The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 7
Capítulo 6 - Acordada


Notas iniciais do capítulo

Gente...não sei se vocês vão entender, mas espero que gostem e mandem reviews^^



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Eu acordei. Mas, não estava no quarto do hospital. Era um quarto simples, com uma cômoda, um armário, uma escrivaninha e a cama, no qual estava sentada. As paredes eram brancas e uma delas estava com um símbolo e uma frase, que eu desconhecia. Eu levantei, reparando em cada detalhe do quarto. Era bonito. As mobílias pareciam ser antigas, que davam a impressão de ser chique.


Em cima da escrivaninha estava um livro, com a capa parecendo que ia virar pó se o tocasse. Era velho, com um símbolo em forma de infinito. Eu o abri, folheando as páginas, todas amareladas e em um estado crítico de precisar ser redigido novamente. Tinham folhas que faltavam partes ou estavam rasgadas e, haviam símbolos com o mesmo tipo de escrita da parede, que eu não estava entendendo nada.

Andei até a parede, de frente para a cama, que estava com um símbolo bem grande e uma frase. Eu ainda segurava o livro e fui folheando até encontrar um, igual ao da parede e, que estava com a mesma frase "Nihil est quod Deus efficere non possit."Sinceramente, não estava entendendo nada, até a porta se abrir e o Keith aparecer.

–A chorona acordou? - Ele deu um sorriso, me provocando.

–E o palhaço apareceu? - Retribuí, com o mesmo sorriso.

–Antes "palhaço" do que" humano". - Respondeu, olhando o livro que eu segurava. - O que você está fazendo?

–Decifrando a frase. - Falei, passando a mão na parede.

–Você entende latim? - Olhou surpreso e andou até mim.

–Não, por quê? - Falei e ele sorriu.

–É, eu estava duvidando. - Ele disse. - Você não vai conseguir decifrar nada, muito menos entender a frase. - E pegou o livro da minha mão.

–Então me diz, o que está escrito? - Eu o encarei firme.

–Que humanos não devem mexer nas coisas dos outros. - Ele se virou, colocando o livro dentro de uma gaveta.

–Você se acha um palhaço muito engraçado, não?- Respondi, andando até ele, que deu de ombros. - O que está escrito?

Ele deu um sorriso, depois olhou para a parede.

–Diz que, "A Deus nada é impossível". - E ficou olhando a imagem.

–E o que significa? - Ele olhou para mim, sem esperança alguma.

–Eu tinha certeza de que você iria me perguntar isso. - Ele pôs a mão nos cabelos e eu vi novamente, a pequena lua em sua testa. - É a frase que faz com que este lugar não seja visto pelos humanos e nem invadido por demônios e filhos das trevas.

–E o símbolo, o que significa? - Perguntei.

–É a forma de mostrar a frase. Os dois se completam, o símbolo e a frase. O símbolo mostra o Mjolnir, o martelo de thor, por ser de um material forte, só Deus pode derrubar, ou seja, este lugar não pode ser invadido e nem destruído por filhos das trevas e demônios, só Deus pode derrubá-la.

–Onde, exatamente, eu estou? - Perguntei querendo sair dali e ver o lugar, fora deste quarto.

–Se você quer saber, em um terreno vazio, ainda em Nova Iorque. - Ele sorriu.

–Como assim "um terreno vazio"? - Era brincadeira né?

–Para vocês humanos, é um terreno vazio que não pode ser usado, mas para quem consegue enxergar, pode-se dizer que é um prédio sagrado, protegido por Deus.

–Ótimo, vocês são protegidos? - Duvidei. - E por Deus ainda?

–Não, eu sei me cuidar sozinho. - Ele deu um sorriso. - O lugar que é protegido. E, se Deus existe ou não eu não sei, nunca o vi e nem pretendo ver.

–Por que você não quer ver Deus? - Ele tem problema? Por que não gostaria de ver Deus?

–Porque eu não me sentiria muito bem, vendo alguém mais bonito que eu. - Ele deu um sorriso. Ótimo, ele estava brincando comigo.

–Tenho certeza que um dia vou fazer com que você o veja. - Respondi amarga.

–Quando esse dia chegar, eu te levo junto. - Ele riu. Revirei os olhos.

–Posso sair daqui? - Eu estava ansiosa para conhecer o lugar.

–Pode, mas não acho que os outros vão gostar. - Ele não estava nem ligando.

–Espera, tem mais gente aqui? - Perguntei. Achei que só ele vivia aqui.

–Lógico que tem. Você acha que só um elfo no mundo conseguiria matar um bilhão de demônios e filhos das trevas? - Ele riu.

–Sim. - Retruquei. - Não era você quem se dizia o incrível e inteligente elfo?

–É, eu sou. - Ele deu de ombros - E também consigo, para falar a verdade. Mas, aí ia ser entediante, não acha? - Ele sorriu.

Deus do céu, esse elfo às vezes me dava raiva. E na verdade, não eram "às vezes", era quase sempre, quando não estava lutando.

–Como consegue viver consigo mesmo? - Perguntei incrédula.

–Eu consigo, mas tem vezes que é difícil. Principalmente quando olho para o espelho e vejo que sou muito bonito. Não consigo resistir. - Revirei os olhos.

–Por acaso, já amou alguém? - Eu tinha que perguntar isso.

–Sim. - Ele respondeu.

–Quem? - Eu estava duvidando.

–Eu mesmo. - Claro, pelo ego dele era óbvio. Não devia ter perguntado. - Mas, tem horas que me sinto traído, só para deixar as coisas mais interessantes.

–Keith, seu amor é muito grande. - Revirei os olhos. Ele riu.

–Como está se sentindo? - Ele perguntou, mudando de assunto.

–Bem, por quê? - Na verdade, eu estava ótima. Não me sentia nem um pouco cansada e a minha perna parecia estar melhor, como se tivesse sido curada, de um dia para o outro. Minha barriga roncou. - E, com fome.

–Eu ouvi. - Ele riu. - Vamos comer.

–Ótimo. Estou morrendo de fome. - Falei.

Nós saímos do quarto e eu olhei ao redor. Era só um corredor, com um tapete longo, alguns quadros e vários quartos. Quando digo vários, são muitos, mais que vinte. Segui o Keith até um elevador, que tinha ali perto.

–Quantos andares esse prédio tem? - Perguntei, enquanto esperávamos o elevador.

–Quatro. - Ele respondeu.

–E, quantas pessoas vivem aqui? - Tinham muitos quartos quando passamos.

–Comigo, cinco. - Mentira. Um prédio com quatro andares e só cinco pessoas viviam aqui?-Se só vocês cinco vivem aqui, por que tantos quartos? - Perguntei.

–Porque esse prédio não é só nosso. Ele pertence aos elfos que precisam de um lugar para ficar. Por exemplo, eu. Vivo aqui a dez anos. - Ele falou. - É como se fosse uma casa para mim.

–E os seus pais? - Eu não tinha visto outro elfo, além dele, então não sabia se os pais dele moravam aqui. - Eles vivem aqui, com você?

–Não. - Ele respondeu. Seu rosto ficou sombrio, mas não por se sentir mal, era como se estivesse com raiva. - Meus pais morreram.

–Ah, desculpa. - Falei, me sentindo mal por perguntar, porque eu sabia como era responder a esse tipo de pergunta. Você não consegue imaginar que a pessoa se foi e sofre mais ainda pensando nela. Como a Laura, por exemplo, eu não aceitava sua morte e isso me doía mais. Eu fiquei quieta, pensando nela.

Nós ficamos em um clima tenso, até o elevador chegar e nós entrarmos.

Keith não falou nada, até a porta do elevador se abrir. Percebi que estávamos no 1° andar quando saímos do elevador e, tínhamos estado no 2° andar, onde haviam vários quartos.

No andar em que estávamos, as mobílias eram do mesmo modelo que as do quarto do Keith. Nós passamos pelo corredor, onde tinham quadros, vasos e alguns quartos, quando fomos para a cozinha. Era enorme, devia dar o meu quarto,mais o banheiro e a sala junto. Ela era decorada em branco e dourado e os móveis eram bem detalhados com símbolos.

–Por que símbolos? - Murmurei para mim mesma.

–Porque o marceneiro deve ter achado 'bonitinho'? - Keith riu, olhando a geladeira com uma maçã na mão. - Pega. - Ele jogou a maçã e eu peguei. Ela parecia ser suculenta, bem avermelhada. Fui até a pia e a lavei, depois dei uma mordida, daquelas bem grande que você arranca metade dela. Não sei se era a fome ou sei lá, mas a maçã estava muito boa, muito mesmo. Bem madura, que parecia ser doce.

–O quê? - Perguntei, enquanto o Keith me olhava, achando graça em como eu comia a maçã. Sério, não dava para ser delicada em uma hora dessas, quando você está morrendo de fome. E, eu não sou delicada, então devorei a maçã. Tipo, devorei mesmo, igual a um carnívoro arrancando as tripas de outro animal. Ta, era nojento, mas parecia ser a mesma coisa e eu não estava nem ligando se ele olhava ou não. - Eu estou com fome, tem mais alguma coisa para comer?

–Fora a maçã que você engoliu, deve ter mais algumas coisas na mesa. - Ele disse, indicando com o olhar a porta que estava atrás de mim. Não a que nós entramos, mas era uma que devia dar para outro cômodo.

–Podemos ir? - O olhei, querendo correr para ir direto para a porta e encontrar um monte de comida em cima da mesa, se tivesse.

–Vamos. - Ele deu um sorriso.Dá para acreditar que apesar de eu estar na frente dele, ele apareceu que nem um vulto perto da porta? É, eu ainda não sabia como ele fazia essas coisas e isso me dava raiva.

Nós entramos e eu vi que era uma sala de estar, com uma mesa retangular grande e um lustre lindo, enorme, pendurado em cima da mesa. Tinha um menino e uma menina sentados na mesa. Eles pareciam ter a mesma idade que eu e o Keith, apesar de eu não saber a idade dele. Mas, o Keith devia ter em torno de 17 a 19 anos.

–Droga, Gabriel! - A menina gritava com o outro. Ela estava de frente para ele, com um pão e uma faca na mão. Se não fosse pelo pão, dava a impressão que ela ia matar ele. Ela estava com as mesmas roupas que as do Keith e as do menino, só que as dela eram mais justas e mostravam o quão pequeno o corpo dela era. Bom, não tão pequeno quanto a Laura. Ela tinha os cabelos loiros, que me lembravam a Laura.- Eu disse que ia matar ele!

–Wow, por que tanto ressentimento? - Keith riu, pegando um pão.

–Por que você acha? O Gabriel matou um dark que EU estava caçando. - Ela falou apontando a faca para o menino.

–Mas, você não ia conseguir sair de lá viva se eu não tivesse chego a tempo. - O menino falou, se espreguiçando.

–Será que eu posso comer? - Falei, quando minha barriga roncou e eu não estava nem aí para a briga dos dois. Os dois me olharam atentos, só percebendo que eu estava ali depois que falei. Keith riu.

–Sirva-se. - Ele disse, se sentando ao lado do menino.

–Uma humana? - O menino perguntou, olhando para o Keith. - Por que uma humana está aqui?

–Porque é interessante, não acha? - Keith falou, passando a manteiga no pão.

–Não sou objeto e nunca quis vir para cá. - Respondi me defendendo. Peguei um pão e me sentei ao lado da garota. Ela me olhou com nojo enquanto eu colocava o presunto, o queijo, a mortadela e depois o requeijão no pão. - Kate Maureen. - Me apresentei, sorrindo para ela. Ela me ignorou.

–Por que você trouxe uma humana? - Ela perguntou, olhando para o Keith.

–Por que não? Está proibido a entrada de humanos? - Ele deu um sorriso. - E, ela precisa conversar com a Karen. - Quem era Karen e desde quando eu precisava conversar com ela?

–Por que a Karen? - Ela perguntou.

–Porque só ela pode ajudar a humana. - Ele olhou para mim, me dando um sorriso divertido. Depois voltou a olhar para o menino ao seu lado. - Ela já voltou?

–Não, ainda está em uma operação. - Ele respondeu.

–Vamos ter que esperar ela chegar. - Keith falou, voltando seu olhar para mim.

–Ela não é médica, é? - Perguntei. Depois que ninguém respondeu, completei . - Senão não vai me ajudar muito, principalmente porque estou em uma fase de ver coisas que pessoas normais não vêem. - Keith e o menino riram.

–Sou Gabriel firefly. - Ele se apresentou, depois apontou para a garota ao meu lado. - E aquela é Camila kingsford. - Eu nem liguei para a garota que me ignorou.

–Sou Kate Maureen. - Falei, sorrindo.

–Kate, por que está com esse elfo? - Gabriel perguntou apontando para o Keith, que riu.

–Porque eu o convenci a me ajudar a encontrar minha amiga, mas nem sei o porquê dele me trazer aqui. - Elfo idiota, me traz e nem me fala o motivo. Eu o olhei desconfiada. Ele deve ter pensado em alguma coisa ridícula que não ia me ajudar a encontrar a Laura.

–Você o convenceu? - Camila perguntou rindo. - Só pode ser brincadeira.

–Se você acha que estou brincando ou não é problema seu, eu só estou respondendo o que me perguntaram. - Falei indiferente. Keith riu e senti Camila me olhar com rancor.

–Posso matá-la? - Ela perguntou para o Keith.

–Pode tentar, mas não sei se vai ser fácil. - Ele respondeu, sorrindo para mim. - Ela quase matou um demônio sugador e se não fosse pelo lápis e tivesse uma flecha, ela teria matado o demônio.

–O quê?! - Camila perguntou incrédula. - Não tem como uma humana matar um demônio e muito menos tentar!

–Olha querida, você não estava lá para ver. -Respondi, quando terminei o lanche. Estava delicioso e nem sabia o porquê dela ter me olhado com nojo quando coloquei as coisas dentro do pão. - Se você me ensinar a usar um arco, posso até te matar um dia. - Sorri para ela e senti o ódio em seus olhos.

–Menos, humana. - Keith falou, não conseguindo segurar o riso. Ele devia estar gostando muito da minha briga com a Camila. - Você não conseguiria nem segurar o arco, muito menos atirar.

–Quer apostar? - Falei, dando um sorriso.

–Vamos ver então. - Ele me olhou, gostando do jeito em como falei. - Nunca perco uma aposta. - Ele sorriu, maliciosamente.

–Mas hoje, vai perder. - O desafiei e dei um sorriso, um bem atrevido.



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Notas finais do capítulo

Coloquei fotos do Keith, da Laura,da Kate e do Nate nos capítulos anteriores. Se quiserem, dão uma passada no 5°capítulo para verem o Keith.