Misterious escrita por MandyS


Capítulo 4
Capítulo 4 - Primeiro Dia de Aula


Notas iniciais do capítulo

Olha aqui eu de novo.. Mais um capitulo fresquinho.. narrado pela Mandy.. Eu ainda não vou revelar quem é o gatinho.. hehehe
Como já devem ter percebido estou postando 1 capitulo por dia, e pretendo continuar assim.
Aproveitem!
Um beijo pras minhas queridas leitoras. E leitores, se eu tiver algum.



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Acho que estava numa escola, não conhecia o local, era noite e estava tudo muito escuro, o lugar estava deserto, eu estava sozinha, sentia um vazio imenso e também um pouco de medo.

De repente um vulto passou por mim. Olhei ao redor e não vi nada, mas sentia que algo ou alguém estava me observando.

Quem está ai?- perguntei não querendo ouvir resposta.

Me virei e ao perceber quem era gelei, aquele cabelo vermelho e olhos dourados eram inconfundíveis, era ele.

Tentei gritar, mas minha voz não saiu, tentei correr, mas foi inútil, ele era muito rápido, e não tinha ninguém pra me ajudar. Dessa vez ele ia me pegar, não ia ter escapatória.

Veio se aproximando, ia me pegar.

– Saia de perto dela – alguém falou.

– Quem é você? – falou aquele que me tanto me assusta.

– Não interessa – chegou mais perto e vi que era o garoto que vi na praça – Já disse, saia de perto dela.

– E se eu não quiser? – o de cabelo vermelho desafiou.

– Eu faço você querer – disse ameaçador.

Eles se olharam de um modo que eu não consegui decifrar, então do nada o ser do mal desapareceu e meu salvador ficou em pé na minha frente apenas me olhando.

– Qual seu nome? – perguntei.

Ele piscou pra mim e foi sumindo na escuridão.

– Espere – falei de súbito me levantando da cama – era só outro sonho estranho - me acalmei.

Estava tendo muitos pesadelos ultimamente, e todos com o mesmo homem de cabelo vermelho, aquele que me persegue em meus sonhos, desde aquele dia. Mas dessa vez foi diferente, pois o garoto dos olhos azuis me salvou.

– Quem será aquele garoto? E porque apareceu no meu sonho? – pensava intrigada.

Olhei ao redor e vi um feixe de luz entrar pela sacada, percebi que estava amanhecendo. Vi o meu uniforme estendido sobre a cadeira da escrivaninha. Já era segunda-feira e eu tinha que estar na escola daqui a duas horas, pois a aula começava às 8:00 hrs em ponto . Levantei-me e fui direto pro banheiro tomar banho.

Terminei meu banho e olhei o uniforme de novo, até que não era ruim. Era um casaco preto com alguns detalhes em um tom verde esmeralda, tinha o símbolo do colégio sobre o peito direito, também uma saia preta que ia até a metade da coxa com uma linha fina no mesmo tom de verde na barra da saia, o ruim é que era obrigatório o uso de sapatilhas pretas com umas meias ¾ brancas. Como o casaco era fechado até em cima, não importava o que se usasse por baixo, mas meu pai deixou uma camiseta branca pra eu usar por baixo do mesmo.

Fitei minha imagem no espelho e ri do que vi, me senti estranha naquilo. Na minha antiga escola eu podia ir vestida do jeito que quisesse, então a visão de mim de uniforme era algo novo.

Desci as escadas e vi que meu pai e a Sophia já estavam tomando café.

– Bom Dia – falei ao entrar na cozinha e me sentar pra tomar café.

Olhei e vi a mesa muito bem posta, diferente do fim de semana, em que meu pai comprava comida pra gente. Não que eu não soubesse cozinhar, sei e até que cozinho bem, eu acho, mas não quis revelar isso ainda.

– Pai quem fez o café-da- manhã? – perguntei.

– Fui eu – uma voz conhecida falou atrás de mim.

– Cida – falei animada, me levantei e a abracei.

Aparecida, ou Cida pros íntimos, era a empregada do meu pai, ela trabalhava lá desde que eu era criança, e eu sempre gostei muito dela. Só que ela estava de folga no fim de semana, e como a muito tempo eu não vinha aqui, não sabia se ela ainda trabalhava lá.

– Oi menina, nossa você cresceu heim, mudou muito nesse tempo que passou fora – falou ao se soltar do meu abraço – Está linda, até mais que antes.

– Obrigada Cida, senti muito a sua falta, e da sua comida também.

– Que bom, você também fez muita falta menina. Agora sente e coma, senão vai se atrasar pro colégio - falou meio que me ordenando - eu fiz bolo de queijo, ainda é seu preferido?

– Sempre – sentei e comecei a tomar meu café.

O café se sucedeu calmo, às vezes meu pai ou a Cida falavam alguma coisa e eu respondia, mas em nenhum momento a Sophia se pronunciou.

– Sophia minha filha, você está muito calada hoje – está se sentindo bem? – meu pai falou.

– Hum? To bem pai, só não estou afim de falar nada – respondeu – bom se me dão licença eu vou pro colégio.

– Mas já? Ainda é cedo? Não vai esperar sua irmã.

– Não precisa, eu sei o caminho!- falei antes dela.

– E também eu vou passar em um lugar antes de ir pra lá – falou e subiu as escadas pra pegar o material.

– Vejo que vocês ainda não se cheiram – Cida falou.

– Não mesmo, mas diferente de antes, agora só nos ignoramos – Falei.

– Eu não gosto disso, vocês são irmãs, deveriam se dar bem – meu pai se pronunciou.

– Eu sei, mas o senhor sabe que não fui eu que comecei essa rixa, e depois da humilhação que ela me fez passar, não pretendo mais tentar ser amiga dela. – respondi séria- Se me dão licença também vou me retirar.

– Pode ir, mas antes eu quero meu beijo – meu pai falou rindo.

Dei um beijo em sua testa como sempre, e subi as escadas pra pegar o material que deixei no quarto, enquanto eu escovava os dentes ouvi a Sophia se despedindo, terminei, peguei o material e desci correndo, ainda faltavam 30 min até as aulas começarem mais eu queria chegar cedo, odeio a multidão no meio dos corredores.

– Tchau pai, tchau Cida, até mais tarde – falei enquanto passava apressada pela sala. Ainda cheguei a ver Sophia subindo a rua, mas ela logo sumiu, pois entrou numa rua diferente.

Segui meu caminho até o meu novo colégio, o local onde passarei a maior parte do meu dia, só espero passar despercebida.

Parei na frente do prédio e olhei o pátio, não havia muitos alunos por lá já que era cedo, mas quando entrei notei alguns olhares curiosos pra mim.

– Ótimo, mal cheguei já chamei a atenção, aff. – murmurei baixinho.

Entrei no prédio e fiquei meio espantada, era igual ao colégio do meu sonho, era o mesmo corredor, só que mais claro. Fui tirada do transe quando uma garota veio correndo louca em minha direção.

– Sophiiiiiiiiiiiia, o que você fez no cabelo? – ela praticamente gritou quando chegou perto de mim.

Ela tinha mais ou menos a minha altura, seus cabelos eram castanhos escuros, só um pouco mais curtos que os da minha irmã e bem cacheados. Os olhos eram castanhos também, só que um pouco mais claros, muito bonitos e brilhantes.

– Desculpe mas você está me confundindo, eu não sou a Sophia – tentei explicar.

– Hahaha, muito engraçado, como se eu não soubesse que é você. Me poupe das suas brincadeiras- falou sarcástica – Adorei o que fez no cabelo, mas como você conseguiu jogar o vermelho sobre o preto? Ah quer saber depois você me fala- começou a me puxar – Vamos, os outros representantes estão te esperando pra começar a reunião.

– Espere você não está entendendo.

Ela não me deixou falar e me arrastou até uma sala. Lá tinha alguns alunos que também me olharam espantados. Alguns me elogiaram, uma menina disse que eu era louca, e um outro nem se pronunciou.

Antes que aquela situação piorasse eu resolvi explicar.

– Espera gente eu não sou a Sophia.

– Para com as brincadeiras eu já disse, se você não é a Sophia quem é você.

– É a Amanda, minha irmã gêmea – a tão falada entrou na sala, com uma cara de quem estava se divertindo com a situação.

Todos ficaram espantados ao vê-la ali. Não estavam entendendo nada da situação.

– Como assim? Você tem uma irmã gêmea? Por que nunca falou dela? – a dos cabelos cacheados falou.

– Porque ela não morava no país, chegou esse fim de semana, bom o resto eu explico depois – explicou.

– Prazer meu nome é Bruna – ela estendeu a mão pra mim.

– Prazer Amanda – me apresentei - Bom, agora que está tudo esclarecido, alguém pode me dizer onde é minha primeira aula? Pelo que eu entendi aqui é a sala dos representantes não é?

– Aqui está seu horário – Sophia me entregou um papel, e me olhou como se me expulsasse dali.

– Obrigada – respondi seca e sai dali sem olhar pra trás.

Fui direto pra minha sala, por causa da Bruna acabei me atrasando um pouco. Quando entrei, novamente todos os olhares se voltaram pra mim.

– Sim Sophia? Você tem algo a dizer pra turma? – perguntou me olhando – Que eu me lembre você não tem aula no primeiro horário hoje.

– Com licença professor, meu nome é Amanda Summers, a Sophia é minha irmã gêmea – falei entregando o meu horário pra ele- desculpe pelo atraso, não estava conseguindo encontrar a sala.

– Eu não sabia que ela tinha uma irmã, ainda mais gêmea- falou coçando a cabeça – Eu sou o senhor Araújo, sou professor de Química, seja bem vinda ao colégio – se apresentou - vamos ver, sente- se ali na penúltima cadeira, ao lado da senhorita Roots.

Olhei no fundo da sala, uma cadeira vazia ao lado de uma garota de cabelo rosa. Como assim cabelos rosa? Fui até lá e me sentei.

– Oi, me chamo Lexis, Lexis Roots - ela falou baixinho, pro professor não escutar.

– Oi, me chamo Amanda Summers, mas pode me chamar de Mandy – me apresentei sussurrando pra não chamar a atenção – Aliás, gostei do cabelo – olhei nos olhos dela, eram violetas – Nossa seus olhos também são legais, são lentes?

– Obrigada, na verdade é a cor real deles, normalmente as pessoas acham estranhos.

– Pois eu não – sorri – Eu achei bem legal, gosto do que é diferente- ela sorriu.

– Que bom, também penso assim, mas é melhor prestarmos atenção, senão o professor vai acabar com nossa raça. – falou com um sorriso fofo e depois se virou.

De inicio eu não entendi o que ela quis dizer, até que o professor pegou duas alunas conversando e as mandou responder uns exercícios no quadro, além de passar dever de casa extra pra elas. Foram duas aulas seguidas, e quando acabou eu fui falar com a Lexis.

– Nossa, ainda bem que ele não nos pegou conversando, eu morreria se tivesse que ir lá na frente, odeio ser muito observada, e também ia ser bem chato ter que responder meio mundo de questões, no meu primeiro dia de aula- falei imaginando como seria. Na verdade eu sabia muito bem o assunto que ele explicava, mas não queria transparecer isso.

– Rsrsrs, demos sorte dessa vez- ela falou rindo – E sobre isso de não gostar de ser o centro das atenções, vai ser difícil, já que sua irmã é a representante geral de turma, e que aqui na escola ninguém sabia do fato de ela ter uma irmã, e principalmente que fosse gêmea dela.

– A Sophia representante geral de turma? Essa eu não sabia, nunca nem imaginaria. E sobre ela não falar de mim, acho que é porque nós nunca nos demos bem.

Eu e a Lexis fomos conversando até nossa próxima aula, e por coincidência, eu e ela tínhamos todas as aulas daquele dia juntas.

No intervalo eu contei um pouco sobre mim pra ela, gostei muito dela, acho que vamos ser ótimas amigas.

Infelizmente eu não passei despercebida, vez ou outra alguém me confundia com minha irmã e eu tinha que explicar que não era ela. Sem contar que muita gente olhava pra mim e ficava cochichando.

No fim das aulas eu estava exausta, a Sophia me paga, não vi ela na escola em nenhum momento depois daquela hora na sala dos representantes, e tive que me virar sozinha com todo aquele povo louco em cima de mim. Não que eu quisesse que ela saísse contando de mim pra escola inteira, mas eu não gostei de toda essa atenção. Espero que isso acabe logo. Despedi-me da Lexis e fui pra casa.

Andava distraída ouvindo musica com o fone de ouvido, e cantando a musica que tocava.

Learning to walk again/ I believe I've waited long enough/ Where do I begin? / Learning to talk again…

De repente esbarrei em algo, quer dizer, alguém! E cai sentada no chão.

– Olha por onde anda garota – ele falou com raiva - Ficou cega por acaso?

Me levantei e quando olhei pro ser ignorante que me derrubou, me espantei ao constatar quem era.

– Você ... ?



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
A letra da musica é um trecho de Walk -Foo Fighters, pra quem quiser ouvir.
Tradução do trecho:
Estou aprendendo a andar de novo/ Eu acredito que eu esperei por muito tempo/Por onde eu começo?/ Estou aprendendo a falar novamente...
Ahh, o sobrenome da Lexis é uma brincadeira que eu fiz, mas eu só vou explicar mais pra frente, senão estraga a surpresa!
Mereço reviews?