Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 24
Engaiolado


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amores! Mil perdões por ficar quase uma semana toda sem atualizar. É que, vejam bem: passei o final de semana todo trabalhando na festa da igreja; tenho provas e mais provas para estudar, deveres para fazer, mostra artística do colégio para organizar... E problemas de saúde e psicológicos para cuidar. Não se preocupem, nada que um óculos, algum remédio e uma tigela de brigadeiro não me curem. Sério.
Nesse meio tempo eu tentei ao máximo escrever alguma coisa decente, mas não saiu nada melhor do que isso. Escrevi, apaguei, reescrevi, apaguei, fiquei encarando a página branca do word, escrevi... E deu nisso aí. Eu espero que vocês gostem, né.



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Mahara Carter POV

– Eu sei quem esse homem é. – Eu disse. – Ele matou meu pai.

Dan arregalou os olhos assustado, e Major ergueu as sobrancelhas surpresa. Eu nunca havia falado abertamente sobre meu pai. O ódio me corroía por dentro. Mais do que nunca eu queria matar, não apenas prender, o homem que matou meu pai e está transformando a vida de meu namorado em um inferno, um pesadelo.

– E vejo nos seus olhos a determinação em prendê-lo. Se não matá-lo. – Disse Major Walker, parecendo ler meus pensamentos. – Evans, precisamos de tudo o que você souber sobre ele. Qualquer coisa é útil.

Dan respirou fundo, tentando se acalmar. Era mais do que visível que ele estava completamente nervoso.

– Susan me contou que ele era um assassino, ladrão de arte e qualquer coisa realmente valiosa, sequestrador e traficante de armas e drogas. Ele está no mundo do crime a mais de trinta e cinco anos, e como vocês já sabem, nunca foi pego. Até criminosos grandes sentem medo dele, pois nunca se metem em nada que saibam que Ian está envolvido, e quando se envolvem, acabam mortos. Assim como Susan.

– Você ainda tem os documentos que Susan te mostrou?

– Tenho três pen drives com cópias guardados escondidos em meu apartamento, mas não tenho tanta certeza que ainda estão lá, depois de hoje. – Respondeu ele. – Não faço a mínima ideia se ele entrou lá apenas para deixar uma ameaça, para roubar os pen drives ou fazer os dois. Vou procurar quando chegar lá.

– Eis a questão, Evans. Você não vai voltar para lá.

– Não?! – Ele estava surpreso. – E onde vou ficar?!

– Em uma instalação apropriadamente segura que iremos arrumar para você. Você continuará vivendo sua vida normalmente, mas com o dobro de seguranças ao seu redor.

– Eu tenho uma turnê marcada...

– Daremos um jeito de ela ser adiada até Hawking estar preso. Agora, prossiga, Evans.

Dan estava transtornado. Ele olhava de Major Walker para mim, como se eu pudesse resolver alguma coisa, mas, se eram ordens dela, eu não poderia contrariá-la. Eu sabia que os fãs iriam ficar bravos, o resto da banda também, mas era necessário. Afinal não haveria banda nem turnê se Dan morresse.

– Susan o descobriu por causa da empresa de seguros. Hawking fez um roubo bilionário de obras de arte, e o museu reportou o roubo a empresa. Susan começou a investigar o caso por conta própria, e acabou encontrando o ladrão, Hawking, e junto com ele, seu histórico de crimes. Vocês ouviram falar do roubo do museu de arte grega, romana e egípcia ano passado, não ouviram?

– Sim. Um departamento ainda investiga o caso.

– Então, sem querer ofender, Susan era melhor investigadora do que vocês. – Virei-me para esconder um sorrisinho que surgiu em minha face, enquanto eu prendia a risada, sabendo que Major Walker ficaria possessa e tentaria esconder. Ela respirou fundo, e Dan continuou. – Ela encontrou grande parte do passado de Ian, sendo o suficiente para condená-lo a prisão perpétua. Se ele for pagar nos Estados Unidos, onde ele cometeu alguns vários crimes, pena de morte... E por aí vai. Ele roubou, também, dez milhões de reais do depósito de apreensões da polícia. Acho que é mais fácil encontrar meu pen drive, em vez de eu ficar listando um por um... É muita coisa, e muito detalhe.

– Agente Carter, chame Jones e vá com ele vasculhar a casa de Evans atrás destes benditos pen drives. Tome a liberdade de separar o que estiver utilizável de seu vestuário, pois para aquele apartamento, ele não retorna.

Assenti e saí de sala, piscando levemente para Dan.

Dan Evans POV

– Aí está. Você vai ter que ficar aqui até arrumarmos algum lugar melhor, Evans. Ou então, até o caso ser resolvido.

Olhei a sala diante de mim. Parecia... Uma prisão. As paredes eram brancas com listras cinzas, e havia uma única janela, com película, que tinha vista para a cidade – eu podia apostar que aquelas janelas eram blindadas. De móveis, havia um armário pequeno para minhas roupas e o que for, uma escrivaninha com cadeira, e uma cama que não tinha o aspecto mais confortável do mundo. O homem, que respondia por Agente Collins, apontou para uma porta cinza em um canto.

– Aquela é a porta para o banheiro. Não se preocupe, aqui é seguro, e a agente Carter e o agente Jones estarão trazendo suas coisas para cá, além de Carter estar providenciando uma televisão e um notebook para você.

Assenti em concordância, entrando no quarto.

– Eu ficaria aqui conversando com você, mas eu tenho que ir. Estou ajudando no seu caso, como você sabe, e agora tenho que trabalhar com as preciosas informações que você nos deu, e tentar encontrar Hawking. Tenha uma boa noite.

– Boa noite. – Eu respondi, baixo e desanimado. Não me animava nenhum pouco viver parte do meu dia confinado em um prédio estranho, sozinho. Nem Mahara poderia ficar ali comigo, nem se dissesse que era a trabalho. Fechei a porta e me sentei na cama, apoiando a cabeça na mão boa, prestes a entrar em desespero novamente. O que a minha vida passara a ser? De um sonho, virou um pesadelo!

Alguém bateu na porta ritmadamente. Eu sabia que era Mahara.

– Entra! – Eu disse em alto e bom som, mas completamente desanimado.

– E aí, Grandão! – Exclamou uma Mahara sorridente entrando no quarto arrastando atrás de si uma mala enorme e um notebook, e um Jones carregando uma caixa de TV atrás dela. – Por que esse desânimo?

– Porque estou igual um passarinho preso em uma gaiola.

– Isso está mais próximo do fim do que nunca, Dan. É só uma questão de tempo e você será livre novamente, e tudo voltará ao normal. – Mahara sorriu carinhosamente para mim, e seu sorriso acalmou minha alma. – E eu e o Jones aqui trouxemos muita coisa para você. Suas roupas, uma televisão, um notebook, seu Iphone, dois livros que eu comprei e vou te fazer ler...

Mahara olhou para a porta e sussurrou:

– E algumas coisas boas para se comer, pois admito, a comida que irão te arrumar provavelmente não será das melhores.

Jones riu levemente, assentindo em concordância.

– Mahara, você ajuda o Evans...

– Dan, por favor.

– O Dan a arrumar as coisas. Eu tenho que ir. – Disse Jones, sorrindo. Assentimos com a cabeça e o homem se retirou, fechando a porta.

– Você está bem? – Perguntou Mahara se ajoelhando na minha frente, mudando sua expressão sorridente para pura preocupação. Aquela garota deveria ser atriz, sinceramente.

– Na medida do possível.

Ela me abraçou.

– Você me deixou preocupada. Eu ESTOU preocupada com você.

– Não se preocupe, eu vou ficar bem. Engaiolado, mas bem.

Mahara riu.

– Não é como se você fosse passar o dia inteiro aqui. Sua vida continua normalmente.

– E nós? – Perguntei mais baixo.

– Nós vamos sobreviver.

Mahara me beijou levemente nos lábios.

– Agora me deixe arrumar a sua bagunça, Sr. Evans. O senhor me dá muito trabalho, sabia?!

Nós dois rimos, e Mahara começou a desfazer minha mala. Eu queria ajudar, mas minha atual condição não me permitia, então fiquei conversando com ela.

– Mahara...

– Sim?

– Você usa aquelas roupas estilo “a vácuo” quando está em missão?

Mahara gargalhou. E muito. De se dobrar de rir.

– Não, Dan, estas roupas apenas a Mulher Gato e as espiãs de filmes usam. Eu uso calça jeans, uma blusa qualquer e um colete a prova de balas. E claro, meu case com a arma, com as facas, e às vezes, uma arma mais pesada na mão, como uma AK 47, uma metralhadora...

– Você me dá medo.

– Pois não tenha.

– Me diga... Quantas vezes você salvou a minha vida sem eu saber?

– Bem, algumas... Salvei você em um restaurante, sendo que prendi o cara no box para deficientes no banheiro feminino, depois de causar algum estrago... Salvei você em uma das madrugadas que passamos no acampamento. O homem iria matar você e fazer parecer um acidente, então eu e Andie o imobilizamos e o prendemos no meio do mato.

– Espera, Andie também é agente federal?

– Uhum. – Concordou displicentemente, pegando uma muda de camisas dentro da mala e empilhando-as alinhadamente no guarda roupa. – Ela é estagiária no departamento de homicídios locais, enquanto eu, dos crimes do colarinho branco.

– Ah. Entendi... Continue.

– Você foi parar no hospital porque eu não consegui salvá-lo do homem que cortou as cordas do bungee jump, mas, em compensação, eu o matei no hospital. Sorte sua que os sedativos eram fortes demais, e você não acordou enquanto eu lutava com o homem dentro do seu quarto.

Eu fiquei em silêncio processando as informações. Então eu tinha uma namorada que era uma agente federal superdotada que salvou minha vida várias vezes e eu sequer desconfiei. Ela sabia lutar, defender-se, e sempre permanecer linda e inabalável. E eu não sabia nada. Interessante.

– Isso é meio assustador.

– O quê?

– Ter uma namorada superdotada que me salva de tudo quanto é coisa e permanece inabalável. Isso me faz parecer a mulher da relação, que precisa ser protegida.

Mahara riu.

– Bobo. – Depois baixou o tom de voz. – Você me protege sim. Como um homem protege sua amada, e não como um agente federal protege uma testemunha. Entende o que eu quero dizer? Eu amo você.

Ela beijou meus lábios novamente.

– Nada mais de beijos aqui para você. Podem nos pegar.

– Mas o perigo transforma tudo em mais legal... – Fiz uma carinha de cachorro abandonado, e Mahara riu levemente.

– Não funcionou, Dan. Não perca seu tempo tentando.

– Ok. Eu supero.

Ficamos conversando, enquanto o prédio da MI6 fervia com as novas informações adquiridas, com as precauções que começariam a tomar, as buscas que começariam a fazer... Talvez agora, o jogo tenha começado para valer.



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Notas finais do capítulo

Algum comentário a ser feito? (SIM!!)



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