Eu estava atrasado para a festa? Sim. Mas eu nem ligava. Talvez pelo fato de eu nem conhecer a pessoa. Ou talvez porque eu saira exausto do show do dia anterior. Enfim, eu não estava nem um pouco afim de ir. Mas a menina era... alguma coisa do meu amigo. "Tomara que não seja namorada. Não quero ter que ficar de vela em uma limousine" Pensei. Coloquei uma jeans, um supra, e uma camiseta legal. Pronto. Estava bom, pelo menos. Eu não tinha que ir parecendo um lorde inglês.

-Justin, se apresse! A limousine já está aqui, seu lerdo! - Era Alfredo.

-Calma ai! Já estou indo!

Peguei meu iPhone, e tweetei: "Indo para uma festa. Vejo vocês lá?"

Coloquei-o no bolso, e desci as escadas de casa correndo. Alfredo estava de terno.

- Cara, você está parecendo um pinguim!

- Cala a boca, Drew!

- Não me chama de Drew! Você sabe que eu odeio!

- Então não me chame de pinguim

Bufei, mas era melhor não discutir. Andei até a limousine, e me joguei la dentro, seguido por Alfredo.

- Vai, se anima, Bieber. Não vai matar

- Na verdade, vai sim. Eu não durmo há dias. Eu preciso dormir!

- Dorme no caminho, ué.

- Tá bom. Mas não zoa minha cara ok?

Alfredo deu um risinho, mas nem liguei. Me encostei no banco, e dormi. 

Quinze minutos depois, senti o carro estacionar. Buscaríamos a anfitriã, mas nem me preocupei em me levantar, afinal, o sono era maior.

Algum tempinho depois, uma voz, não familiar, cantava no carro. Não era ruim, mas eu percebia que apenas cantava por cantar. Me sentei, e me sobresaltei com a visão que tinha: Era a menina mais bonita que eu já havia visto.

Não era alta. Era baixinha. Tinha olhos e cabelos castanhos caindo sobre os ombros do modo mais natural possível. Estava usando um vestido lindo, e um laço que quase caía dos seus cabelos. Os cabelos estavam um tanto bagunçados, e ela fazia uma dancinha. Estava maravilhosa. Ela era maravilhosa.

Quando Alfredo lhe disse que fazia uma dancinha, ela corou. O que a deixou mais bonita ainda. Percebi que estava encarando-a, então, virei os olhos, pegando meu iPhone. Comecei a digitar qualquer coisa no twitter, e apagar sem enviar nada. Não conseguia digitar nada certo, eu tremia. Ela era realmente muito... perfeita.

Enquanto Jeen tentava arrumar o laço na cabeça da garota, ouvi seu nome pela primeira vez: Berry. 

Aproveitei a ocasião, já que a irmã estava tendo um pouco de dificuldade, para observar melhor a garota. Seus movimentos eram graciosos. Ela escondia os braços, acho que involuntariamente, e eu me perguntava porque. Seus lábios rosados me chamavam, não literalmente, mas eu sentia uma intensa vontade de beijá-los.

Quando o carro parou, saí correndo dele, sabia que estava a ponto de ter um ataque. Entrei na festa correndo, cumprimentando meus fãs com um aceno, e seguindo diretamente para o bar. Pedi alguma coisa qualquer, e bebi em um só gole. Senti descendo pela garganta, porém, aquilo não faria tanto efeito.

Fiquei sentado. Quando ela caminhou adentro, eu senti uma imensa vontade de ir falar com ela. Mas ela começou a falar com a Demi, e eu não queria atrapalhar. As duas estavam se dando bem.

Fiquei sentado, cumprimentando as pessoas que passavam, apenas olhando a garota vagar pelo salão. Ela era linda, simpática, parecia ser realmente boa em conversar. 

Eu pedi uma segunda dose da bebida, e dei pequenos goles, me emergindo em um mundo sem fim de pensamentos. Em todos eles, Berry estava presente. Em um deles, estavamos na praia. No outro, no campo.

Cara, o que acontecia comigo? Eu nunca havia falado diretamente com aquela garota. Eu estava apaixonado? Não. Não podia ser. Jamais conversei com ela. Mas ela ofusca a todos... amor a primeira vista? Talvez.

"Hora da guerra" Ouvi. Nem pensei em se levantar, mas logo vi uma oportunidade de chamar a atenção da garota. Peguei uma tinta rosa, e mirei na barriga da menina, mas como não tinha uma mira tão boa assim, acabei acertando o peito dela. "Droga" pensei. Porém, sorri, e ao receber a bolada de tinta de Berry na barriga. Eu sabia que a tinta iria sair, mas mesmo assim fiz uma expressão brava. Eu me aproximei dela, ia tentar falar algo inteligente, como "E ai?", mas recebi uma tinta azul de Demi no braço. 

Eu agarrei o glitter, e joguei nelas, rindo. Era divertido. Porém, quando ia falar algo para Berry, ela saiu da pista. Droga. Eu era tão lerdo assim?

Voltei a me sentar, dessa vez, Alfredo veio atrás de mim:

- E então? Parece que tem um clima entre você e a -Ele fez uma carinha fofa- Berry

- Ah, cala a boca, Al. 

- Fala sério Justin. Você sabe que é verdade. Só não põe em prática porque não quer.

- Cara, eu fico bobo, não consegui falar nem uma palavra pra ela. 

- Você é famoso... usa isso

- Acho que ela nem liga e... pera. Alfredo, você é brilhante!

Abracei ele e corri até Josh

- Ei, Josh, tem lugar para eu cantar?

- Tem sim. Depois da Demi, pode ser?

- Perfeito

Agradeci silenciosamente, e me sentei. Seria One Less Lonely Girl. Cara, Alfredo era um gênio. Pedi uma bebida qualquer, e comecei a beber. Quase engasguei ao ouvir:

-Era o momento de Demi Lovato, porém, ela perdeu a voz, então aqui está vossa anfitriã, Berry Mckinley!

Cara, era o destino. Só podia.

Ela cantava como um anjo. Lightweight era perfeita para a voz dela. Quando acabou, eu gritei um "ISSO AI!" mas acho que ela não ouviu.

Parti para trás do palco, mas me escondi quando ela passou. Queria que fosse uma surpresa. 

-Que música? - O técnico de som perguntou

- One Less Lonely Girl

- Tem certeza? Não é meio... velhinha?

- Tenho sim. Por favor, só coloque!

O homem me obedeceu, e eu subi ao palco, recebendo os aplausos de bom grado. Eu estava mais nervoso do que o normal

–Eu vou cantar algo um pouco antigo meu, espero que gostem. É para uma garota muito especial aqui presente, espero que ela saiba que é para ela. Se não, eu serei obrigado a dizer seu nome, e me declarar.

Sorri e esperei a música. Coloquei toda a emoção no canto, sem me preocupar. Um pensamento martelava em minha mente: Perceba que é você

Quando a música acabou, senti um frio no estômago. Ela não sabia

–Querida, se você souber que é para você, por favor, suba aqui. Eu te imploro.

Nada. Nem um sinal. Droga.

–Não sabe? Ok... Vou dizer. Não riam se ela me dar o fora ok? - Pisquei para a platéia, mas na verdade, queria me jogar do palco. Seria realmente micoso - Eu não sei o que aconteceu comigo. A primeira vez que eu te vi, tão rebelde, fez meu coração pular. Quem sabe o que eu sinto, quem sabe o que eu vejo? Apenas sei que você mexeu comigo garota, e agora eu te pergunto: Berry Mckinley, quer ser uma garota solitária a menos?

Todos viraram para ela. Ela estava abismada. Talvez eu não deve-se ter dito na frente de todos. E se ela só aceita-se para não me magoar. E se ela não aceita-se?

–Só se você me tornar essa garota!

Sorri, aliviado. Cara, será que ela sentia o mesmo? Tomara que sim. Pulei do palco, e corri até ela, envolvendo-a em meus braços. Depois, roubei-lhe um beijo. Sua boca tinha sabor de amora, fazia jûs ao nome.

Eu realmente estava apaixonado