The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 4
Capítulo 3 - O sumiço


Notas iniciais do capítulo

Gostaram do Keith? Ele é meio chatinho(hahahaha...)?



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(Foto: Laura)


Parecia que nós estávamos voando. Eu estava tremendo com a emoção de cair e tinha fechado os olhos. Nem acreditei que ele pulou do 4° andar. Abri os olhos e estávamos na calçada.


–Estamos no chão. Já pode me soltar. - Ele disse. Eu ainda o segurava.

–Ah, desculpa. - Falei, soltando-o. Ele me largou e eu quase caí no chão se não fosse por meus reflexos. - Obrigada. - O olhei com desprezo.

–De nada. - Ele disse.

Comecei a andar,ignorando-o. Mas, não sabia onde estava. Perguntei para uma pessoa passando e comecei a correr. Eu estava em um hospital, aqui em Manhattan e o lugar do acidente se localizava a vinte quadras daqui e mais alguns quilômetros a pé. Como não tinha dinheiro e estava sem meu carro,que agora devia estar todo estraçalhado, resolvi correr porque sabia que o Nate devia estar me procurando e logo estaria aqui, em frente ao hospital.

Merda. Meu corpo ainda doía por causa do acidente e a minha perna não estava totalmente curada, então meus passos ficaram mais lentos.

–Quer ajuda? - Keith falou, do meu lado.

–Não. - O olhei. Eu andava o mais rápido que podia, mas parecia que ele andava normalmente ao meu lado. - Por que você não vai embora?

–Estou indo. - Ele disse.

–Então vai. - Falei, balançando as mãos.

–Mas, eu também vou por esse caminho. - Me deu um sorriso de lado, mostrando os dentes brancos.

–Então... - Não terminei, porque vi o Nate saindo do hospital e por sorte ele não me viu. - Droga! - Disse. Comecei a andar mais rápido e me escondi em um beco sem saída.

–O que foi? - Keith perguntou, me olhando como se eu fosse louca.

–Nada. Só o meu "namorado" me procurando. - Falei, puxando-o para perto de mim e bloqueando a visão do meu corpo, para as pessoas que passassem não me vissem.

Ele estava muito perto. Meus lábios estavam quase em seu queixo e eu o segurava pela camisa, quase a arrancando de seu corpo.

–Kate! - Alguém gritou.

Olhei, saindo do transe que estava, encarando o Keith. Era o Nate abrindo a porta do carro e vindo em minha direção.

–Merda! - Exclamei. - Não tinha como ele me ver com você na frente! - Olhei para o keith, acusando-o.

Ele olhou para trás e me olhou de volta, depois me carregou, do mesmo jeito que ele havia me carregado quando estávamos no quarto do hospital. E, começou a correr.

–O que você está fazendo?! - Perguntei, enquanto ele corria.

–Te ajudando. - Ele disse, em uma velocidade anormal. Parecia que eu estava em um carro.

–Por que? - Perguntei.

–Não sei, mas você é uma humana interessante. - Me falou dando um sorriso, daqueles que você fica hipnotizada. - Vai ser divertido te assistir. Você é uma humana engraçada.

–Em primeiro lugar, eu não me chamo humana. Meu nome é Kate e, eu já te disse isso. - Falei. -Em segundo lugar, não sou atriz para você achar alguma graça. - Ele começou a rir. Sério, ele riu muito. Dava até para sentir seu abdome se contraindo a cada gargalhada.

–Para mim humanos são todos iguais. Porém, você é diferente. - Falou, ficando sério.

–Você também é humano, não é? - O olhei confusa.

–É claro que não. - Falou em um tom de desprezo. - Não me compare com vocês.

–Então, você realmente é um elfo? - Como se eu acreditasse em algo como "elfos".

–Muito bem,humana. - Disse me elogiando, com um sorriso sarcástico no rosto.

–Isso é ridículo! - Levantei a voz. - Por que você não têm as orelhas pontudas então? - Examinei suas orelhas. Elas eram normais.

–Por que vocês, humanos, acham que nós somos daquele jeito? Pequenos e com orelhas pontudas? - Me olhou com nojo. - Isso sim é ridículo.

–Ah, vai ver ninguém nunca viu um elfo de verdade. - Revirei os olhos.

–Então você é a primeira. - Ele riu.

–Claro. Isso é óbvio, você é um elfo. - Eu estava conversando com um elfo. Muito estranho.

–Chegamos. - Falou, me tirando dos pensamentos de que elfos existiam.

–Chegamos onde? - O olhei, distraída. Eu reparava em seu lábio, avermelhado e perfeito. Um elfo perfeito, só podia ser.

–Onde você queria estar. - Ele sorriu, curvando aqueles lábios que me hipnotizaram por um momento.

Foi tão rápido que nem reparei quando chegamos na floresta, no mesmo lugar do acidente. O carro ainda estava lá,de ponta cabeça e, haviam marcas de sangue no chão. Tentei encontrar qualquer coisa, mostrando que alguém poderia ter levado o corpo da Laura, mas não achei nada. Fiquei um bom tempo olhando o carro e pensando em como perdi o controle, saindo da pista.

– O alce! - Falei alto.

–O quê?! - Keith perguntou, não entendendo o meu espanto.

–O alce na estrada! Você viu, certo? - Falei com a esperança de que o alce tinha alguma coisa a ver com o acidente.

–Sim. Fui eu quem o colocou ali. - Riu, cruzando os braços.

–Você o quê?! - Perguntei incrédula. - Por que?!

–Porque eu sou um ser muito bondoso para ajudar uma humana. - Ele disse, me dando um sorriso desinteressado.

–E como você me ajudaria, colocando um alce morto, na estrada?! - Meus sentimentos como: raiva, confusão e tristeza começaram a se mostrar, ficando cada vez mais forte a cada palavra.

–Bom, explicaria muita coisa, sendo que você nem saberia o que era a "coisa" que fez você se distrair e acabar em um acidente. - Ele respondeu calmo.

–AH, ótimo! E um alce ajudaria muita coisa! - Coloquei a mão na cabeça, pedindo a Deus para não perder o controle. - Espera! Como você sabe que não era um acidente e sim uma coisa voando direto no carro?! - Desconfiei dele e dei um passa para trás.

–Porque eu vi o que "voou" em vocês. - Falou confiante. - E não era um alce, isso você pode ter certeza.

–Lógico que não era um alce! - Respondi andando até ele e o puxando pela camisa, ele se curvou e ficou na mesma altura que eu. - Você me viu pedindo ajuda e não fez nada?! - Fechei minha mão, explodindo de raiva e tentei dar um soco em seu rosto, mas ele segurou minha mão.

–Vai com calma, humana. - Deu um sorriso cínico e eu devolvi o mesmo. Porém, parecia que ele não percebia que eu ainda tinha minha pernas, livres, então o chutei bem no estômago. Foi um ataque desprevenido e o acertei em cheio. Ele se curvou, colocando a mão na barriga.

–Isso, foi por não me ajudar. - O repreendi, sorrindo com glória. - E isso, é por me trazer até aqui. - Agarrei sua camisa e fiz ele ficar de frente para mim, depois o abracei. - Obrigada.

–Você é uma humana muito esquisita, sabia? - Me olhou estranho. - Me chuta, depois me abraça. - Comecei a rir.

–E você é um elfo falso, porque não tem as orelhas pontudas. - Respondi soltando-o. - Ainda não acredito que você é um elfo. - Afirmei.

–Eu também não. Sou muito bonito, mas se quiser pode me considerar um Deus, como vocês humanos o chamam. - Ele disse, dando um sorriso. Revirei meus olhos.

–Claro. E Deus se autoproclama bonito. - falei.

–Não sei, mas se ele é meu pai então sim, ele é bonito. - Sorriu.

–Ah, claro, e somos irmãos, meu amigo. - Dei alguns tapinhas em seu ombro e ele me olhou como se eu fosse um inseto ao ponto de ser esmagado.

–Eu nunca teria uma irmã humana nessa vida. Muito menos por espírito. - Sua voz, que estava agora a pouco calma e sarcástica, ficou severa e grossa. - Nós, elfos, somos filhos de Iluvatar e temos seu "sangue" em nossas veias, diferente de humanos.

–D-De quem? - Perguntei. Sério, não tem como acreditar em algo, que alguém que se parece totalmente humano fala sobre "elfos".

–De DEUS, como vocês o chamam, "O grande criador do universo". - Ele levantou as mãos para o alto.

–AH, sim. Então vocês são como anjos. - Revirei os olhos.

–Não. - Ele colocou a mão na cabeça, impaciente. - Anjos são só os mensageiros de Deus e nós, elfos, fomos criados para ficarmos na Terra e equilibrarmos a harmonia entre os humanos e os outros seres, como os Filhos das Trevas. - Comecei a rir, muito alto. Ele parecia um personagem que veio de um livro. O cara estava doido.

–Filhos das trevas? - Não consegui parar de rir. - Por que o "filhos das trevas"?

–Você viu um, quando estava chocada com a perda de sua amiga. - Respondeu dando um sorriso. - Preciso explicar?

–Não. - Fiquei séria. - Eu entendi, não sou burra ao ponto de não perceber o que é um lobo e um bicho com grito de besta, desaparecendo no ar.

–Ótimo. Menos uma coisa para explicar. - Falou satisfeito.

–Por que a relação entre os "filhos das trevas" e os "humanos"? - Fiquei curiosa. 

–Porque os humanos são os que atraem energia negativa, ou seja, os demônios e os filhos das trevas. - Ele disse, como se fosse óbvio. - Chega.

–Chega com o quê? - Perguntei.

–Com as perguntas. Eu nem deveria ter te contado isso, humana. - Disse, passando a mão nos cabelos, foi quando vi um símbolo com a forma de lua em sua testa. Ela era pequena e parecia ser uma marca de nascença. Levantei a mão para tocá-la e percebi que a marca era lisa, como se fizesse parte dele.

–Onde conseguiu isso? - O olhei, quando Keith tirou minha mão de sua testa.

–Em um super-mercado, claro. - Ele sorriu e levantei uma sobrancelha, não gostando da besteira que ele disse.

–E lá tinha algum anti-elfo, para sua personalidade? - Falei e ele riu. Eu não estava aguentando. Ele me irritava.

–Eu nasci com isso. - Ele apontou para a própria testa. - É um símbolo que mostra que sou um elfo.

–Isso é estranho. - Falei sem motivo. - Por que um símbolo?

–Porque nós ganhamos o dom do terceiro olho e isso prova que Iluvatar está sempre conosco. - Disse pensativo, depois completou. - O que eu acho estranho, porque nunca vi Deus. - E deu de ombros.

–E qual seria o "dom" do terceiro olho? - perguntei.

–CAÇAR. - Seus olhos brilharam como o de um predador. - Mais especificamente, demônios e filhos das trevas.

–Sua explicação não me ajudou em nada, elfo. - Cruzei os braços.

–Lógico, vocês humanos não têm a mesma inteligência que nós. - Disse, todo cheio de si. - Nós recebemos dons e um deles foi a visão aguçada. Ela nos permite enxergar melhor durante a noite, para sentirmos a presença dos demônios e dos filhos das trevas.

– Seu trabalho é interessante. - Revirei os olhos, porque não estava acreditando em nada. - E eu acho que você é um pouco doido. - Ele começou a rir.

–Seu namorado chegou. - Avisou, após olhar para trás e sorrir.

Depois de dez minutos ouvi o Nate gritando meu nome. Ele provavelmente estava perto. Merda! O cara não largava do meu pé!

–Vamos sair daqui. - Falei, pegando o Keith pela mão.

–Pode esperando, ser-humana. - Ele parou, largando a minha mão. - Eu te trouxe aqui, mas você vai voltar com ele. - Apontou para onde o Nate devia estar vindo, mas não dava para enxergá-lo.

–Por quê?! - Perguntei histérica. - Eu ainda não achei nada que me ajude a encontrar a Laura!

–Se você achou ou não é problema seu, mas eu não posso te deixar entrar no meio da floresta. - Falou, se pondo na minha frente.

–Ótimo. - O desafiei. - Vou precisar passar por você. - Sorri, confiando em minhas habilidades de Kung fu.

–Quer tentar? - Ele deu um sorriso de lado. - Mas, não vai ser fácil.

–Tem certeza? - Coloquei a mão na cintura. - Já te chutei uma vez, posso fazer de novo.

–E eu não sabia que você era boa de briga. - Ele disse, sorrindo ainda mais, apreciando a adrenalina.

 Avancei em sua direção.

Tentei dar um golpe, mas ele segurou minha mão. Então, fui rápida e o soquei do outro lado,mas nem o acertei porque ele foi mais rápido e me segurou com a mão livre, depois me imobilizou com uma das mãos. Sem me dar por vencida tentei chutá-lo e ele me derrubou, me prendendo com seu corpo em cima do meu.

–Merda! - Falei para ele, tentando largar suas mãos que ainda seguravam as minhas, com força.

–Eu disse que você não ia conseguir. - Sorriu, ainda em cima de mim.

Ouvi passos e sabia quem era.

–Kate! - Nate gritou e eu olhei para cima, tentando enxergá-lo.

–Oi Nate. - Respondi, ainda no chão com o Keith em cima de mim.

–O que você está fazendo? - Nate perguntou.

–Sentindo o chão e apreciando o lindo céu. - Sorri sem me importar com o Keith que começou a rir. - Sai de cima de mim! - Murmurei baixo para ele.

–O que foi? - Nate perguntou.

–Nada. Só um ser, que não sai de cima de mim. - Olhei para o Keith, enquanto ele se levantava.

–Quem? - O Nate não entendeu.. - Não estou vendo ninguém. - Olhou confuso.

–Como assim não está vendo ninguém? - Como que ele não conseguia ver esse "elfo" em cima de mim?

–Bom, pelo que eu vejo, só tem você e eu aqui. - Apontou para mim e depois para ele. - Você está bem? - Perguntou quando fiquei sem reação.

–Sim, estou. - Respondi olhando para o Keith com uma cara de "por que?" .

–Até mais, humana. - Keith se despediu, indo para as profundezas da floresta.

–Hey! Não foge, não! - Corri para o Keith. Mas, o Nate me segurou. - Me solta! - Falei para o Nate, tentando tirar sua mão que apertava o meu braço.

–Não! Você não está bem! - Ele não queria me soltar.

–Claro que estou! - O olhei furiosa. - Me larga! - Ordenei.

Nate me soltou, mas o keith já tinha ido embora.

–Droga, Nate! - Gritei frustrada.



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Notas finais do capítulo

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