Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 29
Capítulo 28 – Euforia


Notas iniciais do capítulo

Boa noite leitores! ^^
Hoje quero pedir um imenso favor de vocês. Quero que deem uma olhada com carinho na fic da minha amiga: https://fanfiction.com.br/historia/252818/Enigmas
Eu recomendo não só pq é uma amiga minha que escreve, a história é realmente muito boa, vcs vão gostar ;)
Capítulo de hoje não está tão empolgante, mas é o começo de algo muito bom que esta por vir ;)



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Como é que se olha na cara do seu namorado no dia seguinte ao da sua primeira vez? Definitivamente deveria existir algum livro que explicasse isso detalhadamente. Eu não fazia ideia de como agir nem do que eu ia dizer. Tentei não pensar naquilo, pelo menos por enquanto.

Tinha escapado do chalé de Poseidon no meio da noite e voltado para o chalé de Atena. Tomei todo o cuidado para me levantar e colocar a roupa sem fazer barulho. Ainda consegui ficar uns instantes admirando Percy enquanto dormia antes de fugir de lá. Ele certamente não deve ter achado nada legal acordar e não me encontrar lá. Eu já tinha achado péssimo ter que passar o resto da noite sozinha, imagine ele que nem pode opinar sobre o assunto. Mas era melhor assim. Corríamos menos riscos se meus irmãos vissem que eu estava lá ao acordarem.

Claro que foi muita ingenuidade da minha parte acreditar que aquela história passaria despercebida. Meus irmãos tinham notado que eu passara parte da noite fora. Afinal eles tinham ido dormir sem que eu tivesse dado as caras por lá ainda. Alguns deles me olhavam desconfiados enquanto eu arrumava minha cama. Tentei manter a naturalidade para não deixar transparecer meu nervosismo. Infelizmente eu não consegui escapar de Tales, o mais velho de meus irmãos que sempre insistia em se meter na vida de todos com a desculpa de que estava tentando nos proteger.

- Onde é que você esteve ontem à noite até tão tarde Annabeth? – ele foi direto ao ponto, sem dizer nem ao menos um ‘bom dia’.

- Ontem à noite?

Repeti só para ganhar tempo para pensar em alguma coisa. Eu nunca poderia dizer a verdade, nem que ele fosse um irmão compreensivo. Afinal passar a noite no chalé de outro semideus era proibido no acampamento, seja qual fosse o motivo. E convenhamos que apesar do meu motivo ser excelente para mim, não seria nenhum pouco aceitável para mais ninguém.

- É, ontem a noite! Sabe que estava infringindo as regras só por estar fora do chalé depois do toque de recolher, não é?

- Sei muito bem quais são as regras, Tales. Não precisa ficar me lembrando, afinal sou a conselheira-chefe desse chalé. Acontece que ontem à noite Percy e eu fomos tratar de um assunto importante com Quíron na Casa Grande e acabamos ficando por lá até tarde.

- Sei... Então não terá problema se eu for perguntar para ele o que conversaram?

- Não, mas na verdade irá perder seu tempo se fizer isso. Era um assunto particular e Quíron mesmo disse para não contarmos a ninguém.

- Está certo. Vamos dizer que eu acredito nessa sua desculpa esfarrapada. Espero que isso não se repita!

- Não se preocupe Tales, não vai acontecer de novo.

Ele apenas fez um aceno com a cabeça e se afastou. Eu tive que me controlar ao máximo para não dar um chute no traseiro dele quando ele se virou. Quem ele pensava que era para me dizer o que eu devia fazer? Apesar de eu estar com raiva resolvi não me exaltar. Afinal de contas eu realmente tinha infringido as regras e deveria estar agradecendo por não estar encrencada.

Quando estava quase terminando de me arrumar para deixar o chalé, voltei a ser assaltada por aquele nervosismo. Eu estava prestes a encontrar Percy e ainda não sabia como me comportar na frente dele. Depois de tudo que tínhamos feito, eu não sabia se conseguiria agir normalmente. Mas como sempre, respirei fundo e tomei coragem. Deixei o chalé e me encaminhei para o refeitório.

Chegando lá dei uma olhada geral no local. Não avistei meu namorado e então fui até a minha mesa. Meus irmãos que estavam lá continuavam me olhando com cara feia. Realmente nenhum deles havia gostado do fato de ou ter burlado as regras e saído impune. Sentei sozinha num canto e esperei. Minutos se passaram e nada de Percy chegar por ali. Eu já estava faminta então decidi tomar o meu café de uma vez. Terminei de comer, muitos dos campistas já deixavam o refeitório e nada dele aparecer. Comecei a me preocupar.

Fui até o chalé de Poseidon para ver se ele ainda estava lá. Parei em frente à porta e bati. Nada. Bati mais uma vez, duas, três. Nada. Percebi que a porta estava aberta e então resolvi entrar. O lugar estava vazio. A cama de Percy ainda desarrumada. Olhando para ela não pude deixar de me recordar do que havia acontecido ali na noite passada. Fiquei alguns segundos só relembrando os detalhes e as sensações que tínhamos experimentado. Dei um pulo de susto quanto uma voz veio de trás de mim.

- Perdeu alguma coisa aqui? – a voz de Percy era brincalhona como sempre. Me virei lentamente ainda abalada com o susto e vi seu rosto sorridente.

- Você não apareceu para o café da manhã, vim ver se tinha acontecido alguma coisa – falei com tom sério, ainda muito constrangida por ter sido pega ali bisbilhotando. Mas boa parte do meu nervosismo era pelo que tínhamos feito no dia anterior. Nem ao menos conseguia olhar em seus olhos.

- Eu estava só brincando, amor. Você pode entrar aqui a hora que quiser. Eu só tinha ido acompanhar Nico até a colina, pois ele estava de partida. Aliás, ele te mandou um abraço. Aproveitei pra contar pra ele que já descobrimos quem tinha mandado Forbs para o acampamento.

- Que bom – respondi com a mesma seriedade.

Ele veio até mim e colocou a mão no meu queixo, me fazendo levantar o rosto para olha-lo. Torci para que eu não estivesse vermelha. Não queria que ele percebesse o quanto eu estava sem jeito. Mas é claro que ele percebeu de qualquer forma.

- O que foi? – perguntou ele depois de alguns segundos de silêncio.

- Nada.

- Nada mesmo? Estou te achando um pouco distante...

- Não é nada, sério!

- Por acaso você não se arrependeu do que rolou entre nós ontem, né?

- Não, claro que não! – me apressei em responder, não podia deixa-lo pensando aquilo de jeito nenhum. Por que não era a verdade. Eu tinha adorado tudo, só não sabia mais como me comportar perto dele – É que, sei lá, me sinto diferente...

- Eu também. Sinto que preciso estar perto de você o tempo todo. Sei que antes também era assim, mas agora parece que eu vou morrer se ficarmos longe por muito tempo – seus braços me envolveram enquanto ele dizia aquilo e eu logo já me senti mais confortável.

- Que exagerado! – falei rindo ao colocar meus braços em volta de seu pescoço.

- Não é exagero, é sério! Quando acordei e você não estava aqui do meu lado parecia que faltava um pedaço de mim. Não vejo a hora de estarmos nós dois sozinhos de novo e...  – ele nem precisou completar o que estava dizendo eu já entendi e reprimi uma risada.

- Me desculpa por ter te deixado. Eu precisava voltar ao meu chalé. Estaríamos encrencados se alguém soubesse que eu passei a noite com você.

- Eu sei, Annie. Não precisa se desculpar – ele sorria enquanto levava as mãos ao meu rosto. Acariciou levemente e depois me deu um selinho – E não se preocupa porque eu já cuidei de tudo para que essa noite não tenhamos esse problema.

- Cuidou de tudo? O que está aprontando, Percy Jackson? – perguntei fazendo cara de desconfiada.

- Você logo vai saber... Agora vamos, temos que ser campistas exemplares para que ninguém desconfie que andamos burlando as regras do acampamento. Depois dos treinos faça uma mala pequena e me encontre aqui.

- Ok... – foi só o que eu consegui dizer. Ele já me puxava pela mão para sairmos do chalé.

***

Será que era só impressão minha ou aquele dia demorou uma vida para passar? As horas, minutos e segundos se arrastavam. Por mais que eu tentasse, não conseguia me concentrar nos exercícios. Principalmente os que Percy estava presente. Diversas vezes nossos olhares se cruzavam. Os sorrisos e piscadas que ele me lançava me faziam perder o fio da meada. Quase sou atingida pelo meu oponente em uma simulação de luta. Todos deviam estar percebendo que eu estava completamente desatenta ao treino. Mas sinceramente eu não estava ligando para aquilo. Só o que conseguia pensar era no que Percy tinha tramado para hoje a noite.

Finalmente as atividades daquele dia se encerraram e eu nem disfarcei ao sair correndo para o meu chalé. Entrei no banho e depois troquei de roupa. Fui até o armário e arrumei uma mala com algumas roupas. Depois fui até o espelho da minha penteadeira e tentei dar um jeito no meu cabeço. De repente eu estava muito preocupada com a minha aparência. O que é que estava acontecendo comigo? Eu não sabia, mas aquele friozinho na barriga persistia e de certa forma era agradável. Acabei fazendo uma trança de lado, que não tinha erro. Abri uma caixinha onde eu guardava clipes, borrachas e outras coisas. Lá dentro havia um batom que tinha ganhado da minha madrasta uma vez. Ela não se conformava que eu não usasse nada de maquiagem. A cor do batom era um rosa bem suave. Passei um pouco nos lábios e me olhei no espelho.

Não sabia direito por que, mas queria que Percy me olhasse e me achasse bonita, atraente. Queria que ele se sentisse da mesma forma que me sentia em relação a ele. Queria que ele me desejasse. Apenas pensar naquilo já me fez corar. Eu nunca tinha me importado com aquelas coisas. Mas agora era diferente. Era como se eu quisesse surpreendê-lo. Como eu quisesse dar motivos para ele me elogiar. Eu estava realmente muito mudada. Será que tudo aquilo era porque eu não era mais virgem? Eu não sabia. Mas resolvi deixar as coisas fluírem.

Peguei a mochila que tinha preparado e deixei o chalé. Caminhei devagar até o chalé de Percy. Não queria demonstrar o quanto eu estava eufórica para encontra-lo e descobrir o que ele tinha preparado. Parei próximo a porta daquele chalé com parede de pedra e bati. Instantes depois Percy abriu a porta. Ele estava irresistível com uma blusa de moletom por cima de uma camisa branca e calça jeans. Ele colocou uma das mãos em minha cintura e me puxou para me beijar. Depois que nos separamos ele voltou para dentro do chalé para pegar suas coisas.

- Que bom que colocou uma roupa confortável. Temos uma longa caminhada pela frente – ele colocou uma mochila muito maior que a minha nas costas e veio até a porta.

- Longa caminhada? Onde vai me levar, cabeça de alga?

- Se eu contar perde a graça – disse ele me lançando aquele sorriso travesso que eu adorava. Ele segurou minha mão e saiu rumo à floresta. 


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Notas finais do capítulo

Visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
bom fim de domingo
beijos ;**
@SarahColins_