, você é bom, Edward. Talvez o melhor de nós.

- Obrigada Rosalie. – ela se retirou deixando que o vampiro ali ficasse, assimilando uma infinidade de sentimentos que há muito tinha esquecido.


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Notas finais do capítulo

Vou fazer a pergunta de sempre: O que acharam? Digam-me nos comentários.
Sabe, eu vou fazer uma brincadeira. Vocês sabem que o autor pode selecionar os melhores comentários do capítulo, certo? Pois bem, eu não só vou começar a fazer isso como vou respondeu ao melhor comentário no post do próximo capítulo. Então faça uma pergunta bem legal, algo que todos queiram saber. Tá liberado pedido de spoiler, só não me faça contar toda a história.
Eu espero que vocês tenham gostado, eu sei que muita gente não vai gostar, mas tudo bem.
A próxima a ser atualizada é "Ainda". Até a próxima, Narinha.



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