Cap.2 – Um clássico nada clássico

"Merda", foi tudo o que pensei quando meu pai me arrastou pra mansão Everdeen.

– Pai, eu realmente tenho que ir ? Eu já tinha planos !

- Sim, galã, você tem que ir e sei muito bem que tipo de 'planos' são os seus !

Me calei depois dessa. Me chamo Peeta Mellark, tenho 21 anos. O figurão ao meu lado se chama Haymicht Mellark, comandante das Empresas Effie Model's e, nas horas vagas, meu pai. Effie é o nome da minha mãe que manda em tudo que tem moda e estilo no meio.

– Peeta, como vai a Clove ?

Pronto, tô fudido.

– Bem, pai.

– Sei, e ela não sofreu mais nada ? Porque depois de um aborto ...

– Já entendi, Haymicht !! Ela tá bem e pronto ! Foda-se o resto !

– Foda-se o resto ?! Você se descuida, a menina engravida, faz um aborto que quase a mata e você diz 'foda-se o resto' ?! Que tipo de filho eu criei ?! – Disse meu pai com raiva.

– O do pior tipo.

Respondi curto e grosso. Sei que não foi certo fazer isso com meu pai, mas essa história da Clove já me encheu. Graças a deus chegamos na maldita mansão, que por mais que estive-se acostumado a vê-la, sempre perdia o fôlego de tão grandiosa que ele era.

Era toda em branco e espalhada e seus fundos davam para o mar Mediterrâneo. Era bem grande mas só tinha dois andares para quartos, o terceiro eram 'salas escondidas'. Conheço quase todas, já aprontei muita coisa durante as reuniões que ocorriam aqui de vez em quando.

Sai do carro com pressa e passei reto por Frederick, que gritou rindo "Oi pra você também, Peeta. Sim, você pode entrar. A casa é sua !". Tá, eu invadi a casa dele, mas ele já tá acostumado com isso.

Subi direto para o 3º andar, para a sala do piano. "Piano, você Peeta ?!". Sim, sim, posso ser um vagabundo, mas tenho meus talentos. Sem contar que a vista é linda e como esta anoitecendo, a sala fica misteriosa.

Fiquei tocando Fur Ellise, completa, diga-se de passagem. Sou foda. Meu pai me mandou uma mensagem avisando que já iríamos embora. Por deus, o que meu pai veio fazer aqui ? E ainda ME trás. Porra, ele tem 3 filhos e me escolhe só porque sou o mais novo ?! Cadê a justiça ?!

Estava indo em direção a escada quando um coisa pequenina se chocou contra mim com força. Mas aí percebi que a coisa era uma garota e que ela ia cair da escada.

Rapidamente, agarrei sua cintura e a puxei para mim. Fique olhando seus cabelos até que ela olho em meu olhos. E que olhos. Fique perdido na profundidade de seus olhos cinza, mas de repente ela se soltou de mim. Não entendi nada. A fitei pedindo uma explicação, notei que estava corada, mas por que ? A explicação não foi necessária pois finalmente entendi o motivo para ela estar corada.

Ela usava uma camisola muito curta que chegava a metade de sua coxa, e meu deus, que coxas. Ela era morena, com cabelos castanhos iam até a cintura e emolduravam um rosto delicado com uma boca bem desenhada. Uma bonequinha.

Fique com desejo na mesma hora, agora como e por que não sei. Afinal, já havia passado a noite com umas bem mais gostosas, mas o desejo que senti agora foi diferente ...

Percebi que ela não ia falar nada então comecei.

– E-eu tava, é... Eu estava só olhando a saleta, desculpe-me. – Respondi o mais formal que pude, sabe-se lá quem ela é. Vai que é importante ?!

– Não ... Não tem problema – disse com uma voz encantadora – Mas, quem é você e o que faz na minha sala de música ?

Perai, minha sala de música ?! OMG, quem é essa garota ?! Puta merda, se for uma Everdeen, TENHO de manter distância. Mas desde quando sigo as regras e não vou fazer nada. Tratei de me apresentar.

– Sou Peeta, estou acompanhando meu chefe, que veio falar com Frederick. Muito prazer ... – não preciso falar meu sobrenome, ou será que preciso ?

– Katniss, Katniss Everdeen.

– A, então você é a filha mais velha de dos Everdeen. É um prazer te conhecer, Katniss. – disse no maior tom de desejo que pude e acho que funcionou pois a vi estremecer. Ponto meu. Mas meu celular tocou e meu pai me chamava para irmos embora.

Bom, como não iria sair sem um grande final, caminhei em sua direção colocando uma mão em sua cintura e a outra em sua nuca.

– Boa noite, Katniss

Puxei seu rosto em direção ao meu, mas invés de beija-la, dei um selinho em sua bochecha. Sai sem dizer mais nada e vi frustação em seus olhos. Kkk, ponto meu. Na próxima vez, essa aí já tá entregue.

[...]

Ao chegar em casa (N/A: gente, pode parecer pequena, mas olhem pro lado e vejam um médio campo de futebol), já fui logo perguntando pro meu pai.

– O que o senhor foi fazer lá como o Everdeen ?

– Ora Peeta, somos velhos amigos. Não podemos mais nos encontrar ?

– Sei. E eu nasci via Bluetooht. Conta outra. – meu pai me olho com cara de poucos amigos mas me respondeu:

– Se quer saber, estávamos programando SEU casamento com a garota deles.

Travei. MEU CASAMENTO ?! A pica que vou casar com umazinha. E tenho certeza que a minha mãe não vai deixar o seu 'bebê' casar com a 1º que passar igual a uma mercadoria ... Mercadoria. MERCADORIA !!!

– O SENHOR VAI MESMO ME FORÇAR A UM CASAMENTO ARRANJADO SÓ PRA UNIR AS EMPRESAS ?! E ainda acha que EU vou concordar com isso ou a minha mãe ?!

Meu pai na maior cara de descaso sentou-se no sofá fazendo um sinal de silêncio pois estava com dor de cabeça.

– 1º Você não tem que querer nada. 2º Sua mãe já concordo, alias, foi ela quem deu a ideia principal. Encerrado o assunto. Você VAI se casar e com isso formalizar a fusão das empresas da forma mais ... – meu pai parecia pensar na palavra certa, mas eu já tinha pensado em uma resposta antes disso – amigável possível.

– Mais e a garota ? Acham mesmo que ela vai aceitar assim tão fácil ? Não creio que ela vá querer abrir mão de sua vidinha em torno de si própria.

– Ela é problema deles, mas a docinho não tem outra opção. Ou casa ou casa. E não a julgue antes do tempo, terão a vida inteira para isso.

E pronto foi assim que fui condenado a casar, sem objeções, com a patricinha Everdeen. Mas eles que me aguardem. Vou transformar isso num inferno.