06:00hrs; 19 de julho de 2012, Rio de Janeiro. Abri meus olhos com tanta lentidão, eu não queria acordar. Eu só desejava morrer, levantei da cama e fui ao banheiro, olhei no espelho e na minha boca estava machucada, senti uma forte dor no braço e levantei a manga da blusa e estava muito roxo. Tomei meu banho e peguei todo tipo de batons e maquiagens que eu tinha pra cobrir as marcas no meu rosto. E coloquei um casaco para cobrir o roxo no meu braço. Eu só não queria que meus pais me vissem assim, eu não teria o que falar e se falasse que foi o Jonatas, eles não iam acreditar e depois eu ainda ia ter que apanhar mais dele. Minha mãe organizou tudo, só estou viva pela por Deus e minha mãe, nada a mais. Eu sorri pra ela:

– Filha, você só vai levar uma mala?

– É, só uma mesmo

– Você está bem, querida? Está tão pálida

– Sim, tô legal mãe!

– Tá bom, mas se estiver se sentindo mal fala comigo! Cadê a mala do Jonatas e do seu pai?

– Eu não sei

– Caramba Megan, você pelo menos podia cuidar da mala do seu namorado? Estou cansada, é muita coisa pra mim, seu pai já trouxe um zilhão de malas pra cá, e agora eu ainda tenho que cuidar da sua, da minha e agora do seu namorado? Entra logo no carro, antes que eu faça uma loucura!

Sempre a culpa era minha né? Todas as pessoas adoram colocar a culpa em mim. Que saco, isso é uma merda mesmo... Peguei minha mochila, e entrei no carro. E sentei no banco de trás ao lado do Jonatas, ele tocou no meu cabelo, e me cumprimentou:

– Oi amor, tudo bem?

– Tô ótima – disse olhando pela janela

– Nós estamos sozinhos, podemos dar uns beijinhos, né- ele disse colocando o braço em volta de mim.

–Como é que você pode agir tão normalmente, depois de fazer o que fez? Cara, você é doido? Não, porque só pode ser isso

Jonatas não me respondeu porque meus pais entraram no carro muito animados, logo minha tia Natalie entrou no carro também e ficou do meu lado. Ela também ia ir conosco. A viajem foi tranquila, chegamos no aereporto no horário certo, comprei um doritos pra mim, Afinal essa era a última comida que eu ia comer no Brasil. Logo eu estaria nos EUA ... Foram horas e horas de viajem, acordei com Jonatas me sacodindo e falando que nós tinhamos chegado.

Desci do avião com a minha mochila, e fiquei esperando minha mala junto com o Jonatas e minha tia. A primeira mala foi da minha tia, ela saiu e sentou no banco com a minha mãe. Nós estavamos esperando meu pai alugar um carro. Enquanto eu esperava a mala, Jonatas foi chegando perto de mim e eu fui andando para trás. Ele me pressionou na parede e disse:

– Eu acho melhor você se animar logo, eles já perceberam que você não está bem

– Eu não tenho medo de você

–Eu não quero saber se você tem medo ou não, eu quero que você se anime

– Com o que você faz comigo, não tem como ficar animada

– Olha eu vou logo te avisando ...

– Olha, nossa malas ...

Eu cortei o Jonatas, eu sabia que ele ia me ameaçar mesmo, ia dizer que ia me bater mais vez e que só quem se prejudica sou eu. Eu já conheço essa conversa. Peguei minha mala e sentei e minutos depois meu pai chegou e nos chamou para entrar no carro que ele alugou. Entrei no carro e estavamos animados por estar nos EUA, bem pelo menos eu não estava mas tive que disfarçar, pelo meus pais e aquela viajem era pra tentar parar o mal-humor e as brigas, nós cantamos "Um elefante incomda muita gente, dois elefantes icomodam icomodam muito mais ..." e ri muito, mas por dentro eu estava desmoronando.