Me Apaixonei sem Querer escrita por Daniele Avlis


Capítulo 18
Salve-me - Parte 5


Notas iniciais do capítulo

capidulo dividido em 5 partes
parte 5 (final do capitulo)



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Continuação...

       O vento daquela tardezinha vagava e varria os gramados de Hogwarts, teimava em levantar as saias das garotas que davam pulinhos mínimos e gritinhos histéricos profanando nomes contra a brisa. Alguns garotos estavam deitados no gramado aproveitando o dia de sol quente que há muito não se via. Estavam espalhados pelos gramados. Roland Welling estava com seus amigos aproveitando o sol daquela tarde fresca. A calmaria até assombrava.
       Longe do castelo, próximo a floresta. Havia um rapaz em pé, esperando alguém. Pacientemente. Ele virou-se devagar ao notar uma figura se aproximando. Sorriu malicioso mostrando sua face numa fúria contida.
       - Estou aqui. Vamos acabar com isso logo de uma vez.
       - Creio que se lembre porque está aqui.
       - Alguém me contou dos motivos de sua raiva.
       - Raiva?! – berrou Zabini com sua varinha em punho. Caminhou a passos pesados em direção a Draco que se manteve indiferente. – MEU PAI ESTÁ PRESO. ESTÃO TODOS LÁ! NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ HUMILHE MINHA FAMÍLIA PERANTE A COMUNIDADE BRUXA!
       - Sua família já está humilhada. – Zabini se empertigou mordendo os lábios ferozmente. – E A MINHA TAMBÉM! – urrou Draco. – SE QUER ME ATACAR, ME ATAQUE DE UMA VEZ! VAMOS! FAÇA ISSO E ACABAMOS COM ISSO. AGORA VOCÊ TEM SUA CHANCE. ESTAMOS LONGE DE TODOS!
       Zabini pareceu hesitar por alguns instantes.
       - CRUCIO! – urrou com toda ferocidade que tinha. Seus olhos esbugalhados quase saindo das orbitas, louco e possesso. Draco pulou para o lado.
       - ESTUPEFAÇA! – Zabini bateu com força numa árvore mais atrás. Correu para dentro da floresta.
       - ESTÁ COM MEDO DE ME ATACAR DE VERDADE?! – rosnou Zabini por entre as árvores. Draco o seguiu. – VAMOS MALFOY. VOCÊ É UM COMENSAL OU NÃO? OU É SÓ MAIS UM SUBORDINADO DE MERDA DE DUMBLEDORE?! – Zabini respirava ofegante. Olhando para trás a mediada que andava mais depressa. – IMPEDIMENTA! – berrou ao ver Draco passar a sua frente. Draco caiu pesadamente no chão.
       - CRUCIO! – o feitiço passou zumbindo pela orelha esquerda de Zabini que pulará par ao lado.
       - AVADA KEDA...!
       - PROTEGO HORRIBILIS! – Draco foi mais rápido. Por uma fração de segundos um jato esverdeado bateu ferozmente a sua frente numa espécie de escudo. Draco arregalou os olhos se levantando aos tropeços. Girando a varinha ferozmente em seu punho. Zabini estava descontrolado. Irreconhecível e visivelmente louco.
       Zabini fez alguns gestos com a varinha e a outra mão livre. Deu um risinho cínico do lado.
       - MOBILIARBUS! – gritou apontando para uma árvore próxima. Draco olhou rapidamente. As raízes da árvore começaram a se mover violentamente sendo arrancada do chão. - WINGARDIUM LEVIOSA! – berrou quando fez um gesto para jogar a árvore pra cima de Draco. Este se jogou no chão no momento em que a árvore passou raspando por sua cabeça.
       - IMPEDIMENTA! – urrou apontando sua varinha para Zabini indefeso. Este foi jogado violentamente em outra arvores. Draco se levantou de um salto e olhou a árvore ao chão. Caminhou pesadamente até o amigo. Mas este não estava mais no lugar onde ele o jogará. – EU NÃO QUERO MATAR VOCÊ, ZABINI! O QUE QUER QUE SEJA QUE EU TENHA DITO, SEI QUE NÃO POSSO VOLTAR ATRÁS! – o coração de Draco palpitava no peito violento. A respiração pesada do ar secava sua boca. Ele correu os olhos desesperados pela floresta atrás de alguma pista que fosse de seu amigo. Correu mais alguns passos. Sabia que poderia estar na mira dele a qualquer momento. Draco ergueu a varinha para o ar – Pericullum! – várias espécies de chispas avermelhadas foram lançadas ao céu. O que quer que acontecesse com os dois. Alguém viria o sinal e talvez chegasse ali, a tempo ou não. – Ann? – exclamou ele ao notar a garota sentada de lado, ela não o tinha visto e parece que nem havia notado o que estava acontecendo tão próximo dela.
       Ela se levantou calmamente enquanto passava as mãos ao rosto para limpar algumas lágrimas. E ao se virar viu Draco com a varinha na mão e todo descabelado. Ela franziu o cenho.
       - O que você esta fazendo aqui? – perguntou.
       - Eu que pergunto o que você está fazendo aqui!
       - IMPEDIMENTA! – uma voz urrou as costas de Draco o feitiço passou raspando pelo braço dele e chocou em Ann.
       - ANN! – Gritou Draco. Este olhou para trás. Zabini vinha caminhando e confuso para saber por que Draco havia gritado o nome de uma garota, foi quando seus olhos cariam sobre ela, estava caída no chão. Desacordada.
       - Eu... eu não.. eu... – balbuciava ele com as mãos a cabeça. Draco correu pra onde Ann estava. E a tomou nos braços.
       - ANN? ACORDA... ACORDA...
       - CALA A BOCA, DRACO! FOI POR CAUSA DELA QUE VOCÊ NOS TRAIU! – berrou Zabini retomando seu estado incontrolável. Draco se levantou.
       - Eu... não queria ter aceitado aquilo....
       - É tarde demais para pedir desculpas. – soou a voz sombria e fria de Zabini. Draco girou nos calcanhares apontando a varinha para Zabini.
       - CRUCIO...!
       - AVADA KEDAVRA!
       - PROTEGO HORRIBILIS!
       Rápido. Tinha que ser rápido. Os fleches de luzes das varinhas choraram os dois em cheio no peito. Bateram nas árvores e caíram desacordados. O silêncio tomou conta do lugar.

       Uma garota estava brincando com as ondas do lago quando no canto de seus olhos viu algumas luzes vermelhas subirem no ar. Ela olhou mais uma vez. 
       - Olhem! – disse alguém ao seu lado. – Sinal.
 Outras pessoas que estavam próximas viram e apontava. Chispas vermelhas nos céu.
       - O que está acontecendo? 
       - Tem alguém perdido?
       Cinco garotos da Grifinoria e dois da Lufa-lufa sacaram as varinhas e saíram correndo em busca do sinal. Algumas garotas que estavam com eles correram para dentro do castelo.
       Os garotos começaram a procurar.
       - Viu alguma coisa? – disse um lorinho da Lufa-lufa.
       - Achei algo! – gritou um moreno da Grifioria.
       - Uma árvore? É apenas uma árvore caída.
       - Não. Ela foi arrancada. – disse um da Lufa-lufa num ar intelectual. – Vamos, vasculhem. – TEM ALGUÉM AÍ?! – berrou chamando.
       - ALÔ?! TEM ALGUÉM PERDIDO?!
       - Vocês viam o sinal, não viram?
       - Claro que vimos... e CARAMBA! – exclamou um da Grifinoria. – RÁPIDO. Vai chamar o professor Snape, a professora Minerva, o que tiver no castelo! E rápido! – berrou. Um dos garotos da Grifinoria saiu desembestado e aos tropeços para fora da floresta.
       - Meu Deus... eles... eles... – disse um da Lufa-lufa.
       - Draco Malfoy e Blas Zabini. 
       - Eles tinham duelado ontem não?
       - TEM UMA GAROTA AQUI! – berrou um da Lufa-lufa. Os rapaz foram verificar.
       - Essa não é...
       - Theron! Ela é da minha casa!
       - Mas o que ela estava fazendo aqui? 
       Um dos garotos da Lufa-lufa se abaixou colocando a garota em seus braços.
       - Verifica o pulso dela! – disse um da Grifinoria rapidamente. O garoto pegou no pulso de Ann. Olhou para os companheiros.
       - Está fraco. Ela está desacordada.
       Dois deles foram rapidamente ao encontro de Draco e Zabini desacordados e fizeram a mesma coisa nos pulsos.
       - O pulso de Zabini está fraco também! E o do Malfoy?! – perguntou. O rapaz que estava tomando o pulso de Draco arregalou os olhos e logo se afastou do monitor.
       - O dele... o dele... – gaguejava o rapaz amedrontado. – Eu não senti o pulso dele, cara. Não senti! – ele se levantou aos tropeços. – ELE MORREU CARA! ELE MORREU!
       - CALA A BOCA! – rosnou o que estava com Ann nos braços. – Não fala asneira! Você não deve ter sentido direito. – Ele deixou a garota com cuidado no chão e correu para onde estava Draco tomando logo o seu pulso.
       - E aí?! 
       - Ele ainda está vivo? – o rapaz demorou em responder.
       - Se ele não for atendido logo... vai morrer. – ele se calou. Passado poucos minutos vieram alguns professores ao encontro deles. Rapidamente os professores improvisaram a volta dos três alunos graves para o castelo rapidamente. 

      A noite caíra e a luz da lua iluminava toda a Ala com sua luz cálida e prateada. O silêncio modorrento pairava no ar. Ann estava sentada na cama, os cabelos soltos lhe ocultavam o rosto na penumbra dos mesmos com a luz que adentrava a janela. Não tinha forçar para nada. Não via nada. Não escutava mais nada. Não escutou o que seus amigos disseram e passou o tempo todo em silêncio. Chorando em silêncio.
      Draco levantou-se levando a mão à cabeça. Resmungando algo para si irritado.
       - Filho da... – dizia ele. – Ele queria mesmo me matar! – rosnou ao se sentar na cama da Ala-hospitalar. Ele saltou da mesa se sentindo leve. Respirou pesadamente e caminhou pelo ambiente sombrio e hostil. Passou pela porta entreaberta da Ala a adjacente. Virou-se para olhar a Ala e viu Ann, sentada, de cabeça baixa. Ele foi até ela engolindo seco. Agora vinha tudo a sua memória. Como um estalo. Agora sabia perfeitamente quem era aquela garota que estava sentada ali.
       - Ann... eu... – ele começou. – Desculpe pelas palavras que eu te disse naquele dia. Que nós brigamos, me perdoe... eu não sei o que deu em mim... – ela começou a chorar ainda de cabeça baixa. – Por favor, me desculpe. – suplicou ele ao se aproximar. Ela levantou a cabeça e ele viu as lágrimas correrem pelo rosto da garota. Ela se deitou de lado agarrando o travesseiro, chorando. – Ann? – ele chamou de mancinho ao se aproximar dela e ficar na frente da garota, mas... – Ann! – chamou ele mais uma vez. – Não fique me evitando! Eu estou pedindo desculpas! Eu sei que sempre fui um grosso, mas estou pedindo desculpas. Me perdoe! – falou alto. Ele franziu o cenho. – Eu estou fazendo algo que não é do meu feitio fazer: pedir desculpas. E você ainda me ignora?! Ei! – brigou ele.
       Ann se sentou mais uma vez. Ele a acompanhou com os olhos. Ela desceu da cama e passou por ele como se ele não estivesse ali.
       - EI! – berrou. – Não me ignore!
 Ela caminhou levemente até a porta entreaberta das Alas. Ele a segui. Tocou na maçaneta penosamente como se esta estivesse queimando e respirou pesadamente de cabeça baixa. Apertou-a e empurrou a porta de leve. Ela levantou os olhos e caiu de joelhos no chão duro e frio do ambiente ao ver o corpo inerte de Draco, ainda trajando as vestes da Sonserina, deitado no leito. Ela chorou em silêncio tentando sufocar sua dor ao apoiar as mãos no chão frio. Draco ao seu lado, arregalou os olhos passou a passos largos e pesados até seu corpo inerte no leito.
       - O QUÊ?! – berrou em plenos pulmões. Ele virou-se para Ann e foi até a garota. Agachou-se a frente desta. – Não me vê... – murmurou ele assombrado. – Não me vê... ela não me vê... – sussurrou ao olhar para trás. – Não, não, não, não! – repetira ele desesperadamente levando a mão à cabeça ao se levantar exasperado. – NÃO! NÃO! NÃO! – gritou. 
       - Por quê?! – murmurou Ann com a voz embargada. Ele virou-se e abaixou-se a frente dela, mais uma vez. – Por quê...? – ela fungou. – Seu mentiroso, idiota...
       Draco colocará a mão a boca de braços cruzados como quem sufocava um choro.
       - Me deixou... – ela falou de um modo estático e arrastado. – Me deixou sozinha...
       - Não, não, não! Eu não deixei! Estou aqui! – falou ele como se quisesse chamar sua atenção. – Olhe para mim... – murmurou numa voz pastosa. – olhe pra mim...
       - Senhorita Theron! – exclamou uma voz atrás deles. Draco virou-se. Madame Pomfrey vinha com a varinha enfeitiçada com Lumus. – O que faz aqui? – perguntou. – Venha, venha comigo. – disse ao pegar no braço da garota. Esta levantou lentamente chorando baixinho. Draco seguiu as duas. Pomfrey a levou até a cama e Ann deitou-se. A enfermeira pegou um frasquinho com um líquido transparente de uma das prateleiras de vidro próxima e colocou numa pequena caneca. Levou apressadamente até Ann e a fez beber. – Tome isso, ficará melhor. Olhe, o senhor Malfoy esta somente em coma, pode acordar a qualquer momento. – disse a enfermeira tentando tranqüilizá-la. Ann ficou a fitá-la por alguns instante devolveu a caneca de volta e adormeceu logo em seguida. A passos pesados e devagar, Pomfrey voltou ao seu quarto. E Draco escutou a porta bater em seco. Ele ficou fitando o rosto pálido de Ann que dormia. Aproximou-se da garota levando a mão até o rosto dela e hesitou em acariciá-la. Fechou o punho, preferiu apenas olhá-la. Se aquilo era real e não apenas um sonho, se era real e não apenas um pesadelo, não queria ver sua mão atravessá-la como os fantasmas de Hogwarts faziam. Achou que realmente iria para o inferno e enlouqueceria de verdade. Procurou não entrar em desespero na situação em que se encontrava, tentou apenas não pensar em nada por enquanto; ficou ali, parado, apenas assistindo Ann dormir.


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Notas finais do capítulo

Draco, realmente enche o saco. "Ei, você!" , "Eu, menina!" XD~
Gina com a fala enrolada foi engraçado XD... tadinha dela e Ann rindo do nada uHAUhau xP~
Mas o que foi que aconteceu para ele perder a memória?

Demorou, mas chegou. Demorou pela minha falta de tempo... eu não estou conciliando muito bem tempo, estudos, trabalhos e lazer direito >.