A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 22
A batalha dos mortos


Notas iniciais do capítulo

Os semideuses entram em uma luta com monstros, mortos-vivos, fantasmas, e as piores almas presas ao mundo inferior. Para sua vantagem, os heróis tem um exército inesperado do lado deles, e o seu líder é nada mais, nada menos que Luke Castellan.



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JASON


Eu continuava agarrando a Piper.

Tá, eu sei, o momento era totalmente inapropriado. Mas talvez fosse o único. E era o único.

– É, pessoal... – Frank murmurou, tímido.

– Gente, será que vocês podiam... ahn... – Leo continuou.

Separei-me um pouco de Piper, rindo. Fitei-a nos olhos e ela olhava pra mim com uma expressão perplexa, mas admirada. Ela me olhava com aqueles lindos olhos que mudavam de cor, e eu não sabia mais o que fazer. Eu queria fugir dali com ela, fugir de minhas obrigações. Mas nós tínhamos um dever a ser feito, e iríamos fazer isso junto.

Olhei para o lado, e estranhei. Vi Percy andando calmamente para nós, e os mortos-vivos também começaram a se acalmar. Arrisquei uma pergunta.

– O que está havendo? – Gritei para Percy.

– Eles são amigos. Jason, você não tem ideia do que está acontecendo aqui. TODAS as pessoas aqui morreram, e agora vão nos ajudar. Eles me salvaram. – Percy disse, e virou-se para encarar os mortos. – Mas quem liderou vocês para fazer isso?

Um garoto loiro deu um passo a frente, e Percy olhou. Imediatamente, ficou muito surpreso, e dava para perceber o sentimento de felicidade e alivio que se passava por ele. Mas também parecia confuso.

– Luke? – Chamou. – LUKE? C-como...?

– Eu voltei, Percy. As noticias no mundo inferior correm rápido. Eu só queria saber porque você estava quase se jogando no fim do mundo.

– Para fechar as portas da morte. Mas Luke... cara, se Annabeth estivesse aqui...

– Eu sei. E, não, as portas da morte não ficam no Tártaro. Acho que isso era meio obvio. – Luke respondeu. Percy pareceu um pouco aborrecido, mas o loiro abriu um sorriso e o abraçou. – Meu amigo. Meu irmão. Passei o fim de meus dias lutando contra você, mas agora vai ser diferente. Essas pessoas são heróis. Alguns, meros humanos, outros, semideuses que um dia já foram muito poderosos. Precisa saber: As portas da morte não ficam aqui. A entrada, Percy. Caronte. Ele está trabalhando para que os mortos revivam. Elas ficam em um lugar muito alto do mundo inferior, e só o barco dele pode nos buscar. Ele agora trabalha para Gaia.

– Mas, o que... Ele nos deixou entrar! – Percy falou, horrorizado.

– Então, se prepare. Porque essa guerra está prestes a começar. – E virou para olhar as pessoas, que agora dava para perceber suas verdadeiras formas. Alguns mortos, outros vivos. Era bizarro, mas não era a coisa mais estranha que eu já vi, então decidi ignorar esse fato. – E NÓS, Percy... Nós estamos do seu lado.

Os mortos-vivos urraram tão alto que algumas paredes tremeram. Abri um sorriso largo. Tínhamos ajuda, e avançada. Pela primeira vez.

– Melhor fazermos uma apresentação rápida. – Falou Percy.

– Já conheço todos vocês. Percy, eu só consegui fugir com uma ajuda. Preciso te contar quem me mostrou as portas, quem me disse o que fazer... – Luke foi interrompido por um barulho estranho vindo acima de nós. Todos olhamos para o céu.

Monstros, mortos, pessoas, fantasmas. Alguns voavam sozinhos, outros, com o porteiro Caronte. Isso só podia significar uma coisa.

A batalha começava.

Me coloquei ao lado de Piper, olhando-a pelo canto dos olhos. Agora que a sanidade tomara conta de mim, eu estava um pouco constrangido. Ela pegou sua faca, e eu peguei a lança que ganhei de Juno, quando ela apareceu para mim. Leo havia tomado sua forma mais recente, o homem fogo, enquanto Frank e Hazel estavam lado a lado, Frank disposto a se transformar a qualquer momento, Hazel, dominadora. Afinal, aquele era o seu lugar. Não é por nada, mas ela era uma filha de Plutão, e estava em seus domínios. Teríamos MUITA vantagem. Percy veio para o nosso lado, erguendo contracorrente. Ele me olhou e sorriu, e eu sorri de volta. Era bom saber que agora nós tínhamos certa... Camaradagem.

Os monstros desciam de seus barcos. Vou admitir, aquilo seria muito perigoso. Estávamos a poucos metros de distancia do Tártaro, e isso aumentava as chances de nós perdermos. Caronte desceu e foi para frente do seu exército. Ele não pareceu muito surpreso, mas ainda assim era perceptível o choque que passava por seu rosto.

– Eu não fazia ideia que eram tantos. – Ele começou. – Mas, não importa. Queridos semideuses. Só queria avisar que vocês foram tolos de vir até aqui. Gaia me prometeu muita riqueza por suas cabeças, e ela terá. Esses mortos criminosos não vão ajudá-los. Meu exército é melhor. E, sinto muito, vocês vão morrer. Portanto, que comece a guerra.

Os monstros mortos-vivos vieram correndo para nós, e nos arrumamos. Quando se chocaram contra o nosso exercito, foi estrondoso. Nós éramos muito experientes. Corri para o meio, para ajudar. O problema real era que eu não sabia quem era o inimigo e quem era o amigo, só sabia que quem atacasse contra mim eu atacaria de volta, e que seria assim. Luke estava ao meu lado, e ele era um dos melhores esgrimistas que eu já vi em toda a minha vida. Monstros viravam pó, mas se reconstituíam.

– As portas!!! Frank! – Gritei. Ele poderia ir voando até lá? Sozinho, seria perigoso.

– Esqueça, temos que ir juntos. – Respondeu Leo, ao meu lado. Só o fato de ele estar perto de mim já me deu impressão que eu estava queimando.

Hazel estava impressionante. Os que a tentavam atacar eram afundados direto para o chão, como se ela controlasse tudo em sua volta. Percy fazia um pequeno furacão, que pegava uma porção de mortos e os jogava ao Tártaro. Pensei na superlotação que aquilo ali ficaria quando terminássemos.

Leo parecia um lança chamas. Afastei-me dele o máximo que pude. Até que fui atacado, e tive que me mexer. Era difícil lutar contra eles, pareciam... Pessoas. Menos aqueles que tinham algumas partes do corpo faltando. Derrota-los era mais fácil do que eu pensei, o difícil é que eles se reconstituíam muito rápido, mais rápido que os monstros no museu. E o que nós precisávamos era chegar às portas da morte.

Procurei Percy. Ele estava lutando com umas cinco pessoas ao mesmo tempo.

– Percy, as portas! Não adianta se não chegarmos lá!

– Reúna os outros! Luke? – Gritou, e se afastou.

Fiz o que ele mandou. Leo era o mais fácil de encontrar, e o lado bom é que todos os mortos o evitavam, deixando-o só no meio da guerra. Ele se virou para mim.

– Vem comigo, precisamos fechar as portas. Onde está Piper? – Perguntei, aflito. Agora que tinha me dado conta que eu não estava mais com ela. Que tipo de pessoa que gosta de alguém eu sou? Deuses!

Leo e eu corríamos sem parar no meio da multidão. Às vezes éramos atacados, mas sempre tinha um morto ao nosso lado que estava no nosso time. Hazel foi a segunda a ser encontrada, e olhe, eu nunca imaginei que iria me surpreender tanto. Tinha alguns esqueletos saindo do chão, e imagino que por ordem DELA. Sem contar com o fato de que se os fantasmas chegassem a trinta centímetros de distancia dela, eles iriam se desfazer. E mais: todos que ela matava, nenhum se reconstituía.

– Hazel, cadê o Frank? Vamos subir, vem! – Gritou o Leo.

– Frank está ali. – Apontou ela, com evidente admiração.

Frank tinha se transformado, lógico. Ele agora era Hannibal, o elefante do acampamento Júpiter. Amassava todos com suas patas imensas. Eu ri, o que era impossível de acontecer numa batalha dessas, mas com imagine um elefante imenso pulando sem parar em cima de mortos-vivos. Muito estranho, mas era ótimo para brigas.

– Frank! FRANK! VEM CONOSCO! – Berrou Hazel, o que foi uma má ideia.

Muito má ideia.

Caronte se aproximou em seu barco, com aquele olhar intimidador. Nos encarou sem dizer nada, e estalou os dedos. Achei que estivesse fazendo algum truque para nos enganar, mas então, os piores monstros pularam do Tártaro. Eu só pude ver dez. Por que? Porque o pior monstro de todos estava ali diante de nós.

Medusa.

– Não olhem! – Gritei.

E então, corremos. Graças aos deuses, Piper estava perto, e agarrei seu braço. Ela começou a correr também, como se entendesse o motivo da urgência. O barulho do lado de trás começou a me deixar tenso. Petrificação. Era isso que estava acontecendo.

– PEGUEM-NOS! – Gritou Caronte, atrás de nós.

– Como vamos subir? – Hazel perguntou.

Percy enfim apareceu, e, quando nos viu, o terror espalhou-se por seu rosto. Paramos perto dele, em uma distancia razoável do pior.

– Precisamos ir! Caronte está com uma guarda brava no barco, como vamos chegar até lá em cima? – Perguntou Leo.

– Luke! Luke, precisa aguentar firme. Precisa nos acobertar. – Percy disse para Luke, que estava ao seu lado em toda a batalha. – Frank. Não tem como nos levar até lá?

– Como? Não posso, não vou conseguir... – Frank falava, desesperado. – Não conheço um animal voador assim tão grande, para nos levar.

– Onde está a guarda de Hades? – Perguntou Piper, fugindo do assunto.

O comentário de Piper desviou atenção de quase todos. Realmente, era estranho. Plutão devia estar comandando tudo ali, não devia?

– Isso! – Hazel disse, triunfante. – A guarda de meu pai! Preciso invocá-los, mas há uma força incrível aqui, que impede. É como uma sombra cobrindo este lugar. Não sei como Caronte conseguiu, mas sei que é poderosa.

– Hazel, faça o possível para chama-los! Eu sinceramente não sei pra que você quer fazer isso, mas se ajudar está valendo! – Falou Leo. – E quanto a nós.

– Vamos improvisar. – Eu disse.

No mundo inferior, não imaginava que pudesse invocar meus poderes. Os monstros saídos do Tártaro deviam estar perto, pois agora eu percebera o quanto de pessoas viraram estatuas, o quanto elas fugiam do local onde eles estavam. Os monstros menos chegaram perto, e tentei lançar alguns raios contra eles.

Não sei como, mas funcionou. Cerca de cinco raios poderosos ocorreram na luta, e os monstros eram totalmente destruídos. Porém, acho que era a única coisa que eu podia fazer, pois aquilo esgotava as minhas energias, além de ter causado um efeito inesperado nas paredes. Elas tremeram, e houve algumas rachaduras.

– Jason! – Disse Hazel. – Continue!

O que eu dizia mesmo? Exatamente em fazer o contrário do que Hazel disse.

– São mágicas! As sombras que estão cobrindo essa parte do mundo inferior são fruto de pura magia negra! Tenho certeza que alguns filhos de Hécate estão no meio disso. – Esclareceu Hazel.

– Então temos que destruí-las. – Disse Leo. Ele lançou fogo em tudo acima de nós, como se fossem fogos de artifício. Aconteceu o efeito que nós queríamos.

As paredes tremiam ainda mais, e Caronte tinha se aproximado o suficiente para nos ameaçar.

– Parem! Parem com isso, estúpidos! Vão matar todos nós! Mas antes, eu vou matá-los! Gaia foi a única a reconhecer o meu poder, a única que me deu valor. Eu sou um ser supremo, poderoso, invencível...

– Se jogue. – Disse Piper ceticamente. Caronte olhou para ela, confuso.

– O que? – Perguntou, distraído.

– Jogue-se do barco! AGORA! – Ela gritou. No momento, eu senti uma vontade imensa de me jogar de um barco. Felizmente, eu não estava em nenhum.

O plano de Piper inesperadamente deu certo. Caronte se jogou do barco, caindo na multidão.

– Gente, o barco! – Gritei.

Ótimo, agora tínhamos o barco. Iríamos vencer. Mas é claro que tinha um contratempo: O barco pairava a uns quatro metros acima de nós, e subia cada vez mais.

De repente, sugiram três formas estranhas no céu. Eu já as vira antes, e vou dizer que nosso primeiro encontro não foi lá uma das melhores coisas que já me aconteceu. Elas rosnaram alto, e encontraram Hazel.

– O que é issooooooo? – Perguntou uma delas.

– Alectó. Caronte nos enganou! Não mate eles, alguns são nossos, mas precisamos de ajuda para chegar lá em cima!

A fúria olhou para nós.

– Espero que esteja certa, Hazel Levesque, porque se não estiver, nem a compaixão de seu pai a salvará.

As fúrias nos seguraram, cada uma carregava dois de nós. Eu estava ao lado de Piper. A fúria que carregava Leo e Percy gritou.

– APAGUE ISSO! APAGUE OU VAI LEVAR UMAS BELAS CHICOTADAS! – Berrava para Leo. Ele apagou o fogo.

Voamos para longe, fitando a guerra que acontecia lá em baixo. A visão era assustadora. A cada queda, eles se levantavam. Muitas pessoas transformadas em pedra. E nenhum sinal de Caronte.

– Onde fica as Portas da Morte? – Perguntei para a fúria que nos carregava.

– Você verá, Jason Grace. Tema, porque a morte é muito mais sorrateira do que imagina. Monstros sairão, mas não pense que será fácil. Primeiro, terá que passar por eles. E depois... Você verá.

E com esse feliz comentário, continuamos subindo, com a esperança de conseguir segurar a própria morte.



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Notas finais do capítulo

Prontinho! *_*
OK, o capítulo era pra sair ontem, certo? E ia, mas infelizmente eu estava usando um computador e a kenga da luz resolveu cair, apagando tudo que eu tinha escrito. SO BAD
Mas eu reescrevi, e espero que gostem. A inspiração ta super dificil de conseguir, admito. Mas o apoio é ótimo, amo os reviews e agradeeeço a todos vocês por estarem lendo a história. Estou very happy de ver o entusiasmo de vcs *_*
AAAAAAAAAAAAAAAAH e eu esqueci de contar *o*
A capa da minha próxima fic está prontissima! Ficou meio ruim pq fui eu que fiz, mas depois posso fazer outra. Detalhe: vai ser uma continuação nem tão continuação assim. (misteriosa eu magina!?!?!?) Gênero? Comédia Romântica! Todo mundo deve estar achando que será "Percabeth", mas não vai, então aguardem. No fim dessa começo a outra, o nome a capa e a sinopse já estão prontas! UHU!
No próximo cap, eles chegam as portas da morte, com a tentativa de fecha-las. Além disso, descobrem quem realmente pediu a ajuda de Luke, quem os guiou para uma possível vitória.



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