Lovin, Touchin, Squeezin escrita por Kira-chan Anime


Capítulo 1
Capítulo Único .


Notas iniciais do capítulo

Angry!Lavi por um tempinho~ E não vai ter limãozinho como muitas de vocês querem porque eu sou uma pessoa pura-q E sim, eu acho que um Angry!Lavi falando mais de quatro idiomas deve ser muy sexy. u3u Talvez esteja um pouco OOC.

Feliz Dia LaviYuu~

EDIT (17-07-12): Gente, desculpem pelos tracinhos que dividem as falas, não sei o que houve, mas já foram consertados. Obrigada à Gêmea Bruna por me avisar! ♥

EDIT (17-10-12): Eu não sei o que me deu quando eu escrevi lá no final que o Lavi é mais velho que o Kanda, mas já consertei isso. E coloquei alguns outros travessões que estavam faltando e eu não tinha visto até então.



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Ouviu batidas na pesada porta. Tentou ignorá-los e voltou a ler o jornal. O barulho retornou mais intenso e, aparentemente, determinado a não desistir enquanto não fosse atendido.

– Junior, vá logo abrir essa maldita porta! – Resmungou o velho Bookman, atirando um jornal na direção do ruivo. – Eu estou tentando me concentrar!

– Tá velho, já vou.

O garoto se levantou da cama e andou até a porta, tentando não pisar nos inúmeros papeis e livros espalhados pelo chão no caminho. Ao abri-la, deparou-se com um oficial da Ordem encarando-o com uma expressão fechada.

– O Inspetor Geral Lvellie deseja vê-lo na sala dele imediatamente. – O homem viu o mais velho se levantando da cadeira onde estava e logo fez um sinal com a mão para que ele parasse. – Só o garoto.

Bookman arqueou uma sobrancelha intrigado, mas voltou a sentar-se e sinalizou para o Junior ir com o homem, que já tinha disparado na frente. Eles caminharam mergulhados em um silêncio mórbido até o escritório do Inspetor. O lacaio abriu a porta e deu espaço para o ruivo entrar no recinto, seu olhar logo repousando sobre os outros exorcistas que também estavam presentes, os quais rapidamente se viraram para ver quem tinha acabado de entrar.

– Lavi-kun.

Lenalee falou baixo, meio surpresa por ver o garoto ali. Com ele, agora eram um total de quatro exorcistas para uma única missão. Aquilo com certeza não poderia resultar em boa coisa. Lavi caminhou até onde os amigos estavam, ficando entre Allen e Kanda. Dois minutos se passaram e eles continuavam lá, estáticos, exatamente onde estavam. Lavi então se inclinou para Allen e sussurrou:

– Oe Allen, o que estamos esperando?

– Acho que ainda tem mais gente pra chegar. – Ele respondeu no mesmo tom.

Em poucos segundos as portas do escritório se abriram e Miranda e Timothy entraram por elas, suas expressões demonstrando um pouco de confusão e apreensão.

– Por que não sentam? – Lvellie finalmente girou sua cadeira, atrás da mesa, para encarar os exorcistas com um sorriso de dar arrepios.

Todos se entreolharam meio tensos, mas sentaram-se no sofá e nas poltronas existentes na sala. Kanda optou por ficar em pé, apoiado na ponta esquerda do sofá, perto do ruivo. Do lado deste, seguiam-se Allen e Lenalee, enquanto Miranda e Timothy estavam sentados cada um em uma poltrona.

– Vocês irão para uma cidade no interior que está sofrendo ataques em massa de akumas níveis três e quatro já há alguns dias. Há uma suspeita de que eles possam estar procurando por uma Innocence. – O Inspetor Geral disse, empurrando algumas folhas de papel com as informações da missão para a beirada da mesa, na direção deles, as quais Allen pegou e começou a ler. – Vocês têm uma hora para se arrumarem e partirem. – Ele terminou a conversa, girando novamente com sua cadeira para encarar a janela.

Os exorcistas se encararam por um minuto, porém, ao ver que o superior não iria dar continuidade à conversa, se levantaram e foram para seus respectivos aposentos para se prepararem para partir. Não demorou muito para chegarem à cidade que deveriam visitar com a ajuda da Arca. Allen suspirou aliviado por Link não estar indo na missão com eles; ela já aparentava ser ruim o suficiente por si só.

Ao chegarem à parte que ainda estava aparentemente intacta da cidade, eles foram procurar o hotel no qual a Ordem havia reservado quartos para eles. Allen tomou a frente dos amigos e foi falar com o rapaz do balcão. Depois de alguns minutos argumentando algo que os amigos não conseguiram ouvir o quê, Allen voltou com as chaves em mãos e uma cara não muito satisfeita.

– Eu não sei por que o orçamento deles é sempre tão curto para pagar nossa hospedagem, mas não tem limites para pagar as excentricidades do Inspetor. – Ele fez uma breve pausa e mostrou as três chaves, cada uma com o número do quarto e o nome do hotel pendurados, na palma aberta de sua mão. – Vamos ter que dividir, pra variar. – Ele revirou os olhos.

Alguns resmungos foram ouvidos, principalmente pela parte de Kanda e Timothy. Lavi apenas revirou os olhos e deu de ombros, conformado. Já não era a primeira vez que a Ordem fazia aquele tipo de coisa com eles, e se as camas não fossem de casal ele poderia até dizer que estavam saindo no lucro. Após alguns minutos discutindo eles já haviam sentado nos sofás do lobby ficou decidido que as garotas iriam dividir um dos quartos - para a tristeza do ruivo - e Allen dividiria outro com o garoto francês, já que Kanda disse que preferia ter seus fios de cabelo arrancados um a um com uma pinça do que ter que dividir o quarto ou com um Moyashi ou com um pirralho francês irritante, restando então apenas Lavi para ser seu parceiro.

Uma vez o dilema resolvido, eles subiram para arrumar as coisas nos respectivos quartos para irem procurar pelos akumas. Agradeceram mentalmente a todos os santos que conheciam quando, ao entrar nos quartos, duas camas de solteiro parecendo bastante aconchegantes estavam presentes. Estes eram bem simples: além das duas camas, tinham um armário relativamente grande e um banheiro com chuveiro. Para o estado em que a cidade se encontrava, e considerando as péssimas instalações que a Ordem já oferecera a eles anteriormente, aquele era um hotel bem arrumado e em ordem.




Quando o sol já não podia ser mais visto e a lua minguante resplandecia no céu escuro junto com algumas estrelas isoladas, os exorcistas voltavam para o hotel para sua última noite na cidade. Não havia mais tantos akumas quando eles chegaram no local e o alerta de Innocence era falso. Eles apenas tiveram que matar aqueles níveis três e quatro que estavam causando problemas, o que talvez não tenha sido tão fácil quanto planejado, mas satisfatório e sem piores complicações. Ao menos para a maioria deles.

Todos os outros já tinham se recolhido para seus quartos provisórios, já que ninguém estava machucado o suficiente para precisar de cuidados mais sérios que algumas bandagens e curativos. Mas não eles dois.

Kanda entrou no quarto, segurando o braço esquerdo e tentando inutilmente estancar o sangue. Aquele era seu pior ferimento; o resto eram apenas arranhões e alguns cortes superficiais. Mas não aquele. Aquele ferimento no ombro tinha sido um pouco mais fundo e estava sangrando mais que qualquer outro, mas ainda assim não era sério, principalmente por se tratar dele. Lavi entrou logo atrás dele, fechando a porta e dirigindo-se ao samurai com a voz séria.

– Você-

– Não. – Ele respondeu seco, interrompendo a fala do outro.

– Yuu, você vai ficar aí sangrando até-

– Não preciso da sua ajuda.

– Olha Yuu-

– Eu já disse que não, Baka Usagi! – Kanda se virou para o outro, bastante irritado e tentando parecer autoritário.

– Quer parar de me interromper? – Lavi segurou o braço bom do outro. Sua expressão demonstrava cansaço e impaciência. – Me deixa fazer um curativo decente em você, pelo menos!

– Não acha que já tentou me ajudar demais hoje não? – O samurai respondeu ácido.

Seu olhar se estreitou sobre o menor. Ele não estava mesmo dizendo aquilo para ele, estava? Quer dizer, ele tinha salvado ele, ganhado um belo buraco do lado de suas tripas e ainda tinha que ouvir aquele tipo de coisa? Lavi poderia ter morrido se não fosse sua agilidade em contra atacar e não deixar que o akuma jogasse outro pedaço de madeira incandescente nele! Claro que os rápidos e eficientes cuidados de Miranda e Lenalee ajudaram bastante também, mas era assim que Kanda agradecia a ele?

– Você não está falando sério, está? – Seu olhar incrédulo fez um arrepio subir pela coluna de Kanda.

– Tsc, isso vai se recuperar logo, não preciso de curativo. – Desviou o olhar para o chão, seu tom de voz ríspido. – E eu não pedi pra você ir me ajudar!

– É, mas é isso o que se faz por quem se ama, se você não sabe!

Kanda sentiu-se obrigado a olhar para cima. O aprendiz de Bookman soava bastante autoritário e irritado e tinha intensificado um pouco mais o aperto no braço dele. Na verdade, seu braço talvez não se recuperasse sozinho dessa vez. E ele realmente precisava de um curativo mais bem feito do que um monte de bandagens enroladas com um nó forte, mesmo que isso estivesse servindo no momento.

Mesmo que estivesse tentando, não conseguia desviar seus olhos daquele olhar tão intenso do outro sobre si. Sentiu seu rosto se avermelhando e amaldiçoou Lavi por isso.

– Você podia ter morrido, idiota! – Gritou, perdendo o resto da calma e compostura que estava tendo. Pelo menos o ferimento doía menos, agora, e tinha, aparentemente, parado de sangrar. Talvez estivesse mesmo se recuperando sozinho, afinal. – E como eu ia ficar depois disso, hm?!

– Eu não ia morrer! – A ira estava começando a tomar conta do ruivo. Ele normalmente tentava ser pacífico até o último segundo, mas aquilo já tinha ultrapassado todos os seus limites. – Dío santo, você é um malagradecido! É por isso que é tão nevynosimyi! Eu salvei sua pele, kisama! Je suis désolé se eu devia ter deixado você morrer naquele maldito campo de batalha! – Tentou sorrir de forma irônica, mas estava irritado demais até para fazer isso. Já estava com um tom de voz tão alto que tinha certeza que se algum dos amigos quisesse ouvir a conversa deles talvez nem precisasse encostar o ouvido na parede que dividia os quartos - o que eles estavam era entre os outros dois.

Tudo bem, aquilo com toda a certeza não era um bom sinal. Lavi falando em mais de cinco línguas ao mesmo tempo nunca poderia ser um bom sinal, poderia? Desconsiderando o fato de que ele estava fora de si - e com razão - podia-se considerar bem sexy o jeito que ele embaralhava os idiomas que conhecia quando estava irritado. Kanda podia não entender uma palavra do que ele estava dizendo, mas com certeza ele estava notando como o cabelo ruivo dele caía sobre seu rosto de forma tão bagunçada e atraente, dando-lhe um jeito meio moleque, mas com a beleza madura que ele possuía. O jeito com que se encaravam, olho no olho, tanta intensidade em apenas uma troca de olhares onde tanto era revelado. E a perigosa proximidade dos corpos. Aquilo estava ficando muito aventuroso para eles.

Provavelmente Lavi percebeu o estado de semi-hipnose em que o samurai tinha entrado, porque, ao ver que ele não respondeu nem tentou contra argumentar de nenhum jeito, ele suavizou a expressão em sua face e sacudiu levemente o outro.

Yuu, kiiteru ka? – O ruivo já tinha voltado ao tom de voz normal, mas sua expressão ainda estava um pouco repreensiva.

O japonês piscou atordoado, fazendo que sim com a cabeça em seguida. Lavi continuou observando-o de um jeito questionador, como se esperasse que ele ainda dissesse algo.

Gomennasai. – Ele respondeu, finalmente, em um quase resmungo. – Só... Não faça mais esse tipo de coisa estúpida! – Ele ainda estava disposto a comprar briga.

– Eu não sei se você percebeu, – sua voz voltou a se elevar – mas eu fiz isso porque eu me preocupo com você! – A essa altura, Lavi já tinha colocado Kanda entre a parede e ele.

– E isso vale a sua vida? – Não iria recuar. Seus olhos estreitaram-se mais e tentaram ler o que se passava dentro do olho verde-escuro do ruivo, prever qual seria seu próximo movimento.

Aqueles quatro centímetros de diferença entre as alturas não estavam facilitando para ele resistir a um Lavi zangado, misturando os idiomas e com uma pegada autoritária que ele não podia negar nem se quisesse. Sua respiração estava começando a se acelerar e ele podia sentir que o outro também não estava mais aguentando aquela briga idiota. Aquela missão era para estar sendo muito melhor aproveitada, sem mais ninguém para atrapalhar eles, ainda mais dividindo o mesmo quarto.

– Eu amo você, seu estúpido inconsequente!

Kanda deixou que um sorrisinho se formasse no canto de seus lábios. – É, eu sei Baka Usagi.

E não importava mais se seu ferimento estava bem cuidado, se iria se recuperar sozinho ou se os pontos improvisados que Lavi tinha levado das garotas no lugar onde tinha se ferido poderiam abrir, porque já haviam perdido tempo demais.

Lavi terminou com a distância que separava os dois e colocou uma das mãos na nuca de Kanda, trazendo-o para um beijo calmo. Não era como se estivessem sem fazer aquilo há algum tempo; eles simplesmente nunca tinham tido coragem suficiente para fazê-lo, essa era a verdade. Todos aqueles anos que se conheciam, todas as missões em que foram juntos e tiveram a mínima chance que pudesse ser eles tinham completamente ignorado, fingido que não era dessa forma que eles se gostavam, que aquilo era só amizade.

Mas aquela amizade já tinha ultrapassado todos os limites que são possíveis existir entre dois amigos. Aquela tensão sexual muito mal resolvida pairava entre eles há tanto tempo que nem sabiam como tinha começado. Talvez fossem os olhares suspeitos e indiscretos que lançavam um para o outro durante as refeições, treinamentos, banho, até mesmo pelos corredores da Ordem Negra, claro que quando não havia mais ninguém por perto para testemunhar. Talvez fossem os toques, tão sutis no começo e que se tornaram tão extravagantes ao longo do tempo; de apertos de mão até abraços exagerados, normalmente culpa de Lavi. Talvez fosse a falta de palavras com que eles sofriam em certas situações, onde ambos se perdiam estudando um ao outro e se alienavam completamente do mundo real. Provavelmente quando estavam virando noites, se preocupando quando o outro ia a uma missão e demorava a voltar, ou quando voltava muito machucado, já fosse tarde demais.

Soltaram-se apenas quando o ar lhes fez falta. Os rostos continuaram bem próximos e os olhos permaneceram fechados, as respirações se fundindo em um ritmo acelerado. Os olhos foram abrindo devagar, tentando não estragar o clima. Uma mistura de sentimentos podia ser vista através deles: paixão, desejo, urgência, fogo, mais.

Os braços do moreno envolveram o pescoço do outro e ele sentiu uma forte mão se colocar em sua cintura e a outra em seu rosto, os dedos deslizando até a nuca em um movimento tão devagar, fazendo uma espécie de carinho enquanto caminhavam para seu destino.

Ficaram assim por alguns segundos, apenas apreciando a companhia e os leves toques um do outro. Mas isso não era mais suficiente. Ambos sorriram de forma um tanto quanto maliciosa, como se fosse um sinal verde. Lavi puxou o samurai para si, iniciando um beijo mais selvagem, dessa vez mais apressado, talvez até beirando a violência.

Uma luta por dominância estava sendo travada, mas, pelo jeito que Lavi prensava Kanda na parede e sua mão, previamente muito bem colocada na cintura do moreno, deslizava pelo tórax e abdome do japonês, invadindo sem pudor nenhum o uniforme da Ordem, as chances de só haver um vencedor para essa batalha eram altas.

Aquele tipo de contato era totalmente novo para ambos. Os dedos iam deslizando devagar, sentindo a pele macia, os músculos definidos e rijos que se contraíam aos toques e unhas que arranhavam sem muita força. Por quanto tempo aqueles desejos tinham sido reprimidos, esquecidos, controlados? E agora eles não precisavam mais se enganar ou fingir. As mãos corriam livres pelos peitos nus, apertando e contornando tudo detalhadamente, certa urgência misturada com a inexperiência presente nos toques.

O desejo, o fogo do momento e a afobação eram o que mais moviam os dois exorcistas. No momento em que a pressa venceu o romantismo, casacos, botas pesadas, meias, luvas, bandana, fita de cabelo, camisetas e armas foram sendo espalhados pelo chão do quarto, formando uma trilha enviesada até a cama de solteiro mais afastada da porta que estava encostada na parede.

Lavi sentou Kanda no colchão macio e suas costas encontraram a parede. Ainda estavam unidos por um beijo, o qual foi quebrado pelo ruivo. Ele desceu os lábios pelo pescoço do moreno, brincando com a pele que se arrepiava a medida que a língua dele tocava-a. Logo em seguida vieram as mordidas leves e os chupões, deixando marcas que certamente iriam durar alguns dias. Kanda enterrou os dedos nos cabelos macios do outro quando Lavi continuou descendo mais, criando uma trilha que passava por seu peito, seu abdome muito bem definido, por sinal, e ia parar somente perto da virilha, impedido pela barra da calça.

Kanda sorriu de canto e afastou o ruivo de si, encostando-o na parede. Ele puxou Lavi para cima para outro beijo apressado e envolvente e subiu em seu colo, enquanto as mãos dos dois tentavam se livrar das últimas peças de roupa um do outro.

Estava sendo tudo tão depressa que o romantismo quase não tinha espaço com eles. Quase. Porque aqueles, afinal, eram Yuu Kanda e Lavi. Seu romance era algo que sempre estivera subentendido para todos, inclusive eles mesmos. Não precisavam ir devagar ou de palavras melosas. Talvez algumas palavras fossem necessárias em certas ocasiões. Mas podiam sem elas, na maior parte das vezes - gemidos não eram incluídos na classificação de palavras deles. Afinal, eles valorizavam mais as pequenas ações, como o entrelaçar de mãos durante o ápice, significando a união e a força existente entre eles e mais tantas outras coisas. Ou o jeito como dormiriam juntos depois de uma noite exaustiva, porém animada, como aquela, Lavi fazendo um suave carinho nos longos cabelos escuros do samurai até que ele pegasse no sono, abraçado ao corpo do ruivo.

– Vai me deixar melhorar esse emaranhado de panos que você chama de curativo amanhã? – Lavi sussurrou, pondo a franja escura que caía sobre os olhos do moreno para trás, apenas para vê-la voltar a sua posição original.

– Tsc, não é preciso... – Kanda resmungou em resposta, com a voz já meio embargada pelo sono e pelo cansaço.

– Mas eu vou fazer mesmo assim. – Ele sorriu em meio aos fios azulados, depositando um pequeno beijo no topo da cabeça do mais velho. – Durma, amanhã cedo voltamos pra Ordem.

– Espero que tenham mandado o Bookman pra uma missão bem longe quando a gente voltar. – Ele falou sorrindo, malicioso, contra o peito do ruivo em um tom quase inaudível.

Lavi riu baixinho do comentário com segundas intenções do outro, logo se entregando ao sono juntamente com Kanda.


No quarto ao lado, duas moças comprimiam seus ouvidos contra uma das paredes na tentativa de ouvir mais algum som, mas, como o quarto vizinho tinha ficado silencioso, presumiram que eles já deviam estar dormindo. Lenalee e Miranda tiveram a sorte de pegar o quarto que era parede com parede com aquela onde seus dois amigos exorcistas estavam dormindo e tiveram uma noite particularmente animada.

Ambos os rostos estava corados e suas respirações aceleradas. Elas não esperavam e nem pretendiam ficar ouvindo arás da parede os amigos fazerem sexo, mas, depois daquela discussão de mais cedo, as duas simplesmente não conseguiram evitar ficar ali paradas e escutando tudo o que era dito e feito no quarto ao lado. Não sabiam direito o porquê de terem continuado ali, ouvindo tudo e permitindo-se até imaginar o que se passava do outro lado da parede de pedra o que com certeza fazia com que a vermelhidão presente em suas faces se aprofundasse mais , mas tinha sido algo muito mais forte que o bom senso que elas possuíam.




Na manhã seguinte, todos já estavam acordados e prontos para partirem por volta das sete, só parando para tomar o café da manhã no hotel primeiro. Allen reclamou que Timothy não o tinha deixado dormir e havia tagarelado a noite inteira e, em contrapartida, Timothy disse que só não estava acostumado a dormir sem Emília por perto e precisava de alguém para conversar. O Walker fez algum esforço para não estrangular o garoto ali mesmo e apenas continuou seu café da manhã.

Lenalee e Miranda conversavam animadamente sobre qualquer coisa que fosse e, vez ou outra, trocavam risinhos abafados e olhares misteriosos entre si, logo depois encarando os outros dois exorcistas que estavam sentados de frente para elas na mesa. Lenalee, logo que tinha avistado os amigos descendo para o café, tinha feito uma observação sobre como a pele deles parecia mais bonita e brilhante naquela manhã. Eles não pareciam ter entendido muito bem o que ela quisera dizer com aquilo, mas deixaram para lá e Lavi agradeceu com um sorriso.

Após todos terem terminado de comer, terem feito o check out do hotel e Allen ter finalmente parado de discutir com Timothy ainda sobre o mesmo assunto de antes, todos embarcaram na Arca e voltaram para a Ordem. Foram direto para seus aposentos para prepararem os relatórios da missão e entregarem ao Supervisor Komui. Lavi começou a conversar com Reever enquanto esperava Komui pelo menos dar uma olhada no relatório.

– E então, cadê o velho panda?

– Ah, o Bookman foi até o Setor Asiático para conferir alguma coisa e disse que ficaria fora por alguns dias. – Reever respondeu ao rapaz, enquanto catava alguns papeis do chão desorganizado da sala do Supervisor. – Supervisor, pelo menos leia o começo dos relatórios e não os deixe jogados por aí! – O chefe da Divisão de Ciências reclamou, indo até o chinês e praticamente forçando os documentos a ficarem arrumados em cima da escrivaninha, de frente para o outro.

– Uns dias fora, é? – Lavi não pôde evitar que um sorrisinho maroto surgisse em seus lábios.

– Ahn? Ah, sim. Talvez até uma semana. – O loiro respondeu, agora no meio de uma batalha, tentando fazer Komui ficar sentado e assinar os papeis que estavam em cima da sua mesa.

– Já vou indo então, Reever, Supervisor Komui~

Sua voz saiu um tanto quando melódica e o ruivo deixou a sala, caminhando alegre pelos grandes corredores. Chegou rapidamente à enfermaria, onde ainda conseguiu pegar Kanda saindo apressado de lá com uma cara nada satisfeita e resmungando algo sobre "estar se dando alta". Ele encarou Lavi curioso quando o avistou tão risonho ao seu lado.

– Por que está tão feliz, Baka Usagi? – Eles caminharam para fora da enfermaria e foram andando até o quarto do samurai.

– Porque o velho panda vai passar alguns dias no Setor Asiático. – Seu sorriso malicioso tornou a aparecer e Lavi se aproximou mais do samurai, ao ponto de conseguir sussurrar em seu ouvido: – Vou ficar sem ninguém pra dividir o quarto.

Kanda virou-se para o outro, um sorriso de cunho igual estampado em seu rosto. A essa altura já estavam parados à porta do quarto do japonês e, felizmente, não tinha mais ninguém no corredor além deles dois.

– Tsc, isso era pra ser um convite? – Kanda cruzou os braços na frente do peito, seu olhar fixo no do mais novo.

– Se quiser encarar assim. – Ele se aproximou mais, juntando os dois corpos e colocando Kanda entre a porta e ele. Lavi inclinou a cabeça na direção de Kanda, deixando que seus rostos ficassem a apenas milímetros de distância e pondo uma das suas mãos na cintura do moreno. – Te vejo de noite?

Kanda terminou com a distância entre eles e puxou o ruivo para baixo, iniciando um beijo apressado, necessário. Pro inferno se algum idiota da Central pudesse passar por ali e vê-los juntos. Naquele momento, a sensação dos lábios de Lavi nos seus e sua língua buscando explorar cada canto de sua boca eram muito mais importantes do que qualquer outra coisa. Quando se separaram, Kanda entrou em seu quarto e Lavi seguiu para seu próprio. Ele se jogou em sua cama e ficou olhando para cima, ainda com o mesmo sorriso no rosto, apenas esperando pelo que viria quando a noite chegasse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e tenham um feliz resto de Dia LaviYuu! ♥

[EDIT:17-07-12)]Traduções:

Dío santo = Santo Deus (Italiano)

Malagradecido = Mal agradecido (Espanhol)

Nevynosimyi (невыносимый) = Insuportável (Russo)

Kisama = Desgraçado* (Japonês)

Je suis desolé = Eu sinto muito (Francês)

"Yuu, kiiteru ka?" (ユウ、聞いてるか?) = Yuu, está me ouvindo? (Japonês)

"Gomennasai" (ごめんなさい) = Sinto muito. (Japonês)

Qualquer erro a culpa é do Google e do dicionário que eu arrumei aqui u.u'
Mereço reviews? *-*