Me Apaixonei sem Querer escrita por Daniele Avlis


Capítulo 13
Os planos da raposa - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Ultima parte do capitulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/2403/chapter/13

 

Draco já estava descendo um morrinho baixo tropeçando nas raízes altas da floresta com a varinha em punho. Sue coração batia rápido num compasso descontrolado, sua garganta seca juntamente com sua boca dificultava sua respiração. Ele olhou para os lados da mata, olhou para o céu da tarde, agora se pintando de cinza. Ele parou para respirar. Nervoso e irritado. Deu meia volta quando um raio prateado o atingiu no peito o fazendo voar alguns metros para trás.

Caiu no chão com um baque surdo. Massageando o peito, apertou a varinha entre os dedos, tentou levantar, mas não conseguiu. Tentou mais uma vez, cambaleando, escorou-se em uma arvore. Um homem andava a sua frente a passos lentos como de um animal cercando sua presa. Draco o reconheceu como Chanbers.

- Foi você quem me enviou a mensagem? - perguntou num tom sarcástico, Draco. O homem não respondeu. Draco olhou para os lados e viu que o homem não estava sozinho. - Hehehe... - riu irônico. - Estamos mais uma vez em reunião?

- Você sabia que temos uma autorização para matá-lo, senhor Malfoy? - disse a voz conhecida de Edward. Draco não riu e nem mesmo deu o gostinho de ficar assustado na frente deles.

- O que esta esperando? - perguntou ao encarar Edward. Um rubor de raiva passou pelo rosto de Edward e Draco viu que seu maxilar estalou.

- Não vamos matá-lo, você ainda serve, apesar de sua traição...

- Que comovente... - disse este irônico. Outro raio prateado saiu da varinha de Albert Chanbers acertando mais uma vez no peito de Draco. Antes que o garoto caísse no chão foi atingindo por mais um raio prateado pelas costas de outro comensal da morte fazendo com que o garoto caísse aos pés de Edward.

Edward se agachou olhando de cima para Draco, que este se rastejava na terra úmida de frio, enquanto Edward empurrava o garoto para baixo com a varinha sobre sua cabeça.

- Terá que voltar a fazer o que jurou fazer. Não poderá voltar a trás. - disse o homem pausadamente num tom gentil traiçoeiro.

- tec... - fez Draco. - Eu tomei uma decisão... - sua voz saiu embargada. Edward respirou fundo enquanto levantava Draco pelo colarinho das vestes. Draco sentiu-se sufocar por alguns instantes. Sendo obrigado a olhar para o céu cinza por entre as árvores.

- Vai voltar a fazer, nem que seja por mal. - rosnou Edward.

- Então que seja por mal. - vociferou Draco desafiando Edward com os olhos. O homem o jogou para o lado mal Draco caiu na terra já fora atingindo por mais dois ou três disparos de varinhas das quais ele mesmo nem contou. O garoto foi levantado pela varinha, sentindo seus pés flutuarem e se via a cima das cabeças das pessoas ali presentes, não teve como escapar. Estava sendo tratado como um objeto de tiro-ao-alvo de alguns Comensais da Morte. De quando em quando era jogado, amordaçado por feitiços de cordas, contras as árvores com toda a força.

Draco não teve a noção do tempo, já não distinguia bem as pessoas a sua volta, somente a dor que sentia lhe era companheira. Foi num baque no chão duro que ele sentiu de volta a realidade.

- Não se preocupe, senhor Malfoy, estes feitiços não são tão fortes assim. No mais passará por algumas noites com dores piores do que estas. Volte a fazer o deveria fazer, como jurou, e as dores irão passar. - riu Edward gentilmente num tom irônico.

Draco encarou o homem com um olhar de desprezo.

O garoto se escorava aos cambaleios numa árvore próxima, cuspia involuntariamente sangue dos lábios inchados. Suas vestes rasgadas, sujas de terra, pedaços de folhas de árvores, moribundo em alguns minutos. Ele se empertigou com toda a dor que sentia no corpo, segurando firme a varinha em mãos, pretendendo não usa-la por uma causa justa - esse era seu pensamento no momento -; olhou para o homem a sua frente com o mesmo olhar de antes, o mesmo olhar desafiador.

- Não voltou atrás. - vociferou.

- Vai voltar... ou ela morrer. - disse entre os dentes Edward. Draco arregalou os olhos. O homem levantou com graça sua varinha e apontou para o peito do garoto.

- Estupore! - urrou. Draco foi jogado como um boneco de pano para trás. Sentiu-se cair pesadamente, mais uma vez, ao chão e com a dor que sentia, mas uma para somar as outras, fechou os olhos por alguns momentos; abriu-os novamente, moveu-se com dificuldade e viu um vulto preto por trás das árvores, ele arregalou os olhos quieto, encarando o que via.

- O quê? - sussurrou Draco. - Welling? - disse num murmúrio. Roland Welling estava postado dentro da penumbra às árvores longe das vistas dos Comensais da Morte. Draco não conseguia identificar aquele olhar ao que lhe encarava. Mas jurou ter visto algo como satisfatório para aquele que o encarava num bom sentido.

 - Vamos. - ele ouviu de longe a voz de Edward e os possíveis estalos altos e ressonantes dos Comensais em aparatar. Draco virou-se para olhar os comensais indo embora. Virou-se novamente para Welling, este já não estava mais lá.

O silêncio tomou conta do lugar, o único som que quebrara aquilo era d vento chacoalhando as árvores. E o rapaz encarou aquele céu e o som das árvores.

           

- Onde você estava? - perguntou Vivian assim que viu Pansy entrar emburrada no dormitório feminino da Sonserina. A garota apenas jogou a mochila para o lado em cima da cama.

- Estava resolvendo algumas coisas. - disse ao começar a tirar os livros de dentro da mochila e os colocarem em cima da cama.

- Resolvendo o quê? - perguntou Vivian pausadamente olhando a garota de esgoelar. Pansy virou para amiga com uma expressão irritada no rosto.

- Você é virou para o outro lado. Não lhe interessa o que vou fazer ou não. Não lhe diz respeito. Se quiser me ajudar, aí já é outra história. - disse ao voltar-se para os livros. Sentou-se na cama e começou a organizá-los. - Agora, por favor, me deixe em paz que quero ler... - disse num tom de desdém. Vivian fechou a cara e saiu pesadamente.

Pansy bufou ao que Vivian fechou a porta num baque.

- Onde é que esta aquele texto... - disse ela para si mesma ao procurar pelos livros que pegou na biblioteca. - Hum... - fez ela vasculhando-os. - Ah! Foi no livro vermelho. - disse ao pegar um que estava em baixo de um preto. Abriu-o, pensativa olhou para a janela. - Será que ele foi para a floresta? - Pansy riu consigo mesma folheando o livro com ferocidade a procura do texto que estava escrevendo na biblioteca, enquanto sua mente pensava em Draco Malfoy e Roland Welling. - Ele deve ter ido... - disse. Ela parou. Olhou mais uma vez para a janela. - Daria tudo para ter visto...

- Pansy! - chamou uma voz atrás dela.

- Quê? - fez a garota ao voltar a folhear o livro. - Ai nossa! Esses livros da biblioteca deveriam ser vistoriados de vez em quando. Usam as páginas a bel prazer pra escrever qualquer besteira!

- Pansy! - chamou mais uma vez a garota.

- O que foi?! - rosnou esta.

- Draco chegou num estado deplorável e ta lá na sala de monitoria chefe! - Pansy arregalou os olhos com o livro em cima do colo.

- Pansy?! - chamou a garota mais uma vez. Esta não respondeu.

- Em estado deplorável, é? - disse a garota num tom sombrio e malicioso escondendo o sorriso da garota que a chamava.

- Sim, você não vai vê-lo? - Pansy demorou em responder. - Dizem por aí que ele brigou com Welling. Mas ele não chegou no mesmo estado que Malfoy, estava normal.

- Brigou com Welling? - disse rapidamente atônita. - Vou vê-lo. - respondeu. - É da sua conta se vou vê-lo ou não? - disse num tom autoritário ao se levantar e jogar o livro vermelho para o lado, aberto em cima de sua cama.

Kristin Lana andava absorta com alguns livros na mão ao lado de Victor pelo corredor quando se deparou com Roland Welling vindo à frente com um olhar baixo. Passou por eles sem dar alguma palavra. Victor olhou para Lana, e esta pareceu confusa.

- Welling! - chamou a garota, este levantou a mão sem responder nada seguindo seu caminho. Lana percebeu algumas folhas e raízes prezas as vestes do garoto.

- Aonde ele foi? - perguntou Victor. Lana deu os ombros. Foi quando duas garotas passaram aos cochichos perto dos dois.

-... Você viu?

-... vi sim! Ele passou voando pelo salão. Tava todo machucado. Parkinson já deve ter sido avisada, claro, ela não sai do pé dele... e será que a Theron sabe?

- O quê? - fez Lana. Esta olhou para Victor que deu os ombros também.

- Quem chegou todo machucado? - perguntou Victor sem muita emoção não sabendo se as duas garotas que passaram falaria.

- O Draco Malfoy, da Sonserina, Monitor Chefe de Hogwarts. Parece que brigou com alguém na floresta. - Lana olhou para os livros em mãos.

- Ok. - disse Victor agradecendo a resposta, este olhou para Lana, mas esta parecia que não o via.

- Será que...? - fez ela com uma voz horrorizada.

- Não. - fez Victor em tom incrédulo. - Não acho que Welling tenha brigado com Malfoy.

- Mas vi folhas nas vestes dele. Você viu!

- Não acho que eles tenham brigado. Talvez Welling tenha caído lá fora.

- Caído lá fora...? - repetiu a menina num tom zombeteiro. Victor rolou os olhos. - Vou procurar alguém... - disse ao colocar os livros na mão do garoto que a olhou interrogativo.

- Procurar quem?

- Alguém. Não interessa. - disse ao sair e deixá-lo sozinho.


Ann estava escrevendo uma carta de resposta a sua irmã, sentada à mesa da Grifinória, do salão quase vazio. Poucos alunos das quatro casas estavam ali. Uma sombra cobriu sua visão. Ann levantou o rosto.

- Lana? - exclamou a garota.

- Posso falar com você? - perguntou.

- C-claro... - gaguejou a garota ao recolher os livros que estava estudando e a carta. - Pode falar...

- Podemos ir andando? - Ann retirou uma mecha de seus cabelos compridos do rosto, demorando alguns minutos em responder.

- Esta bem. - respondeu por fim. Viu o sorriso mínimo no rosto de Kristin Lana. Ann achou aquilo muito estranho. As duas começaram a andar, Ann a olhava pelo canto dos olhos, se sentindo incomodada com a presença da ex-amiga.

- Ann... - disse Lana.

- Sim. - respondeu esta.

- Nós fomos amigas por alguns anos...

- Lana... olha não sei se...

- Não, não se preocupe, não vi falar da nossa antiga amizade. - corou-a Lana. - Já faz um tempinho que venho acompanhando o que acontece entre você e o Malfoy. - Ann parou.

- Me desculpe, mas...

- Sei que não tenho o direito de falar nada sobre vocês dois. Mas espero que me escute, por favor. - pediu a garota de forma sincera.

- Você sabe o quanto Roland Welling estudou e deve saber, mais do ninguém que Welling não veio aqui só por causa do Duelo de Prata.

- Como disse? - perguntou Ann sem entender.

- Escute, por favor, apenas escute. Eu suplico.

Ann a olhou de lado.

- Ta bom. - disse.

- Só posso dizer que... Roland pode fazer qualquer coisa contra Draco no duelo de prata. Mas não para participar. - Lana pareceu nervosa olhou para os lados. - Roland é um auror disfarçado.

- Ahhh... sinto muito Lana, há muito tempo já me disseram que você inventa histórias. E de histórias como essas de descobrir que é uma pessoa e depois vira outra eu já estou cheia! - exclamou Ann irritada.

- Ann! Escute, é verdade. Eu vi que Roland tinha saído do castelo.

- Saiu do castelo.

- Sim, e vi que ele deva ter andando pela floresta.

- Aqui na floresta proibida.

- Não! Ele saiu das terras de Hogwarts.

- Mas ninguém pode sair, a não ser para ir a Hogsmeade, mas isso quando temos permissão.

- Ann, para um auror isso é fácil. Se ele esta infiltrado aqui pode fazer qualquer coisa que esta liberado. - disse num tom irônico.

- E o que isso tem haver comigo e com... com Malfoy. - disse as ultimas palavras de firma penosa.

- Vou ter que repetir? - disse sarcasticamente num deboche. - É são somar um mais um. Você gosta do Draco Malfoy, mas parece que ter um orgulho ferino que não junta de uma vez vocês dois e Roland Welling é um auror contratado para matar Draco. O que me diz? - Ann teve das mais variadas expressões: ao ouvir Lana dizendo que ela gosta de Draco Malfoy seu rosto logo se ruborizou, mas esse rubor foi tomado por uma sombra assustada ao ouvir dizer que Roland Welling era um autor contratado para matar Draco.

- Isso não é verdade! - exclamou ela sem saber se Lana entenderia, pela primeira ou pela segunda hipótese.

- Acredite ou não. Draco chegou todo machucado da floresta e não foi nesta floresta e sim na outra. Juntando os dois, Roland também chegou de lá.

- Você não esta me dizendo que...?

- Que os dois possam ter duelado? Não... - suspirou Lana. - Olha eu posso ter sido uma pedra no seu sapato um tempo, posso ter sido uma pessoa ruim que não te compreendeu em alguma época, mas estou aqui pedindo que você abra os olhos. Se gosta do Malfoy vá lá agora e diga isso a ele. Ou poderá ser tarde demais.

- Ai! Pára, pára, pára com isso Lana! - exclamou Ann bufando. - Não quero mais ouvir nada!

- Ele esta na sala de Monitoria Chefe.

- Já chega! - berrou Ann. - Deixe-me em paz!

Lana levantou as mãos em inocência.

 - Ann... - disse Lana de mancinho. - Acho que suas amigas já te falaram isso... por favor, não se torne uma garota como eu. - Ann a encarou. Lana baixou os olhos. - Olhe pra mim. Sempre gostei do Roland e... ele nem olha pra mim... não quero que depois de um tempo... você fique como eu. - Ann suspirou longamente.

- Acho... - começou. - Acho que não tem mais nada entre mim e Malfoy.

- Como não?! - exclamou Lana. - Ann, escuta... - parou ao ver o olhar de censura da garota. - Eu não vou insistir. Mas se realmente não há nada entre vocês, ao menos coloque um ponto final.

- Não sei do que você esta falando. - disse ao deixar Lana.


Draco entrou na sala fechando a porta com violência. Cambaleou e se escorou em alguns móveis da sala meio escura as luzes de velas. As janelas já mostravam que a noite caíra. Foi até o banheiro, escorou as duas mãos na pia encardida, sentiu esta gelada sob suas mãos quentes. Abriu penosa e dolorosa, os movimentos que fez com os dedos da mão, para abrir a torneira e deixar a água fria tocar seus dedos. Pegou uma toalha branca, molhou uma ponta e a levou até os lábios inchados e cortados. Seus olhos fitaram o espelho enferrujado e sujo. Fitaram sua face pálida, com alguns arranhões. E as lembranças dos Comensais da Morte na floresta lhe vieram à mente, todos os eles, um por um. Todos os feitiços jogados contra ele. E as palavras de ameaça de Edward.

Deveria ter quebrado algo por dentro, estava quase difícil de respirar. Caminhou devagar pela sala, tirou o sobretudo sujo e o jogou em cima do sofá. Não agüentava mais tinha que ir a Ala-hospitalar mesmo arriscando a passar por um interrogatório. Diria que brigará com Roland Welling já que o mesmo estava lá. Draco Parou alguns centímetros da porta. "Estava lá..." pensou. "Por que ele estava lá?" "Como ele soube?"... "O que ele fará agora que sabe. Com certeza ele sabe e sabe de tudo. Me viu.".

O rapaz tentou dispensar os pensamentos da cabeça já que a dor no corpo latejava, tocou na maçaneta da porta e a abriu, mas antes de colocar um pé para fora da sala alguém esperava a porta.

- Pansy! - exclamou ele dolorosamente, fazendo um grande esforço para se manter em pé. - O que faz aqui? - perguntou no mesmo instante que a garota entrou e fechou a porta. Este olhou dela para a porta e desistiu de sair. Sentou no sofá dentro da sala e se acomodou ali.

- Fiquei preocupada. - disse numa fingida expressão desesperada. - Soube que você brigou na floresta. Minha nossa! Esta todo sujo!

- Obrigado por sua preocupação. - respondeu. - Mas não quero sua presença.

- Ora, Malfoy, sempre estive ao seu lado. Por favor, deixe-me cuidar de você. - disse ao se sentar ao lado do garoto acariciando seus cabelos.

- Já disse. - falou ele ao se levantar devagar. - Não quero sua presença.

- Draco. - disse ela num tom firme. - Você pensou, nessas férias, sobre sua decisão?

- Não quero falar sobre isso. - disse ao repousar suas mãos na mesa, de costa para a garota. O silêncio caiu sobre eles. Pansu levantou-se e foi até ele, tocando em seus ombros.

- Me disseram que você brigou com Welling, é verdade? - Draco se desvencilhou dos braços de Pansy.

- Não. - respondeu seco.

- Então, por que esta todo sujo?

- Isso não é da sua conta.

- Só quero ajudar! - exclamou ela em voz alta.

- Ajuda se sair da minha frente. - Pansy calou-se. Engolindo seco. Pensou em várias coisas para dizer, mas não disse. Olhou para Draco como se apreciasse a face do mesmo por algum tempo, talvez, pensou ela, "Talvez essa sua face não esteja mais olhando para mim dessa forma".

- Não sairei daqui sem ter uma resposta. - disse numa voz grave. Draco franziu o cenho.

- Como?

- Não sairei daqui sem ter a resposta. A resposta que você nos deve. Não pode nos trair assim.

- Quem é você para me obrigar?

- Tem que voltar!

- Eu não irei voltar, Parkinson! - rosnou ele. Pansy respirava fundo.

- Você me perguntou que eu sou? - disse ela pausadamente respirando fundo. - EU SOU A PESSOA QUE SEMPRE ESTEVE AO SEU LADO, MAS VOCÊ NUNCA OUSOU OLHAR PARA MIM COMO SEMPRE TE OLHEI! - berrou. - NUNCA! - gritou. Ela começou a chorar. - Nunca... nunca olhou para mim...

Draco baixou os olhos.

- Mas para ela. Para ela. Uma pessoa que nunca esteve ao seu lado, ela não existia! É só uma trouxa. Uma pessoa que deveria mor... - Pansy não soube se terminaria ou não as palavras que tanto desejava dizer sobre uma certa garota. Mas antes que pudesse, Draco voou pra cima dela. Pansy se viu do outro lado da sala, com Draco respirando bem em cima dela. Suas mãos frias estavam, uma agarrava seus cabelos por trás e a outra tampava a sua boca com ferocidade. Pansy só poderia arregalar os olhos e ver os olhos de Draco, alucinados como nunca havia visto antes.

- Nunca mais... - vociferou ele. - Nunca mais diga isso sobre Ann. - ao ouvir o nome de Ann, Pansy sentiu como se tivesse uma cobra dentro de si, remexendo-se de forma voraz. Queria bater nele, queria furar seus olhos, queria sacar a varia, procurar Ann e lhe causar a maior dor que poderia sentir na vida.

Draco a soltou. Pansy viu papeis espalhados no chão. Ela nem o tinha visto, ele simplesmente pulou sobre a mesa e nem o viu de tão rápido. Pansy chorou silenciosamente enquanto ouvia as respirações pesadas de Draco pela sala.

Ele socou a mesa, Pansy deu um pulo de susto. Ele bufava. Com raiva Draco jogou os últimos objetos que ficaram sobre a mesa no chão de uma só vez, enquanto Pansy apenas olhava aquilo tudo.

- Você traiu a todos nós. - disse Pansy depois de um tempo. - Seus entes queridos podem morrer por você trair o Lorde das Trevas.

- Cale a boca! - pediu ele.

- Você jurou ser um Comensal da Morte. Você é um deles! - falava mais alto Pansy provocativa.

- Fique quieta!

- Não tem como fugir, Draco. Você não é uma criança. Você é responsável pelas escolhas que toma.

- Cale a boca! - rosnou.

- Volte o que estava fazendo. Por que você é um comensal da Morte e deve isso a Você-Sabe-Quem! Deve isso a seus pais!

- Vai embora daqui! - berrou. Pansy enxugou as lágrimas de forma feroz. Deu uma ultima olhada em Draco e saiu pesadamente.

A garota abriu a porta com violência, seus olhos de fúria se arregalam de sustos que passa nos próximos segundos e uma expressão de malicia passa por seus lábios. Ann estava na sua frente, sua expressão incógnita mostrava um lado de desprezo e censura. Pansy da uma volta nos calcanhares para encarar um Draco transtornado e atônito com a presença de Ann. Pansy dar uma rizinho de deboche ao encarar pela ultima vez Ann e saiu dando seus passos de arrogância. Ann encarava Draco com um olhar frio ao qual o garoto não pode fugir. Respirando fundo como se tivesse corrido léguas ele a encarava.

- O que...

- Não vai mais para o duelo? - perguntou numa voz arrastada ao interromper o garoto que a olhou interrogativo. Ele sabia que pelo seu olhar, ela tinha escutado tudo.

- Não sei do que...

- Você disse que queria me enfrentar. - disse num tom indiferente e ameaçador.

- Eu não vou mais. - falou ao desfazer o contato visual, e virar de costas fingir que estava catando alguns papeis pelo chão. Draco se assustou com o baque da porta, virou-se rapidamente para ver se ela tinha ido embora, seu erro, encontrou um olhar mais furiosos do que estava.

- Achei que pelo menos uma vez na vida cumprisse com sua palavra. - Draco empertigou-se, respirou fundo.

- Pensou errado. - respondeu no mesmo tom.

- Então é assim?

- É assim.

- Vai ficar nesse joguinho sórdido? - ele a encarou com o mesmo olhar, se tinha que terminar de uma vez teria que ser ali mesmo.

- Você se faz a pergunta? Já se perguntou alguma vez sobre as minhas atitudes?!

- Me deixe falar...

- NÃO! AGORA SOU EU QUEM VAI FALAR! - começou a gritar.

- VOCÊ! SEMPRE VOCÊ! NUNCA PENSA NOS OUTROS! - gritou ela de volta envolta de um clima tenso.

- O QUE ME IMPORTA OS OUTROS?! - Draco respirava fundo.

- Eu não contei! Poderia ter muito bem contado sobre o que você está fazendo! Quantas vezes me sentir traindo os meus amigos por sua causa, para não te machucar! - Ann sentia as lágrimas brotarem de seus olhos, Draco olhou para os lados.

- Foi burra... - disse num murmurou. Ann franziu o cenho.

- O que disse? - perguntou num sussurro.

- Foi burra! - respondeu ele a encarando em alto e bom som. Ann o olhou atônita. - Deveria ter contado. - disse. - Mas acho que outra pessoa deve ter contado agora. - falou ele mais para si mesmo do que para ela.

- Você...

- Não me importo com os outros.

- Você é um demônio...

- NÃO ME INTERESSA OS OUTROS. ELES QUE MORRAM NESSA MALDITA GUERRA. SÓ ME INTERESSA OS MEUS MOTIVOS.

- VOCÊ É UM HIPÓCRITA!

- ISSO! EU SEMPRE FUI! VOCÊ TENTOU MUDAR A MINHA FACE. PARABÉNS, VOCÊ CONSEGUIU!

- O que...? O que...? - fez Ann sem entender.

- Garota ingênua... pobre menina... - ele disse. A encarou por alguns segundos e desviou o olhar quando as lágrimas estavam deixando sua vista turva, não queria que Ann visse aquilo, não sabia se chorava por ela ou se chorava pela dor que latejava. Dizer coisas que eram verdades, mas que ao mesmo tempo o machucavam. Virou de costas.

- Como pode fazer isso...? - perguntou ela depois de um tempo.

- Vai embora. - disse ele com frieza. Ann o olhou. - Vai embora. - repetiu com uma voz grave de ordem. - Siga um conselho: vá contar o que viu em Hogsmeade. Vai ser melhor para você, assim você sente menos peso. - ao se virar para encará-la após dizer meras palavras, Draco foi surpreendido ao ser esbofeteado no rosto. A mão de tão leve e delicada que o abraçava de forma tremula e tímida, agora ardia em sua face demonstrando desprezo e frustração. Com seu maxilar estalando, Draco permaneceu quieto, sem encarar os olhos de Ann.

- Você não sabe o que sinto. Todos a minha volta me diziam: "Dê uma chance a si mesma, escute o que ele tem a dizer". Pobre deles em pensar assim... Nem imagina o quão me sinto enojada por não ter contado. Eu tenho pena de você. - disse quase num sussurro de raiva, deixando as lágrimas correrem por sua face enfurecida. Enxugou as lágrimas com ferocidade, caminhou a passos pesados e abriu a porta com violência a deixando aberta. Draco virou-se rapidamente ao ver os ultimas passos da garota cruzarem a porta. Ann saiu correndo batendo em alguns alunos que estavam pelos corredores, alguns reclamaram, mas ela não os deu ouvidos. Correndo era como se o chão não estive aos seus pés, saiu do castelo para os jardins virgens da mata da floresta, longe dos olhares de curiosos e respirou fundo o ar frio, respirou como se nunca tivesse feio isso na vida, e caiu de joelhos na grama úmida. Chorou, chorou alto. Draco fechou a porta devagar, encostou-se a mesma e deslizou até o chão, com as mãos a cabeça ficando em silêncio.

E Pansy observava dos portões do castelo Ann no jardim da floresta, chorando.

- Chore agora, mais tarde, você irá gritar. - soou suas palavras temíveis.






------------------------------------------


N/A:


Draco levou um tapa na cara... ele não merecia isso!!!

Tadinho dele... fazendo tudo pra protege-la e ela nem sabe de nada....


Ohhh gente... não posso nem pedir desculpas né? Já pedi tanto ._.

Passei por umas barreiras nada fáceis e nem tive tanto tempo assim de terminar o capitulo. Mas consegui. Consegui um tempo de paz para poder fazer e dar a vocês.

Espero que gostem e um recado: CUIDADO COM A PANSY.

Ela ta armando e pode fazer um inferno na vida de várias pessoas!!!

Ela não vai dar mole para ninguém!


Até a próxima com as finalidades dos planos de Pansy

Off - Leiam a minha nova fanfic. E espero que gostem!

Nome: Heaven

Link: http://www.nyah.com.br/fanfiction/viewstory.php?sid=7054


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!