POV Madu.

– O que você quer? – falei quando ele destampou minha boca.

– conversar. – disse da forma mais calma possível.

– eu não tenho nada pra conversar com você. – tentei em vão soltar meu braço.

– será que não mesmo? – perguntou irônico.

– Não. – disse rude. – e me solta, esta me machucando.

– olha pra minha cara de preocupado com você garota, foi só você vir morar aqui pra minha vida se tornar um inferno, você se faz de boazinha inofensiva, mas só presta para infernizar, só pra isso, fez seu showzinho pro Jhon, agora pra ele quem não presta sou eu, mas cuidado ele é comprometido. – disse com raiva mas ainda mantendo o tom para não acordar Helena.

– agora sou eu o problema, me poupe você deve ser bipolar, não só pode ser esta a explicação. – disse irônica.

– Bipolar, tem certeza que sou eu, pra quem ontem estava toda animadinha querendo se entregar, e depois bancou a mocinha ingênua e arrependida, você devia estar com sua família agora. – respirei fundo e tentei conter as lagrimas que se formavam.

– você é louco mesmo, vai se tratar, à única coisa que rolou com meu consentimento foram uns beijos, o resto eu não quis e sabe por que ? – pausei por um momento. – Porque eu tenho nojo de você, alguém egoísta e prepotente como você é digno de pena, alguém que se acha dono da razão,se acha melhor que todos, e que pensa que pode maltratar os outros, eu quero distância de gente assim como você, por tanto sai daqui e nunca mais olhe na minha cara, vamos fingir que não nos conhecemos ou melhor que um não existe para o outro. – disse o empurrando para porta. – e em uma coisa você tem razão, eu devia mesmo estar com a minha família, e preferiria ao ter que conviver com alguém tão covarde ao ponto de usar as feridas dos outros para atingir e magoar. – disse em meio a lagrimas que não consegui conter.

– você ainda vai se arrepender de ter vindo para esta casa. – ele disse frio.

– tarde demais, pois eu já me arrependi. – disse batendo a porta e a trancando em seguida.

Deitei na cama e o travesseiro logo se inundou de lagrimas, demorou um pouco. mas o sono venho, não que ele tivesse durado muito, pois as 3h00 da manhã acordei novamente, o clima lá fora estava tenso, fora o frio que fazia pude ouvir uma chuva começando, rolei na cama sem sono até a hora de levantar e me arrumar para o colégio, pelo menos de casa até a escola não choveu, o dia foi bem produtivo a ultima aula era com Jhon, e como na escola ele era apenas meu professor nos tratamos como tal, finalmente o tão sonhado sinal tocou avisando que era hora de ir embora, como de costume estava indo embora andando, a chuva que caiu a manhã toda havia cessado, pelo menos até eu chegar a próxima esquina, e um verdadeiro temporal começar a cair, andei o mais rápido que pude, e como já estava totalmente molhada voltei a andar normalmente, quando um ser bipolar passou ao meu lado quase jogando água de uma poça em mim.

– Desgraçado. – gritei e ele apenas buzinou.

O restante do caminho foi mais tranqüilo afinal já tinha me acostumado com a chuva...

O passar da semana foi bem tranquilo, apenas da escola pro quarto, e do quarto para a escola, no meio da semana até sai com a Camila, para comprar algumas coisa que ela precisava para uma festa que daria no fim da próxima semana. O final da semana já foi mais trágico fiquei sábado todo trancada no quarto e domingo e fui  almoçar na casa do Jhon, com ele, Camila e os pais dele que eram ótimas pessoas. Quando voltei pra casa já era noite, sabia que a Helena não estaria por lá, então depois do almoço resolvi dar uma volta no shopping, entrando na casa percebi tudo muito quieto, mas quando subi percebi que no quarto do bipolar as coisas estavam bem animadas, mas nada que me surpreendesse, já que quando Helena dava seus plantões, a parte da noite foram assim.

Novamente um começo de semana normal, não só o começo como a semana toda, a única diferença era que hoje (sexta), teria a festa fantasia da Camila, e eu ainda estava procurando uma fantasia, felizmente consegui encontrar na minha terceira ida ao shopping, acabei por escolher uma de Alice, sabe aquela do pais das maravilhas, essa foi a única que eu gostei um pouquinho. Já eram 19:00 e o Jhon vinha me buscar as 20:00 tratei logo de me arrumar, vesti a fantasia junto com uma bota cano alto de salto fino, uma maquiagem leve, e desci comer alguma coisa antes que Jhon chegasse.

– Oi. – Helena disse ao entrar na cozinha. – Nossa que linda .

– obrigada. – disse corando.

– mãe já estou indo. – disse o traste que eu não via algum tempo.

– tudo bem, boa festa pra vocês então.

– obrigada. – disse o bipolar já saindo.

– você não vai com ele? – perguntou, assim que saiu o idiota fantasiado de pirata.

– não o Jhon passa me pegar. – logo que falei ouvi a buzina. – não disse, então até amanhã. – falei dando um beijo em sua bochecha.

Sai em direção ao Jhon que estava do lado de fora do carro com uma fantasia de policial.

– Oi Alice. – disse ele me abraçando e girando no ar.

– Oi senhor policial. – debochei.

– então vamos?

– vamos sim. – o caminho até a festa fomos ouvindo Bom Jovi, cantando feito dois bobos.

A festa já estava bem animada, e como eu não encontrei ninguém interessante, decide dar uma volta, como a festa estava sendo em uma chácara me afastei do salão onde as pessoas estavam e fui até a piscina, onde havia apenas alguns casais, estava tão distraída, que quase não vi quando um rapaz fantasiado de romano parou atrás de mim e sussurrou em meu ouvido.

– olha Alice que, se você quiser eu te levo a maravilha. – e depois caiu na gargalhada. Recuei um passo assustada. – desculpa te assustar, é que não resisti em fazer uma piada idiota, eu sou o Douglas. – disse estendendo a mão e eu aceitei. – e a Alice ai tem nome, ou é Alice mesmo?

– prazer Maria Eduarda. – disse sorrindo Douglas era um cara bem atraente e simpático.

– é um nome muito bonito.

– talvez, mas eu prefiro Madu. - disse dando de ombros.

– Ok, então senhorita Madu. – disse irônico. – vai ficar a noite toda admirando a lua?

– Por que não posso?. – me fiz de grossa.

– pode sim, é que preciso saber onde eu vou ficar o reto da festa. – falou fazendo cara de pensativo. – tudo bem que eu queria dançar, mas se você preferi a lua, por mim tudo bem.

– dançar parece bom. – falei aceitando a mão que ele estendeu a mim.

Assim que entramos no salão de mãos dadas, senti dois olhares curiosos, e um terceiro raivoso sobre mim, Douglas era um cara bem divertido dançamos umas quatro musicas agitadas, e uma outra lenta, bebemos, claro que pra mim nada de álcool, e conversamos, depois fui ao banheiro com a Camila, que fez diversas perguntas sobre o Douglas, e disse para mim curtir a noite, eu apenas ri do conselho maluco da doida. De repente senti uma forte pontada na cabeça e tudo aos poucos escurecer, as vozes ao meu redor sumiram aos poucos até a escuridão se tornar completa.