Uma Jornada Ao Resgate escrita por Sally Yagami, TommySan, Vanessa Sakata, MisuhoTita


Capítulo 35
O labirinto da morte


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente? Gostando da história? Espero que sim! Aqui é a Vanessa BR postando mais um capítulo de "Jornada"!

Boa leitura!



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Samira acabara perdendo contato com os demais companheiros e corria sem direção, procurando raciocinar pra conseguir alguma estratégia. Por mais que se esforçasse, não conseguia pensar em algo para deter aqueles mortos-vivos que avançavam sem parar.

Retesou seu arco e colocou suas melhores e mais mortais flechas, em seguida, as lançou contra os quatro seres que a perseguiam. Precisava ganhar tempo para pensar. Precisava enrolar o máximo possível para conseguir ter pelo menos uma ideiazinha. Não tinha como fazer isso parada, os monstros de carne pútrida não paravam de correr atrás dela, determinados a talvez devorá-la.

Samira corria e lançava suas flechas contra eles, que ficavam ilesos após cada ataque. E era isso que a deixava sem condições de pensar direito, pois era espantoso o poder de regeneração daquelas criaturas.

Apenas uma pergunta martelava em sua mente... Como conseguiria matar algo já morto? Como?

Isso era ruim.

Péssimo.

Horrível...

... Porque sua cabeça simplesmente não conseguia lhe dar uma resposta. Nenhuma resposta conseguia surgir em sua mente, nem pra remédio!

Isso era cruel! Cruel demais!

Não adiantava nenhum ataque, pois nada conseguia liquidá-los. A arqueira tentou até correr e cravar as flechas envenenadas em partes consideradas vitais, mas parecia que nada os afetava.

Não parecia. De fato, nada os afetava, ao passo que suas garras nojentas atingiam Samira sem piedade. Sua estratégia de cravar flechas nos seus inimigos permitia que a atingissem, causando-lhe cortes profundos em todo o corpo devido à sua guarda baixa.

“Mas que droga...!”, pensou já ofegante. “Como é que vou passar por essas coisas...? Esses malditos não morrem!”

Tinha que admitir que desta vez aquele grupo maldito formado por Mabel, Servia, Fabian e Soraya havia se superado, e muito! Mas isso não significava que ela admitiria uma derrota definitiva para aquele bando.

Jamais!

Pegou de sua aljava mais uma flecha, uma que nunca tinha usado antes. Era uma flecha que não pensava que iria usar agora, toda de metal, com suas pontas do mais resistente diamante, devidamente lapidado de tal modo que suas arestas eram extremamente cortantes. Aquele tipo de flecha estava reservado para transpassar o coração de alguém em especial.

Retesou mais uma vez seu arco, o máximo possível que poderia para imprimir a maior velocidade necessária para aquela flecha ser de fato mortal. Mirou bem no primeiro morto-vivo, já que atrás do qual os outros formavam uma fila. Soltou a flecha, que voou com grande velocidade para a cabeça do morto-vivo. O impacto foi tamanho, que atravessou seu crânio e teve velocidade suficiente para perfurar os crânios dos outros logo atrás, que caíram num “efeito dominó”.

Aproveitou a chance e saiu correndo por aquele labirinto, no qual não conseguia saber se estava rumando a alguma saída ou não. Assim que olhou para trás, viu os mesmos monstros que ela atingira, com seus crânios perfurados e correndo em seu encalço.

– Maldição! – Samira praguejou enquanto corria desesperadamente à procura de uma saída. – Eles não morrem mesmo!

Nisso, a arqueira, devido à velocidade na qual corria, acabou pisando de mau jeito e sofrendo uma torção no pé esquerdo, o que ocasionou sua queda. Caiu de cara no chão, enquanto sua aljava se desprendia da alça que a prendia ao corpo, espalhando as suas flechas pelo chão.

Seu pé doía muito. Não conseguia andar direito e não tinha tempo de recuperar suas flechas. E, logo atrás de si, havia uma parede, o que significava que a arqueira estava completamente sem saída.

E ela estava com os mortos-vivos bem à sua frente, completamente bloqueada.

O que fazer?

Como escapar disso?

As criaturas não paravam de avançar contra Samira, que tentou fugir de qualquer maneira, porém seu pé torcido não lhe permitia se mover dali. Presa fácil, a arqueira levou diversos golpes das garras das criaturas, até perder muito sangue e a consciência.

*

Tabita sentia que seus olhos e seu coração pareciam jamais ter algum descanso. Seus olhos, mais vermelhos do que nunca, não paravam de verter lágrimas desde que vira Tavius ser derrotado covardemente naquele maldito labirinto. Seu coração doía cada vez mais, parecia prestes a explodir com tantos baques.

E, agora, via Samira também sendo derrotada, sem chances de defesa. Já estava praticamente sem voz para gritar – como se gritar fosse reverter alguma coisa... Quem dera! Se fosse possível reverter tudo no grito, certamente estaria livre dali fazia tempo, não passaria nem por um décimo de toda aquela tortura que sofria e que, desafortunadamente, iria sofrer.

A realidade era extremamente cruel com ela. Até demais. E, ironicamente, para seus carrascos, era algo muito, muito doce. Era um deleite assistir um a um sendo abatidos naquele labirinto da morte. E, pra completar, todos os quatro estavam ali assistindo àquele espetáculo horrendo. Soraya, Servia, Mabel e Fabian estavam ali contemplando aquele show, sem deixar de obrigar a pobre refém a vê-lo também.

Quem seria a próxima vítima a cair agora?

*

Valery não pensou em correr para escapar. Pelo contrário, partiu para cima dos mortos-vivos que a cercaram. Energizou sua espada com sua magia, tornando-a mais afiada do que qualquer espada existente no mundo.

Mesmo com algo tão poderoso em mãos, a maga não se sentia muito confiante. Tinha um mau pressentimento. Algo ali corria o risco de não dar certo.

Mesmo assim, partiu efetivamente ao ataque, com golpes poderosos e precisos, degolando uns e perfurando outros. Assim que terminou sua série de ataques, olhou para trás e não acreditou no que via.

– Eles... Eles ainda se mexem...? Mas que droga!

Valery não podia acreditar naquilo. Mesmo sem cabeça ou faltando alguma parte do corpo, os mortos-vivos não paravam de avançar. Será que magia usada diretamente daria resultado melhor?

Decidiu testar.

Seus olhos se iluminaram com seu característico brilho azul intenso, através do qual invocou sua magia favorita, com rajadas cortantes de vento. Lançou-as contra as cinco aberrações, que foram literalmente retalhadas em fração de segundos.

Aparentemente, tudo havia acabado com aquilo. Mas, só aparentemente.

Enquanto recuperava o fôlego, Valery viu, com os olhos arregalados, o improvável acontecer. Um a um, os pedaços dos corpos dos mortos-vivos se reuniam, reconstruindo-os exatamente do jeito que eram antes de serem retalhados.

Os olhos de Valery se arregalaram ao testemunhar tudo aquilo. E não só o espanto e o temor tomavam conta da maga, mas também o ódio por saber quem eram os autores daquelas aberrações.

– Malditos...! – rugiu entre dentes. – Eu não vou perdoar vocês. Eu jamais vou perdoá-los pelo o que estão nos fazendo passar e, principalmente, pelo o que estão fazendo com a Tabita! ESPEREM ATÉ QUE EU ENCONTRE VOCÊS!

Mais uma vez os olhos de Valery brilharam, desta vez com muito mais intensidade. Partiu para o ataque com toda a sua força, correndo com a mesma velocidade de um vendaval e com a sua espada empunhada, a fim de mais uma vez retalhar os mortos-vivos.

Porém, de nada adiantou, pois eles se reconstruíam ainda mais rapidamente, fazendo apenas com que a maga se esgotasse mais rapidamente e os monstros aproveitassem isso em vantagem própria. Ao ver a guarda baixa de Valery, dois deles acertaram golpes certeiros, resultando em cortes profundos no braço direito e no lado esquerdo do abdome. Isso fez com que seu sangue escorresse sem parar, em meio à grande dor, que a fez tombar no chão sem sentidos.

*

Não... Não era possível...! Não era possível que seus amigos, que lutavam para resgatá-la, estivessem tombando, um por um, naquele pérfido labirinto...! Parecia que suas esperanças tombavam, uma por uma, junto com eles.

A desolação que aparecia no rosto sofrido de Tabita não passou despercebida pelo quarteto que a mantinha aprisionada.

– Já se deu conta de que você vai ficar nas nossas mãos até que vá ao inferno? – Mabel perguntou, levantando a cabeça da jovem ferida, de forma que seus olhos vissem os dela.

Não havia nenhuma resposta, apenas lágrimas.

– O gato comeu a sua língua, mimadinha? – Soraya ironizou.

– Soraya, não vê que a resposta está na cara? – Fabian sorriu. – Essa iludida está percebendo que não adianta ficar tendo falsas esperanças com aquele bando de tolos.

Porém, esse ar de confiança acabou desaparecendo de suas faces e se transferindo levemente para o rosto de Tabita. Isso, evidentemente, deixou-os sem entender a princípio, mas, ao olhar para as cenas geradas pelo próprio feitiço, tudo se esclareceu... Para a fúria de Mabel e companhia, havia alguém ali que deveria estar morto!

– MALDITO THALES!! – a líder do grupo berrou possuída pelo ódio e já encarou Servia. – Você não matou aquele tolo?

– Eu me certifiquei de que ele estivesse morto, Mabel! Não tinha pulsação alguma!

– Você se certificou errado, Servia! Não está vendo que ele está vivo, e bem vivo?!

Servia, com seus olhos injetados de fúria, berrava todo tipo de imprecações, em meio a golpes que aplicava em Tabita, com o intuito de descarregar toda a frustração que surgia naquele momento. Nada de magia, nem de palavras agressivas. Apenas socos e mais socos, como se socasse um mero saco de pancadas ao invés de uma mulher, que cuspia sangue a cada pancada infligida em sua barriga.

Porém, um sorriso de leve permanecia na face de Tabita. Não só de saber que seu irmão Thales estava milagrosamente vivo, mas também porque sua esperança acabava de ganhar mais um fôlego.

– Para que se irar tanto, minha querida Servia? – Fabian questionou com tranquilidade. – Esqueceu que, no nosso labirinto, quem entra nunca mais sai? Até onde sabemos, aquele lá pode ter sobrevivido milagrosamente, mas não é imortal.

– Bem lembrado, Fabian. – Servia concordou. – Deixa essa mimadinha sorrir o quando quiser, logo esse sorriso patético vai sumir da cara dela!

– Se nem uma arqueira, um espadachim e uma maga foram capazes de vencer nossos mortos-vivos – Soraya sentenciou. – duvido que um alquimistazinho seja capaz de conseguir.

As palavras deles não deram o efeito esperado em Tabita, que continuava a sorrir e até se arriscava a olhar diretamente para seus algozes.

– O Thales vai vencer, sim... – sua voz fraca, mas audível, se fez ouvir ali.

– Está delirando, é? – Servia se aproximou de Tabita.

– Não... Não estou... Ele é mais forte do que o Tavius, porque ensinou a ele o que ele sabe... Além disso, o Thales é alquimista.

– E daí? Ele pode ter sobrevivido uma vez, mas não escapará na segunda vez! – a bruxa pegou Tabita pelo rosto, apertando suas longas unhas contra a pele da face dela, fazendo-a sangrar.

– Ele vai sobreviver de novo... Eu sei que vai... Não o subestimem...!

*

Thales andava com cautela por aquele labirinto, preparando-se para, em breve, dar de cara novamente com aqueles seres asquerosos e horripilantes. Medo? Não podia mentir, sentia um pouco de medo, sim. Mas não queria dar espaço para ele, como da primeira vez.

Não. Desta vez, precisava escapar dali vivo, e, de preferência, com o mínimo de ferimentos possível... E salvar Tavius, Valery e Samira dali daquele maldito labirinto.

Não demorou muito pra deparar com vários daqueles seres horríveis, e que quase ceifaram sua vida antes. Concentrou-se, já com sua espada em mãos e respirou fundo. Sabia que sangue-frio era fundamental naquele momento. Sabia como enfrentá-los.

Assim que o primeiro morto-vivo veio ao seu ataque, Thales conseguiu se esquivar magistralmente das garras adversárias, até poder encaixar seu contra-ataque, perfurando uma das pernas do monstro. Segurou firmemente a espada ali no local perfurado e, concentrando-se, fez com que a espada fosse o canal para transformar a criatura em areia e ser levada pelo vento.

Porém, viu-se cercado por mais quatro outras criaturas semelhantes. Ao partir para fazer o mesmo ataque que fizera contra a primeira, na hora de usar sua técnica de transmutar para areia, não viu outro monstro se aproximando por trás.

Quando percebeu, era tarde demais: recebeu um golpe pelas costas, dado por um morto-vivo. Suas garras causaram um grande corte em suas costas e sua potência fez com que ele caísse, aparentemente sem sentidos.


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