Uma semana depois que Rita publicara a matéria no Profeta tudo já estavam diferente. As pessoas cochichavam nos corredores e ao me verem paravam de repente e me encaravam.

As únicas pessoas que sabiam da verdade, na realidade as que acreditavam na verdade, eram meus melhores amigos e o resto dos Weasley, cheguei até mesmo a receber uma carta da Senhora Weasley:

Querida Hermione,

Sei, e acredito que todas as palavras que aquela ratazana velha da Skeeter escreveu sobre você e seu namorado não são verdade. Não ligue para isso e qualquer coisa que precisar é só mandar uma coruja para mim ou dizer direto aos meus filhos

Com amor, Molly.

Tento não andar nos corredores sozinha, para evitar os olhares, mas isso não ajuda muito. Na verdade, a única coisa que realmente está me ajudando nesses dias é Draco.

Nesses sete dias passei mais tempo com ele do que em três anos e, diferente de nossos outros encontros nesse ano, não nos escondíamos das pessoas. Andávamos juntos nos corredores, conversando e rindo, isso atraia mais olhares assustados para nós, mas eu não ligava mais.

Estava sentada na mesa da grifinória, alguns alunos ainda apontavam para mim e logo depois sussurravam algo para seu companheiro, mas não me incomodei nem um pouco.

Era Sabado. Encontraria Draco naquela mesma tarde. Nada, absolutamente nada, acabaria com minha alegria. Até mesmo quando a nova edição do Profeta Diário chegou para os alunos não liguei.

Rita andara me seguindo, já sabia o que esperar da próxima matéria. A noticia estava logo na primeira página, em letras grandes seguida por uma imagem de Draco e eu juntos no corredor do 4º andar:

Dois não é o suficiente?

Pelo jeito dois não é o suficiente para nossa querida Hermione Granger

Continua na próxima pagina.

Não me dei ao trabalho de abrir o jornal e continuar lendo, simplesmente o arremessei em um lixo próximo. Olhei para a mesa dos professores e Dumbledore sorria para mim. Sorri de volta e me dirigi ao meu dormitório, me preparar para o encontro.

Exatamente as duas horas da tarde Draco me esperava na porta do castelo, vestindo uma calça jeans escura e uma blusa cinza, dando contraste com sua pele clara. Os cabelos loiros estavam bagunçados, dando a impressão que não foram penteados naquele dia. Ele segurava um buque de rosas vermelhas, estava apoiado em uma parede e olhava para seus pés. Nesse momento percebi o quanto o loiro era lindo.

Desci as escadas e parei em sua frente. Ao ver meu All star preto em sua frente, Draco subiu o olhar até, sorrindo, encontrar meus olhos. Sorri de volta para o loiro.

– Você veio Mione e, ual! Ta linda – Ele disse dando um beijo em meu rosto, o que me fez corar ligeiramente. Estava com uma calça e uma camiseta da banda trouxa Arctic Monkeys, meus cabelos soltos e desordenados como sempre – Trouxe isso para você – disse ele ao me entregar o buque de rosas.

– Brigada Draco, não precisava! – Sorri e ele retribuiu o sorriso.

– Então, vamos lá? – Perguntou, estendendo sua mão, a qual eu segurei sem hesitar.

Assustei-me quando, ao invés de sair do castelo, voltamos para direção das escadas.

– É... Onde estamos indo Draco? – Perguntei, parando na frente do primeiro degrau.

– É um segredo, vamos – Ele disse sorrindo para mim.

Merlim como aquele sorriso era lindo! Assenti com a cabeça e voltei a andar ao seu lado. Subimos as escadas em silêncio, paramos no sétimo andar.

Draco fez andarmos três vezes pelo mesmo corredor. Estava prestes a perguntar se isso era algum tipo de brincadeira quando ele parou subtamente no meio do corredor e se virou para a parede. Fechou os olhos e ficou em silencio.

– Draco, o que você ta fazendo? – Perguntei assustada.

– Olhe – disse ele, abrindo os olhos e apontando para a parede.

No lugar onde apenas segundos atrás havia apenas uma parede lisa, estava uma porta grande e velha de madeira. Estava de boca aberta e Draco riu de mim.

Ele soltou minha mão e caminhou até a porta, abriu-a e ficou do lado.

– Gostaria de entrar, Senhorita Granger? – Ri dele, finalmente saindo do estado de choque no qual entrei.

– Claro, Senhor Malfoy – Disse enquanto ultrapassava a porta.

O que estava lá dentro me surpreendeu ainda mais: era um salão enorme e bem no centro havia uma mesa com dois lugares, com talheres e pratos na frente de cada cadeira, no meio da mesa tinha um vaso vazio, para eu colocar minhas flores supus, e vários pratos de comida distribuídos na superfície da mesa.

Olhei para trás e Draco sorria para mim, peguei sua mão e fomos até a mesa. Ele puxou a cadeira para me sentar e depois a empurrou novamente. Ele se sentou a minha frente.

– Percebi que gosta de Arctic Mione – Disse apontando para a minha camiseta. Antes que eu respondesse ele sacou a varinha e com um aceno a musica “Love Is A Laserquest” do novo álbum da banda começou a soar pelo salão – Bom, eu também.

– Oh Merlim, eu amo essa musica! – Disse sorrindo ao loiro – Vem, vamos dançar.

– Mas nem comemos ainda... – Ele começou a protestar, mas eu já o puxava para um canto mais longe da mesa.

A musica era meio lenta, coloquei meus braços ao redor do pescoço dele e ele envolveu minha cintura com os seus. Apoiei minha cabeça em seu ombro e começamos a dançar lentamente.

– Sabe Draco, minha vida tem mudado muito desde aquela matéria da Rita – Estava precisando desabafar com alguém – Mas não decidi se mudou pra melhor ou pior...

– Bom Mione, talvez isso ajude você a se decidir – Ao dizer isso ele levantou minha cabeça e beijou meus lábios.

Retribui o beijo e ficamos assim por um longo tempo, nos separando apenas quando o ar fazia falta, mas logo nos unindo novamente. A musica acabou, mas quase que instantaneamente começou novamente. Os braços de Draco continuavam em minha cintura e, ali com ele, me senti, pela primeira vez na semana, realmente segura.