Shadow Touch escrita por Lady TMS


Capítulo 32
Sala de treinamento




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–Acho que estou começando a odiar essa sala...

–Serio? Eu até que gosto dela.

–Só porque você pode me torturar aqui dentro – resmungou para si mesma.

Mas ele ouviu e deu um sorriso de lado.

– Você já descobriu que tipo de poderes você domina melhor?

Todas as horas que haviam passado aqui dentro eles treinaram um pouco de tudo para melhor controlar seus poderes e saber a extensão deles. Mas só ela podia dizer com que tinha mais facilidade.

– Não realmente –respondeu - Talvez o de manipulação.

– Faz sentido...

– O que faz sentido?

– Sua família do ramo primário possuía também o mesmo tipo. Isso quer dizer, que você tem o sangue ainda puro, se é que pode-se dizer assim.

Johana esfregou a testa.

–Vocês ficam falando de ramo primário, secundário... O que isso significa exatamente?

–Falar que alguém é do ser ramo primário significa que é seu parente de sangue. Tios, primos, avós, etc... O secundário são as famílias mais antigas da sua vassalagem. Os terciários são aqueles que foram conquistados ou aderiram à força a família. Por exemplo, Mary por ser minha tia é do ramo primário, e os meus empregados são do ramo terciário. Eles não são especialmente próximos a mim, mas uma vez dentro da família eles se tornam leais.

– Então eu não tenho um ramo primário? – apoiou-se na parede desanimando.

Não era como se não soubesse disso, mas falar parecia fazer tudo mais real.

–Não – Jonh se aproximou dando tapinhas em sua cabeça em um gesto deturpado de conforto – mas não é tão ruim. Família é superestimada. Basta ver como minha tia me trata.

Ela sorriu.

–Você é péssimo nisso sabia.

–O que?

– Em me confortar... – depois respirou fundo e se afastou – sobre os vestidos...

Ele fechou a cara.

– Não acho que você deva paga-los para mim – continuou - É desnecessário, eu posso muito bem conviver com os que eu tenho em casa.

– Não, não pode...

–Eu sei que eles não são tão bonitos ou caros como os que vocês estão acostumados...

–Não vou deixar você viver aqui usando farrapos que não se encaixam mais com seu estilo de vida Johana. Deus sabe que eu posso pagar por um par de roupas...

– Farrapos? Eu não uso farrapos.

Ele lhe deu um olhar compassivo. Sim, ela usava roupas velhas e com alguns remendos, mas nada que pudesse ser chamado de farrapos...

Ela suspirou. Jonh a deixava exausta de várias maneiras. Porque nunca podia ser do seu jeito?

–Muito bem... Mas eu pagarei um dia o valor dos vestidos.

Ele deu de ombros como se não fizesse diferença, descruzou os braços se afastando da parede para pegar uma bola que estava no canto.

–Você se lembra da pétala de flor dentro do copo com água?

–Impossível esquecer...

–Esse treinamento funciona da mesma forma – ele se sentou no chão ignorando seu comentário e fez um movimento para que ela o acompanhasse – primeiro tente transformar a bola em qualquer objeto que puder.

Em um esforço, ela mudou a bola lentamente para um tijolo até adquirir a cor avermelhada e parecer bem real.

Jonh tocou no tijolo e ele rapidamente voltou a se transformar.

– A primeira etapa desse exercício consiste em você conseguir manipular de tal forma que se eu pegar a bola ela não irá voltar ao seu estado novamente.

–Ok.

Tentaram mais três vezes até que ela conseguiu segurar um pouco mais de tempo o tijolo na mão dele.

–Ótimo. Mas eu ainda não sinto a textura do tijolo. Voltaremos para isso depois – ele colocou a bola de novo no chão – Na segunda etapa você deve tanto mudar a forma do objeto quanto os sentidos do inimigo. Por exemplo, transforme a bola em um prato de comida.

Essa foi à parte mais difícil. Ela simplesmente não conseguia fazer um prato de comida. Quando finalmente saiu algo, ela estava esgotada.

– Vê? O prato não tem cheiro, e provavelmente nem algo parecido com sabor –ele fez uma careta – da próxima vez tente focar em mim, o que você quer que eu veja, ou sinta. Vamos dar uma pausa.

Jonh se levantou e jogou uma garrafa de água para ela.

–Que tipo de poderes você tem? – ela falou entre as goladas de água.

Ele voltou a se sentar em sua frente.

–Porque você não tenta descobrir?

–Perdão?

–Aqui – ele colocou as palmas viradas para cima em sua direção – se você jogar um pouco da sua energia em mim, a minha energia irá aparecer como reação. E pela cor e intensidade você poderá descobrir sobre a pessoa.

Johana olhou receosa para as mãos a sua frente. Depois, lentamente, deixou que seus dedos deslizassem pelos dele. O toque quente passou pela sua palma a aquecendo progressivamente. As mãos dele maiores e mais seguras que as dela. Se pelo menos ele quebrasse o silêncio ela poderia fingir que tudo estava bem.

Mas demorou até que ele clareasse a garganta e falasse:

– Agora quando eu mandar minha energia pra você... – ele deu um aperto suave em sua mão – veja sua cor...

Ela olhou para a fraca luz que contornava sua mão. Vermelho.

–Todos os manipuladores tem essa cor?

Ele acenou e Johana voltou à atenção para suas mãos.

Podia sentir que ele a observava, mas ela não conseguia olha-lo com a mesma facilidade. Tinha medo que em seu rosto estivesse passando emoções demais, que nem ela poderia explicar.

Em vez disso voltou sua atenção para o exercício. Tentou se lembrar de como havia feito para conseguir ver todas as cores das pessoas no dia em que quase havia morrido.

Ela mandou uma energia de ataque leve em Jonh, a luz clara piscou rapidamente e depois se foi em torno da sua mão, mas foi o suficiente para que ela visse.

–Amarelo? O que significa?

Ele sorriu presunçoso.

–Significa que eu materializo qualquer coisa que eu queira.

E ai ela cometeu o erro de olhar em seus olhos azuis e sorriu também.

–Qualquer coisa?

Jonh acenou.

–Acho que é a minha vez de te testar Sr. Jonathan.

Ela soltou sua mão, mesmo que não quisesse absolutamente fazer isso e se afastou um pouco.


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Notas finais do capítulo

desculpem a demora... Minha internet é temperamental >



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