Wicthoff se espreguiçou na cama e bateu sua mão em algo que se mexeu e caiu no chão, assustada ela procurou o que estava em baixo da cama, mas antes conseguiu se olhar no espelho. Desde que Zack voltara, a dois dias atrás, ela não tinha tempo para ficar parada, caso contrario ela chorava. Sua mente não podia vagar, porque as lembranças de Victória vinham em sua cabeça. Ela não perdoava a amiga por ter a deixado sozinha, mesmo que tivesse Elliot ela precisava de Goularth para viver, como sempre fora. Agora não tinha sua amiga por perto, e a única pessoa que podia a trazer de volta... Falhará. Ela suspirou procurando no chão o que tinha caído achando uma caixa cumprida com um papel branco por cima, escrito com as palavras de Elliot: “Bom dia meu amor, acorde e venha tomar café comigo...”. Dentro da caixinha tinha uma pulseira com vários pingentes em dourado, um deles era uma cenoura e também tinha pequenas faces de coelhos. Ela sorriu sozinha.

Giovanna estreitou os olhos depois de olhar o chão cheio de pétalas arroxeadas. Eram flores de nozes roxas, Giovanna sabia daquilo porque gostava de certo tipos de flores, e as flores de nozes eram mais conhecidas por sua sorte em prosperidade, em seguir em frente. Ela pegou várias pétalas do chão indo em direção a sala, o que a assustou mais ainda por saber que todo o corredor estava cheio com as pétalas e na sala tinha mais de vinte vasos com as flores completamente lindas. Giovanna fitou a mesa de vidro da sala de jantar e a mesma estava arrumada para duas pessoas com um café da manhã delicioso posto em cima. Ela riu daquilo soltando as pétalas que carregava no chão, estava vestida somente com uma camisa folgada de Elliot, e não tinha medo de Zack aparecer porque nos últimos dias o garoto saia cedo e voltava tarde, o que significava que agora, com toda certeza ele não estaria ali, ainda mais se aquilo for obra de Elliot White.

O mesmo estava de pé atrás do balcão da cozinha e sorriu largamente olhando para Giovanna depois de se aproximar dela. Usava o avental azul escuro e estava vestido perfeitamente bem, com o cabelo no lugar, calça vermelha, blusa branca e suspensório. Wicthoff estranhou porque White sempre ia trabalhar depois das 14h da tarde na gravadora, e o seu namorado nunca ficava arrumado antes de tal horário por mera preguiça.

– Bom dia meu amor. – ele selou os lábios no dela ainda sorrindo, Giovanna achou aquilo divertido por isso sorriu de volta. – Dormiu bem?

– Elliot... – ela suspirou alto quando o menino aproximou sues lábios do pescoço dela deixando leves beijos ali. Não podia negar, mesmo depois de tanto tempo Elliot conseguia mexer com os nervos de Giovanna como ninguém, e ela adorava isso. – O que você está fazendo?

– No momento? Dando carinho para a minha mulher. – com a mão livre ele passou o braço pela cintura de Wicthoff a impulsionando para cima dando lhe um beijo longo nos lábios, ela sorriu boba depois. – Mas agora, nós vamos tomar café. – Os dois foram até a mesa e White deixou o que parecia ser bolo de cenoura um dos preferidos de Wicthoff. Giovanna ainda estava muito assustada, porque isso não era nem de longe a cara de Elliot. Ele era sim romântico, mas de uma forma completamente diferente. – Ah! Não pra você tem um prato especial. – Elliot pareceu se lembrar de algo e correu para a cozinha pegando um prato tampado e deixando em frente a Giovanna que só olhou agora com um pouco de medo para Elliot.

– O que é...

– Só abra. – ele a cortou se sentando de frente a ela com um lindo sorriso, o que Giovanna mais gostava, e foi um pouco difícil tirar sua atenção dele para abrir o tal prato. Dentro do mesmo havia um pequeno Cup Cake em forma de coração vermelho com as iniciais “L&G” gravadas em cima em branco brilhoso, uma aliança dourada que parecia ser pesada pendia em cima, e se Giovanna não fosse tão idiota poderia jurar que a aliança sorria para ela. Mas a frente um papel branco, com a mesma caligrafia da caixinha de seu quarto tinha escrito: “Casa comigo, coelha?”. Wicthoff nem ao menos sabia como respirar, lhe faltava tudo, até mesmo a saliva na boca não voltava mais. – E então? – ouvir a voz de White pareceu piorar a situação, e então quando ela o olhou com o sorriso mais lindo que ela já vira na vida pensou que iria desmaiar. Dentre de cinco anos, Elliot nunca tinha feito algo do tipo, na verdade casamento nem era uma coisa que passava por sua cabeça agora. White ficou intrigado com a expressão assustada da namorada e seu sorriso de desfez – Mas também não precisa ser agora... A gente pode esperar mais um ou dois anos, ou se você quiser podemos só casar na folha, nada de...

– Eu aceito. – Wicthoff se levantou e correu para White se sentando em seu colo enchendo o noivo de selinhos depois. – Eu aceito, aceito, aceito, aceito. Aceito o que você quiser, se for com você eu faço qualquer coisa. – Elliot sorriu emocionado beijando intensamente a garota em seguida. Os dois cessaram o beijo a força ouvindo a campainha tocar insistentemente. – Já vai! – ela selou os lábios mais uma nos de Elliot, sorria feito uma boba e percebeu que demoraria anos para lhe tirar aquele sorriso do rosto.

Quando abriu a porta não sabia se podia se assustar ainda mais. Letícia, a prima de Victória estava ali parada em pé, parecia realmente com Goularth, mas era ainda mais escura e magra que ela. A garota tinha no rosto uma expressão assustada e eufórica, como se tivesse corrido do Brasil até Londres.

– Letícia? – ela perguntou, conhecia a menina vagamente desde a infância quando as três moravam na mesma rua. Nunca foram realmente melhores amigas, mas ainda sim tinham um sentimento de amizade. – O que faz aqui... – notou que atrás dela alguém soluçou fortemente e ali estava sua melhor amiga. Victória se encolhia abaixada do lado da porta e chorava intensamente, nunca viu a amiga daquele jeito e foi rapidamente se abaixando na frente dela.

– O que? O que aconteceu?! – ela perguntou atropelando as palavras, Victória a olhou com os olhos tristes e fundos, como se ela tivesse chorado durante dias.

– Sequestraram. Em-Emily!