- Ron, cadê a Hermione? – Harry perguntou preocupado.

- Não faço ideia, deve estar em algum lugar chorando e dizendo o quanto eu sou idiota. – o ruivo disse indiferente.

- O que houve? – Harry perguntou novamente, desconfiado.

- Nada Harry, Hermione se acha a dona da razão, só isso.

- Sei...

Harry procurou Hermione em quase todos os lugares do castelo, não achou, ele estava preocupado mas resolveu esperar até ela aparecer, e esperava que ela aparecesse.

Quando finalmente chegou a hora do jantar ele a viu entrando no Salão Principal, não tinha uma das melhores expressões, logo depois dela entrou Malfoy que também não tinha uma expressão muito boa...

O Malfoy nunca tem uma cara boa Harry.

Hermione se sentou ao lado de Harry.

- Por onde você andou o dia todo?

- Eu estava lendo.

- O dia inteiro?

- Sim, é preciso estudar para as provas se eu quiser conseguir ao menos um aceitável! – Hermione disse no mesmo tom de sempre, quando quer mostrar aos amigos a importância de estudar, Harry não pareceu muito covencido, mas concordou.

O jantar passou rápido, Hermione não comeu muito e logo saiu de lá e foi até o Salão Comunal da Grifinória. Draco, ao ver que a garota havia saído se prontificou e foi atrás da mesma.

- Aonde você vai? – ele disse ao alcançá-la.

- Dormir. – ela disse simplesmente.

- Hermione, eu não... – Draco estava sentindo-se atrapalhar com as palavras pela primeira vez na vida – Eu não quero que você fique assim por causa do Weasley.

DRACO BLACK MALFOY! O QUE DEU EM VOCÊ? O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO? CALMA, VOCÊ SÓ TÁ PREOCUPADO... PREOCUPADO? COM A GRANGER?

Hermione sentiu seu estomago revirar, Malfoy parecia se importar, ela gostou disso, mas não podia, não é? Gostar do Malfoy, se importar com ele... não era o certo a fazer.

- Obrigada, eu estou bem.

- Não está. Você fica aí sofrendo por um idiota como ele e não se toca de que deve ter mais gente gostando de você do que você pensa!

MALFOY! O QUE VOCÊ DISSE DE NOVO?!

- Hã? Como quem por exemplo? – Hermione franziu a testa.

- Eu não sei, só sei que existe gente aí que se importa com você. – Draco disse recuperando o pouco de sanidade que lhe restava.

- Obrigada Malfoy...

[...]

Draco chegou ao Salão Comunal e minutos depois uma coruja entrou na sala, só Merlin sabe como a coruja entrou lá já que o Salão Comunal da Sonserina é subterrâneo e pelas janelas se pode ver o lago... o loiro pegou a carta que havia em seu bico e a abriu.

Draco, você não virá para casa no Natal, ficará em Hogwarts onde está seguro de tudo. Não queria que fosse assim, queria poder tê-lo aqui conosco, mas acredite é melhor para você permanecer aí, onde é seguro, onde há Dumbledore, onde há Snape, pessoas que podem protegê-lo.

O Lord das Trevas ainda o quer, ele quer que você vire um comensal da morte, mas eu não quero isso para você, eu não vou deixar isso acontecer, vou adiar isso o quanto for possível... seu pai pensa diferente, você sabe, ele acha que você deve seguir as ordens de... Voldemort.

Espero que entenda, por favor, não tente nada e não saia de Hogwarts. Fique perto dos amigos, eu sei que Blaise é seu amigo de verdade e você pode contar com ele.

Atenciosamente e amorosamente, Narcisa.

Draco terminou de ler a carta já com os olhos marejados, ele não costumava chorar, pelo menos não por qualquer coisa, mas quando o assunto era sua família, sua mãe especialmente ele fazia de tudo para protegê-la. Ele a ama mais do que tudo no mundo, provavelmente é a única pessoa que ele realmente ama.

Guardou a carta dentro de suas vestes, já fazia um tempo que Voldemort o queria em seu exército de comensais, se ele queria isso? Não, de jeito nenhum, ele só queria que tudo acabasse, que Voldemort fosse derrotado e que pudesse ter uma família normal, sem um pai comensal da morte e com sua mãe junto.

- Eu te amo mãe... – ele sussurrou para si mesmo contendo as lágrimas – eu ficarei em Hogwarts, por você.

Blaise logo chegou e percebeu que Draco não estava bem, o loiro não pretendia lhe contar nada, mas lembrou da carta de sua mãe dizendo que Blaise era realmente seu amigo, e contou tudo.

- Cara, eu não saberia o que fazer no seu lugar, mas você pode contar comigo, eu sou seu amigo, e cá entre nós, um dos poucos que você realmente tem, se não for o único. Seja forte, pela sua mãe. – Blaise disse sinceramente.

[...]

Querida Hermione, sinto muito mas tenho uma notícia pouco animadora pra você, terá que ficar em Hogwarts neste natal, seu pai e eu temos uma viajem de trabalho para fazer, mandaremos outra carta.

Com amor, papai e mamãe.

Hermione terminou de ler a carta e suspirou de frustração, ela entendia o trabalho dos pais mas não queria ficar o natal ali, Ron a convidaria para ir até a casa dele em circunstâncias normais, mas aquela não era uma circunstância normal. Era fato, passaria o natal em Hogwarts.