Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 33
Primeiro Passo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, anjos! Então, eu estou postando agora mesmo sem ter os cinco reviews, só por causa do tempo, para não passar de mais deu uma semana sem atualizar, pois dessa forma eu acabo me sentindo mal. Mas mesmo assim, vocês podiam começar a aparecer mais né? Reviews são bons, legais, incentivam, mesmo que sejam apenas "amei, continue!". Não vai cair a mão em escrever pelo menos isso para mim... Poxinha, por favor vai.
Enfim, esse capítulo tá pequeno e eu achei frustrante. Eu não consegui escrever nada muito melhor. Mas o próximo está ficando bom, eu acho.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/240739/chapter/33

Dan Evans POV

– Mahara está aqui no hospital, e me surpreendi ao saber que ela não veio visitar nenhum de vocês, e sim uma parenta. – Disse Josh, entrando no quarto sorridente. Ao ouvir o nome dela, meu coração se apertou. Eu sabia quem Mahara havia vindo visitar, e não era nenhum parente. Eram as crianças. – Você devia ir atrás dela. Aproveita que acabou de ganhar alta de vai atrás dela, falar com ela.

– Para quê? Ela não vai me ouvir.

– Pois eu conversei com ela e ela prometeu te ouvir. Agora mecha essa sua bunda gorda e mole e vá atrás dela, pois ficar choramingando pelos cantos não vai trazê-la de volta. – Disse ele. Andie assentiu em concordância.

– Aproveita que você recebeu alta, ao contrário de alguns de nós, e vai atrás dela! – Disse Luke. – E isso é uma ordem. Nós não aguentamos mais ver você assim.

– Amo a sinceridade de vocês. – Resmunguei. – Eu vou. Mas já sei que não vai dar em nada.

– Continue com esse pessimismo que não vai dar mesmo. Melhora essa carranca e vai atrás do seu amor! – Disse Jack.

– Ok, ok, eu estou indo. – Eu disse, saindo do quarto e caminhando pelos corredores do hospital, procurando chegar à ala infantil. Parei diante das portas com janelas, e por elas observei Mahara brincar com as crianças. Entrei de fininho, ficando em um canto, e ninguém havia me notado. Até que Samuel me viu.

– Tia Mahara, o moço bonito voltou! – Exclamou ele alegre. Mahara se virou e me encontrou.

– Dan... O que você está fazendo aqui? – Perguntou ela, surpresa e insegura.

– Vim ver você... Quer dizer, vim ver as crianças. – Respondi. – Olá crianças!

– Oi tio Dan! – Exclamaram em uníssono.

– Você vai cantar para a gente? – Perguntou Molly, esperançosa.

– Agora não, querida. Quem sabe mais tarde... Mas eu posso pedir uma coisa para vocês? – Perguntei.

– Sim! – Responderam eles.

– Peçam para a tia Mahara falar comigo e ouvir tudo o que eu tenho a dizer?

– Tia Mahara, fala com ele e ouve tudo o que ele tem a dizer? – Perguntaram todos, em velocidades diferentes. Mahara corou furiosamente e me olhou com censura. Eu sabia que ela não gostou do fato que fiz as crianças me ajudaram.

– Tudo bem. – Disse ela. – Crianças, eu já volto.

Nós dois saímos e ficamos parados do lado de fora da ala infantil.

– Você não acha melhor irmos para a cantina do hospital? Não quero conversar aqui. – Eu disse. Mahara apenas assentiu. Fomos para a cantina e nos sentamos em uma mesa bem escondida, um de frente para o outro.

– Mahara... – Eu comecei. – Eu não quero saber de nada mais, eu só quero você comigo. Eu não consigo mais estar sem você. E ninguém mais me aguenta assim, sem você. Eu não estou nada bem, pequena, e acredito que você não está. Afinal, o que tínhamos era real, não era?

– Era. – Respondeu.

– Então! Não pode ter acabado assim, de uma hora para outra. Vamos nos dar mais uma chance, Mahara... Podemos fazer as coisas diferentes desta vez.

– Entenda, Dan, não era a questão eu e você, e sim a situação que nos envolvia. Meu emprego, o Hawking... Eu estava arriscando demais tendo você comigo.

– Eu estou disposto a me arriscar Mahara. Na verdade, amar já é um risco. E o nosso relacionamento é arriscado, eu sei... Mas eu sou um amante do perigo. E você também, não adianta negar. No fundo, nós dois queremos nos arriscar.

Ela suspirou.

– Eu sei, Dan. Eu estou sofrendo também. Mas é difícil... Eu não posso arriscar te ter por perto e poder te perder a cada segundo do dia. É preferível me manter longe.

– Você nunca gostou daquilo que foi mais fácil. Por que agora seria diferente? – Toquei sua mão, que estava acima da mesa, e ela não recuou. Ergueu a cabeça e me olhou nos olhos, levemente corada.

– Eu te amo, Dan, mas eu preciso de um tempo para pensar. Resolver o que vou fazer. Até logo...

Eu paralisei ao ouvir “eu te amo, Dan”. O mundo tinha razão: nada havia acabado definitivamente entre nós dois. Mahara se levantou, e quando estava a um metro e meio de distância, exclamei alto, sem me importar com quem estava por perto:

– Eu não vou desistir de você!

Ela parou, de costas, por alguns segundos, antes de recomeçar a andar. Seus passos estavam rígidos, e a cabeleira loira com as pontas coloridas balançava atrás dela. O perfume dela ficou para trás. Baixei a cabeça e suspirei.

Bom, pelo menos, eu tinha dado o primeiro passo.

Mahara Carter POV

Voltei para a ala infantil e tentei me distrair, não pensar no que Dan havia me dito. Mas era impossível. Era impossível sendo que ele sempre ocupou meus pensamentos, e depois dessa conversa, ficava mais difícil ainda não pensar nele. “Eu não consigo mais estar sem você”. “Eu não vou desistir de você!”. As palavras dele ressoavam na minha cabeça, ecoavam como se fosse um grito dentro de um galpão gigantesco e vazio.

Por fim, me despedi das crianças e fui andando para casa novamente. Estava mais frio. O que me fazia lembrar do calor dos braços de Dan me envolvendo. Que consequentemente me fazia lembrar das carícias em meu pescoço. Que me fazia lembrar do beijo dele. E que me fazia querer chorar. Era sempre assim: era eu pensar em alguma coisa, e essa alguma coisa me levar a alguma característica, atitude ou cena vivida com Dan, que me levava a outra, e a outra, e por fim, terminava com a minha vontade desesperadora de chorar. Era um ciclo interminável. Um dos efeitos que ele conseguia causar em mim. Isso a distância – fora todos os efeitos colaterais que surgiam quando estávamos próximos. O suor frio, a tremedeira, a taquicardia. O estremecimento quando ele beijava meu pescoço. A calma quando ele sorria para mim. A alegria ao ver seus olhos brilhando. A tranquilidade da sua voz cantando suave ao meu ouvido. Era tanta coisa... Tanta coisa para eu ficar lembrando e remoendo na minha amargura trazida com a decisão (e também obrigação) em me afastar dele.

E claro, adiciona a dor ao ver ele naquele estado, e pronto, Mahara Carter está oficialmente em depressão.

Entrei na portaria e fui para as caixas de correio ver se algo havia chegado para mim. Havia um envelope de uma conta, e outro menor, cor de marfim, com meu nome escrito em um tom de vermelho semelhante a sangue. Intrigada, subi para o meu apartamento, sentei-me no sofá e o abri.

“Rua 32, número 125, as 19:30hrs. Encontre-me lá sozinha. E não se atrase. H.”

Eu não precisava ser vidente para saber que o H era correspondente a Hawking. Olhei no meu relógio de parede e eram 18hrs apenas. Resolvi tomar um banho e colocar uma roupa confortável e que não me fizesse parecer muito inocente e vulnerável. As 19hrs eu estava saindo de casa, e indo em direção a Rua 32.

Estava ficando cada vez mais frio, e eu não me admirava – afinal era Londres em meados do fim da primavera. Andava olhando para os dois lados da rua, procurando o número 125, e constatando que estava vazia demais. Perfeitamente do jeito que Hawking iria querer. Meus olhos se depararam com um muro de madeira característicos de edifícios em construção, com uma placa anexada escrito “125”, outra escrito “pesque pague da Rainha” , e duas tábuas faltando, espaço suficiente para que uma pessoa alta e mais cheinha pudesse passar sem dificuldades. Suspirei.

Fui até lá, e entrei no terreno. Havia uma vala profunda onde a base da construção havia começado a ser feita, com todos os ferros para os pilares de concretos estacados do chão, alguns com concreto, outros não, e, preenchendo toda a vala, muita, muita água suja. Eu não me surpreenderia se alguém que caísse ali, se saísse vivo sem nenhum ferro empalado no corpo, pegasse leptospirose.

Do outro lado do terreno havia um homem de costas para mim. Cabelos castanhos escuros com alguns fios grisalhos, alto, ombros largos. Contornei a vala, cuidando onde eu pisava para não parar dentro daquela água toda, e parei ao lado dele. Ele se virou sorrindo com escárnio.

– Mahara Carter, bem na hora. Gosto de pessoas pontuais.

– Hawking. – Cumprimentei-o com um aceno de cabeça.

– Soube que você andou procurando por mim. – Começou ele. – E segundo a Sra. Bomer, não é para me matar como você apostou comigo que o faria algum tempo atrás, e sim para tentar se juntar a minha equipe.

– Exato.

– O que te fez mudar de ideia tão logo?

– O fato de eu ter aberto os olhos para a MI6. Ter percebido que eu não passava de um fantoche descartável nas mãos deles, sendo que se eu morresse ou não, não lhes faria diferença. Eles só querem que façam o serviço por eles, para que não sujem suas preciosas mãos. E nem sempre seus propósitos são tão justos e leais como pregam que são. Assim como a minha lucratividade é sempre baixa.

– Então você quer usar as suas notáveis habilidades para propósitos justos e leais cuja sua lucratividade possa ser alta? – Ele sorriu e ergueu uma sobrancelha, me avaliando.

– Podemos retirar a parte do justos e leais. Não me importo mais com isso neste exato momento.

– E o seu querido Dan Evans? Ele aprova a sua escolha? – Eu sabia que ele iria abordar este ponto. E eu sabia que teria que mentir. Abençoadas sejam as minhas aulas de teatro.

– Ele não tem como aprovar algo que ele nem sabe que aconteceu. Se bem que não é da conta dele. Ele que fique quieto no seu canto e protegido debaixo das asas da MI6. E que morra.

– Oh você ainda gosta dele... – Disse me olhando com uma falsa pena, virando a cabeça para o lado, levando uma mão ao meu rosto e passando pela minha bochecha. Ele me avaliava. – Isso é óbvio!

– Eu não posso mudar alguns sentimentos da noite para o dia. Porém eu posso saber o que fazer com eles. E, nesse caso, o que eu quero e posso fazer é matá-lo.

– Será, Srta. Carter, que você realmente deseja o Evans morto? – Perguntou ele, se aproximando, e me olhando tão fundo com seus olhos negros que parecia analisar minha alma. Olhei-o firme e determinada.

– Sim. – Respondi. – Também servi de brinquedinho para ele. Agora quero que ele seja o meu brinquedinho, mas de outra forma, se você entende o que eu quero dizer.

– Então por que razão você ainda o deixa se aproximar emocionalmente de você? Um de meus homens os viu juntos no hospital.

– Eu tenho que mantê-lo sobre meu controle. – Menti rapidamente. Eu sinceramente estava achando que era boa nisso. – Tenho que manter meus olhos nele para que eu tenha em vista o que ele está planejando fazer... Mas sem saber o que EU planejo fazer. Afinal, ele tem a boca grande o suficiente para por tudo por água abaixo. Quer dizer, não se puder evitar.

Sorri maquiavélica, e ele fez o mesmo.

– Entendo. Acho que você quer mesmo jogar no outro time... Afinal, eu sei que você é esperta o suficiente para saber qual será o lado vencedor. Afinal, eu jogo esse jogo a mais tempo, certo?

Sorri de canto, e ele entendeu como uma concordância. Ele ergueu uma mão no ar, e eu olhei-o intrigada.

– Por precaução, pedi para dois atiradores mirarem as AK em você. Agora sinalizei que não há perigo... Quer dizer, pelo menos, não para mim. – Ele riu. – Bem vinda ao time, Mahara Carter, e eu espero que você goste de jogar esse tipo de jogo.

– Sinceramente? É o meu tipo favorito. – Sorri. Hawking estendeu a mão, e eu a apertei fortemente.

– Daqui a alguns dias eu entro em contato com você. Uma ideia surgiu na minha mente, e você é peça chave para colocá-la em prática. Só terei que elaborá-la.

– Sim, senhor. – Respondi. Hawking virou as costas e distanciou-se andando, passando por outra falha no muro de madeira. Virei às costas para onde ele havia saído, e voltei pelo mesmo caminho que vim.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, eu estou pensando em uma espécie de continuação da Flamma Amoris, porém os personagens (Ethan, Andrew, Fred, Harry e Marie Jean) não estariam tão presentes, pois o foco é nos filhos deles, que fariam parte de uma profecia muito louca e acabariam tendo que salvar o mundo. É, outra hora eu explico melhor. Mas é mais ou menos no mesmo estilo: sobrenatural, aventura, ação e romance.
Enfim, o que acharam?