Triple Love escrita por Hilla Fox GM


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

E AE NEGADA!
Ok, parei.
Bem, este capítulo é dedicado à liiiiiiinda da deusa da loucura Lúuh Scamander *-*
Espero que gostem!
Beijos, boa leitura!
Ps: desculpe qualquer erro.



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James

Estava deitado na minha cama de dossel, olhando em um ponto fixo no teto. Minha mente vagava pelos acontecimentos de hoje cedo. Não podia acreditar que finalmente tinha me declarado para a garota dos meus sonhos e, depois de me dar o beijo que eu sempre sonhei, o mais perfeito, ela me... Dá o fora! Tudo bem, eu entendo a Rose. Nós somos primos e ela tem medo de estragar nossa amizade, mas ela não percebe que o motivo de que eu sempre fui seu melhor amigo era porque ansiava saber tudo sobre ela? Que eu necessitava estar ao seu lado em todos os momentos? Que queria que fosse eu ao consolá-la quando algo triste acontecesse e que quando estivesse feliz eu seria o primeiro a saber por quê? Aparentemente não. Ela é muito inocente para perceber algo do tipo. Ela não percebe a manada de rapazes que babam diariamente em cima dela; como ia perceber eu ali ao seu lado? Exatamente em baixo do seu nariz a vida toda.

Olhei no relógio novamente: 7:17 p.m. Logo o jantar seria servido. Como o tempo voa, não? Não. Definitivamente não. Não aguentava mais esperar pela resposta dela. Isso que só faziam quatro horas. Eu tinha que me concentrar com todas as minhas forças para não ir até seu dormitório e perguntar novamente.

Me levantei e tirei minha capa e então desci as escadas em espiral para o salão comunal. O salão estava vazio exceto por uma linda garota do meu ano de longos cabelos morenos e ondulados nas pontas. Hannah Wood.

– Oi, James! – ela se levantou sorrindo e veio em minha direção. – Você vai descer para jantar?

– Ah, sim... Quer me fazer companhia?

– Claro!

Saímos pelo retrato da Mulher Gorda conversando animadamente. Hannah fazia parte do meu ‘Grupo Social’, mas nunca rolou nada entre a gente. Não que eu já não tivesse tido vontade, mas ela nunca quis. Apesar disso, isso nunca atrapalhou nossa amizade.

Enfim chegamos ao Salão Principal e nos sentamos à mesa de Gryffindor.

Não tinha muitas pessoas nas mesas a essa hora, ainda era meio cedo. A comida, como sempre, estava maravilhosa.

Ficamos conversando e rindo enquanto comíamos, isso me lembrou os velhos tempos, quando éramos novos e ingênuos e não tínhamos um problema maior que o mundo para lidar: o amor. Mas enquanto conversava com Hannah me esqueci completamente de todos os meus problemas. Me esqueci da Rose. Claro, isso parece horrível, eh? Mas seus lindos olhos cinzas arregalados tão inocentemente, seus cabelos caindo por cima de seu rosto, seu lindo sorriso mostrando seus dentes perfeitos, me tiravam da realidade. E eu precisava espairecer um pouco. Qualquer distração seria bem-vinda.

– Por que você está me olhando assim James? – perguntou pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha, me olhando envergonhada.

– Você é tão linda – me escapou, deixando-a mais constrangida.

Ela engoliu em seco e começou a se aproximar de mim, fechando os olhos, tocando minha face, e então levemente tocou seus lábios contra os meus.


Rose

Será que Mandy estava certa? Será que eu realmente estava apaixonada pelo Malfoy? Eu realmente esperava que não. Não que ele não seja uma pessoa boa, porque ele é, só não comigo. Não queria me apaixonar por alguém que nem ao menos gostasse de mim. Fora que se meu pai ficasse sabendo, por Merlin, a Terceira Guerra Mundial ia estourar.

Descíamos as escadas apressadamente. Eu não queria ter saído do dormitório, mas Mandy me obrigou.

Entramos no Salão Principal e meu olhar instantaneamente foi para a mesa de Slytherin à procura de um certo loiro que conversava intimamente com Luke e Matt. Ele olhou para mim e deu um leve sorriso, dando uma piscadela e voltando a conversar com os amigos.

Em seguida meu olhar foi à mesa de Gryffindor à procura de uma cabeça morena, mas o que vi me chocou; não encontrei uma cabeça morena, mas sim duas, juntas. Juntas juntas. Estaquei. Então era assim? Ele falava tudo aquilo para mim de tarde, e a noite estava se agarrando com... uma qualquer.

As lágrimas involuntariamente começaram a surgir. Não consegui me conter e logo os soluços vieram também.

Mas eu não ia dar o braço a torcer. Mandy notou que algo estava errado e seguiu meu olhar, arregalando os olhos quando viu o que eu vi. Ela ia falar alguma coisa mas eu simplesmente desviei o olhar e segui em frente à nossa mesa.

Durante todo o jantar senti vários olhares em mim. Me queimando. Essa sensação só havia acontecido uma vez, cinco anos atrás, e igual àquela vez, a ignorei. Mas dois olhares distintos pareciam penetrar minha alma, um à frente e um atrás. Olhei para cima e percebi James me encarando com um semblante culpado. Olhei por cima do ombro e pude ver Malfoy me olhando preocupado. Ignorei-os.

– Rose – Mandy me chamou. – Precisamos conversar.

– Fala – minha voz saiu embargada.

– Por que você acha que está agindo assim?

– Ora, porque será? James se declarou para mim e já está se agarrando com outra!

– Mas, pelo que deu a entender, você não gosta dele desse jeito. Não que você não deva ficar triste, mas no seu caso e na sua situação emocional, eu não teria ficado chateada, mas sim furiosa.

– O que você está dizendo? – perguntei franzindo as sobrancelhas.

– Você gosta dele. É a única explicação.

– Não, isso é impossível. Eu não posso gostar dele. Eu não quero gostar dele.

– Você pode não querer, mas tem certeza de que não gosta? Por favor, Rose, isso é sério. Você sabe que quando se trata desse tipo de coisa eu estou certa.

Ela tinha razão. Não sei como, mas conseguia enxergar os sentimentos das pessoas. Sempre com uma precisão incrível. Essa garota era anormal.

– Mas, Mandy, eu não posso gostar dele! Ainda há pouco você disse que eu estava apaixonada pelo Malfoy! – falávamos num tom de voz tão baixo e quase sem mexer os lábios que ninguém diria que estávamos conversando.

– E quem disse que você não pode se apaixonar pelos dois? Não tem nada de errado nisso. Eu acho que você está com medo. Medo do seu pai. Você sabe que indiferente de quem você gostar, James ou Malfoy, seu pai vai... Bem, você sabe.

Não parecia ser possível que eu estava me apaixonando pelos dois.

Não era possível. Ou será que era?


Scorpius

Estava narrando para Matt e Luke sobre o incidente com Thomas quando vi ela. Levantei o olhar e senti um sorriso se formando em meus lábios. Ela parecia melhor. Seu lindo rosto manchado por lágrimas tinha ganho cor novame... Lágrimas? Ela estava chorando! Tive vontade de levantar e correr para reconfortá-la. Por que estava chorando? Segui seu olhar e pude ver Potter beijando Hannah Wood; ou melhor, ela beijava ele. Então era por isso que ela estava chorando? Novamente tive vontade de levantar, mas para socar a cara daquele imbecil, mas Matt e Luke me seguraram. Potter não merece nenhuma dessas lágrimas derramadas, e anotem minhas palavras, ele vai pagar por isso.


James

– Me desculpe, James. Eu não devia ter feito isso – ela disse se afastando bruscamente de mim.

– Tudo bem... É só que eu to gostando de alguém – e involuntariamente olhei para a mesa de Ravenclaw a procura de Rose; Hannah seguiu meu olhar.

– Ah! – pude jurar que havia um meio sorriso em seus lábios. – Você ainda gosta dela?

– Quê? – me virei tão rápido em direção a ela que meu pescoço estralou. – Como você sabe que eu gosto dela? – disse ponde a mão no pescoço.

– Fala sério, Jay! Eu te conheço melhor do que você imagina. Acho que eu vou falar com ela depois – terminou mais séria.

– Não! Isso só ia piorar as coisas – olhei para Rose de novo e vi que estava chorando. – Quero dizer... Eu me declarei pra ela hoje à tarde.

– Que merda! – Hannah exclamou baixinho. – Meu Deus, eu não devia ter te beijado! Sinto muito!

Ela se levantou da mesa quase ao mesmo tempo que Rose. Acho que ela ia falar com ela, mas as duas foram em direção a porta. Quando estavam quase alcançando a porta eu me levantei. Não só eu; outra pessoa levantou comigo. Malfoy.


Narrador

Rose e Hannah se dirigiram à entrada do Salão Principal e pararam no hall. As duas se encararam por uns segundos em silêncio.

– Olha, Rose – a morena se pronunciou. – Eu sinto muito. Eu não sabia que... Bem... Você sabe.

– A culpa não é sua. Eu que fui tola em acreditar nisso. A culpa é minha, eu não devia ter acreditado nele.

– Não, você não está entendendo – a garota começou a andar de um lado para o outro ainda encarando a outra. – Eu beijei ele. Eu. Não ele.

O queixo de Rose caiu.

– Eu sempre soube que ele gostava de você, isso sempre esteve na cara dele – a garota estava se desesperando em tentar explicar o ocorrido.

– Mas... Para tudo! – a ruiva começou a elevar a voz. – Você está me dizendo que você beijou ele sabendo que ele gosta DE MIM!? E SE EU GOSTASSE DELE!? VOCÊ NÃO PENSA NOS SENTIMENTOS DAS OUTRAS PESSOAS, NÃO?

Rose estava chorando; em parte porque estava triste, em parte porque estava com raiva, e em parte porque nunca havia gritado com alguém assim antes.

– Rose!

James apareceu na entrada olhando estupefato para a prima, mas ela nem deu atenção a ele. Foi seguido por Scorpius e logo em seguida Mandy e Albus apareceram para ver a cena.

– Quer saber? Esse foi o pior dia da minha vida, e, parabéns Hannah, você me fez ter a PIOR NOITE DA MINHA VIDA COMO SE ISSO JÁ NÃO BASTASSE! – ela se aproximou da morena e deu um tapa na sua cara.

– Rose! - James gritou. - Para com isso! Você nunca foi de fazer esse tipo de coisa - seus olhos estavam arregalados.

– Ah, cala a boca, Potter! - Scorpius não se conteve.

– E o que você tem a ver com isso, Malfoy? - James cuspiu o nome.

– Você a magoou. Ela já está ruim o suficiente para um dia inteiro se você ainda não percebeu.

– Olha, a culpa não foi minha pelo que aconteceu hoje a tarde.

– E quem disse que eu estava falando sobre isso?

– Então sobre o que você está falando, ô imbecil? - ele estava começando a se irritar com Scorpius.

– Sobre o Thomas.

Rose perdeu o compasso da respiração e ficou pálida. Os quatro ficaram em silêncio, sendo seguidos pelos estudantes ao redor que observavam a discussão.

– Scorpius... - ela sussurrou. - Por favor...

Scorpius a ignorou.

– Thomas a agrediu há uma hora atrás. Ela estava só de roupas íntimas quando eu cheguei lá.

Ela ficou ainda mais pálida. Todos os olhares se dirigiram para ela.

– Isso é verdade, Rosie? - James se aproximou dela.

– É... - ela disse num fio de voz, seus olhos marejados, afastando-se alguns passos de James.

Então ela saiu correndo em direção as escadas e desapareceu de vista. Mandy saiu correndo atrás dela, sussurrando um “Parabéns” para os três.

Eles continuaram se entreolhando em silêncio. Depois de um tempo cada um seguiu em uma direção e as pessoas ao redor se disperssaram.

Esse foi um dia confuso para todos. O fim do primeiro final de semana em Hogwarts. O fim de semana mais esquisito que eles já tiveram. Tanto havia acontecido em um único dia. Esse seria um ano e tanto.


Narrador

Rose não agüentava mais os olhares. Era segunda-feira e todos na escola sabiam do ocorrido da noite anterior. Os cochichos eram intermináveis. Mandy – que não desgrudou mais dela – disse para Rose ignorá-los, mas nem ela conseguia seguir seu próprio conselho algumas vezes.

– Olha, é a Weasley!

– Você sabe que ela bateu numa Gryffindor?

– Sem falar no ocorrido com Thomas Hudson!

Naquela manhã ela tinha dito que não queria levantar da cama, mas Mandy insistiu e disse que uma hora ela teria que sair dali.

As aulas da manhã haviam sido tão estressantes quanto. E ela estava tão mal que nem prestou atenção às aulas e não respondeu nenhuma pergunta dos professores.

– Srta. Weasley, poderia vir aqui um minuto? – Prof. Longbottom a chamou quando a aula de Herbologia terminou, arrumando alguns vasos em cima do balcão.

Rose fez um sinal para Mandy e se dirigiu lentamente até ele.

– Rose, você está bem? – ela olhou para ele e viu que a máscara de professor havia caído, ali na sua frente estava, não o Prof. Longbottom, mas sim Neville, amigo de família.

– Eu acho que sim – mas não convenceu nem a si mesma.

– Eu sinto muito pelo que aconteceu, se você precisar de qualquer coisa sabe onde me encontrar, tude bem?

– Obrigada, professor – ela deu um meio sorriso.

– E sobre a detenção com o Sr. Malfoy e o Sr. Potter, você acha que pode fazê-las?

– Sim, eu acho que sim.

– Ótimo, sexta-feira às 20:00 horas, na sala de troféus com o Sr. Malfoy e sábado, mesmo horário, com o Sr. Potter, tudo bem?

– Claro. Obrigada, professor.

– Pode ir agora, senão vai se atrasar para as suas aulas.

Ela abaixou a cabeça e se dirigiu para fora da sala, mas quando foi passar pela porta esbarrou em alguém e quase foi ao chão, se não tivesse sido segurada pelos ombros pela pessoa.

– Heeeey! Cuidado, Weasley! – ela olhou pra cima e viu Scorpius, com um sorriso nos lábios.

– Ah, desculpe, Malfoy – ela tentou passar pela porta, mas ele a segurou.

– Você está bem? – ele sussurrou na sua orelha, com uma expressão preocupada.

– Estou... Ótima! – Scorpius levantou uma sobrancelha em sinal de descrença. – Tome – ela disse procurando algo na bolsa -, sua camiseta. Obrigada – e então se virou para ir embora, mas na metade do gesto, mudou de ideia.

Voltou o rosto e apontou um dedo na cara do loiro.

– Na verdade, não, eu não estou bem. Você não devia ter dito nada sobre o que aconteceu com Thomas. Você faz ideia do que as pessoas estão comentando? Os olhares maldosos nos corredores - ela estava ficando vermelha de raiva. - Estava tudo bem antes de você se meter, então da próxima vez, não se meta, Malfoy - e foi embora.

Scorpius estava atônito. Ela nunca havia falado com ele assim antes. Deveria se desculpar por ter falado sobre o ocorrido, mas o fez somente para o bem dela.

Segurou a camiseta entre seus longos dedos e cheirou-a profundamente. Aquele cheio de morango que pertencia à Rose estava impregnado ali. Scorpius fechou os olhos tentando apreciar melhor o perfume, tentando guardá-lo para sempre.



A semana passou rapidamente e Rose e Scorpius não se falaram mais. Tampouco James.


Era a noite da detenção de Scorpius. Rose se dirigiu à sala de trofeus às 20:00hs em ponto. Ficou esperando cerca de quinze minutos até o loiro aparecer.

– Você está atrasado - ela tinha adquirido um tom mais frio. Essa semana tinha a transformado.

– E...? - Scorpius nem olhou para ela. - Vamos começar isso de uma vez.

Ela estendeu a mão com a palma pra cima: - Varinha.

Ele a encarou. Ela ergueu as sobrancelhas.

– Estou esperando.

Ele foi se aproximando em passos lentos.

– Você quer? Vem pegar - ele levantou uma sobrancelha, desafiadoramente.

A expressão dela não mudou.

– Anda Malfoy, eu não estou de bom humor.

Ele se aproximou um pouco mais fazendo-a recuar em direção a parede.

– Já disse: se você quer, pegue você mesma.

Ela abaixou sua mão, percebendo que o garoto falava sério. Ela soltou um suspiro e olhou para baixo. Levantou suas mãos que começaram a tremer contra a sua vontade, aproximou-as de seu peitoral e abriu a capa dele. Começou a revistar os bolsos. Scorpius estava se divertindo; apesar de gostar dela, ele ainda era um sonserino. Finalmente achou a varinha num dos bolsos mais atrás da capa, o que os fez ficarem praticamente colados. Quando ela levantou o rosto ele a beijou.

Ela se assustou com o contato inesperado. O beijo começou calmo, já que ela estava em choque, mas Scorpius estava com urgência, aquela podia ser sua única chance. Ele pediu passagem com a língua e involuntariamente ela concedeu. Menta e morango se misturavam numa dança sincronizada. Rose nunca iria admitir, mas ela tinha gostado do beijo. Gostado é pouco. A única vez em que beijara alguém assim foi quando beijou... James.

Ela o empurrou.

– Você não devia ter feito isso - disse desviando o olhar para a porta.

Ela estacou. James estava com seus olhos castanhos tão arregalados quanto possível.

Scorpius não percebeu a presença dele e se aproximou dela novamente, ignorando seus protestos.

– SAI DE CIMA DELA! - berrou e o puxou de lá o derubando em cima de alguns troféus.

Ele se levantou rapidamente.

– Não se meta na minha vida! - falou entre os dentes.

– Não estou me metendo na sua vida, mas na vida dela! Eu mandei você ficar longe dela!

E partiu pra cima do loiro. Os dois se socavam e se batiam e rolavam pela sala. Rose não sabia o que fazer.

– Parem... - ela encontrou a voz. - Por favor! Parem, os dois!

Ela correu em direção a eles se jogando no meio deles mas foi arremessada ao longe, batendo na parede e indo em direção ao chão. Os dois pararam de brigar imediatamente, correndo em direção a ela.

– Rose! - os dois falaram.

– Só... vão embora! - ela segurava as lágrimas.

Os dois não se mexeram.

– Vão! - ela berrou. - Não quero vocês aqui! Vocês estão tornando a minha vida um inferno!

Scorpius novamente havia se surpreendido com as palavras da ruiva. James possuía um semblante de culpa e mágoa. Relutantemente os dois foram embora, um para cada lado.

Ela soltou as lágrimas que teimavam em cair. Chorava de dor, de raiva, mas principalmente por ter sido tão idiota. Como ela pôde deixar ele beijar ela? Não que ela não tivesse gostado, mas ela não podia ter feito isso. Agora ele riria da cara dela cada vez que a visse, ela seria mais um motivo de piada para todos. Afinal, ela estava apaixonada por ele, é claro, mas ele nunca se apaixonaria por ela. E o fato de ter lembrado de James enquanto beijava outro? Isso comprovava que estava apaixonada por ele também? Talvez, mas pelo menos ele gostava dela.

– Rose? - ela olhou para cima, a visão embaçada. - O que aconteceu com você?

O dono da voz se abaixou na frente dela e enxugou suas lágrimas. Albus. Ela o abraçou e começou a chorar novamente.

Albus sempre fora um ótimo amigo e dava ótimos conselhos. Ela contou para ele o que estava sentindo - até em relação ao seu irmão.

– Anda, Rosie. Você é inteligente, vai achar um jeito de solucionar isso.

– Nossa, que ótimo conselho - ela levantou as sobrancelhas sorrindo um pouco.

– Quando se trata de amor, temos que achar nossos próprios caminhos para sermos felizes ao lado daqueles que amamos. Agora levanta daí.

Ele estendeu a mão ajudando-a a ficar de pé.

– Falando em amor... O que você acha da Mandy?

Albus arregalou os olhos.

– Ma... Mandy? Eu... Eu nunca... Quer dizer... - ele começou a gaguejar.

– Já entendi - Rose começou a rir. - Você gosta dela.

– Por favor, não conte a ela! - ele se desesperou.

– Albus, você é tão lerdo quanto eu - ela franziu as sobrancelhas. - Ela gosta de você também! Acorda!

– Sério? - havia brilho e desejo em seus olhos.

– Sim, mas ela tem medo de estragar a amizade. Faça alguma coisa, tome a iniciativa!

– Obrigado, Rosie! - ele sorria de orelha a orelha.

Pararam na frente da porta de Ravenclaw.

– Obrigada, Albus - ela tinha um olhar triste.

– Não se preocupe, vai dar tudo certo. Quando chegar a hora você vai tomar a decisão certa.

– Boa noite, Albus.

– Boa noite, Rosie - disse, dando um beijo na testa dela.


Rose

Estávamos os três sentados na sala do Prof. Longbottom. Lógicamente ele soube do incidente da noite anterior e nós três estávamos de detenção. Minha primeira detenção, que emocionante. Toda aquela paixão que eu sentia pelos dois morria agora, eu seria capaz de estrangulá-los por isso. Essa detenção ia ficar no meu currículo para sempre; quem quer contratar alguém com um currículo manchado!? Sem falar que perderia meu sábado a noite cumprindo a detenção.

Descemos as escadas do castelo em direção à Floresta Proibida com Filch e mais dois delinquentes: Thomas e um garoto do quarto ano que foi pego roubando ingredientes do armário de poções.

A detenção seria com Hagrid, o que me deixava muito feliz, só esperava que não tivesse que aturar Potter e Malfoy durante a noite inteira, preferia até ficar com Thomas e Andrew.

Chegamos na orla da floresta e Hagrid estava a nossa espera com Canino abanando o rabo ao seu lado; quando ele me viu já veio logo pular em mim e babar minhas vestes.

– Olá, Canino - disse sorrindo, coçando suas orelhas. - Olá, Hagrid.

– Noite, Rose! - respondeu ele por trás de sua enorme barba grisalha.

– Chega de enrolação - resmugou Filch. Esse homem parecia um zumbi. Sinceramente, não sei como ele ainda está vivo. - Amanhã de manhã eu volto para buscar vocês. Ou pelos menos os restos - terminou com um sorriso malicioso, expondo seus dentes amarelos e voltou para o castelo.

– Certo - disse Hagrid. - Vamos nos dividir em grupos. O objetivo é achar os centauros, preciso dar uma palavrinha com eles, nada muito importante, mas já que é sua detenção... Quem achar lança faíscas verdes, e se houver algum problema, lancem faíscas vermelhas okay? Thomas e Andrew venham comigo, Rose, James e Scorpius, fiquem juntos - ele se dirigiu para nós três: - Cuidado, não se percam. Hoje é perigoso - e involuntariamente olhou para o céu: Lua Cheia. - Vocês querem levar Canino com vocês?

– Não precisamos desse cachorro babão - Scorpius respondeu, franzindo o cenho para o cão.

– Obrigada, Hagrid, mas não precisamos dele – James disse sorrindo, ignorando Malfoy.

Hagrid percebeu algo estranho entre os dois, mas não disse nada.

– Muito bem, então, me sigam! – e adentrou na floresta.

Claro que eu já havia estado na Floresta Proibida antes, mas era dia e tinha mais um monte de estudantes e Hagrid estava junto também, no ano anterior numa das aulas de Trato das Criaturas Mágicas. Mas agora passaria a noite inteira nela, só com James e Malfoy. Eu realmente espero que a gente encontre esses centauros logo. Uma parte do meu cérebro sabe que isso vai ser impossível, senão não teríamos uma noite inteira para o serviço.

Andamos por uma trilha até que não podíamos mais ver nada ao nosso redor nem o castelo atrás. As árvores estavam cada vez mais juntas e quase sempre alguém tropeçava em alguma coisa.

– Acendam as varinhas – disse Hagrid. – Certo – ele parou -, é aqui que nos separamos. Vocês três – ele apontou para nós – vão pela direita, e vocês dois venham comigo pela esquerda. Boa sorte – e sumiu no meio da floresta.

Ficamos parados alguns segundos até Hagrid sumir completamente.

– Vamos – eu disse fria. Estava evitando ao máximo qualquer contato com os dois o dia inteiro e se tivesse que falar com eles, era nesse tom.

Saí andando sem esperar pela resposta. Eu estava morrendo de medo, mas nunca admitiria. De repente ouvimos um uivo. Eu estaquei e minha primeira reação foi agarrar a mão da pessoa mais próxima. Rapidamente soltei sua mão e me virei para ver quem era. James.

– Está tudo bem, Rosie – ele sussurrou. – Não vou deixar nada acontecer com você.

Olhei profundamente seus olhos, mesmo não enxergando direito, e vi determinação em seus olhos. Mas meu orgulho não me deixou agradecer.

Voltei a andar, tomando cuidado para não tropeçar nem bater em alguns galhos perdidos. Então ouvimos um som de graveto sendo quebrado logo atrás de nós. Nós paramos imediatamente e muito devagar nos viramos para ver quem era. Quem... ou o quê.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAH, não me matem, ok? AHAUHAU adoooooooro um suspense, huhuhuh
Beijocas, até o próximo capítulo!