Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Esse é o meu capítulo favorito; Espero que seja o de vocês também.



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Todas ás vezes que eu imaginava o enterro de Lana, eu ria. Mas hoje, vendo-o com meus próprios olhos, não era nada engraçado. Eu não tinha conseguido ir a cabana na noite passada, por que tive que ficar ao lado de Luen e ajudá-la a guardar as roupas de Lana.

Nathan não foi ao enterro e eu não o encontrei em lugar algum.

Então, a noite depois que o toque de recolher tocou, me arrumei e resolvi que ira na cabana sozinha. Não precisava de Sam. Eu meio que tinha gravado o caminho e qualquer coisa, o cheiro das rosas me guiaria.

Luen entrou no quarto enquanto eu cantarolava a música que saía do rádio e me olhava no espelho. Dei mais uma volta e sorri. No ponto. Meu short preto, que estava aposentado a um bom tempo, voltou a desenhar o meu corpo e dá um toque especial as minhas pernas. A regata branca moldava meu seios e minhas curvas. E o meu simples tênis.

A pequena vidente apenas me observou, enquanto eu pegava minhas luvas e minha touca e as colocava. Ela não disse nada. Caminhei até a porta , mas sua voz me parou.

Estava bom demais.

“Onde você vai a essa hora?”, ela perguntou.

A olhei por cima do ombro e levantei a sobrancelha.

“Luen , por favor”, eu pedi.

Já estava atrasada e andar de noite e sozinha por aquela floresta, não era nada bom. Dylan é a prova viva disso. Quer dizer, morto-vivo.

“Você vai encontrá-lo, não é?”, ela perguntou. Sentou em sua cama e continuou me olhando. Eu me senti quente.

Estava começando a me dar raiva ter que esconder algo que não aconteceu. E , talvez, nunca acontecesse. Eu respondi, dura.

“Se você sabe, por que ainda me pergunta?”, então, sem mais nenhuma palavra, saí do quarto. Olhei para os corredores, com medo de que a minha raiva tivesse chamado a atenção de algum monitor.

Enquanto eu ia em direção a saída, meu corpo ia se esfriando. Eu suspirei. Tinha sido muito dura com Luen. Ainda mais hoje, num dia de luto. Balancei a cabeça e desci as escadas, até estar do lado de fora. O ar frio fez bem a mim e a minha mente. Fechei meus olhos por alguns segundos, até que suspirei e comecei a andar.

Domingo estava deserto. Nem mesmo o casal emo estava em sua árvore. Quando passei em frente a fonte, fiz o sinal da cruz e suspirei. Ainda criando coragem para entrar naquela floresta. Quando cheguei nos estábulos, eu já conseguia ver as copas das árvores. Dei um passo para frente e suspirei. Tinha que terminar com esse medo bobo, e seria agora.

Entrei na floresta escura e deserta. No começo me desesperei um pouco com a ideia de me perder, mas me controlei e continuei o caminho. Nathan riria de mim se estivesse aqui. De fato, nem demorei muito para chegar em sua cabana.

As luzes ainda estavam acesas, mas me impressionou o fato de Fleur não estar na porta me esperando como sempre fazia. Respirei fundo enquanto subia os degraus, e o cheiro das rosas invadiu minhas narinas. A quanto tempo Nathan não me dava mais rosas? Eu meio que sentia falta disso.

Levantei a mão para bater, mas sabia que seria burrice. Nathan sempre deixava a porta dele aberta. Minha mão escorregou até a maçaneta e eu abri a porta. Dando de cara com a cena mais bizarra da minha vida.

Nathan estava deitado na cama, de óculos, e com um livro na mão. Ele estava tão absorvido na história que nem notou a maçaneta. Apenas quando eu entrei totalmente na casa, ele levantou seu olhar para mim. Seus olhos estavam de um azul escuro, passando para o preto.

“O que faz aqui?”, ele perguntou, mas eu estava intrigada com a cor dos seus olhos.

Limpei a garganta e me ajeitei.

“Vim para o treinamento”, eu respondi e me encostei na parede. Meu olhar se desviou do seu direto para o livro em suas mãos. “Você lê?”

Um meio sorriso sensual pareceu em seu rosto.

“Eu sei ler”, ele respondeu e tirou os óculos. Seus olhos voltaram ao normal. Ele colocou o livro no criado mudo e se levantou, passando a mão por sua blusa preta. Então se sentou no baú e começou a colocar os sapatos. “Mas, hoje é domingo”, ele olhou para mim. “Se dê uma folga.”, então, parecendo se lembrar de alguma coisa, franziu a testa. “Onde está Sam?”

“Vim sozinha”, eu disse.

Ele parou de colocar o sapato por um momento para me encarar e me estudar. Meu coração estava batendo forte, machucando meu peito. Mina garganta secou. E se eu fosse dizer alguma coisa naquele momento, começaria a gaguejar. Ele tinha um olhar tão profundo que me fazia querer que o tempo parasse. Um sorriso torto e arrogante brotou em seus lábios.

“Sozinha é meio perigoso, não é?”, ele perguntou. Senti um duplo sentido, por isso não respondi. Ele se levantou e esticou as costas. E que costas. “Vamos, vou te levar de volta”

“Mas, Nate...”, eu tentei.

Ele levantou um mão e me fez calar.

“Nada de treinamento. É fim de semana, Aly. Descanse.”, ele caminhou até a porta e parou ao meu lado. Me olhou de baixo a cima e parou em meus olhos. “Além disso, você com essa roupa e eu com pouco auto-controle...”, ele balançou a cabeça e deixou a frase em aberto. Então saiu da casa e me esperou do lado de fora.

Eu continuava paralisada no local. Soltei o ar que nem sabia que estava segurando e me virei para sair da casa. Nathan estava perto das rosas, as olhando. Então me vendo fechar a porta, pegou uma do arbusto e a estendeu para mim. Assim que eu a peguei, consegui senti a magia elementar da terra. Também pude ver o quanto sentia falta dela.

“Obrigada”, eu respondi.

“De nada”, ele sorriu e começou a me guiar floresta a fora.

Esquecendo totalmente da presença de Nathan ( algo quase impossível de acontecer), levei a rosa até o rosto e senti seu cheiro. Tão doce e picante. Como Nathan. Quando abri os olhos, vi Nathan me observando com um sorriso no rosto. Meu rosto corou.

Continuamos caminhando, sem dizer nada. Até que eu resolvi dizer algo.

“Já soube de Lana, não é?”, eu perguntei.

Os olhos de Nathan ficaram sombrios e se abaixaram. Ele colocou as mãos no bolso e chutou uma pedrinha, parecendo frustado. Por um momento, pensei que ele não iria me responder, por isso tomei um susto quanto escutei sua voz novamente.

“Sim”, ele respondeu.

Pensei em prosseguir o assunto, mas levando em conta o tempo que ele tinha demorado para me responder apenas essa pergunta, achei melhor mudar de assunto.

“Luen já sabe que eu vim encontrar você”, eu disse.

Isso fez com que ele me olhasse, mas oque eu encontrei em seu olhar foi diferente do que eu esperava. Tinha raiva ali. E eu, por algum motivo, sabia que a culpa disso era eu mesma.

“Está com medo dela contar para o Mauricinho?”, ele perguntou. Sua voz dura.

Eu parei para encará-lo. Já tínhamos chego perto da fonte. Era engraçado como o tempo passava rápido com Nathan. Mas aquele momento não era nada engraçado. Nate também parou e ficou me olhando, frustado. Então, eu entendi. Eu peguei na veia dele, então ele achava que tinha direito de pegar na minha.

Ficamos apenas nos encarando por um bom tempo, até que eu pensei: Mais que Diabos.

“Luen estava certa. Eu não deveria estar aqui.”, eu disse e vi os olhos de Nathan se suavizando. “Eu deveria estar no meu quarto, onde meu namorado acha que eu estou e não aqui fora com alguém que não me dá a mínima”, vi Nathan se encolhendo um pouco com as minhas palavras. “Agora veja, não fazem nem uma semana que ele foi embora. Eu deveria estar lé , naquele quarto, escrevendo e-mail de amor para ele. E não com alguém que se mantem tão distante de mim.”

“Alexa, está se escutando?”, Nathan perguntou. Agora mais calmo.

Não, eu não estava me escutando, mas seja lá o que eu estava falando, estava fazendo-o parar de me atingir e se encolher. Eu parei para clarear a minha mente e suspirar. Meus olhos queimaram por causa da adrenalina em meu sangue.

“Eu nunca disse que não queria nada com você, apenas estou respeitando seu namoro”, ele disse e deu um passo a frente. Um meio sorriso apareceu em seu rosto. “O que te faz pensar isso?”

Eu passei a língua pelos lábios e levantei meus olhos. Os olhos azuis de Nick poderiam ser profundos como o mar, mas os de Nathan eram tão escuros que eu em sentia sendo puxada cada vez mais para a escuridão. Pense em uma resposta rápida, Aly.

“Você nunca me tocou”, eu respondi e senti meu rosto quente.

Nathan jogou sua cabeça para trás e riu. Senti meu rosto mais quente ainda.

“É claro que eu já te toquei , Alexa”, ele riu mais um pouco. “Como você acha que foi parar na enfermaria, depois que Dylan te atacou e você desmaiou?”

Eu balancei a cabeça, despenteando meus cabelos.

“Isso não conta.”, eu disse. “Eu estava desacordada”

Em uma mudança súbita de humor, ele parou de rir e me olhou sério. Deu outro passo a frente, deixando nos quase grudados, mas sem me tocar ainda. Ele fez um tipo de bico enquanto me estudava de cima a baixo.

“Você quer que eu te toque?”, ele perguntou se inclinando para mais perto.

Eu fiquei sem palavras. Só pude assenti.

Nathan, ainda sério levantou sua mão e pôs em meus rosto. Foi como se o mundo tivesse se abrindo na minha frente. A mão de Nathan era tão quente que rivalizava com a minha temperatura. E a sua magia era o melhor afrodisiástico do mundo. Seus olhos não se desviaram dos meus, como se estivessem unidos. Por um segundo, eu senti a mesma coisa que senti com Sam, quando começamos a ler um a mente do outro.

Uma ligação com Nathan.

Ele não disse nada, mas eu levei a minha mão ao seu rosto e o toquei. Ele deitou seu rosto em uma mão e suspirou, sonhador. Sua barba por fazer roçou em minha mão, assim como seus cabelos que caíram em minha mão. Eu me sentia a garota mais feliz do mundo, mais completa. Foi então, aí que eu percebi que não poderia viver sem Nathan, mesmo que quisesse. Sem aqueles olhos escuros. Sem aquele sorriso arrogante. Sem seus cabelos lisos e escuros que pairavam em cima da minha mão.

Foi aí que eu percebi que o amava.

Amava mais que a Nick.

E não importava o quanto meus amigos o odiassem, meu coração seria aquele que teria a última palavra. E , naquele momento, ele estava pulsando de emoção. Acho que metade da Spell the Most, conseguia escutá-lo.

Não sei quem se aproximou primeiro, mas no segundo seguinte em que a afirmação de que eu amava Nathan pairou em minha mente como uma grande placa em Neon, nossos lábios se encontraram.

Eles eram tão macios quanto eu pensei que seriam. A mão de Nathan saiu de meu rosto e escorregou até meu cabelo, em uma forte pegada. Minha mãos saíram de rosto e se prenderam em seu cabelo. Ele eram tão lisos que escapavam de meus dedos. E eram tão macios que pareciam fios de seda.

A língua de Nathan roçou em meus lábios, pedindo passagem e eu entre abri-os. Assim que aprofundamos o beijo, Nate aproximou mais nossos corpos. Meu corpo foi direto de encontro ao seu, e sua mão livre foi de encontro com a minha cintura. Ele apertou-a como se fosse para se deter se levantar a minha blusa e mordeu meu lábio inferior. Me vi na ponta dos pés e suspirando.

Era como se tirassem uma carga de cima de mim. De Nathan também, pela intensidade de seu beijo. E que intensidade. Sua barba por fazer roçava em meu rosto, mas invés de reclamar, como eu fazia com Nick, eu achava excitante.

Seus dedos fizeram um caminho da minha cintura, pela minha perna e pararam na minha pantorrilha. Eu me arrepiei e escutei o riso abafado de Nate. Ele segurou na minha pantorrilha e levantou minha perna, entrelaçando-a em sua cintura. Fiquei tão surpresa que quase caí, mas ele me mantive bem segura. Ele continuou passando os dedos em minha coxa enquanto me beijava.

Meus dedos começaram a brincar com seu cabelo, fazendo cachos , ou melhor, tentando , já que o cabelo dele era muito liso, desde a raiz. Quando eu pensei que tudo aquilo não poderia melhorar, o Reconhecimento Elementar começou a passar em minha mente, anteriormente em branco. Imagens, informações importantes, tudo em um estalo.

Parei de beijar Nathan para poder respirar, mas ele parecia ter um forte pulmão. Continuou me beijando pelo rosto, e pelo pescoço. Sentir sua respiração pelo meu corpo, era a melhor coisa do mundo. Ele mordeu um lóbulo e riu, enquanto eu tremia e arfava.

“Viu o que aconteceu com a gente, só por que eu te toquei?”, ele perguntou com a voz rouca. Eu não tinha mais forças para responder. Na verdade, achava que se Nathan me soltasse, eu iria cair de cara no chão e não levantaria mais.

E , como se tivesse escutado meus pensamentos, Nathan soltou minha perna que estava em sua cintura e a colocou com cuidado no chão. Então, suas duas mãos se fecharam em minha cintura, como em um abraço. Eu já sabia que tinha terminado, mas mesmo assim lamentava. Tirei minhas mãos de seu cabelo e coloquei-as em seus ombros. Seus olhos estavam tão escuros que eu poderia enxergar a sua alma. O sorriso arrogante não saía de seu rosto. Parecia colado.

“Foi melhor do que eu imaginava”, ele disse e me soltou, dando um passo para trás. Me senti vazia por um momento. O meu sorriso se dissolveu a nada.

“Se foi tão bom, por que você está indo embora?”, eu disse temorosa. Será que íamos voltar ao zero em nos tocarmos por causa de um beijo. Mas, que beijo. Acho que nunca fui beijava daquele jeito na minha vida. Nem pelos vampiros.

“É melhor eu ir, antes que eu te arraste comigo de volta para a cabana”, ele deu um passo para trás. Eu senti um fogo se acendendo em um peito, de antecipação. “Se você não se sentir muito culpada amanhã, sabe onde me encontrar.”, ele se inclinou e pressionou os lábios no meus uma última vez. Então piscou e começou a ir embora.

Eu pensei em observar ele ir embora, mas achei melhor entrar antes que tivesse a brilhante ideia de ir atrás dele. Quando cheguei em meu quarto (ainda suspirando), fiquei surpresa ao encontrar Luen sentada em sua cama , acordada e me fitando. Eu abri a boca para perguntar o por que dela estar acordada, quando me lembrei que dormia no mesmo quarto que uma vidente.

“Eu vi, Alexa”, Luen disse fortalecendo as minhas suspeitas. “Você e Nathan se beijando”

Eu abri a boca para responder, quando escutei outra voz.

“Eu disse que não confiava nesse cara.”, Sam disse deitado na cama de Lana.

“Você tem que parar de sair de mim sem que eu tenha o chamado”, eu repreendi Sam. Mas sabia que a bronca maior era minha. Como se para ter a prova final, Luen começou a falar.

“Você sabe que se Nick souber disso, pega o primeiro avião para cá e mata Nathan”, ela disse. Eu olhei em seus olhos azuis sonolentos e suspirei.

“Tem razão.”, eu disse. “Por isso , você não vai contar para Daemen disso”

“Alexa, ele é meu namorado!”, Luen disse. “Não escondo nada dele”

“Luen, por favor.”, eu pedi, começando a trocar de roupa. “Eu sou sua amiga.”, parei um momento e aspirei o cheiro de Nathan em minhas roupas. O cheiro picante brincou com meu nariz e me fez sorrir.

“Tudo bem”, Luen jogou os braços para o ar. “Você ganhou. Eu não conto”, ela disse. Mas eu sabia que tinha um porém. “Mas, você vai ter que parar de se encontrar com Nathan”

Meu coração gelou naquele momento. Levantei o olhar para ela e vi que estava falando sério. Sam não disse nada, mas não precisava. Sabia que ele estava de acordo com Luen.

“Não me peça o que eu não posso cumprir , Luen”, eu pedi.

“Então, o que você fazer?”, ela perguntou frustada. Nunca a tinha visto assim. “Vai continuar traindo Nick, o melhor amigo do meu namorado, e quer que eu fique quieta?”

“Eu não disse isso, Luen”, eu me sentei ao seu lado na cama. Quando tentei pegar sua mão, ela se afastou e desviou o olhar. “Eu só quero um tempo para que a poeira abaixe. Espere Nick terminar de ajudar a família e eu vou conversar com ele. Por que...”, eu parei, insegura se deveria ou não contar a Luen, algo que Suzy deveria saber primeiro.

“Por que...?”, Luen induziu.

“Por que é mais justo”, eu emendei.

Ela suspirou e passou a mão pelos cabelos ruivos.

“Tudo bem, mas você só tem até Nick voltar. Senão eu conto”, ela disse.

Eu assenti e fui me deitar na minha cama. Estiquei minha mão e vi Sam virando fumaça e vindo até mim. Luen se virou na cama e apagou a luz. Ela realmente tinha ficado com raiva de mim. Eu suspirei. Estava feliz e ninguém iria tirar essa felicidade de mim.

Tinha beijado Nathan Castille.

Tinha encontrado meu verdadeiro amor.

E , agora tinha certeza que ele não era maluco.

Por que, com o Reconhecimento Elementar, eu vi quem ele era de verdade.

E ele era um grande espião.


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