School Of Rock II escrita por Snapelicious


Capítulo 20
Your Heart Is Dying (Part. 1)




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Narrado por Sirius Black.

-Isso é uma situação muito séria – disse James – Não importa o que aconteça aqui, todos temos que estar todos de acordo. Ok?

Concordamos com a cabeça.

Apertados em volta de uma mesa de lanchonete no centro de Londres, ninguém sorria. Já passou o tempo de comemorar. Agora a situação era séria.

Mas ainda não conseguia entender como Marlene conseguia comer tantas batatas fritas.

-Eu acho que devemos arriscar – disse Dorcas – Sonhamos tanto com isso, não podemos desistir agora.

-Mas já desistimos, Dorcas – disse Remus – Quando Zac disse que não tinha show nenhum, concordamos em acabar com a banda.

-Mas tinha show! - exclamou Lily – Você viu na TV, a School Of Rock está entre as atrações do Festival.

-Mas se tinha show, porque Zac mentiria? - perguntou Remus, batendo a mão na mesa – Não teria motivo. Isso para mim parece encrenca.

-É estranho, mesmo – falei – Difícil os organizadores terem mudado de ideia de uma hora para a outra.

-Não foi de uma hora para a outra. Eles tiveram muito tempo para pensar, desde que Zac falou com eles. Vocês querem que isso dê certo, ou não? - perguntou Lily.

-Claro que queremos, mas... - comecei.

-Se vocês querem, não tem “mas”! - exclamou ela – Não pensem nas consequências, pensem nos nossos sonhos! Desde o sexto ano queremos isso. E quando vêm a oportunidade, vocês ficam com medo?

-Não é medo, Lily – disse Remus, sério – Só não queremos nos meter em confusão de novo.

-Mas somos a School Of Rock! Qualquer coisa que façamos vai nos meter em confusão! - disse ela – É pra isso que criamos a banda, não é? Para nos expressarmos.

-Na verdade foi para Zac ganhar dinheiro – murmurou Lene.

-Shiu. Um dos conceitos do Rock não é “se arriscar”? Não fizemos isso a vida inteira, em dedicação a essa banda? Merecemos isso! Merecemos ser ouvidos!

-A gente merece estar lá – concordou James – Porquê não aproveitamos essa chance?

-Porquê pode não dar certo? - perguntei, com uma sobrancelha erguida.

-E daí? - riu Lily, agora falando alto demais – Se não der certo, beleza, mas se isso funcionar... Vai ser a melhor coisa que poderia ter acontecido em nossas vidas. E vocês vão se arrepender por terem hesitado.

-Nós somos a School Of Rock! - exclamou Dorcas, sorrindo abertamente – Nossa vida está na música! Então devemos tocá-la, e mostrar para o mundo que não desistimos tão fácil!

-É isso aí! - concordou Marlene – Quem tá dentro?

Ela estendeu a mão para o meio da mesa. Dorcas, Lily e James colocaram a mão em cima da dela.

-Que mal pode fazer? – dei de ombros, e me juntei a eles. Olhamos para Remus.

-Eu quero um porquinho-da-índia – e colocou a mão em cima da minha.

-Pessoal – falou Lily, baixinho – Nossa vida é agora. Vamos fazer valer a pena. 1, 2, 3...

-SCHOOL OF ROCK!

Narrado por James Potter.

-Eu acho que vou vomitar – disse Lily, colocando a mão sobre a barriga. Ela olhou para mim – Tem certeza?

-Absoluta – falei. Mas não tinha tanta certeza assim – É um evento internacional, é obvio que eles terão os equipamentos lá.

Três horas e meia. Três horas e meia até o show que pode mudar nossas vidas.

-Lily, qual música você prefere: Time Of Your Life ou... - perguntou Marlene, do outro lado do corredor, mas se calou ao ver a cara da ruiva – Amiga, você tá verde.

-Resolvi fazer cosplay de Incrível Hulk – resmungou ela.

-Parece o James – disse Lene, e depois voltou-se ao seu notebook – Vemos as músicas depois. Remus, pode me ajudar aqui? Não sei que tipo de luz vamos precisar, e além do mais aqueles técnicos ficam me pressionando...

Remus ficou de joelhos dobre o banco e se virou para Lene, que sentava atrás dele.

-Deus salve o Wi-Fi – disse ele, e os dois começaram a discutir sobre tipos de iluminação e caixas de som.

-Acho que eu também vou vomitar – disse Dorcas, no meio de toda conversa de nerd.

-Quando vão servir o jantar? - perguntou Sirius, sem se dirigir a ninguém em especial.

-Cara... Você almoçou há seis minutos – falei.

-Ah. Seja o que for que eu comi, não deu certo.

Narrado por Dorcas Meadowes.

Quando o táxi parou na entrada do Festival, Lily saiu correndo para vomitar. Que dia vomitivo, esse.

-Hey, você não é James Potter? – perguntou uma garota, timidamente. Algumas garotas soltavam risinhos atrás dela.

-Hum, sou – disse James, franzindo o cenho – Eu conheço você?

A garota gritou, e começou a chorar.

-Ah, não, não chora! - disse James, desesperado – Eu disse alguma coisa errada?

Sirius e Remus começaram a rir.

-Vamos nessa – agarrei o braço dele e saí de perto das surtadas. Estava a meio caminho da entrada dos bastidores quando Lily e Marlene nos alcançaram.

-Eu não entendo, porquê ela ficou daquele jeito? - perguntava James – Lil's! Você tá bem?

-Tô ótima – respondeu ela – Vocês viram quanta gente tinha lá?

-Nem percebi – falei, espiando por cima do ombro. Mas só conseguia ouvir as vozes, já que tinha virado a esquina.

-Eu não conseguia ver o final da fila – disse a ruiva, assustada.

-Quer um saquinho? - perguntou Lene.

-Oi – cheguei até uma porta, barrada por dois seguranças – Somos a School Of Rock.

Um dos seguranças sorriu enquanto recebia uma nota de vinte do seu colega.

-School Of Rock? - uma mulher loira, com uma prancheta e com fones de ouvidos se aproximou – Podem entrar.

-Não sabíamos se vocês viriam ou não – disse ela, nos conduzindo por um longo corredor. Pessoas apressadas passavam de um lado para o outro, carregando equipamentos, roupas, ou simplesmente comendo um hambúrguer – Por onde andaram esse tempo todo? Ficamos dias tentando contatá-los. A propósito, sou Casey.

Ela nos empurrou para dentro de uma sala.

-Nós viajamos por um tempo, meio que... em busca do sucesso – falei, olhando para uma mesa cheia de aperitivos em um canto.

-Sucesso? - ela ergueu as sobrancelhas – Vocês são uma das melhores bandas do Reino Unido.

-Meio que viajamos por muito tempo – murmurei – Posso comer aquilo?

-Ah, claro – disse Casey, olhando em sua prancheta – Esse é o camarim de vocês, façam o que quiserem. Só tomem cuidado com as ostras, Dave Grohl teve um probleminha com elas.

-Dave Grohl? - sussurrou James, tremendo.

-Como o Festival dura a noite toda, não sabemos exatamente que horas vocês vão entrar, então fiquem por aqui. Vamos chamando aos poucos para ver a maquiagem, iluminação e tudo o mais – disse Casey, se dirigindo à porta – Cuidado com as ostras!

-Dá pra acreditar? - perguntei, quase dando saltinhos de alegria, me dirigindo à mesa – Isso é fantástico!

-Ei, não coma as ostras! - avisou Lily.

-Ah, fala sério – falei, pegando uma – Eu quero comer a mesma coisa que um dos bateristas mais incríveis da história!

Sirius pigarreou.

Narrado por Lily Evans.

Parecia que eu estava em um sonho. E que eu, desesperadamente, tentava continuar dormindo.

Andamos de um lado para o outro o dia todo. A cabeleireira parecia ter uma tara pela minha ruivisse, e quase arrancou minha cabeça de tanto puxar meu cabelo. E quando finalmente terminou... Parecia exatamente igual ao que estava antes. Sem brincadeira.

-Nossa – falei – Ficou tão diferente!

Ela pareceu acreditar.

-Agora, à maquiagem!

Gemi.

Para minha sorte, ela não fez algo à lá Taylor Momsen. Apenas uma base para esconder as olheiras e um pouco de delineador nos olhos. O que eu acho um extremo desperdício, já que eu vou suar e tudo vai escorrer. Vou parecer um panda, isso sim.

-Lily! - olhei para o lado e vi James correndo ao meu encontro. Não James Hulk. James Smurf.

-Jay? O que diabos você comeu? - perguntei, me arriando em seu cabelo.

-Eu, nada – respondeu ele, sentando na cadeira ao meu lado – Mas Dorcas ficou muito mal depois daquelas ostras.

-Achei que você ia deixar seu cabelo verde pro resto da vida – comentei, observando a cabeleireira tentar abaixar o cabelo de Sirius, do outro lado da sala.

-Nah. Eles que tiveram a iniciativa de mudar – disse James – Eu ia ser mais reconhecido com o cabelo azul – eu ri – Que foi?

-Nada, só... Estava lembrando do dia que você apareceu no Salão Principal de cabelo azul – falei, rindo.

-Ah, aquilo sim foi divertido. E, admita, eu fiquei bem melhor com cabelo colorido do que Sirius ficaria.

-Querido, eu fico bem com qualquer coisa! - gritou Sirius.

-Se eu fosse você, não diria isso tão cedo – disse a cabeleireira – Seus cabelos não ficam direito nunca?

-Tenta alisar – falei, brincando – Ou fazer umas luzes.

Ela me encarou, séria.

-Boa ideia.

Sirius saiu correndo.

Narrado por Remus Lupin.

-Daí ela: “Sério, eu te conheço de algum lugar” - contava Dorcas, quando todos voltávamos para nosso camarim - “Você não é aquela do No Doubt?”

Rimos.

-Ela te confundiu com a Gwen Stefani? - riu Lily.

-É! - afirmou Dorcas, quando abrimos a porta – E quando eu neguei, ela...

Dorcas parou subitamente. Seu braço, em volta da minha cintura, tremeu.

-Que foi? - perguntei, e olhei para o mesmo lugar que ela – Tonks?

A garota se levantou. Sua expressão era indecifrável.

-Oi.

-O... - comecei, gaguejando. Rapidamente, tirei o braço dos ombros de Dorcas – O que faz aqui?

-Você me convidou – disse Tonks, impassível – Desde que disse que ia viajar – ela olhou de relance para Dorcas – Pelo o visto muitas coisas aconteceram desde que você foi.

-Ahn...

Não sabia o que dizer. Tinha esquecido completamente de Tonks, e de que ela viria me encontrar em Liverpool.

-Vamos deixar vocês dois a sós – disse Marlene, sua voz quebrando o silêncio – Depois conversamos, Tonks.

Um por um, todos deixaram a sala. Lene precisou agarrar o braço de Dorcas, que parecia grudada no chão. A porta se fechou atrás de mim.

-Precisamos conversar – disse Tonks.

-Ok, ok, eu esqueci que você vinha! - exclamei, erguendo as mãos ao lado da cabeça, em um resto de rendição – Esqueci completamente. Desculpe.

-Acredito que esse não é o assunto principal.

Sentei no sofá, e escondi o rosto nas mãos. Tonks sentou ao meu lado.

-Eu vejo o jeito que você olha para ela – disse ela, com a voz fraca – Eu sempre... - respirou fundo – Eu sempre soube.

-Tonks, eu... - tentei, olhando para ela. Um estranho medo me abateu quando vi lágrimas em seus olhos.

-Desde quando? - perguntou – Desde quando vocês...

-Umas duas semanas – respondi. Nymphadora desviou o olhar e apertou os lábios, em uma tentativa desesperada de não chorar – Tonks, eu sei que fiz besteira. Eu devia ter falado com você, eu...

-Devia ter contado que estava apaixonado por sua melhor amiga? - interrompeu ela.

-Mais ou menos isso – murmurei. Quando a primeira lágrima desceu pelo rosto de Nymphadora Tonks, eu olhei bem para seu rosto. A curva da sua bochecha. Suas sobrancelhas quando estava triste. Seus olhos pingando dor. A minha culpa. - Isso foi errado. Errado com vocês duas. Eu não devia ter feito isso. Tonks, eu sinto muito. Você é uma garota fantástica. Mas...

-Não sirvo para você? - completou ela. Não respondi – Eu não acredito que viajei até Liverpool para levar um fora. Não... - agora ela começava a soluçar.

-Não fica assim – não sabia se a abraçava, dava tapinhas em suas costas ou ficava parado, observando-a sofrer – Ainda podemos ser amigos, certo?

-Não acho que isso vai ajudar – respondeu ela, entre soluços.

-Como assim?

-Remus... - ela me encarou – Estou grávida.


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