Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Está sem muita ''ação'' no momento porque gosto de detalhar tudo hehe mas vai vir muita coisa.



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        Andava num corredor metálico e me cegava com tantas luzes espalhadas. No fim do corredor estava alguém em pé. Não sabia quem era exatamente. Fui correndo e me aproximando e quando venci a luminosidade lá estava ele, Ed. Meu irmão estava em pé sem as cadeiras! Ele sorria e então não pensei duas vezes e corri ao seu encontro. Quando iria tocar sua mão eu passei por dentro dele e cai no chão. Um fantasma? Quando olhei para trás lá estava ele, caído no chão e gemendo. Tocava suas pernas e seu olhar era como um buraco tão profundo de extremo nada. Então as luzes se apagaram e eu pude ver vultos voando e vozes sussurrando um adeus.

    Quando abri os olhos tudo havia sumido e eu olhava para o teto de meu quarto no trem. Um lugar cinzento e triste adornados de botões. Resolvi fechar os olhos e esquecer aquele pesadelo, ou então, pensar no que fora aquilo, Parecia óbvio. Fui tão estúpida de ter deixado meu irmãozinho se machucar daquele jeito, deixa-lo imóvel sem poder sentir que o chão era sua segurança. Agora iria morrer e vultos iriam me rondar pelo resto de minha vida... Ou melhor, morte. Sentia as suaves lágrimas chegarem ao meu lábio e eu as lambi sentindo aquele gosto salgado. Fazia aquilo desde criança, quando eu chorava por algo minha mãe olhava nos meus olhos e dizia que as lágrimas eram feitas para que nós a provássemos porque aquele gosto salgado que ela tem é para nos acalmar. Eu parava de chorar na hora e começava a lamber os beiços.

   Levantei-me depois de relembrar pequenas coisas que me traziam a felicidade naquele inferno. Vi uma roupa dobrada em cima da poltrona. Provavelmente trazidas pelas Avox, me vesti e me senti completamente horrível. Usava uma blusa branca colada e uma saia que vinha do umbigo até em cima do joelho com cores leves e uma sapatilha. Odiava tudo aquilo. Geralmente usava aqueles tipos de coisas para ir numa celebração importante ou nas colheitas, mas tomar café da manhã com aquilo era extremamente desconfortante. Fiquei encarando meus cabelos ruivos com mechas escuras e prendi-os num coque. Mais uma vez tentei não chorar, mas não me contive, todos aqueles botões me lembravam do distrito 5, meus olhos já não eram os mesmo. Vazios como o caráter da capital.

    Marchei em direção a cabine onde serviam-nos comida e encontrei somente Ethan. Ficou olhando os pratos, mas não se servia. Sentei a mesa, desviei o olhar e fui à procura de torradas, sucos e frutas. Então com um sorriso ele disse:

  - Bom dia.

 - Bom dia. – Respondi. Fiquei um pouco mal de tê-lo tratado daquela forma,  não é necessariamente culpa dele ser tão ingênuo. Então continuei o assunto:

 - Onde estão todos?

 - Bem... Rodney teve um ataque porque estava sem barrinhas. Faz 20 minutos que está gritando para que providenciem as malditas barrinhas. – Ele deu um risinho – e a mulher que nos acompanhou não chegou ainda. Acho que para ela ser uma pessoa é brega. Já viu aquelas roupas? Parecem pequenos monstrinhos. – E ele riu da própria piada. Nesse ponto concordo com ele então escapou um sorriso ligeiro. Logo voltou a minha cara de sempre quando a porta automática se abriu e Rodney passou por ela e sentou-se, com três barrinhas nas mãos:

   -Sabia que os estoques de barrinhas não havia acabado. Sabia. Sabia. – Ele começava aquele costume irritante de ficar repetindo as palavras. – Quem consegue sobreviver sem elas? Quem!!? – Ele gritou. – Bom dia, Ethan. Bom dia, ruivinha.

  -Bom dia. – Respondemos em coro. O silêncio á mesa foi absoluto até que a mulher de voz irritante entrou e começou a tagarelar como sempre.

  - Bom di-i-i-i-ia á todos. – Ela deu uma risadinha – Avery está pronta para a chegada à Capital, ihu! – Então seu nome era Avery. Bem, Avery me tirava do sério. – Bom saber que estamos todos reunidos. Daqui a 3 horas chegaremos à belíssima Capital. Meu verdadeiro lar, como é bom voltar á um lugar onde moda existe. – Ela riu de novo e se sentou como se a ofensa fosse algo normal de se ouvir nos distritos.

  - Avery, aonde iremos depois daqui? – Perguntou Ethan.

  -Ah Ethan, iremos para o centro de produções. Vocês vão adorar. Irão ficar mais lindinhos do que são. – Um elogio pela menos ela fez. Então pegou amoras e enfiou tudo goela abaixo. Algumas conversas inúteis se passaram risos e gritos também. Mais tarde Avery saiu da mesa. Faltava apenas uma hora para a grande chegada à Capital.

  Sentados nos sofás olhando para a cara um do outro, Ethan começou a conversa como sempre:

   -Diga algo sobre a Arena. Com que tipo de pessoa encontraremos lá? Não tem nada que se possa fazer?

    -Ethan precisa abrir sua cabeça para o mundo real. – Respondeu Rodney.

    - Sei do que eles são capazes.

   - Não. Porque nada daquilo é verdadeiro. Você pode ter seu melhor amigo lá, mais tarde acabará com uma lança na garganta. Se não deseja morrer, matará. Por mais que você ame a pessoa. Sinto muito. E se sobreviver verá algo pior, eles morrem fisicamente e o que vive sobra só a carne. Sua alma estará nas arenas pelo resto da vida, Queridos. Pelo resto da vida! – Gritou de novo. – Querem viver? Mostre seu ponto fraco e esconda o seu forte. Talvez sirva para algo na hora de prever o que outro irá fazer com você. É somente isso. Isso é a técnica. Se tivesse amor envolvido você estariam no distrito 5. Em casa. Vivendo. Vivendo! Vivendo! – Gritou mais uma vez. Achei que Ethan iria chorar ou algo do tipo, mas continuou firme e o respondeu:

    -Obrigada, senhor. – E ficou olhando com um sorriso simpático. Eu fiquei encarando Rodney até que tudo aquilo explodisse e eu voltasse para casa. Mas isso não acontece facilmente. Ethan insistiu naquilo tudo e continuou – E no desfile senhor?

   - Ainda pergunta!? Com esse rostinho vai conseguir na hora. Só precisa de patrocinadores. Deixem que aqueles covardes acreditem em vocês e que lhe facilitem as coisas lá – Rodney deu uma gargalhada que encheu meu peito de ódio. - Eles o ajudarão lá. Só isso. – Pegou uma de suas barrinhas e comeu ferozmente. E um pouco depois se acalmou, olhou-nos e disse – Ajudarei vocês. Olhe lá, a grande cidade metálica está por vir. Deem olá para o povo da capital. – Ele apontava para uma janela onde prédios imensos se erguiam por nossas cabeças. Ethan olhava boquiaberto com aqueles monstros metálicos e modernos e dava um tchau para aqueles que passavam ansiosos para ver os tributos assim, de pertinho.

   Rodney ficava sério enquanto olhava tudo aquilo. Percebi então o porquê das barrinhas. Elas o acalmavam. Devia ter sido manipulado pela capital depois desses distúrbios mentais. Abocanhou outra barrinha e então eu aproveitei a oportunidade de falar com ele calmo:

   - Rodney, quando disse de mostrar os pontos fracos era no centro de treinamento?

   - Sim.

   -Mas como? Preciso treinar o que tenho de melhor.

  - Não. Se você tem um talento você simplesmente tem, você faz com perfeição. Treine o seu pior. É óbvio, para...

  - Melhorar. – interrompi Rodney.

  - Exato. Viu? Não precisou treinar para raciocinar comigo. – Seu rosto então deu um pequeno sorriso e depois se desmanchou e então gritou mirando em Ethan – O que foi Ethan!?

   - Ahn? É que... A capital nos olha como se fossemos monstros fantásticos numa jaula.

   - é exatamente isso que eles veem. Exceto que eles são os monstros ignorantes e nós os seres humanos racionais.


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Notas finais do capítulo

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