Eu Te Odeio Vs. Eu Te Amo escrita por maria


Capítulo 3
Casamento e conversa


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei mas explico porque nas notas finais. Boa leitura, e nos vemos lá embaixo.



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Eu nunca senti tanto ódio na minha vida!!Quem aquela garota pensa que é? Baixinha desgraçada. Ela é a pessoa mais irritante que eu já conheci.

O caso é que, durante todas essas três semanas, ela tem me irritado e agindo como se fôssemos amigas de infância.

E hoje, no dia do meu “casamento”, ela aparece aqui, com uma maleta de maquiagem e “outras cositas más”. Palavras dela.

- Mas Bellinha – ela disse, usando o apelido ridículo que inventou – você tem que ficar bonita é o dia do seu casamento.

- Olha, Allie – disse, irônica – você sabe muito bem que isso nem um casamento é.

- Como não? Vocês vão morar na mesma casa, assinar os papéis...

- Escuta aqui, anã de jardim de loja de 1,99 – falei, furiosa – eu vou me “casar” com seu irmãozinho, praticamente obrigada, e essa cerimônia, a qual vou comparecer, é um jantar, portanto saí daqui, eu tenho capacidade de me arrumar SOZINHA.

- Então tá, Bella. Já vi que você está nervosinha hoje. Eu entendo, afinal é o dia do seu casamento, mas...

- SAI DAQUI ALICE!!! – gritei e bati a porta na cara dela.

Quem essa baixinha pensa que é? Por mim eu ia de calça jeans e All Star nesse jantarzinho ridículo. Mas se eu fizesse isso, meu pai querido não ia cumprir o trato, e todo esse esforço de me casar com Edward Cullen ia ser em vão.

Passei o dia inteiro pensando o que eu poderia fazer pra esse playboy desistir de mim. Se isso acontecesse, ia ser por escolha dele, e meu pai ia ter que cumprir o trato. Não consegui pensar em nada, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu ia fazer a vida de Edward gostosão Cullen um inferno.

                                             [...]

Eu estava pronta. Com um vestido bege sem mangas e um scarpin preto. Era uma roupa adequada, mas eu estava me sentindo péssima. Provavelmente era porque eu gosto de transmitir meu estado de espírito e minha personalidade com minhas roupas, mas não ia ser possível fazer isso. Se eu o fizesse, iria me vestir de anjo das trevas. Mas, o que eu posso fazer. Minha mãe e Alice iam dar chilique, e eu não estava com humor pra isso. Desci as escadas e recusei ir no carro com meu pai e minha mãe.

Fui pro meu carro e peguei um atalho. Passei num bar e pedi um copo de vodka, eu ia precisar pra aguentar essa noite. Voltei pro carro e segui até a casa dos Cullen. Eu não sabia exatamente onde eles moravam, mas ao entrar na rua que meu pai havia mencionado, foi fácil localizar a mansão. A casa era duas vezes maior que a minha, que já era grande. E o carro do meu pai já estava estacionado. Por incrível que pareça, ele ainda não havia entrado, estava me esperando na porta do carro.

- Por que demorou?

- Não consegui achar a casa e parei pra pedir informações. – disse, sem dar muitas explicações.

- Que seja. Vamos entrar logo.

Tocamos a campanhia e quem abriu a porta foi uma Alice sorridente.

- Olá, sejam bem-vindos.

- Oi Alice – murmurei.

- Olá Alice – disseram meus pais ao mesmo tempo.

- Entrem, por favor. – falou a baixinha dos infernos.

Entrei e Alice me deu um abraço. Achei estranho, mas logo entendi o motivo.

- Bella, você me paga por ter vindo com essa roupa. – sussurrou de modo que só eu pudesse ouvir.

- E você me paga por ter me enchido a paciência nessas semanas. – falei

- Que cheiro é esse Bella?

- Cheiro de quê? – sorri cinicamente pra ela.

- De vodka.

- Dá um tempo Alice.

Falei e fui andando a passos largos até a sala de estar, onde estavam Esme e Carlisle.

- Olá – cumprimentei-os educadamente, mas estava com vontade de enfiar o dedo na garganta, com tanta falsidade.

- Olá, Bella – Esme disse vindo me abraçar.

- Olá também, Bella – disse Carlisle, enquanto eu estava sendo esmagada com o abraço falso de Esme.

Será que ninguém nessa família é normal? Todos tratavam esse casamento por contrato como a coisa mais normal do mundo. Espero que Edward não seja louco assim também. Afinal vamos morar juntos. Eu fiquei com ódio quando meu pai disse que tinha comprado um apartamento pra nós dois como presente de casamento. E me disse isso como se estivesse sendo um pai muito legal. Como se isso redimisse tudo que eu passei por causa dele durante todos esses anos. Ele queria me comprar. Mas se realmente fizesse o papel de pai, saberia que isso não é o mais importante. E que eu não sou muito fã de luxo.

Enfim, enquanto Esme e minha mãe discutiam sobre coisas fúteis que eu não me importava, Alice tentava acabar com a minha sanidade.

- Ai, Bella, você vai amar o apartamento. Seu pai comprou, mas fui eu que decorei. É mesmo uma pena você não ter ido lá conhecer.

- É Alice. É mesmo uma pena. – tentei  parecer empolgada com o fato de ela ter decorado o apartamento. Ao que parece, não consegui.

- Que desânimo Bella! Aposto que vai melhorar depois que você passar a noite de núpcias com meu irmão. – sorriu maliciosa

- Alice, você pirou de vez? Acha que eu vou dormir com seu irmão? Eu mal conheço ele. Se ele está pensando que eu sou uma das vadias que ele paga, está muito enganado e pode dizer pra ele...- parei para respirar.

- Calma Bella. Ele nem falou nada comigo. Só que vocês vão estar casados né? Eu pensei que...

- Pensou errado – a interrompi – durante esses quatro meses ele não vai tocar em mim. Se eu tiver sorte, ele que nem me dirija a palavra. Eu o odeio só por existir.

Depois dessa, Alice ficou quieta.

Mais algumas conversas, e aparece na sala o senhor eu-me-acho-o-cara-mais-lindo-e-rico do-planeta.

- Meu filho, você está tão bonito – Esme era ridícula e falsa comigo, mas com o filho era diferente.

- Obrigada, mãe. – falou.

Eu estava meio entorpecida pela beleza dele, mas me surpreendi com o quanto ele podia ser educado. Bem diferente daquele dia na minha casa. Mas, é claro, aqui era o ambiente dele.

- Vamos jantar então? – Esme se pronunciou.

- Mas é claro né mãe, já está todo mundo morrendo de fome. – só Alice poderia dizer uma coisa dessas.

Todos riram, exceto eu e Edward.

- Vou mandar a cozinheira servir.

No momento em que Esme disse isso, tive vontade de sair dali correndo. Foi o mesmo que minha mãe disse um dia antes daquele dia. Eu nunca perdoaria meu pai por tudo que ele fez comigo. É claro que depois daquilo tudo meu pai tinha se arrependido, mas o arrependimento dele não servia pra nada. O arrependimento dele não ia trazer ele de volta. E nem ela ia se deixar enganar pelos pedidos de perdão do meu pai.

Já estava todo mundo na sala de jantar, mas Alice ainda não tinha ido.

- Bella, está tudo bem? Por que você está chorando?

- Caiu um cisco no meu olho Alice – disse limpando as lágrimas que nem percebi caindo.

- Essa desculpa é mais velha que a minha vó, Bella. Mas se você não quer falar, tudo bem, eu entendo. Quando você estiver pronta me conte, ok?

- Tudo bem.

Alice me surpreendeu sendo compreensiva. Algo que eu nunca imaginei vindo dela.

Fui até a sala de jantar acompanhada por Alice e me sentei ao lado dela. Todos nos olharam quando chegamos, mas depois voltaram as suas conversas. Menos Edward. Isso devia ser porque ele não conversava com ninguém. Mas continuou olhando pra mim. Ele, com certeza, percebeu meus olhos vermelhos. A sua expressão era um misto de raiva, tristeza e compreensão. Perguntei-me como ele poderia me entender. Nem sabia pelo que eu tinha passado. Imediatamente fiquei com raiva dele. Se achava o dono da verdade. Mas tudo era uma suposição. Olhei novamente pra ele, tentando decifrar sua expressão, mas ele já não olhava pra mim.

O jantar seguiu tranquilamente e Alice estava mais silenciosa do que nunca. Ela parecia entender que eu precisava de espaço. Depois da sobremesa, Carlisle se pronunciou.

- Acho que vocês já podem assinar os papéis, não é?

Um silêncio estranho se instalou sobre a mesa e eu abaixei os olhos. Meu pai foi o primeiro a falar.

- Acho que já podem sim não é, Bella? Edward? Vocês já vão daqui para o apartamento, imagino.

- Eu acho que sim, pai. Quer dizer, vou passar em casa pra pegar minhas coisas. Não tem porque adiar isso. – falei.

- Tenho que concordar, minhas malas já estão prontas. Vamos logo acabar com isso, onde eu assino? -  o tom que Edward usou ao dizer isso foi quase rude.

- Vou buscar os papéis – Carlisle disse saindo da sala de jantar.

Voltou meio segundo depois com uma papelada na mão.

- Aqui estão.

Assinamos tudo em silêncio. Ninguém ousou dizer nada, nem mesmo Alice.

Depois de darmos tantos “autógrafos” naqueles papéis, Carlisle os recolheu com uma expressão de vitória que me deu repulsa. Ele devia ser igual a meu pai. Só que menos pior. Afinal, conheci poucos tão sem escrúpulos quanto ele. Mas, não conhecia tantos empresários ricos. “O único que eu conhecia se mudou pra não sei onde”, pensei. E tudo por culpa do meu pai. Eu amava todos da família Black. E todos foram embora da minha vida por culpa do meu pai. Ou melhor, nem todos, Jacob não foi embora da minha vida por culpa do meu pai. Pelo menos não diretamente. Afastei esses pensamentos enquanto Carlisle e meu pai comemoravam a fusão da empresa. Eu não sabia o que esperar dessa fusão. Nunca fui muito ligada aos assuntos da empresa, mas, tendo em vista tudo o que tinha acontecido, era de óbvio que eu ficaria tensa com o fato de meu pai ter um sócio.

- Bom, acho que vocês dois podem ir pro apartamento, - disse Carlisle interrompendo meus devaneios – espero que tenha algum jornalista por perto. E você, meu filho, agora é um homem casado, pra todos os efeitos. Nada de ir pra balada e coisas do tipo.

- Não estou afim de ter essa conversa novamente, pai. – Edward revirou os olhos.

- Tudo bem. Vá lá em cima pegar suas coisas.

Ele saiu ainda um pouco contrariado. Resolvi que era hora de me pronunciar.

- Vou passar em casa antes de vocês, - falei me dirigindo aos meus pais – só pra pegar a mala. Ainda tenho que passar em um lugar antes de ir.

- Onde, Bella? – meu pai falou.

- Não moro mais na sua casa, sou uma mulher casada, não tenho que dar satisfações. – disse sendo irônica e dando um sorriso.

- Que seja. Vá logo então, imagino que você e Edward se encontrem lá.

- É, tanto faz. Tchau. – falei e depois me virei pra Alice – Tchau Alice. Outra hora a gente se vê.

- Tchau Bella. Até mais.

- Até.

Saí da casa com passos firmes e desarmei o alame do carro. Fui pra casa e peguei minhas malas bem rápido. A maioria tinha só pertences pessoais e livros. De roupas mesmo, só havia uma no meio das sete.

Depois que saí de casa guardei as malas no carro e fui falar com a única pessoa que me entenderia nesse momento. A única pessoa que fora tão afetada por meu pai quanto eu.

Eu já havia ido até a casa de Sue algumas vezes depois que ela pediu demissão, mas não era a mesma coisa de antes. Ela sempre ficava preocupada demais com a minha presença. Ela gostava de mim, mas odiava meu pai. E eu a entendia. Afinal, tudo que aconteceu era culpa dele.

Cheguei no apartamento afastado e toquei a campainha. Sue abriu a porta um pouco surpresa. Ela parecia feliz em me ver, mas preocupada. Como sempre preocupada.

- Bella, querida, que saudades – disse me abraçando – Você está sozinha? – me olhou tensa.

- Sim, Sue. Estou.

- Sendo assim, entre, por favor.

Eu entendia a reação dela. A última vez que estive ali foi com meu pai. Ele queria pedir perdão, novamente. E ela não aceitou, novamente. Não foi agradável.

- O que te trás aqui, querida? Você parece angustiada.

- Você me conhece mesmo não é Sue?

- Querida, foram 11 anos de convivência. Não 11 dias.

- Eu sei. – falei – Bom, a verdade é que eu precisava desabafar com alguém. – respirei fundo – Ouviu dizer que as empresas Swan e Cullen vão se fundir?

- Sim, sim. Eu li nos jornais há algumas semanas. E também li sobre seu casamento com o filho de Carlisle Cullen. – me olhou apreensiva.

- Ele me obrigou, Sue. Vão ser quatro meses de convivência forçada. Mas tem uma coisa boa. Depois disso vou sair da casa dele.

- Bom, pelo menos isso. – Sue sabia que eu queria sair de casa pra viver minha vida. Eu já havia ido lá depois de tudo, sempre que eu precisava desabafar, era a ela quem eu recorria.

- É, mas o cara é um playboy metidinho. Se acha o dono do universo. Não vou suportar viver com ele. Sem falar que estou preocupada com essa fusão de empresas, meu pai com um novo sócio. Eu sei que é ridículo, considerando as cirscunstâncias atuais, mas é de se esperar que eu fique nervosa com isso. Meu Deus, um sócio! Naquele tempo tudo o que meu pai queria era se livrar de um.

- Eu te entendo Bella. Depois de tudo que aconteceu, quero dizer, a mudança do Billy, a morte do Harry... – parou pra respirar fundo - Você deve ter ficado bastante abalada quando se trata do assunto sócio.

- Não é só isso. Ainda fico nervosa quando ouço falarem de grandes quantias de dinheiro. Tudo por causa desse maldito dinheiro do meu pai. Todos me abandonam por causa dele. Billy, Harry, Seth, Jacob, e não estou te acusando de nada, mas você também.

- Eu sei, querida. Mas não havia condições de eu continuar trabalhando naquela casa depois da morte de Harry. Antes mesmo de saber que seu pai estava envolvido naquele suposto sequestro, eu já havia pensado em me demitir. Tudo lá me lembra ele.

- Não, Sue. Eu entendo. No seu lugar faria a mesma coisa. Mas esses anos sem você têm sido tão difíceis. Aquela casa passou a ser meu inferno pessoal. E a nova cozinheira é uma mala. Vive bajulando meus pais e os tratando como deuses. E me olha com desdém, como se eu fosse uma criança pirracenta.

- Oh, Bella, eu queria tanto poder te ajudar. Mas jamais vou poder voltar a trabalhar naquela casa.

- Eu sei. Não se preocupe. Você já ajudou bastante. Eu precisava desabafar. Agora tenho que ir pro meu apartamento encontrar meu maridinho. Assinei os papéis hoje. Outra hora eu volto.

- Tudo bem Bella. Conte comigo sempre que precisar.

- Obrigada, Sue. Você sabe que vai ser sempre a minha mãezinha né?

- Sim, sempre vou saber. Se cuida, garota.

- Tá bem. Vou me cuidar. Por você.

- Ah, e Bella...Você já parou de se cortar? Fiquei tão preocupada quando vi aquelas marcar nos seus pulsos outra vez que você esteve aqui.

- Eu parei sim. Fiz uma promessa de que não iria me cortar mais quando entrei na faculdade.

- A gente precisa se ver mais Bella. Fazia um ano que você não vinha aqui. E a última vez foi com seu pai então nem conta...A última vez que você esteve aqui sem seu pai foi a quatro anos! Você nem tinha entrado na faculdade.

- Naquela época eu estava muito abalada. Jake tinha terminado comigo, enfim. Praticamente entrei em depressão. Bom, já tenho que ir. Prometo que volto logo.

Sue me acompanhou até a porta e meu deu um abraço apertado.

- Se cuida. – repetiu

- Vou me cuidar. – repeti o que tinha dito antes.

-  Até outra hora, querida.

- Prometo que será em breve.

Saí do apartamento com uma tristeza no peito. Eu ficava feliz em ver Sue, mas ela me lembrava o tempo em que tudo era bom. Quer dizer nem tudo, mas eu tinha pessoas que me apoiavam.

Entrei no carro e fui até o apartamento segurando as lágrimas. Quando cheguei na rua que eu tanto havia ouvido falar nas últimas semanas, li o número do apartamento e o andar escritos no papel que Alice me entregou. Peguei as malas no carro e me dirigi para a entrada do edifício.

Entrei e a única coisa que precisei falar pro porteiro foi meu nome e sobrenome.  No elevador eu me olhei no espelho. Meus olhos estavam marejados e meu nariz vermelho. Eu tinha chorado muito na conversa com Sue. Me ajeitei da melhor forma que consegui. Não queria parecer fraca na frente do playboy metido. As portas do elevador se abriram e andei pelo corredor até parar na porta do apartamento 607.  Peguei minha chave, respirei fundo e entrei.

- Olha só quem deu as caras. A patricinha saiu pra contar para as amigas dela da novidade?


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Notas finais do capítulo

Primeiro quero dizer que eu demorei pra postar porque estava sem tempo, viajei nas festas e não consegui fazer um capítulo descente. Mesmo assim não gostei desse. Esse capítulo foi maior que outros porque eu não conseguia parar e essas informações tinham que ficar todas nesse capítulo. Já deu pra perceber que tem um mistério que ronda o passado dos Swan...Não é nada muito bizarro, mas dei muitas pistas nesse capítulo. Algum palpite? Eu queria pedir, que comentem, vocês não sabem o quanto eu fico feliz em receber uma review. Comente, nem que seja pra dizer que tá uma merda. Diga a sua opnião, sugestões, críticas construtivas, qualquer coisa serve. Reviews são o combustível de um autor, sem eles é difícil achar inspiração pra escrever. Já falei demais, até semana que vem.