Me Apaixonei sem Querer escrita por Daniele Avlis


Capítulo 7
Duelo de Provas – parte 3 / Abertura do Duelo de Prata




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Capitulo Sete

Duelo de Provas – parte 3 / Abertura do Duelo de Prata

 

 

Cores

 

O espelho que revela meus sonhos

Eleva meu não notado espírito

Quando se diz "é possível ir a qualquer lugar",

Meus sonhos fragmentados tornam-se todos cinza

E as chamas oscilantes pintam os meus sonhos hoje.

Mas seu pincel não está seco?

 

 

Num quarto pequeno mal iluminado, a luz fraca vinha da tarde nublada da janela suja, o quarto era escuro e frio, sua mobília antiga de madeira negra pintavam o local com um ambiente sombrio. Um espelho velho desbotado estava postado de pé, encostado na parede. Ann observava a sua face fria e sombria através dele. O único som que poderia se ouvir era de sua respiração. Seus cabelos negros jogados de qualquer jeito em seu rosto, ela tinha uma face mais jovem, talvez treze anos de idade. Trajava um vestido simples branco; amarelado, velho e surrado, seus olhos estavam inchados e vermelhos. Ela levantou a mão devagar e tocou na superfície fria do espelho com a mão direita que revelara uma mão pálida e magra, e ao menor toque no espelho sei dedo indicador se cortou. Com o choque ela o recuou rapidamente, vendo o sangue sair do dedo indicador lentamente. Esfregando o dedo polegar no indicador o sangue sumiu e fitou mais uma vez a face pálida no espelho.

Olhos brilhantes vermelhos foram se formando, um homem alto de pele pálida quase cinza, de cabelos negros e lisos, tão lisos que balançavam a menor brisa leve entrava pela fresta da porta, longos que lhe chegavam até a cintura. Ele ficou postado atrás dela, observando a face pálida da garota através do espelho. Ann apenas observa a si mesmo e parecia não se importar com a presença do homem a suas costas. Ele levantou a mão direita, afastando os cabelos longos e negros da garota de seus pescoços. Abaixou alguns centímetros.

— Um dia você virá até mim. – disse sua voz fria e grave ao pé do ouvido da garota. Ela permaneceu imóvel como se ele não estivesse ali. – Vá dormir. – disse ao se colocar na posição inicial. Ann abaixou a cabeça, observou os próprios pés descalços sobre o chão de madeira fria.

Ela se encaminhou até a cama de metal frio com lençóis brancos e se deitou na cama, assim como o homem mandará. Ela sentiu a superfície da cama fria em suas costas e aconchegante, logo, fechou os olhos. O que lhe pareceu algumas horas, sentiu a superfície da cama afundar aos seus pés. Levantou de um salto respirando pesadamente e ofegante.

— Quem está aí?! – falou rápido. O quarto estava entregue a um escuro total. Rápido, ela tateou a cabeceira da cama atrás da varinha onde guardará de costume. – Lumus! – disse nervosamente. O quarto de iluminou sombrio. Nada. Ela abaixou a varinha devagar engolindo seco olhando para os lados, tinha sentido como se alguém estivesse sentado na sua cama. Ela deitou novamente olhando para o teto mal iluminado com a varinha na mão direita deitada ao seu lado. Ann levantou-se e abriu a janela, deixando que a luz da lua iluminasse, de alguma forma isso a acalmava. Ela ficou por alguns minutos observando a lua. O homem mais uma vez estava postado atrás dela. Ann baixou a varinha ainda olhando para a lua. Sussurrou o contra feitiço e se virou. Soltando um grito ensurdecedor, o homem levou a mão à boca da garota fazendo se calar instantaneamente, segurando-a pela cintura. Ann se debatia, mas o homem era mais forte que ela. Ela o olhava de esgoelar, havia deixado a varinha cair de sua mão, estava entregue ao inimigo, seu coração batia em fúria descontrolada, sentia um horror lhe invadir ao ver aqueles olhos vermelhos lhe encarando.

— Tenha a calma! – dizia ele enquanto ela se debatia com ferocidade. – Eu não a machucarei. De certo estou dentro de você. – ela o olhava como se ele fosse louvo, tentando bater de todas as formas, mas não adiantava. – Irei soltá-la, mas peço que não grite.

— AHHHHH!!! – Ann gritou, saiu correndo porta a fora, Ordélio abriu a porta de seu quarto num estrondo e encontrou uma Ann nervosa no corredor correndo em sua direção.

— O que houve? – disse ele nervoso com a varinha na mão.

— Ann! – exclamou sua irmã.

— Um homem... um homem... – gaguejava ela. – No meu quarto! – Ordélio foi a passos firmes coma varinha em punho. Ann abraçava nervosamente sua irmã no corredor a espera de Ordélio. O que pareceu alguns minutos ele voltou.

— Não há ninguém. Deve ter fugido, safado! – disse ele com raiva. – Ann, já expliquei, não abra a janela a noite!

— Não! – exclamou ela. – Eu estava dormindo quando de repete senti que alguém estava sentado ao meu lado, eu levantei e não vi ninguém e para me acalmar eu abri a janela e quando me virei ele estava lá! Atrás de mim! – ela dizia nervosa com uma voz tremula.

— Clear, leve-a para dormir com você. – disse Ordélio.

— Sim. – respondeu. – Vamos Ann. – disse sua irmã a levando consigo para o quarto. Ouviu um ruído de portas sendo trancadas. Ann se deitou na cama macia da irmã ao seu lado.

— Clear. – chamou ela.

— Sim.

— Pode deixar essa vela acesa, por favor?

— Claro. – respondeu sorrindo. Ann ficou olhando para a vela que queimava lentamente e logo sua irmã pegou no sono. Ann foi fechando os olhos devagar, mas não queria fecha-los, estava assustada, sentia o braços do homem ainda lhe abraçando, sentiu um frio arrepio assustador subir pela espinha e horror o olhar bem dentro daqueles olhos vermelhos. Talvez tivesse sonhado. Mas era real. Sua vista foi perdendo o foto, o abri e fechar das pálpebras era constante até que ela arregalou os olhos mais uma vez e o viu ali, no quarto de sua irmã, sentado encostado na parede olhando para ela. Ann se sentou e o encarou.

— Não grite! – disse ele rapidamente, ele a olhava com um olhar maroto e misterioso. Com os mesmos olhos vermelhos. Ele ficou parado ainda a olhando.

— O que você quer? – perguntou com uma voz tremula.

— Vou direto ao ponto. – disse ao olhar de lado, deu uma olhada na porta fechada e para atrás de Ann como se certificasse de que Clear estava dormindo. – Depois do que aconteceu semana passada, irão fazer um feitiço em você fazendo com que eu fique trancado pelo resto da vida.

— O que? Como?

— Você sabe exatamente o que aconteceu há três dias não sabe? – Ann ficou pensativa. O homem se levantou, Ann fez menção de gritar, mas ele colocou a mão em sua testa fazendo-a desmaiar quase por instante caindo em seus braços. Ele ficou sentado, encostado na parede com Ann em seus braços entre suas pernas. – Durma minha criança, e lembre-se do que aconteceu.

 

Ventava muito. Ann estava andando com o mesmo vestido branco amarelado e velho que, os cabelos negros batiam violentamente para todos os lados. Ela estava andando pela rua onde morava, estava vazia. O vento fazia com que os galhos das árvores balançassem furiosamente, era uma tarde fria. Ao ficar andando descalça olhando para os lados, Ann cruzou a esquina e viu uma cena assustadora. Ela viu dois garotos gritando pedindo socorro. Um garoto estava no chão ensangüentado, ele segurava a mão direita manchada de sangue, seus cabelos negros estavam tomando formas de cores avermelhadas, sua pele estava ficando branca. Um garoto de cabelos loiros gritava pedindo socorro, parecia amedrontado. Uma garota de cabelos negros estava flutuando no ar, seus cabelos batiam em diversas direções de seu rosto, uma luz cálida avermelhada começou a circular a garota como um redemoinho de vento.

— Ann! – gritava o garoto loiro. – Para com isso!

Ann deu um passo para trás aterrorizada, o garoto de cabelos negros agora avermelhados estava se debatendo no chão furiosamente. Ao dar mais um passo para trás, ela sentiu bater em alguma coisa, ao olhar para cima, viu o homem dos olhos vermelhos de pele pálida.

— Está vendo? – disse ele como se fosse algo normal. – Você fez isso há três dias.

— Não! – disse ela com uma voz tremula se afastando.

— Fez sim, mas não se lembra.

— Não! Aquela não sou eu!

— É. – disse com firmeza ao pegar no braço dela e a levar até aquelas pessoas. Ela olhou bem para o garoto ensangüentando no chão virou o rosto rapidamente com os olhos fechados e ao abri-los novamente deu de cara com a garota que flutuava a centímetros do chão, era ela.

— NÃO! – berrou. O homem apenas sorriu de lado, ainda a segurando firme pelo braço.

— Você quase os matou. Mas pessoas intrometidas a deteve. – disse apontando para quatro homens que se aproximaram, soltando feitiços estuporantes na garota que não se moveu um milímetro do lugar. Como chicotes vermelhos de luz, eles foram repelidos com violências, dois homens bateram nas vidraças de uma loja de conveniência. Um dos homens, de cabelos longos e brancos murmurou um feitiço do qual não se ouve som, apenas uma luz branca saiu da ponta da varinha seguindo o mesmo percurso da linha vermelha. Como uma flecha ela parou na testa da garota, fazendo com que sua cabeça pendesse para trás. Ann viu um desenho de uma lua negra em sua testa se desfazendo aos poucos enquanto seu corpo caia pesadamente no chão imóvel.

— Você está bem garoto? – perguntou um senhor ao amparar o garoto que parou de se debater, ele respirava pesadamente ofegante, suava e tremia freneticamente.

— É mentira... – disse Ann ao olhar seu corpo no chão. – Mentira.

— Queria você ou não acreditar. Sou eu quem toma conta do seu corpo. Sou eu quem faço você fazer essas coisa e você me obedece. Somos um só.

— MENTIRA! – berrou mais uma vez. – ME SOLTE! É NÃO SOU VOCÊ

— Você é minha presa, é minha. Não tem como escapar. Ele deu você pra mim.

— ME SOLTE! ME SOLTE!

— Eu viverei pra sempre dentro de você Annabela Dior Theron. Como ele sempre quis, Samantha Jardor Theron.

— EU NÃO SOU ELA!

— Cedo ou tarde, vai descobrir que é ela!

— NUNCA!

Ele tocou mais uma vez na testa da garota fazendo-a desmaiar mais uma vez. Ann acordou, estava deita em sua própria cama, a janela de seu quarto estava escancarada, e as cortinas brancas balançavam com o vento que entrava. Ann ficou fitando o teto escuro mal iluminado pela luz da lua que trava pela janela.

— Sonho. – disse pra si mesma fechando os olhos mais uma vez, abriu-os e encarou o espelho na parede. Ela levantou-se e foi até ele. Respirando fundo ela fez o mesmo movimento, tocou com a mão direita a superfície fria do espelho e o mesmo corte no mesmo dedo. Com o choque ela recuou rápido e encarou o espelho mais uma vez e de relance, viu o homem dos olhos vermelhos a suas costas. Virou-se rápido, mas ele não estava lá. – É mentira. – disse com uma voz tremula.

 

Seria tudo imaginação de minha cabeça se esses sonhos não estivessem realmente me aborrecendo, é como pedaços de uma memória que foi apagada há anos e agora, algo está trazendo-a de volta. Acho isso loucura, apesar de fatos do meu passado não serem devidamente contados ou escondidos de alguma forma. Sinto como se algo dentro de mim estivesse realmente querendo sair, às vezes, tenho medo de pensar dessa forma. Hermione vive olhando pra mim com olhos de esgoelar. Isso realmente irrita, mas às vezes me olhar com um olhar de preocupação, e se eu estiver doente ou louca? Harry, Rony e Draco estão agindo da mesma forma desde o dia em que estávamos na floresta. Não sei por quanto tempo eu dormir, mas acho que não foi pouco.

 

Ann fecha o diário e o coloca com cuidado na cabeceira da cama do dormitório da Grifinoria. Encarando a luz da lua brilhante que entrava pela janela do quarto, ficou pensativa durante a noite e não dormiu.

 

O tic tac ressonante de um relógio ecoava como num espaço vazio, Draco abriu os olhos, que se ofenderam com a claridade do lugar. Sua vista foi entrando em foco e ele se viu numa sala de aula muito iluminada pelas grandes janelas em Hogwarts. Estava muito silencioso e aconchegante, estava calmo. Ao longe se poderiam ouvir as risadas dos alunos. Ele estava sentado numa cadeira, às mechas de cabelos loiros balançavam lentamente com a brisa leve do vento que entrava pelas grandes janelas. Ele levantou a cabeça e observou o lugar, seu corpo se mexia lentamente como se cada movimento fosse sincronizado, e como num tempo de espaço tudo entrou em foco. Draco ouviu um tilintar ao lado esquerdo da sala, uma garota de costa estava praticando feitiços ali, quieta e silenciosa, apenas seus cabelos negros e muito longos balançavam com a leve brisa do vento. A porta da sala foi aberta rapidamente e como um estalo setas pontiagudas dispararam contra a pessoa que estava parada na porta, está se defendeu rapidamente com um feitiço da varinha fazendo com que as setas pontiagudas virasse folhas de árvores caindo lentamente no chão da sala. Draco se levantou e encarou a pessoa da porta. A pessoa parada na porta era uma outra garota de cabelos castanhos curtos e olhos amendoados, ela sorriu de lado com um olhar maroto, em seguida baixou a varinha. A garota de cabelos negros permanecia de costa de modo que Draco não pudesse ver seu rosto.

— Você está melhorando bastante, Samantha. – disse a voz arrastada da garota na porta.

— Não tanto quanto você, Miya – falou Samantha no mesmo tom ao se virar. Draco sentiu seu estomago despencar no chão, arregalou os olhos e se atirou sentando na cadeira, levando a mão à boca. “Ann...” sussurrou ele pra si próprio. Ele levantou-se com dificuldade da cadeira devido ao choque.     

Andou a passos devagar, como isso era uma lembrança e alguém de certo não poderia ser de Milanet Dorant, já que a moça de cabelos castanhos se chamava Miya, mas como? Como Samantha poderia se parecer tanto com Ann? Como? Os mesmo olhos, a mesa boca, altura, o mesmo corpo, o olhar era um pouco diferente, era mais sério mais severo, mas era tudo igual!

— O que esta fazendo aqui? – perguntou Miya ainda em seu tom arrastando olhando de lado para Samantha. Samantha sorriu irônico e virou-se de costas.

— Você defendeu bem. – disse.

— Claro! Sua intenção assassina é bastante aguçada, cuidado ou vai parar em Azkaban por isso. – Samantha sorriu.

— Como se eu tivesse medo dos Dementadores. – ainda sorria irônico.

— E nem precisava, sua frieza é por demais parecida com um Dementador. – disse Miya cruzando os braços e olhando de lado.

As duas ficaram em silencio por um momento. Samantha remexia em alguns livros de feitiços em cima da mesa que ela estava praticando. Miya baixou a cabeça e mudou sua expressão de sarcasmo para uma sombria.

— Sam... – chamou Miya. Samantha levantou a cabeça e olhou rapidamente para Miya com um olhar interrogativo.

— Do que me chamou? – indagou. – Faz tempo que não me chama assim!

Miya permanecia de cabeça baixa, seus cabelos castanhos lhe cobriam o rosto.

— Cuidado com Tom. – falou com uma voz tremula. Samantha a olhou com um olhar apreensivo.

— Desculpe.

— Não precisa pedir desculpas! – falou rapidamente Miya ao levantar a cabeça, em seu rosto rolavam lágrimas. – faz tempo que você não conversa mais comigo, faz tempo que não estamos mais juntas. Você é como uma irmã pra mim Sam, eu lhe peço! Riddler não é boa pessoa!

— Eu sei. – respondeu Samantha fitando o chão.

— Não vá a esse baile! – Miya já estava transtornada.

— Eu não posso fazer isso.

— Pode!

— Você não entende...

— EU ENTENDO SIM!

— Não vai entender...

— SOU SUA AMIGA! NÃO PODE IR!

— Tenho que ir!

— SAM!

— CALE A BOCA! – berrou Samantha mais alto, Miya a olhou com um olhar de esgoelar.

— Você não é a mesma de antes. – falou ao olhar para o lado.

— As pessoas mudam. – Miya a olhou por um momento. Samantha pegou rapidamente seus livros e enfiou dentro da mochila e a jogou por cima do ombro passado rapidamente por Miya sem olhar. Draco a seguiu, não sabia se era de fato a lembrança de Milanet Dorant. Estava confuso de quem deveria seguir, mas parecia que era para Seguir Samantha e de fato era. Seus pés estavam-no levando.

Samantha descia as escadas circular sem parar, chegando perto de uma das janelas de vidro da escada ela parou de supetão, agarrou no parapeito e começou a chorar. Draco se sentia arrasado, era como vê Ann chorando, e isso de alguma razão doía. Draco levantou a mão de leve para acariciar seus cabelos, sabia perfeitamente que não era Ann quem estava ali, mas sentiu uma necessidade de abraçá-la.

— Samantha? – soou uma voz atrás de Draco. Samantha se virou, sua expressão de tristeza mudou para uma mais séria.

— Tom... – disse ela ao começar a descer as escadas novamente.

— Estava chorando? – perguntou Tom a seguindo.

— Não. – respondeu seca.

— Sam... – disse ele ao puxá-la pelo braço. – Eu me preocupo com você...

— Pare com esse joguinho... você não ama ninguém, você é só um garoto que... – ele segurou firme no queixo dela fazendo-a se calar.

— Mesmo que eu não ame ninguém, e nem saiba o que isso significa, você é minha e de mais ninguém. Você me entendeu? – ele disse em um tom ameaçador. A soltou de modo arrogante, Samantha ficou fitando o chão por alguns minutos.

— Vá para o dormitório da Grifinoria e fique linda para o Baile. Tenho uma surpresa para você. – disse passando por ela, descendo as escadas com extrema elegância.

— Eu odeio você. – disse ela num sussurro pra si mesmo, chorando, sentada na escada.

Como uma mudança de imagens, como se a lembrança fosse alterada, Draco se viu num vazio em branco. O ar fresco lhe invadiu os pulmões, e o vazio em branco foi tomando forma do jardim de Hogwarts a noite.

Draco estava parado perto de lago, fazia frio e nevava. Ele viu de longe alguém correndo e chegando perto dele, cada vez mais perto, a pessoa foi entrando em foco.

— ME DEIXE EM PAZ! – gritava Samantha, ela trajava um vestido perolado, Draco imaginou que já fosse o baile da noite que Tom se referiu.

— Sam, Sam... – dizia ele andando a passos devagar, enquanto Samantha parara para encará-lo. – Eu já lhe disse que você é muito bonita.

— E você é desprezível! – dizia ela com a voz tremula.

— E eu te amo!

— Você não ama! Você é obsessivo!

— E você é linda

— EU ODEIO VOCÊ

— MELHOR AINDA! – ele berrava mais alto que ela, ele vinha segurando a varinha, trajando veste negras e muito bem alinhado. Ele avançou por cima dela, a derrubando no chão. Draco presenciavam a cena indignado, levava a mão aos cabelos loiros. Tom agarrava Samantha, forçando-a a beijá-lo. Ele a colocou entre suas pernas tirando toda a defesa dela. Samantha conseguiu se desvencilhar uma mão pegando uma pedra e a batendo na cabeça de Tom que caiu para o lado. Ela se levantou as pressas, mas ele segurou seu pé direito fazendo-a cair novamente. Samantha batia com toda força que poderia, mas não fazia muito efeito em Tom. – Você não vai escapar de mim!

Samantha cuspiu no rosto de Tom que este arregalou os olhos e ficou encarando Samantha por um momento.

— Eu tenho nojo de você. – disse ela em tom frio. Ele levantou a mão e deu um soco no rosto de Samantha que ficou agonizando de dor por alguns instantes.

— Você é melhor do que eu pensava. – sua voz saiu alucinada e fria.

— Você é louco. – dizia Samantha que levava a mão à testa agora ensangüentada.

— Ohh... – fez ele. – Você se machucou! – Tom fez menção de pegar a varinha, Samantha aproveitou esse momento para novamente fugir, e conseguiu. Tom se levantava devagar.

— SOCORRO! – gritava Samantha, mas parecia que ninguém conseguia escutar.

— Samantha Jardor Theron. – disse Tom. Draco virou-se rapidamente para Tom.

— “Theron?” – disse Draco.

— Você já não vai mais existir amanha. – disse Tom, Samantha se virou e um raio de luz verde a atingiu em cheio no coração. Draco sentiu seu estomago despencar vários degraus, sentiu o ar lhe sendo roubado, ele ouviu um zumbido em seu ouvido como se o som fosse tirado por alguns instantes, ele viu o corpo de Samantha cair lentamente no chão perto do lago. Draco se aproximou a passos devagar, olhos bem abertos como um feitiço da maldição imperdoável: Avada Kedrava.

Tom se aproximou do corpo da garota, jogado no chão, os cabelos negros e longos jogados na neve. Ele se abaixou e ficou a olhando por um longo tempo, ele abaixou a cabeça e a beijou de leve os lábios. Draco cambaleou para trás e caiu sentado na neve, olhando aterrorizado. – Desculpe, mas eu a amava demais para deixar você viver. É uma pena, mas realmente eu a queria para mim. – ele guardou a varinha no bolso e pegou o corpo da garota no colo. A imagem mais uma vez se tornou um branco no vazio, os joelhos bateram em algo de pedra fria e Draco se viu em seu quarto de Monitoria Chefe. O ar frio se fora, apenas o ar quente da sala agora lhe dava as boas vindas da lembrança.

Draco ficou sentado no chão, tremendo. O corpo de Samantha caindo no chão lentamente era assustador, era como ver Ann morta e isso lhe corroia por dentro de uma forma alucinante e perturbadora. Batidas secas na porta o trouxeram de volta de seu devaneio.

— Quem é? – perguntou secamente.

— Pansy. – respondeu uma voz excitante.

— O que quer? – perguntou ao abrir a porta mal humorado sem olhá-la deixando-a entrar. Ele rapidamente começou a recolher as coisas.

— O que está fazendo? – perguntou Pansy ao seu lado. Draco fez um ruído com a garganta.

— Nada. – retrucou com raiva pegando a varinha e colocando a lembrança novamente no pote de vidro.

— Lembranças? – perguntou ela sorrindo.

— Não lhe interessa. – respondeu ríspido colocando o pote no bolso das vestes e saindo da sala de Monitoria Chefe deixando Pansy sozinha. Do jeito que Pansy é curiosa ele resolveu ficar com a lembrança em mãos do que guarda-la na frente dela.

Ficou impressionado com tal visão. “Como pode ser ela? O nome é diferente, mas é ela!”, de fato, a lembrança está incompleta. Draco estava absorto em pensamentos quando avistou o Ann ao lado de Keichi junto com alguns amigos da Grifinória se preparando para partir. Sentiu uma nova onda de choque e raiva lhe invadir o peito ao olhá-la ao lado de Keichi, dizer coisas que não valeriam dizer para alguém que não iria acreditar era o mesmo que contar uma história para a parede. Além de Tom está todo o tempo o rondando pela besteira que ele dissera outro dia, negando a ele e a si próprio de que ele havia sonhado com aquilo.

 

Ele apertava o vidro com a lembrança em sua mão, dentro do bolso do sobretudo negro, caminhava devagar, desolado nas ruas de Hogsmead, espantando as mechas aloiradas do rosto que teimavam em bater no mesmo por causa do vento. O nome de Samantha lhe vinha à cabeça a todo o memento e o nome de Tom Riddle também. “Quem eles eram?”, “Por que a mesma aparência?”. “É uma história muito longa, Harry. Creio que no momento não seja apropriado para lhe falar...”, lembrou das palavras de Dumbledore. Daria tudo para saber disso, o que mais lhe incomodava era que Milanet Dorant lhe disse que o nome de Ann era Dorcas, mas quem é Samantha?

— Oh! – fez uma voz atrás dele. – Draco!

— Que... – falou ele olhando para o chão enquanto andava. – O que é Tom?

— Que animo é esse? – fez Tom fazendo careta.

— O de sempre. – respondeu ignorando a careta de Tom.

— O de sempre? Sei... é por causa da sangue-ruim? – Draco serrou os punhos dentro do sobretudo negro, mas nada fez.

— Tom... se você quisesse descobrir o passado de alguém para ajudar, mas essa pessoa é por demais irritante, se estressa fácil, lhe tira do sério e enche a sua paciência, o que faria?

— Ahh... – fez Tom levando a mão aos cabelos negros. – Se for para ajudar, o que é que tem? Mesmo que essa pessoa seja dessa forma, acho que poderia ajudar sim.

— Vamos esquecer da personalidade dessa pessoa. Acho que coloquei de forma errada.

— Do que você está falando? – perguntou Tom interrogativo. Draco suspirou pesadamente.

— Estou com uma grade dúvida.

— Que dúvida?

— Hei! O que estão fazendo? – perguntou uma garota loira da Sonserina pulando no pescoço de Tom.

— Nada. – disse Tom mal humorado tirando o braço da garota de seu pescoço, por um súbito pensamento lembrou a Draco sobre de como ele tirava Pansy do mesmo jeito. Talvez pedir ajuda a Tom para descobrir sobre o passado de Ann fosse ruim, era seu amigo, pensou que seria sorte a namorada de Tom ter chegado a tempo.

Draco saiu aos poucos de perto dos dois sem que eles percebessem, queria pensar um pouco e se sentia confuso sobre seus pensamentos. “Mas essa pessoa é por demais irritante, se estressa fácil, lhe tira do sério e enche a sua paciência”, pensou sorrindo.

— Draco Malfoy sorrindo? Será que vai chover? – disse uma voz o trazendo de seu transe, uma voz que lhe causou formigamento no peito.

— Theron... – fez ele com deboche ao olhar o sorriso irônico da garota a sua frente. “Com certeza ela enche a minha paciência”, pensou ainda encarando-a. – O que quer?

— Nada. – respondeu ela no mesmo tom. Ele a olhou interrogativo com um olhar maroto.

— Então por que falou comigo?

— Você está no meu caminho. – respondeu ignorando o olhar maroto do garoto.

— Há! – riu ele. – Ta bom, poderia simplesmente passar sem me chamar?

— Não iria dar, você praticamente estava em transe e iria esbarrar em mim! – disse displicente. Draco cruzou os braços e se aproximou a passos perigosos, olhou para os lado, Ann o acompanhou com os olhos.

— Theron, você quer que eu acredite em Papai Noel? – perguntou bem próximo a ela.

— Achei que você acreditasse. – ela falou sarcástica imitando uma cara de espanto. Draco suspirou pesadamente. “Sinceramente ela torra a minha paciência”.

— Olha... não estou muito alegre pra receber seus ar sarcástico no momento. – disse ao se afastar.

— Você ultimamente ficou muito sensível! – retrucou ela.

— Vamos avaliar um pouquinho isso...

— Está querendo o quê? Discutir a relação? – ela o cortou em tom desafiador.

— O que deu em você?! – ele falou irritado.

— Você vem mudando de humor ultimamente e é a mim que pergunta?

— A você? A você? – repetiu ele exasperado. – Ann preste atenção...

— Não me chame pelo primeiro nome!

— Theron... Não quero brigar com você no momento, se não queria falar comigo, poderia muito bem ter passado direto, e... – fez ele antes dela começar com as objeções. – não tem desculpas de que eu estava em transe nos meus pensamentos!

Ela olhou de lado, ele continuou a encará-la. Ann respirou pesadamente.

— Você é irritante. – disse Ann ainda sem olhá-lo. Draco riu. – Do que está rindo? – perguntou com raiva.

— Saiu da Ala-hospitalar, ficou andando com uma expressão de enterro, não resistiu enquanto eu estava sozinho e veio falar comigo. – disse ele dando a volta em Ann como fez da outra vez. – É real. – falou no ouvido dela tocando de leve no pescoço dela. Draco sentiu um arrepio subir pela espinha.

Ela se manteve na mesma posição e deu um meio sorriso irônico.

— Que percepção? Está aprendendo com quem? Com a Pansy Parkinson?

— Eu passo muito mais tempo com você do que seu próprio namorado, e tenho mais controle sobre os seus desejos melhor do que ele. – disse ao abraçá-la por trás devagar, e se surpreendeu ao notar que ela o dará passagem.

— Não é real. – disse com firmeza. – Por que impediu dos outros me visitarem? – falou ríspida ao se livrar dos braços dele. Ele a olhou contrariado, passou a mão sobre o pescoço, deu meia volta e saiu andando.

— Minha querida Theron, quando você tiver certeza do que está dizendo venha falar comigo.

— É... – fez ela fazendo-o parar. – Continua o mesmo de sempre.

— Ainda está com essa idéia de me mostrar que tem alguém dentro de mim querendo sair? – perguntou ele displicente ao virar de lado.

— Eu não desisto fácil – falou em tom firme.

— Achei que tivesse aprendido.

— Malfoy, você pode ser o escroto e cretino de sempre, mas eu tenho certeza de que tem sim um lado bom em você. – disse Ann com seu sorriso irônico e desafiador,

— Está disposta a me mostrar? – perguntou ele em tom perigoso.

— Estou.

— Olha que vai precisar dessa disposição para os duelos também.

— Tanto quanto você quer insistir em dizer que é real!

— Ahh... – fez ele ao levantar a cabeça para olhar o céu nublado. – Então é isso... quer apostar?

— Não gosto de apostas.

— Até o fim dos duelos, eu provo a você que é real e você vai tentar, eu disse tentar, provar que existe alguém que é diferente dentro de mim.

Ann o olhou por um momento.

— Já disse. Não gosto de apostas.

— Está com medo?

— Não.

— Então? – disse em seu tom perigoso ao se aproximar dela novamente.

— Não faço apostas.

— Mas gosta de um bom desafio.

— Isso não vem ao caso. – disse ao se afastar dele. – Alem disso, está se esquecendo de algumas obrigações.

— E quais seriam?

— A detenção imposta a nós dois.

— Está com saudades? – perguntou ao se aproximar dela novamente.

— Não. – falou ela em tom firme. – Até achei melhor assim. – a imagem do corpo de Samantha Jardor Theron caindo na neve lhe veio à mente, Draco por um momento ficou sério e imaginando Ann no lugar, praticamente era ela mesma, o que faria? Sentiu mais uma vez uma onda de choque, horror lhe invadir, ele respirou fundo e se encostou à parede. – Você está bem? – perguntou a voz de longe de Ann.

Ele ficou encarando-a por um momento, mais uma vez a imagem do corpo caindo lentamente.

— O que foi? Tem algo errado comigo? – perguntou ela apreensiva.

— Se... – ele começou respirando fundo, parecia que o ar não era o bastante. – Se...

— Nossa, Draco, você está pálido! Tem certeza de que está bem?

— Do que você me chamou? – Ann parou, corou rapidamente. Draco sentiu seu coração dar um pulo.

— De... de Malfoy... – tentou concerta.

— Me chamou pelo primeiro nome! – disse sorrindo.

— Não, foi sem querer. – ela corou gaguejando. – Do que eu ia te chamar? Está me deixando nervosa, ficou sério de repente, pálido!

— Ficou preocupada...

—... me assustou, fiquei preocupada... – ela parou e o encarou. – Não! – disse em voz alta. – Não fiquei preocupada.

— Já não está dizendo coisa com coisa.

— A culpa é sua! – disse ela exasperada.

— Já se estressou? – perguntou ainda sorrindo.

— Ah! Você me deixa fora de si! – falou ao dar as costas. Draco a puxou para si, encostou de leve os lábios nos dela, sentiu um arrepio subir pela espinha.

— Se acontecesse algo com você eu realmente ficaria muito triste. – disse ele sério num sussurro, mais uma vez Draco via em sua mente a mesma cena lhe martelando na cabeça. Ann sentiu seu estomago criar asas.

— O que disse? – perguntou ela sem entender.

— Nada. – respondeu afastando-a de si. Por um momento eles ficaram em silêncio.

— Você está mudando. – disse Ann.

— O quê...?

— Você está mudando. – repetiu.

— Não.

— Está, e não quer admitir.

— Você que não admiti que é real.

— É real pra você? Será que você gosta mesmo de mim Draco? – ela o encurralará. Ele engoliu seco. – Ou é mais um deu seus caprichos.

— Não é capricho... é...

— Então o que é? Fez uma tempestade num copo d’água dizendo que estava me mostrando o ser desprezível que você é, me mostrando que não tinha aquela pessoa que eu queria lhe mostrar.

— E não tem?

— Será que não? Será que não há ninguém aí? – Draco se aproximou de Ann a passos perigosos, ficou parado de ante dela olhando-a de cima. – Você me disse uma coisa que iria ganhar desse duelo, me disse que queria a mim. – ela respirou pesadamente e olhou para o lado, cortando o contado visual. – Você é incógnito para mim, Draco Malfoy.

— Pode acreditar que é a mesma coisa que sinto de você Annabela Theron. Você também é uma incógnita pra mim.

Os dois se olharam mais uma vez por um momento, Ann seguiu seu caminho deixando Draco sozinho e pensativo.

— Incógnita. – disse ele pra si mesmo. – Eu não acredito que disse isso!

 

        

Nobody knows who I really am

I never felt this empty before

And if I ever need someone to come along

Who's gonna comfort me, and keep me strong

 

Ninguém sabe quem eu realmente sou

Eu nunca senti este vazio antes

E se eu em algum momento necessitar de alguém que permaneça comigo

Quem irá me confortar, e me manter forte.

 

 

Diário querido...

 

Tive uma conversinha estranha com Draco Malfoy, ele me disse que se algo acontecesse comigo ele ficaria muito triste, eu fingi que não tinha ouvido aquilo e perguntei de novo, mas ele se fez de trouxa, e não respondeu. Ah mais eu escutei bem, mas pra que eu fui perguntar, talvez ele dissesse algo importante. Importante? Desde quando eu me importo com aquele idiota? E... e... de fato... fiquei um pouco feliz com aquelas palavras, um pouco, foi SÓ UM POUCO SEU DIÁRIO IDIOTA! AFF ninguém pode escrever nada em paz ultimamente nesses diários hoje em dia... era melhor no tempo na minha avó!

Voltando ao assunto, sinto que ele está mudando... não sei como explica, mas sabe quando você está com uma pessoa e ela vai mudando aos poucos com você? Você percebe que as atitudes daquela pessoa não são mais as mesmas de antes? Não é assim?

E ele estava tão estranho hoje, praticamente todos estavam! Hermione, Harry e Rony, mesmo a Gina, até ela mesma notou o clima estranho entre nós...

Enquanto as minhas compras em Hogsmead, resolvi deixar isso pra depois, mandei uma coruja para minha irmã, que Deus tenha piedade de mim por depender dos gostos de minha adorável irmã, não quero nem imaginar o que ela irá comprar pra mim.

 

— Ann... você está bem? – Hermione me olhava com uma cara de quem poderia ter chupado limão no café da manhã, puro. Se tem alguém que gosta, essa população deve ser menos que 0,02% da terra, aff que gosto horrível!

— Estou! – respondi num sorriso alegre, alegre mesmo? Basicamente eu estava com a torrada na boca, metade comida e fitava a mesa da Sonserina com um olhar perdido, NÃO SEU DIÁRIO BESTA, NÃO TAVA SUSPIRANDO! IDIOTA! Tava praticamente com um...

— Olhar de peixe morto. – Rony respondeu.

— Você tem certeza de que está bem? – voltou a perguntar Hermione que me lançava olhares de ansiedade como se ALGO REALMENTE GRANDE fosse acontecer, só não me pergunte esse que “algo” é esse.

— Estou, Hermione, estou bem sim!

— Ela está bem, Moine, mas que pergunta!? – disse Gina irritada. – Você está fazendo essa pergunta a cada cinco segundos e não vejo por qual razão!

— É Hermione! Por quê? – quis saber, é claro! Ela estava fazendo isso há horas e não diz por quê!

— Por nada. – respondeu ao se virar e tomar seu café. Eu e Gina nos olhamos por um momento e viramos para Hermione que corou e virou a cara.

— Ora! – me estressei, ultimamente estou assim, e não me pergunte por quê! – Todo o dia é sempre a mesma coisa, será que não dá pra mudar isso ou ta difícil?

— O quê...? – fez ela com a cara mais lisa.

— HERMIONE! – explodiu Gina, se ultimamente eu ando estressada nem me fala da Gina que ultimamente anda explodindo. – Dá pra contar de uma vez o que anda acontecendo?

— Eu também quero saber! – aticei.

— bom... – começou ela ainda sem nos olhar nos olhos. – Sinceramente eu não sei. – disse ao sair da mesa e nos deixar plantadas.

— Ora essa! – exclamei vendo ela sair da mesa.

— Mas o quê... – fez Gina. – Mas... Hermione...?

— Desculpem, meninas... eu tenho que ir...

— Mas... – Gina abobada.

— O que deu nela?

 

Sinceramente essa pergunta “O que deu nela?” está sendo feita a mim, E EU REALMENTE NÃO SEI O QUE ESTÁ ACONTECENDO!! Estou me sentido perdida. Às vezes me pego pensando no meu passado, isso me entristece, já que pouca coisa eu me lembro. Eu queria ter conhecido minha mãe, não faço a mínima idéia de como ela era, já que me disseram que ela morreu quando eu ainda era bebê. Meu pai fica nervoso quando pergunto sobre ela. A única pessoa que considero como uma mãe é Ohime, uma ajudante da casa lá na França. Uma senhora com um belo sorriso, e uma voz fininha e engraçada, ela sempre vivia me contando histórias, mas diferente de outras crianças, eu sempre tive sonhos ruins. Acho isso estranho, mas não me importo com isso. Ficar esquentando a cabeça só por algo em você é diferente dos outros, piada! Ser diferente é legal! É só ser você mesmo, não importar com o que os outros dizem. Sempre iria pra casa chorando quando alguns garotos teimavam em me torrar a paciência aos gritos dizem que eu era uma aberração: “Não tem mãe, não tem mãe!”, isso era triste, mas eu superei essa, acho que onde quer que esteja, acho que minha mãe deveria ter passado por algo. Mas... mas... eu realmente queria que ela estivesse aqui.

Mas chega de tristeza e vamos ao que interessa... NÃO SEU DIÁRIO IDIOTA, NÃO É O DRACO MALFOY QUE ME INTERESSA!!!

Acho que quando esse ano acabar, vou queimar você, não faço isso antes porque ainda tenho pena de você! ME AGRADEÇA POR ISSO!

‘Às vezes acho que estou remando um barco na escuridão esperando que alguma luz apareça adiante.’ Esse pensamento é ridículo? Queria que estivesse errada, me sinto assim...

 

Mas vamos ao dia 31 de Outubro que chegou!!    

 

Eu estava linda, achei que ela não fosse fazer esse sacrifício pra mim, ela comprou um vestido de festa que MEU DEUS!!! É LINDO! MARAVILHOSO! Radiante por ir a esse baile com Keichi. Tive que pedir ajuda da Hermione e Gina que me ajudaram bastante. Mas não era Malfoy a quem eu queria que me visse assim, mas até que o gosto de uma pequena vingança de me mostrar muito mais bonita do que as garotas que ele insiste que são lindas, eu acho que lindas não se encaixa na cara da Pansy? Alguém concorda? Bom o vestido que eu estava usando era simples, LINDO! Um verde muito claro quase a coloração da água do mar, sem alça, continha alguns babados na saia, PERFEITO, uma beleza esplendorosa! Era cheio na saia, como aqueles vestidos de séculos passados lá do E o Vento Levou de 1939 ou 1932 alguma coisa nesse ano, alguém já assistiu esse filme? Não? Nem eu, mas vi algumas imagens! Tinha um véu transparente leve que caia sobre meus cotovelos por trás deixando minhas costas nuas, meus cabelos longos e negros estavam presos num coque muito bem feito por Hermione que me ajudou, deixando alguns cachos caindo sobre meus ombros, a maquiagem leve, sem exageros, mas perfeita. Foi assim que me senti. Perfeita.

Eu desci as escadas do salão comunal que já estava vazio, também pudera, a minha irmã demorou um século de história pra trazer o vestido que não ficou mais ninguém me esperando, Já Hermione e Gina ficaram um pouco mais, mas eu pedi a elas que fossem, Harry, que estava acompanhando Gina, já estava impaciente e Rony já roncava alto esparramado na poltrona perto da lareira cansado de esperar. Eu as mandei irem na frente que eu poderia ir sozinha. Eu estava andando pelos corredores quando cheguei perto da escada do Salão Principal, foi quando eu avistei Draco Malfoy encostado na pilastra com uma cara de tédio ao lado de Tom que conversava animadamente com a loira da Sonserina. Ele não me viu aproximar e notei que a cada passo que eu dava, me sentia mais perdida, sentia meu coração bater acelerado da mesma forma que fazia quando eu o avistava ou quando ele me agarrava sem o menor pudor. Me senti nervosa como no primeiro dia em que entrei aqui. MINHA NOSSA COMO ELE ESTAVA LINDO!! TÃO LINDO DE PRETO! Com aqueles cabelos loiros que ele tem meio bagunçados, e aqueles olhos azuis acinzentados com um olhar perdido. Eu estava sem palavras e foi quando ele notou que já estava perto dele. Ele me olhou por um longo momento, e pela cara que ele fez, não acreditou que fosse EU quem estava ali. Olhava-me como se fosse a primeira vez que estivesse me vendo, com um olhar de espanto e admiração, admiração? Exagerei? Eu to falando do Malfoy foi isso mesmo que eu vi?

— Então? - eu comecei mais com uma voz de suplica do que uma confiança mal planejada.

— Está... está... – eu quase rir, ele estava gaguejando? Eu devo está sonhando! Malfoy gaguejando a me ver? Ele gaguejou foi uns dez segundos. – linda. – disse quase num sussurro inaudível.

— É? – insisti pra saber se era aquilo mesmo que eu estava escutando, ele ficou vermelho, CARA COMO ERA DIVERTIDO VÊ-LO FICAR VERMELHO, era quase que impossível ver esse tipo de emoção em uma pessoa "normal".

— Perfeita. – disse ele com uma voz confiante me encarando, eu murchei. Se eu estava confiante antes murchei de vez com isso, acho que ele notou que eu estava querendo desafiá-lo com essas palavras.

— Obrigada. – disse o mais confiante possível, não estava muito segura de si, ele sorriu. Ele pegou uma mania de ficar rindo de quase tudo que falo. Mas não era ele meu par essa noite, mesmo sendo nos ensaios. Keichi veio em minha direção me deixando vermelha ao vê-lo que ele estava tão lindo quanto Draco, se bem que olhando bem, enquanto todos os garotos têm um jeito de ficarem lindos, Draco tem um jeito de ficar perfeito. Keichi me levou até a mesa onde estavam meus amigos. O Salão principal fora decorado com longas fitas prateadas, com desenhos dos brasões de cada escola, como se fosse gotas de lágrimas que caiam do teto enfeitiçado para parecer à noite. As quatro grandes mesas foram tiradas e em seus lugares mesas redondas com cadeiras em volta, as mesas redondas eram forradas com panos brancos bordado com desenhos dos brasões das escolas em prata. No centro do salão estava vago como uma pista de dança para receber os alunos que dançaria a coreografia de séculos atrás, somente os alunos que passaram na primeira etapa do duelo. Alguns alunos pareciam nervosos, outros ansiosos, tagarelavam sem parar. Uma banda estava arrumando seus equipamentos para entrar em cena, no fundo do salão onde ficaria a mesa dos professores que estava agora, postada à direita do salão.

— Minha nossa! – exclamou Rony a me ver. – Você está... está...

— Perfeita! – concluiu Hermione ao dar uma cotovelada em Rony e me olhando como se eu fosse um trabalho que ela acabou de fazer e se orgulhando do resultado. Ela e Gina estavam com os vestidos da mesma forma que o meu, sendo cada uma com um modelo diferente e cores, os duelistas que passaram, seriam aqueles que dançariam essa apresentação, com suas roupas medievais.

McGonagall bateu de leve numa taça para chamar atenção de todos os presentes, o barulho cessou quase como instantâneo.

— Caros alunos, é com grande honra que irei apresentar os duelistas da Academia de Magia de Beauxbatons! – ela disse em alto e bom som, e com um ranger dos grandes portões de entrada do Salão Principal, foram abertos para mostrar os duelistas da Academia. Dez equipes entraram com grande estilo e glamour que só poderia ser de Beauxbatons, arrastando com eles uma onda de palmas. Eu estava to nervosa que nem notei a seca magrela da garota que eu quebrei nariz, Kristin que olhavam com aquele olhar de esnobe que ela tem ao lado do frio e incalculável Roland, e logo atrás vinha Ryan, Victor e o convencido do Aira... Arg. Se ela estava li, talvez me proporcione uma vingança, ela que não se meta comigo. Todos muito bonitos, tinha que admitir a beleza era algo marcante em Beauxbatons. Todos se aglomeravam em pares perto de algumas mesas vazias postas para a sua chegada de um lado do salão. McGonagall exibia nos lábios um sorriso cordial sem deixar de lado seu olhar severo e recebeu com grande carinho a madame Olímpia Máxime.

— McGonagall. – ouvi Olímpia dizer, virou-se para olhar seus pupilos, e em seguida com um ar de sagaz, olhou para a aglomeração de alunos de Hogwarts, estava agora aguardando a entrada dos alunos de Durmstrang.

— É com grande honra que agora lhes apresento os duelistas da Academia de Magia Durmstrang. – disse mais uma vez a sua voz. Dez equipes entraram também sob uma onda de palmas e se aglomeraram no lado contrário dos alunos de Beauxbatons sendo seguido por um homem alto, cabelos muito negros e curtos. Ele se aproximou de McGonagall, e lhe apertou a mão firmemente. Alguns alunos começaram a murmurar.

— O que aconteceu com Igor Karkaroff? – ouvi Hermione perguntar.

— Eu não sei. – respondeu Harry sombrio. Mas para responder a pergunta de muitos que aprecia faze-la, McGonagall ousou responder.

— É com grande pesar que deixemos de ter a presença do senhor Karkaroff, por motivos pessoais. Mas aqui presente está o seu representante, o senhor Dolarios Kruspe-Bernstein. – os murmúrios casaram, McGonagall olhou para o lado onde a banda estava se preparando. E olhou para a onda de alunos que mantinham no rosto uma expressão de ansiedade e nervosismo. Ela fez um movimento para que a banda se pronunciasse. Não era a banda das Esquisitonas na ultima vez que vi, essa era um pouco diferente. Com um feitiço para elevar a voz o vocalista da banda se pronunciou, sua voz saiu um pouco nervosa, ele tinha cabelos lisos e loiros, era um pouco baixo, estatura baixa melhor explicando, mas sua voz era grave e bem ressonante, arrastando alguns suspiros de algumas garotas a sua frente, eu acho que poderia jurar ver McGonagall suspirando por um breve momento.

— Olá a todos! – disse ele com um sorriso nervoso, também pudera, está na frente de uma aglomeração de alunos esperando para que ele falasse ou cantasse logo era algo impossível de ficar calmo. – Está música é uma poesia da qual creio eu, como a diretora de Hogwarts me contou que alguns alunos ensaiaram uma apresentação. Flor da meia noite – meu estomago desceu ao inferno, minhas mãos suaram, e comecei a tremer feito var verde como no meu primeiro dia. Ele levantou a mão para uma mulher de pele muito branca, cabelos longos e negros tão lisos que era possível mexer ao um leve movimento, seus olhos negros era grandes de graciosos. Ela tinha em mãos um objeto trouxa, um violino que começou tocar acompanhada ao som de um piano, em seguida a banda começou a tocar seus instrumentos mais pesados, eram instrumentos de formatos estranhos mais o som era o mesmo dos trouxas, bateria, baixo e guitarra. E como se esperasse que o vocalista cantasse o som baixou de leve, sendo apenas acompanhado pelo som do piano e do violino.

 

Kanashige ni saku hana ni

Kimi no omokage wo mita

Daisuki na ame na no ni

Naze ka kyou wa tsumetakute

 

 

Os pares foram se aglomerado como estava na coreografia, me mantive ao máximo de seriedade para que não transbordasse meu nervosismo desgraçado que estava saindo pelos poros da minha pele. Keichi me conduzia levemente, como se tivesse sido meu par durante os ensaios, em seu rosto tinha uma expressão de desanimo e preocupação, não poderia me preocupar com aquilo no momento e mantive o mesmo ar. O som dos outros instrumentos aumentaram sendo acompanhados pela voz grave do vocalista.

    

Awaku hakanaku yoru ni yurarete

Tameiki hitotsu ochita hanabira

 

Como pares individuais os pares foram divididos em grandes quatro fileiras em que os pares se misturavam como graça, os da direita passavam para o centro e assim vise e versa. O vocalista cantava com sua voz grave sendo acompanhados pelos sons pesados e leves do piano e do violino.

 

Tsuki no kakera wo atsumete

Yume wo kazari nemuru

Toki no suna chiribamete mo

Ano koro e kaerenai

 

Enquanto ele terminava seu tom agudo de voz, e violino aumentava proeza acompanhado pelo restando da banda. E como se fosse uma parte da coreografia, as luzes de velas que ficam flutuando no teto do Salão Principal, baixaram sua luz, fazendo com que a luz da lua fosse a fonte de iluminação do local, mesmo estando o salão estando mal iluminado era possível se ver a beleza da coreografia sendo exibida diante da escola. Mais uma vez os pares como trocas, passavam com grandeza no salão, e me dei conta de que meu par dessa vez era Draco Malfoy. O violino baixando seu som dando lugar mais uma vez a voz do vocalista, acompanhando com um piano a bateria.

 

Futtou miageta hoshizora

Mata kimi wo sagashiteta

Ikutsu yoru wo kowareba

Namida wa tsuyosa ni naru

 

Ele me conduzia com tamanha proeza, também pudera (Aff de onde foi que eu peguei isso?), FOI ELE QUEM ME ENSINOU. Me olhou como um sorriso canalha no rosto, o que me fez ficar nervosa e perder minha segurança, mas eu tinha ensaiado tanto pra isso que não era agora que eu iria esquecer. O som mais uma vez elevou e junto com a voz do vocalista, luzes prateadas começaram a aparecer no teto enfeitiçado para parecer o céu. Alguns presentes murmuravam um “ohh” por beleza.

 

Kisetsu wa meguri mori wa sorerare

Kaze wa kanaete omoi afurete

 

Aitakute itoshikute

Furetakute kurushikute

Todokanai tsutawaranai

Kanawanai toosugite

Ima wa mou kimi wa inai yo

 

E como um último gesto dos passos da dança, Draco ousou, a me dar um beijo rápido antes de trocar de par. O que me deixou nervosa, pirada e irada com aquilo, e quase perdendo as estribeiras, pois meu coração batera mais uma vez naquele compasso que eu odeio, meu estomago ganhando asas, praticamente voltando do inferno e minha boca ficou seca, enquanto o guitarrista fez seu belo solo com seu instrumento.

 

Chiriyuku to shiru hana wa soredemo

Tsuyoku ikiteru iro azayaka ni

 

O som baixou novamente de modo que pudéssemos ouvir a voz ressonante do vocalista completando a imagem no céu das luzes prateadas que mais aprecia estrelas, acompanhado pelo violino da bela mulher e pelo piano do homem silencioso.

 

Tsuki no kakera wo atsumete

Yume wo kazari nemuru

Toki no suna chiribamete mo

Ano koro e kaerenai

 

O som elevou mais uma vez os passos foram ficando mais devagar a coreografia já estava chegando ao seu fim.

 

Aitakute itoshikute

Furetakute kurushikute

Todokanai tsutawaranai

Kanawanai toosugite

Ima wa mou kimi wa inai yo

 

Com um ultimo som da banda enquanto o vocalista mantinha a cabeça baixa balançando seus cabelos loiros, os passos da coreografia foram ficando mais lentos, pétalas de uma flor rosada começou a cair do teto enfeitiçado sobre as cabeças dos pares que dançavam como se fossem levadas pelo vento em diversas direções enquanto a banda tocava os seus últimos acordes. O som parou e foi uma onda de palmas que durou em média cinco minutos, alguns gritavam: “Bravo!”, era como se os alunos que estavam dançando tivessem entrando numa outra órbita durante a apresentação, e poderia se sentir o cheiro da flor que caiam do teto enfeitiçado e encontrei os olhos de Draco me encarando com um olhar maroto. Depois da apresentação, a pista estava aberta para quem quisesse dançar, alguns alunos ficaram, outros que não estava presente na apresentação entraram na pista. Acho que estava fora de foco, pois não conseguia escutar o que Hermione e Gina estavam falando ao meu lado. Era como se eu estivesse longe delas. Uma mulher subiu ao palco e começou uma musica lenta.

 

Cannot Touch, Cannot Hold

Cannot Be Together

Cannot Love, Cannot Kiss

Cannot Have Each Other

Must Be Strong

And We Must Let Go

Cannot Say What Our Hearts Must Know

 

Não poder tocar, Não poder segurar

Não poder estar junto

Não poder amar, Não poder beijar,

Não poder ter um ao outro

Deve ser forte

E nós devemos soltar isso

Não poder dizer o que nossos corações devem saber

 

— Volto num minuto. – disse a voz de Keichi, eu afirmei um “Sim” com a cabeça. Estava fora de mim. Alguém me puxará pelo braço de leve e eu praticamente me deixei levar, meu coração estava batendo tão forte que começara a dor, era como se o chamasse de algum modo. Quando me dei conta de olhos azuis acinzentados estarem me encarando bem perto. Ele pegou de leve em minha mão esquerda me levou até certo espaço no salão, pegou de leve a minha mão direita e a levou até os lábios tocando-a com eles e sorriu, e eu apenas ficava o olhando sorrir de leve. Eu vi pela primeira vez um sorriso diferente, um sorriso sem malicia, um sorriso sincero.

 

How Can I Not Love You

What Do I Tell My Heart

 

Como eu poderia não amar você?

O que eu digo ao meu coração?

 

Estávamos dançando, ou melhor, me sentir voar naquele momento, ele me olhava diretamente nos olhos, mas por alguma razão eu não consegui parar de olhar em seus olhos, eu estava hipnotizada naquele momento.

 

When Do I Not Want You Here In My Arms

How Does One Walks Away From All Of The Memories

How Do I Not Miss You When You Are Gone

 

Quando eu não quero você aqui nos meus braços?

Como uma valsa de todas as memórias?

Como eu não sentiria saudades de você quando você se fosse?

 

Era como se eu me perdesse neles, como ver o mar através deles, como se ver no meio do oceano com ondas e tempestades, mas não pudessem te tocar. Dançamos muito, e parecia que ninguém mais estava ali, só nós dois e a mulher cantando.

 

Cannot Dream

Cannot Share Sweet And Tender Moments

Cannot Feel How We Feel

Must Pretend Its over

Must Be Brave

And We Must Go On

Must Not Say What We've Known All Along

 

Não poder sonhar

Não poder dividir doces e carinhosos momentos

Não poder sentir como nós nos sentimos,

Devemos fingir que isso acaba

Deve ser enfrentado,

E nós devemos seguir em frente

Não poder dizer o que nós tínhamos sabido o tempo todo

 

Meu coração batia de num compasso estranho.

— Tem que ficar mais perto. – ele disse com uma voz mais grave quase num sussurro, eu engoli seco, deixei de olhar em seus olhos e me deixei levar pelos passos que ele me guiava. Senti que sua boca estava encostada em minha testa. Segurando-me leve pela cintura ao aproximar meu corpo ao dele, minha respiração saia do controle.

 

 

How Can I Not Love You

What Do I Tell My Heart

When Do I Not Want You Here In My Arms

How Does One Walks Away From All Of The Memories

How Do I Not Miss You When You Are Gone

How Can I Not Love You

 

Como eu poderia não amar você?

O que eu digo ao meu coração?

Quando eu não quero você aqui nos meus braços?

Como uma valsa de todas as memórias?

Como eu não sentiria saudades de você quando você se fosse?

Como eu poderia não amar você?

 

Senti sua mão esquerda segurar de leve em meu queixo me obrigado a olhá-lo. Se por um acaso eu estava enfeitiçada não era por nenhuma magia que não fosse de seus olhos.

 

Must Be Brave

And We Must Be Strong

Cannot Say What We've Known All Along

 

Deve ser enfrentado,

E nós devemos ser fortes

Não poder dizer o que nós sabemos o tempo todo

 

Sua respiração quente e seu hálito de menta, ele me olhou mais uma vez, olhando bem de perto nos meus olhos, rosou de leve seus lábios nos meus.

 

How Can I Not Love You

What Do I Tell My Heart

When Do I Not Want You Here In My Arms

How Does One Walks Away From All Of The Memories

How Do I Not Miss You When You Are Gone

How Can I Not Love You When You Are Gone

 

Como eu poderia não amar você?

O que eu digo pro meu coração?

Quando Eu não quero você aqui nos meus braços?

Como uma valsa de todas as memórias?

Como eu não sentiria saudades de você quando você se fosse?

Como eu poderia não amar você quando você se fosse?

 

Se eu estava viva? Sim estava e não sei como, mas me senti livre por um momento. Senti-me leve em seus braços, que me seguravam com firmeza como se impedisse minha queda. Fechei meus olhos me beijando de leve, retribui da mesma forma. Ele passava a mãos sobre meus cabelos em forma de carinho e acalento, senti seus lábios firmes tocando meus lábios de leve, num beijo inocente, terno e intenso. Eu poderia sentir seu coração batendo em meu próprio peite de forma acelerada, não sabia se ele poderia sentir o meu, mas parecia que aquelas palavras tão pesadas e tristes que dissemos um para o outro fossem varridas com o vento enfeitiçado e as pétalas de rosas que continuavam a cair do teto. E como se acordasse de um sonho, um sonho em que você pudesse ser forte se nunca saísse dali, nos separamos de leve, a cada milímetro. Permitir-me abrir os olhos o encontrei ainda me olhando, ainda me segurando, ainda me sustentando e me abraçando. E nem percebemos que as luzes já haviam ganhado fervor, que a música lenta se fora.

 

Foi quando a voz de McGonagall invadiu o salão e eu acordei do meu transe, ele ainda ficou me olhando. Meu coração batendo tanto que estava doendo, me senti tremer por uns instantes, não sabia o que estava sentido, mas de alguma forma, não tinha forças pra sair dali.

McGonagall anunciou o jantar, os alunos se aglomeravam nas mesas, e uma voz irritante soou atrás de nós:

— Draco, preciso falar com você. – Pansy Parkinson com a cara lívida de raiva batendo o pé num compasso exasperado. Ele demorou um pouco a responder, como se estivesse voltando de um transe como eu. Seus olhos mudaram de expressão, e da sincera e carinho a desprezível e esnobe.

— O que quer? – disse no seu costumeiro tom.

— É importante! Venha. - ela disse em tom de ordem, ele hesitou por um momento.

— Já volto. – disse ele no pé do meu ouvido e seguiu a segui. Senti uma pequena raiva crescer dentro de mim. Mas eu estava com ciúmes? Pelo amor de DEUS ALGUÉM ME DIGA QUE NÃO. Fui para a mesa onde estava Hermione, Rony, Harry, Gina e mais duas garotas. Senti-me aliviada por estar pertos deles, Hermione me olhou como se eu estivesse numa estação de trem perdida suplicando por uma informação, foi quando ela se levantou e veio até mim.

— O que foi? - ela me perguntou me olhando preocupada.

— Nada. - eu disse com uma voz tremula, e me surpreendi que minha vista estiva turva. Meu Deus, diga pra mim que não é verdade o que Gina me dissera ontem, DIGA QUE NÃO É VERDADE! Ele fala uma coisa e depois faz outra, é um cretino!

— Você está bem? - ela perguntou, eu vi aquilo como um absurdo.

— Claro - eu respondi com a minha voz tremula, mas que coisa o que houve com a minha voz?

— Você está chorando? 

— Não! - eu exclamei, que absurdo maior!

— Venha comigo. - ela em puxou para fora do salão e já estávamos fora do castelo.

— Você está apaixonada por ele, não esta? – ela foi bem direta. Eu gelei. Meu coração bateu mais acelerado possível e engoli em seco.

— Não... não...

— Está, está, está sim! - ela insistia, eu a olhava como se fosse louca.

— Você enlouqueceu?

— Ann! Por DEUS! Você está cega? Você está apaixonada por ele e não percebeu... não percebeu não, você NEGA a si próprio! Diga isso a ele enquanto não é tarde! Você vai para França dentro de alguns meses ele vai para essa tal viagem e sabe lá quando volta...

— Pára, pára... - eu suplicava que ela parasse, não era possível que ela estivesse dizendo isso.

— Ann... só porque Draco Malfoy é inimigo de Harry, Rony e até meu, não quer dizer que ele também seja seu. Você me disse que ele mudou em certos momentos...

— MAS ELE SEMPRE FOI O CRETINO MENTIROSO QUE ELE SEMPRE FORA... - eu explodi não agüentava aquilo, minha melhor amiga me dizendo um absurdo desses, eu o odiava, mas... mas... por que me sentia tão abalada pelo fato de que dentro de alguns meses nós nos separaríamos? Sentia-me confusa... Não fui eu quem disse aqui ontem na frente de Gina, Parvati e Lilá...

— Ann... – chamou Hermione com uma voz de suplica.

— Me deixa, Hermione. - eu sai correndo em direção ao lago, deixando-a sozinha. Não queria mais ouvir aquilo, não era possível que isso tivesse acontecendo, eu sempre tive controle sobre meus sentimentos, por que isso agora? Por quê? Foi quando sentiu que me coração parará. Eu os vi conversando, Draco olhava para o lago com um olhar perdido, Pansy ficava se insinuando pra ele. Foi quando ele se aproximou dele, e o beijou. Um ódio tomou conta de mim, "não Hermione, você está enganada" disse pra mim com uma fúria, me senti destruída, completamente, eu estava gritando por dentro, gritando muito. Mas só minhas lágrimas que parecia ter voz naquele momento. Ele me viu, seus olhos pareciam surpresos, eu sai correndo, doía, doía muito ver aquilo. Escutei Pansy dar uma risada debochada, eu corri o quanto poderia, mas sentiu uma mão me puxando. Eu me debati ao ver que era ele.

— Calma! – ele dizia se defendendo.

— Me solta, você é nojento! Eu odeio você – era as palavras que saiam da minha boca, mas me machucavam como louca.

— Pára de bate! Me escuta! – ele disse segurando com força os meus braços me obrigando a olhá-lo nos olhos.

— Não vai me dizer que não era isso que eu estava pensando? – vociferei com ódio. MAS O QUE FOI QUE EU DISSE?

— Não. – ele disse firme. Então ele admite, foi mais uma onda de ataque de tapas. Ele me segurou ainda com mais força temendo me machucar. – Mas também não posso dizer que sim. Você sabe que eu não tenho nada com ela!

— COMO SE EU ME IMPORTASSE – eu gritava!

— MAS POR QUE ESTÁ AGINDO ASSIM? – ele gritara de volta.

— EU ODEIO VOCÊ!

— EU TAMBÉM ODIARIA SE PUDESSE ANN! – eu parei, o que foi que ele disse? Eu escutei bem?

— O que disse? – eu falei quase num sussurro.

— Que é real...

— Um casalzinho está brigando? Mas que coisa feia, em plena festa. – disse a voz sarcástica de Pansy, eu me debati pra sair dos braços de Draco socar o quanto poderia aquela cara de vaca velha dela, mas ele não deixou.

— Cale a boca Pansy! – ele rosnou mais com uma ordem e um olhar ameaçador que vi Pansy tremer.

— Draco, você não tem escolha, sabe muito bem que isso não passa de uma brincadeira e vai se arrepender quando o seu pai souber que está namorando uma trouxa!

— VAI EMBORA! – eu nunca vi Draco tão irado como naquele momento, ele olhava Pansy com desprezo e ódio, ela se virou calmamente com elegância. Mas parou e com uma voz séria e sombria disse:

— Você vai pagar por está fazendo isso Draco, vai pagar caro. – e nos deixou sozinhos. Eu não sabia o que ela estava dizendo e tão pouco queria saber, mas pela cara que Draco fez não era nada agradável. Eu consegui sair dos braços deles, andando a passos pesados ao lado contrario de Pansy que seguiu para o castelo, ouvir os passos de Draco me seguindo.

— Me deixe em paz. – eu disse com a minha voz tremula o que há com ela agora? Voz estúpida!

— Não. – ele respondeu com uma voz decidida.

— Você já se divertiu o bastante comigo esse ano, não escutou o que Pansy disse? Não vai querer desobedecer uma ordem de seu pai... – foi quando eu sentiu mais um puxão no meu braço, e me vi ainda mais próximo a ele, olhando aqueles olhos que me fazem perder os sentidos. – Você tem medo. – disse com uma voz desafiadora. Ele sorriu perigoso

— Você tem certeza? – sua voz soou mais ameaçadora do que a minha eu tremi e acho que ele percebeu. – Ou é você que tem medo de admitir que é real?

— Eu não...

— Não minta! Que já comprovei milhares de vezes que você não sabe mentir! – ele brigara.

— Eu não sei mentir, mas eu digo a verdade, EU NÃO ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ. NÃO É REAL

— Tem certeza?

— Absoluta! - eu disse meio segundo antes dele me possuir em seus lábios com um ardor que fazia meu coração bater forte, desejei por vários momentos que ele não sentisse isso, me segurava pela cintura me prendendo mais ainda em seu corpo, e com a outra mão segurava minha nuca e meus cabelos se soltavam por entre deus dedos, tudo a minha volta está silencioso, se eu não estava sentido minhas pernas ou não, era ele quem estava me segurando, estava me beijando de uma maneira sofredora suplicante, descendo por meu pescoço, ERA IMPOSSÍVEL PARAR! Me tomou em seus lábios novamente e me beijando mais avassaladoramente e antes que ele se afastasse, mordeu de leve meus lábios inferiores, ai eu pirei DE NOVO! Foi quando ele me segurou mais firme, eu não conseguia pensar, EU NÃO ESTAVA RACIOCINANDO NAQUELE MOMENTO, era como se outra pessoa se apoderasse de meu corpo, ONDE ESTÁ MEU CÉREBRO NESSAS HORAS??? SE ALGUÉM ACHAR POR FAVOR ME ENVIE, EU PRECISO DELE!!!!!

Ele se afastou alguns milímetros de meus lábios e disse com uma voz grave:

— Agora tem certeza? – como é que eu ia responder? Não sei se ele notou, mas eu estava APRENDENDO A RESPIRAR DE NOVO!!! E NÃO ESTAVA COM O MEU CÉREBRO NO MOMENTO! Eu basicamente fiquei calada, nem voz eu tinha a filha da mão, que deu um jeito de fica tremula e antes que eu pirasse, ela sumiu me deixando sozinha COM ELE. Ele sorriu, havia vencido essa bendita batalha. DROGA!

— Eu ... não... - eu TENTAVA achar uma saída, não tinha saída nenhuma, aquela respiração dele em cima de mim me embriagava, eu ficava tonta, ele sabia exatamente o que estava fazendo e eu NÃO, NO MOMENTO EU ESTAVA SEM CÉREBRO SE É QUE JÁ NOTOU!

— Não fuja de mim Ann, não fuja! Eu sei que é real – ele segurou minha mão e me levou de volta para o castelo, ele sorria satisfeito e eu me dei conta que me cérebro retornou ao lugar de origem me afogando em milhões de perguntas: Por que eu o deixará fazer isso? Por que eu o deixava que tomasse conta do meu corpo desse jeito, se bem que quando a situação avança o sinal vermelho era ÓBVIO que nem a minha razão aprovava isso. Mas por que eu o deixei com essa resposta? Só hoje não, isso acontece sempre. Me sinto confusa e com milhões de perguntas que nem eu mesma nem sei resposta. Ele praticamente tomava o rumo deu meus pensamentos e sentimentos.

Hermione dizia aqueles absurdos, isso é inacreditável! Nem eu mesma me conheço direito como ela pode falar isso? Mas... mas... por que eu me senti perdida quando ela disse que os dias estavam acabando? Não tenho mais controle sobre mim, e isso já ficou comprovado ha. muito tempo. Mas o que foi aquilo: "EU TAMBÉM ODIARIA SE PUDESSE ANN!"? Não isso é impossível! Ele me odeia e isso já ficou comprovado, e ele sabe que isso é recíproco! Mas... me senti aliviada com aquelas palavras, NÃO!!! EU ESTOU ENLOUQUECENDO E É TUDO CULPA DELE!

Ele é um mentiroso, Ann não caia na conversa dele, é tudo mentira, tudo mentira. Os sentimentos dele não mudaram coisa nenhuma. Não é real.

 

Estou numa ponte da qual não sei se pulo ou não, mas tenho um pressentimento do qual se eu pular me sentiria bem, mas não voltaria à superfície de forma alguma, precisava de alguém e pensei em Keichi. Os alunos que iriam participar do Duelo de Prata, estavam ansiosos para o começo das batalhas, ainda tínhamos mais um dia de aula até começar os Duelos. Me sentido confusa com tudo aquilo que aconteceu, as palavras rolavam em minha mente me engolfando de dúvidas que passei esse dia tentando ficar sozinha e não sei se Draco percebeu isso, pois ele não apareceu para falar comigo, se bem que quando ele anda muito estranho ultimamente, às vezes some sem dar explicações. Fiquei pensando em tudo o que aconteceu, desde o dia em que nos conhecemos, fiquei pensando nas palavras de Harry em relação a ele ser um Comensal, isso ainda batia na minha mente como um martelo, até agora não consigo acreditar nisso.

Eu estava andando pelos corredores, e nem percebia as pessoas que passavam por mim e me olhavam com olhares de esgoelar (DE NOVO?), que mania é essa das pessoas ficarem me olhando desse jeito? Eu fiz alguma coisa? Outras me olhavam com narizes empinados. Meus pensamentos vagavam sem rumo, sentia que meu corpo pesado, era como se tivesse sido pisoteada por uma manada de elefantes e quando me entregue as lágrimas vi algo que me derrubou por inteira. Não sei se você já deve ter sentido aquela sensação horrorosa de querer morrer ou matar todo mundo a sua frente, e uma dor fulminante lhe invadisse os pulmões como se tivesse uma faca enferrujada lhe encravando o peito até chegar a seu coração? Já se sentiu assim? É ruim né? Foi exatamente o que senti quando vi Keichi Sato beijando uma garota da Lufa-lufa, nem deu muito tempo de ver o rosto da desgraçada, só pode ver o rosto dele, de feliz misturando com preocupação que ele estava, eu não estava acreditando no que estava vendo, senti as minhas costas bater na parede fria do corredor, uma coisa era pensar que Draco poderia ser um Comensal da Morte e que poderia ter sentimentos mais além, outra era ver seu namorado aos beijos com outra garota. Minha vista ficou turva, foi quando ele me viu, me olhou com uma cara de espanto que nunca vi antes. Eu estava arrasada, humilhada e sentia pisoteada, e mais uma vez a pior da espécie humana.

Ele era tudo que Draco Malfoy tinha me dito, e me vi odiando a mim mesmo, por concordar em Draco Malfoy. Eu chorava, chorava muito, ele vinha a passos devagar em minha direção.

— Ann... me desculpe... eu... – eu não queria ouvir, balancei a cabeça freneticamente negando.

— CALE A BOCA! – gritei e sai correndo, ele veio correndo trás de mim, eu não queria escutar sua voz, não queria vê-lo nunca mais na minha vida, se pudesse mudava de Hogwarts para Beauxbatons em menos de uma hora. Mas era impossível. Como eu estava arrasada, era um dor inexplicável. Passeis pelos corredores chorando correndo o máximo que poderia para me afastar dele, ele ainda continuava a vir correndo atrás de mim, me chamando.

Eu não poderia suportar, era horrível demais, ele me humilhou e muito, todos sabiam do nosso namoro, por que ele fez isso? Por quê? Se ele não queria mais namorar comigo era só dizer, era só terminar, mas não! Me fez quebrar a cara na frente de todos, na frente de alguns alunos da Corvinal, Grifinória e Sonserina que estavam passando no local, me senti a pior de todas as garotas, a mais enojada, o último ser vivo na terra. Sentia meu coração explodindo e suplicando seu nome. Precisava de alguém naquela hora, precisava de alguém que me acolhesse e me vi desejando-o mais que tudo na vida, me vi desejando que ele aparecesse e me tirasse dali o mais rápido possível e foi quando eu esbarrei nele, Draco Malfoy.

— Mas o que foi que...? – ele disse segurando meus pulsos com um olhar de preocupação, nem me dei conta da sua voz soar doce e acolhedora, se todas as vezes que ele se dirigia a mim era com deboche e cheia de desdém. Eu o olhei por alguns segundos, com um olhar de suplica pedindo desesperadamente que não me humilhasse mais do que eu já estava e desatei a chorar mais ainda, ele não falou mais nada apenas me abraçou, ele me abraçou! Era tudo do que eu precisava, quando eu retribui o abraço foi quando ele me abraçou mais forte ainda e chorei tudo que eu tinha pra chorar. Senti o olhar furioso e desesperado de Keichi as minhas costas, mas não sei qual foi o olhar de Draco pra ele, mas Keichi não me chamou mais ou veio trás de mim. – Vamos sair daqui. – disse pegando minha mão e praticamente me guiando, eu não estava enxergando nada, praticamente nada, McGonagall poderia passar ali na minha frente que eu nem reconheceria, eu me deixei ser levada por ele.

Foi quando notei que estava fora do castelo perto do lago, era um final de tarde e o céu estava tingido de dourado meio alaranjado, ele parou e eu chorei mais ainda, não conseguia parar de chorar, ele sentou encostando as costas na pedra, me fez sentar do seu lado direito fazendo com que eu deitasse sobre seu peito. Me senti segura ali e pude chorar tudo o que o tinha pra chorar. Eu não sabia por que motivo eu estava chorando, mas um deles era pelo fato de supostamente ele ser Comensal da Morte do que Keichi com outra garota. Ele não havia falado nada, simplesmente respeito meu silêncio e minha dor, foi quando me dei conta de que eu já estava quase dormindo vendo aquele belíssimo pôr-do-sol. Não sei quanto tempo havia se passado, mas ele não fez nenhuma objeção, ou reclamação que fosse comigo, apenas ficou ali. Perdemos o restante das aulas que tínhamos aquela tarde e me surpreendi com ele, nunca pensei que ele fosse capaz de uma coisa dessas, ou melhor, sabia sim, sabia que tinha alguém bom dentro daquele ser que ele tentava esconder e deixa escapar de uma forma que ele não percebesse isso. Logo ele que sempre me criticou, sempre me fez senti uma derrotada, um nada, mas estava ali, do meu lado, no momento que eu mais precisava. Eu me mexi já era o bastante, já não tinha mais o que chorar, senti que eu havia molhado uma pequena parte da sua blusa branca com minhas lágrimas, que não foram poucas.

— Quer ir pra casa? – ele disse com uma voz séria mais acolhedora. Eu só fiz balançar a cabeça afirmando que sim, não estava disposta a falar, não tinha voz ou palavras naquele momento, mas senti uma grande vontade de agradecer. Obrigado seria o óbvio, mas essa palavra não veio. Ele me levou até o corredor da Grifinória.

— Malfoy. – eu o chamei, ele se virou instantaneamente. Ele não falou nada, apenas me olhou com um olhar acolhedor, demorei alguns segundos pra falar. E finalmente ela veio. – Obrigada. – ele apenas sorriu. E de uma rapidez incrível seu ar acolhedor e preocupado mudou de desdém e deboche radicalmente.

— Eu avisei. – disse com a mesma voz de desdém se virando para ir embora. – eu prefiro você brigando comigo, ao te ver chorando.

Eu apenas sorri com isso, e pra quem achou que Draco Malfoy fosse me dar uma canja pelo que passei, enganou-se.

 

Draco abriu os olhos e viu a claridade tomar conta do seu quarto sombrio da sala de Monitoria chefe de Hogwarts, ele deu um bocejo exagerado e ficou ali, deitado sobre sua cama como se sentisse que havia uma pedra em cima de seu corpo. Ele se levantou mal humorado passando as mãos sobre os cabelos aloirados e afastando as mechas que lhe caiam sobre os olhos azuis acinzentados. Começou a se vestir muito lentamente como se fosse um ritual sagrado. O silêncio do seu quarto era quebrado por pequenos ruídos que ele fazia ao pegar suas coisa para as primeiras horas do dia e ao abri as portas da sala de Monitoria Chefe de Hogwarts o barulho de alunos caminhando nos corredores lhe invadiu os ouvidos. Os alunos estavam em pavoroso e tagarelavam as novidades que não eram nem necessários, vista que cartazes foram colocados nas quatro casas e no Salão Principal avisando sobre o inspetor do Ministério da Magia que viria para observar os duelistas do Duelo de Prata.

 

— Finalmente! – exclamou Simas ao lado de Harry sentados na mesa da Grifinória numa bela manhã de domingo. O Salão Principal estava apenas com os duelistas, cada participante expressavam-se de forma diferente, alguns saiam correndo para o banheiro, outros eram tinham sido arrastados para a mesa, ou seja, obrigados.

— Você está muito confiante! – reclamou Neville que tamborilava freneticamente os dedos na mesa.

 - É uma forma de não expressar que estou nervoso, mas me diga, quem não está? – perguntou Simas, Neville encontrou os olhos de Harry que este deus os ombros sorrindo.

— Isso mostra que você está mais nervoso do que eu! – suspirou Neville.

— Vai ser um duelo interessante. – disse Harry em voz baixa observando a mesa dos duelistas. Gina, Hermione e Ann o olhavam assustadas.

— Eu não gostei disso! – falou Ann.

— Você tirou as palavras da minha boca, Ann. – disse Gina.

— Era exatamente isso que eu estava pensando. – falou Hermione. As três se entre olharam.

— Esse duelo vai ser barra pesada. – disse Ann dando um suspirou pesado.

— Olá a todos! – disse a voz ansiosa de McGonagall da pesa dos professores, ela olhavam para cada rosto com uma expressão tremula e ansiosa. Ao seu lado estava um homem alto, moreno e forte, trajava veste negras e brilhantes, seus olhos tinham uma expressão mais severa do que a famosa de McGonagall. Do outro lado do salão se encontravam cerca de dez homens, trajando as mesmas vestes e de olhares severos, outros maliciosos. Um deles estava encostado na pilastra displicentemente jogando para o alto sua varinha, olhavam cada rosto com uma expressão curiosa. Dentre eles tinha um senhora de pele enrugada, cabelos grisalhos e muito bem apertados num coque bem feito, seus olhos miúdos pareciam estudar cada aluno a sua frente. – A arena já está à espera de vocês... – alguns alunos começaram a murmurar ansiosos e excitados, alguns fizeram cara de desgosto outros maliciosos. – Mas antes que vocês cheguem lá, terão que conhecer as regras impostas de última hora pelo Ministério da Magia. – Mais murmúrios invadiram o salão.

— Regras? – fez Simas.

— Mas não explicaram tudo no pergaminho que nos entregaram? – disse Neville.

— Acho que tem mais coisas. – falou Harry sombrio.

— Como no quarto ano? – disse Gina

— Como eles podem fazer isso? Estamos praticamente em cima dos duelos! – exclamou Ann.

— Quanto demorar mais, melhor. – falou Hermione em voz baixa. Ann e Gina a olhou de modo assassino. – Ora! Como se vocês duas estivessem seguras do que vem pela frente!

— Ahh. – fez Ann desconcertada. – É verdade.

— Você está certa nisso. – concordou Gina. McGonagall fez gestos para que todos se calassem.

— Vocês se encaminharam para a cabana de Hagrid e de lá ele os conduzirá para a Arena. Lá o inspetor passará as regras e os procedimentos para este Duelo, lembrem-se: Este duelo é um evento que não acontece há mais de vinte anos, e foi reerguido mais uma vez, somente aqueles com coragem total podem seguir em frente. Podem ir. – sua voz saiu tremula e assustadora.

— O que ela quis dizer com isso? – perguntou Gina.

— É tão grave assim? – disse Ann. Os alunos se levantaram de suas mesas, passaram pelos homens que estavam parados aos grandes portões do Salão Principal. O ar frio e nublado recebeu os alunos de forma alucinante e perturbadora, o céu estava nublado, o sol da tarde fria teimava em aparecer pelas grandes e pesadas nuvens.

— Sinto um frio na barriga. – começou Gina segurando o braço de Ann e Hermione, uma de cada lado.

— Minha boca ta seca. – reclamou Hermione.

— Meu estomago esta criando assas. – concluiu Ann.

— Vocês têm sensações estranhas. – disse Simas sorrindo para as três.

— É mas... – começou Neville. – Rony é o único que não falou nada.

— Prefiro não comentar nada. Calado está muito bom pra mim. – falou Rony finalmente.

— Está economizando gritos de dor Weasley? – guinchou Pansy, ao seu lado vinha à equipe de Draco Malfoy, este tinha a cabeça baixa e absorto em pensamentos.

— Se ele está nervoso não é da sua conta! – retrucou Hermione.

— Sangue-ruim vai participar? Cuidado para não manchar as vestes dos duelistas com o seu sangue sujo! – Harry se precipitou na frente de Hermione que está havia sacado a varinha, Rony tinha os punhos serrados e orelhas muito vermelhas. Draco sem encarar nenhum deles, pegou pelo braço de Pansy com ignorância e a afastou deles sem dar maiores explicações, andando a frente.

— Mas o quê...? – fez Pansy ao ver que Draco segurava seu braço com arrogância e se distanciando do grupo de Harry.

— Não quero começar uma briga por causa de sua estupidez, Pansy! – falou ele largando-a.

— Você mudou muito! – exclamou ela.

— Ótimo Pansy, sua cabeça funciono perfeitamente agora, se me dá licença tenho um duelo pela frente, não sei o que você faz aqui, mas está área não serve para você! – retrucou deixando-a sozinha.

— Mas que droga! – exclamou ela, ao segui-lo novamente, calada.

— O que deu nele? – perguntou Ann em voz baixa, avistando Draco mais a frente.

— Quem sabe? – disse Gina.

 

Na frete da cabana de Hagrid, foram se aglomerando os alunos que participaram do Duelo de Prata.

— Minha nossa, quantos alunos! – disse Hagrid surpreso.

— Mas o inspetor vai dar um jeito de diminuir isso! – falou a voz esganiçada de Filch olhando maliciosamente para cada rosto a sua frente.

— Quem é o inspetor? – perguntou Hagrid.

— James Milan! – exclamou ele com grande admiração e excitação.

— Seja quem for, não deve ser alguém de bom grado, qualquer um que agrade Filch deve ser o pior dos seres. – falou Rony em voz baixa.

— Feito Dolores? – disse Hermione.

— Exatamente! – respondeu Harry sombrio.

— Bom, vamos indo. – disse Hagrid. – Venham! Me sigam! – disse ele em voz alta para que todos ouvisse. Os alunos foram seguindo-o por entre um pasto largo do lado contrário da floresta, caminharam por uns quinze minutos. Uma grande muralha de pedra estava ficando cada vez mais próxima, eram imensa e exibia uma grande imponência. Alguns alunos ficaram boquiabertos com tamanha grandeza, Hagrid caminhavam devagar a passos pesados a frente de todos. Um portão alto de ferro negro e fechado estava entreaberto, uma luz dourava saia pela porta. Hagrid parou. Uma mulher magricela de vestes cor de esmeralda, tinha mãos ossudas e pálidas, seus cabelos loiros cor de palha estavam presos numa longa trança, ao seu lado um homem de estatura baixa e vestes amareladas de chapéu torno segurava uma cesta com pergaminhos dentro.

— Senhora Wing. – cumprimentou Hagrid.

— Olá Hagrid! – disse a voz arrastada e alucinante da senhora. Os alunos se aglomeraram um ao lado do outro. Todos nas expectativas. – São esses os alunos? – perguntou.

— Sim, senhora!

— Mas são muitos! – exclamou o senhor baixinho.

— Bom, todos passaram não é mesmo. – disse Hagrid sorrindo.

— Mas acho que Milian vai diminuir isso. – falou a senhora Wing com um olhar maroto. – Meus caros alunos. – disse ela ao pegar a varinha e fazer um feitiço para que suas voz fina e arrastada pudesse ser escutada perfeitamente. – Atrás dessa porta é o local da arena onde vocês passaram por uma etapa da qual somente os preparados irão passar, aqueles que não estejam preparados que se retirem. O inspetor que espera por vocês lá dentro, passará para vocês os procedimentos de cada duelo. E repito: é preciso ter coragem. Aqui nesta cesta está os pergaminhos de uma inscrição de cada um, peguem e sigam os corredores indicados. – disse ao apontar para a cesta. – façam uma fila por favor!

Timidamente, os alunos formaram uma fila, cada um foi pegando um pergaminho pardo da cesta e se encaminhando para o grande portal. As grandes portas se abriram num ranger surdo.

— Vamos. – disse Harry.

— Vamos nos suicidar. – concluiu Rony com a voz tremula.

 

 

 

 

 

N/A: AHHHHHHHHHHHHHHH Tudo bem, tudo bem!!!

Demorou mais chegou!

Eu sei que vocês ficaram cansados de esperar, mas já ta aí e não precisam mais se preocupar.

 

Bom, para quem quiser a tradução da musica em japonês que eu coloquei nesse capitulo!

 

Nome da banda: Janne da arc

Música: Gekkouka

Tradução: Flor da Meia-noite

 

Eu vi rastros de você

Em uma triste flor que desabrocha

Muito embora eu ame a chuva,

Hoje parece tão fria.

Fraca, fugindo rapidamente, a flor balança na noite

Liberando apenas um suspiro, uma pétala de flor caída

Eu reúno fragmentos da lua, adorno um sonho e durmo

Mesmo se eu espalhar as areias do tempo

Eu sei que nunca poderei voltar àquele tempo

Eu olhei o céu repentinamente

Procurando por você novamente

Quantas noites levará antes

Que as lágrimas se tornem força?

As estações mudam. As florestas mancham-se

Os ventos tocam uma melodia. Pensamentos transbordam

Eu quero encontrá-la, minha amada

Eu quero tocá-la, é tão cruel

Mas não irá alcançá-la, eu não posso dizer

Essas coisas não se tornarão verdade, está tão longe.

Você não está mais aqui.

A flor sabe que irá morrer e será espalhada

Mas ainda vive em completa vitalidade e cor.

Eu reúno fragmentos da lua, adorno um sonho e durmo

Mesmo se eu espalhar as areias do tempo

Eu sei que nunca poderei voltar àquele tempo

Eu quero encontrá-la, minha amada

Eu quero tocá-la, é tão cruel

Mas não irá alcançá-la, eu não posso dizer

Essas coisas não se tornarão verdade, está tão longe.

Você não está mais aqui

 

 

 

 


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