Será!? escrita por Mila


Capítulo 12
É certo o errado


Notas iniciais do capítulo

Oieee, meus amoreeees
Saudades.
Quero agradecer muito pelos reviews que recebi no capítulo anterior e por causa deles me apressei para terminar esse capítulo.
Fiquei em dúvida quanto ao título do capítulo. Depois vocês me falam se gostaram dele ou não.



Até lá em baixo!



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Mila Dragão calculou errado. Precisava de tempo. Uma viagem da Noruega à Namíbia, que era praticamente no outro polo do mundo, levaria em torno de oito horas... no mínimo!

Os Vespers já estavam na cola dela, e quando se diz cola é para você entender como "bem atrás". Por quanto tempo ela conseguiria se esconder, correr e lutar? Não mais que umas duas antes de ser pega por exaustão.

Por instinto, ela corria. O rio Níger ao seu lado mostrava ser mais forte e bem mais rápido do que ela, e isso a fazia desesperar ainda mais. Sentia-se como se não estivesse correndo realmente, como se fosse um sonho, como se o chão sob seus pés fosse feito de areia movediça. Mas apenas o chão sob os seus pés, o Vesper atrás dela parecia muito mais a vontade correndo.

Mila ergueu os pés do chão, como se marchasse e quando viu que era só uma sensação a de estar correndo sob lama, ela correu mais rápido. Sentia seu coração batendo em um ritmo descompassado e o chip em sua boca raspava contra seus dentes.

Ela olhou para trás.

Poucos passos, poucos passos...

Derrapou com os sapatos ao virar-se para fazer uma curva brusca. Desacelerou um pouco, tropeçou e só então voltou a correr novamente.

O Vesper fez a curva muito mais rápido que ela.

Mila pensou em voltar para a cidade, seria mais difícil despistá-lo quando algo estourou no chão ao seu lado. Ligeiramente viu o Vesper com uma arma em punhos. Conteve um palavrão e se fosse possível, acelerou ainda mais o passo.

Ele gritou alguma coisa que ela não pode compreender.

Ao chegar na cidade, ela sentiu uma onda de alívio. Uma multidão caminhava por essa rua da cidade. Uma feira!

Ela continuou correndo até conseguir se misturar a multidão.

Excusez-moi.– pediu em seu fraco francês. - Désolé! Licence... Désolé.

Lunettes de soleil! Casquettes, chapeaux... – falava um vendedor ambulante tentando vender seus produtos. Ele apareceu na frente de Mila de repente, impedindo a sua passagem. - Vous voulez quelque chose, ma fille?

Em primeiro momento ela não conseguiu entender nada do que ele falara para ela. O francês base e o barulho da multidão não ajudavam muito a entender o homem, mas não era difícil interpretá-lo. Era um vendedor... e estava falando com ela.

–Ahn... cette. - apontou para um óculos de sol retangular e depois para um boné azul marinho com algo escrito em francês que ela não teve tempo de traduzir. - cette aussi.

Com pressa, tirou as primeiros notas que sairam de sua bolsa e entregou para o homem.

Antes de correr ela teve tempo de ver seus olhos castanhos se arregalarem surpresos.

Ma fille! - ele gritou. - Et le changement?

Mila continuou se fundindo a muntidão enquanto vestia o boné e os óculos escuros.

Definitivamente, ela era algo notável ali no meio, se com o sol que fazia ela vestia roupas escuras e compridas já era definitivamente estranho para os moradores de Niamey, agora ela também vestia um boné e óculos de sol.

Por sorte, ninguém ficou olhando muito para ela, e ela pode continuar se escondendo por um tempo... até morrer de calor.

(tradução no final do capítulo)

*****

Treze horas.

Amy Cahill e Ian Kabra iam ficar presos no mesmo avião por treze horas! Eles mal se falavam e iam ter que aguentar ficar sentados juntos lado a lado no mesmo avião... Por treze horas!

Amy sentia estar perdendo tempo. Seus amigos tinham sido pegos pelo Vesper, e Mila provavelmente estava ferrada. Os Vesper estariam na cola dela, e Amy esperava que ela conseguisse tempo suficiente - treze horas - para que eles chegassem na Namíbia antes dela.

E que fosse mesmo a Namíbia. Amy nunca imaginara que tivesse tantos países começados com N no mundo inteiro e coincidentemente estarem todos em uma linha reta e passarem cada um por um trópico.

Ian olhou para o relógio de pulso. Havia se passado uma hora e poucos minutos. Ele abaixou o braço para que as horas não o deixassem nervoso, mas não adiantava. De cinco em cinco minutos ele espiava novamente o horário e seu pé batia mais nervosamente no chão do avião.

Aos poucos a angustia e a inqueitação foram se transformando em cansaço. Depois de tanto correr de um lugar para o outro no mundo eles finalmente tinham algumas horas para "respirarem fundo".

A cabeça de Amy pendeu para o lado. De olhos semiabertos, Ian percebeu que ela pendia para o seu lado. Lentamente, ela foi escorrengo, embalada num sono profundo e incapaz de controlar o próprio peso - até porque não estava conciente para isso - , deitou a cabeça no ombro de Ian e suspirou.

–Amy... - Ian murmurou, pouco ciente do que acontecia. - O que foi que eu fiz...?

Sua cabeça caiu em cima da dela, e eles dormiram por várias horas.

O sono faz coisas estranhas.

(N:A:// Gente, socorro, to perdendo a prática. Não sei mais escrever cenas românticas!)

*****

Encostada numa parede quente, Mila ofegava, tentando controlar a respiração e buscar mais energias de algum lugar de seu corpo, mas era difícil. Quantas horas tinham se passado? Uma? Duas? Poucos minutos? Ela não tinha ideia.

A roupa preta colava em seu corpo e o dispositivo de localização machucava sua gengiva, que sangrava. Mila virou-se para o lado e cuspiu o sangue, passou uma mão na testa para limpar o suor e desfez-se de suas botas de couro pretas.

Uma fumante, mais ao fundo no beco, surpreendeu-se com o ato dela. Não era tão burra quanto Mila pensava que fosse, saqueou suas botas imediatamente e saiu correndo para não ser pega.

Algo bateu no latão de lixo ao seu lado fazendo barulho. Um rato? Mila olhou para o lado e viu um objeto de ferro. Uma bala (N:A// Balas são de ferro?). Imediatamente, virou-se para o lado e correu o mais rápido que suas pernas cansadas conseguiam suportar.

Encontrou uma casa abandonada e entrou. Poeira e destroços de móveis antigos eram as únicas coisas que caracterizavam o visual do local, e o bolor era a principal característica do aroma. Andou tropeçando por entre alguns pedaços do que antes pudesse ter sido uma cama e adentrou em um quarto escuro. Poucos raios de sol entravam por entre os vãos das caixas de papelão mal empilhadas em um canto. Atrás delas, provavelmente, existia uma janela. E alguns ratos.

Mila não ligou.

Sua respiração não estava normal e suas pernas se pudessem gritar, chorariam de dor. Pelo menos, ali dentro, não estava tão quente. Curvou-se para frente e tossiu, expelindo sangue e ar empoeirado do corpo.

Isso a entregou.

Passos, que ela não tinha ouvido muito bem antes, andavam apressados pela casa a sua procura. Encostou de costas na parede e, o mais sorrateiramente possível, passou para o próximo quarto.

Então, algo chocou-se contra sua perna, e ela perdeu o equilíbrio, caindo de cara no chão. Procurou com o olhar o que a tinha derrubado. Uma tábua de madeira, tão empoeirada que ela identificou como a perna da cama que encontrou no primeiro cômodo. Em seguida, olhou mais para cima.

O atirador era um homem alto, corpulento, com um lenço cobrindo a boca. O lenço era grande para esconder metade de seu rosto, mas não conseguia esconder sua cicatriz. Daria um bom pirata se não fosse um Vesper.

Mila se virou, ainda deitada. Mais quatro pessoas estavam cercando-a. Uma delas empunhava uma arma. Não pensou mais em fugir. Enrolou o máximo que podia, agora já não podia mais.

–Pensou que fugiria para sempre? - zombou uma voz acima dela, melosa.

Mila fez um careta quando engoliu o próprio sangue.

–Onde estão seus amiguinhos? - a voz melosa tornou a perguntar. Mila não respondeu. - Você veio sozinha? Puxa, que espírito mais egocêntrico esse o seu. Bem, tanto faz, acharemos eles.

A mulher caminhou em torno dela.

–Hum... - fez.

–Vamos logo. - disse o homem com a bandana. Bandana? Mila não tinha conhecimento em tipos de lenço. Poderia ser um pancho, mas ela nem sequer sabia o que é isso. - Não temos o dia todo!

A mulher bufou e postou-se ao lado dele, em silêncio.

Um homem se agachou ao lado dela, uma pequena injeção mirava seu braço.

Em defesa própria ela deu uma cotovelada em seu agressor. Ele perdeu o equilíbrio e caiu de bunda na poeira.

Rapidamente, Mila se levantou. Teve certeza de ouvir sua perna gritando.

O homem a sua esquerda agarrou seu braço. Mila o chutou na perna. Os outros vieram ajudar. Seguraram-a até que ela não conseguisse mais se mexer. O homem com a seringa limpou a lateral da calça e ergueu a injeção na direção dela.

Sentiu a agulha furá-la e logo em seguida a soltaram.

Mila caiu no chão. Eles a soltaram, seriam o momento perfeito para fugir, mas ela caiu no chão. A princípio sentiu-se uma completa inútil, porém antes de sua visão dançar ela entendeu que era o efeito colaterál da injeção.

Sentiu seu corpo ser dominado por aquela substancia estranha. Com a visão girando, ela desejou que tudo desse certo. Mordeu o dispositivo com mais força, com medo de perdê-lo. Com medo de tirarem dela. Nada mais pareceu fazer sentido. As coisas foram sumindo aos poucos. Primeiro as formas, depois os sons, os cheiros, a dor na perna e na gengiva pareceu distante, um leve formigar, em seguida as cores sumiram, a artéria de seu pescoço pulsou alto e então tudo apagou.

*****

Atenção, passageiros. Aqui é a chefe das comissárias de bordo deste voo. O piloto encontrou problemas com a aeronava. Aterrisaremos na Alemanha para que vocês possam trocar de avião e seguir viajem normalmente para a Namíbia. A troca de aeronaves não terá custo adicional. Pedimos desculpas pelo transtorno. A Companhia Aérea...

Ian acordou um pouco confuso. Não conseguira captar toda a mensagem da comissária, mas ele tinha certeza que ela falara alguma coisa como sobre Alemanha e troca de avião. Enquanto ia entendendo o que tudo aquilo significava, ele se mexeu angustiado com as conclusões que sua mente ia tomando.

Amy se mexeu, bocejou e piscou os olhos. Demorou um segundo para perceber onde estava e em quem tinha dormido.

Corada e sem jeito, ela tirou a cabeça do ombro de Ian Kabra.

–Ahn, quanto... Quanto tempo se passou?

Ian observou o quanto ela ficava linda quando corada, mas não que horas são.

Confuso, ele explicou o que a comissária havia falado. O rosto de Amy perdeu a cor e ela exclamou:

–São eles! - depois abaixou o tom de voz, lembrando-se de que tinha muitas pessoas ao seu redor. - Ian, são os Vesper. Eles nos acharam!

Eles devem ter interferido no sinal do avião, para que o piloto pensasse que a aeronave estivesse com algum problema e fizesse um pouso de emergencia.

–Então vamos ter um grupo de recepção quando desembarcarmos. - Ian falou pensativo. - É Mila que está cumprindo com a tarefa de ser pega e levada até a base inimiga, nosso objetivo é outro. Temos que chegar na Namíbia antes dela.

–Não podemos perder mais tempo! - Amy sussurrou, mas mesmo assim o desespero era evidente em sua voz. -A viajem até a Namíbia já é longa demais!

Atenção, passageiros. Estaremos aterrisando na Alemanha dentro de poucos minutos. Peço que deixem os equipamento eletrônicos desligados, principalmente os celular, e voltem suas poltronas na posição vertical. Para fumar escolha os lugares adequados. Mais uma vez, agradecemos por escolher voar com nossa Companhia.

Os olhos de Amy se arregalaram. Não escondia mais o quanto sentia medo nem o quanto estava desesperada de que esse plano maluco não desse certo.

Ian segurou a mão dela para transmitir segurança.

Amy virou-se para olhar a aterrisagem da aeronave pela janelinha. Seu coração continuava disparado, e o chão ficava cada vez mais próximo. Sentiu mais medo do que quando fora sequestrada por aqueles dois Vesper do hotel, David Rosemore e Hnas Carter. Tudo parecia certo para dar errado, em poucas palavras, estava tudo errado, mas mesmo assim ela não soltou a mão de Ian.


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Notas finais do capítulo

Muahahahaha
Hahahaha
Gostaram? Odiaram? Querem me matar?
Acho que estou perdendo a prática em escrever cenas românticas. O que acharam desse capítulo ficou... bom as partezinhas "românticas".
******************
O google tradutor não é lá muito confiável, mas como eu não sei falar francês tive que pedir ajuda dele. As traduções que ele me trouxe são estas:
Excusez-moi. - Com licença
Désolé! Licence... Désolé. - Desculpa! Licença... Desculpa
Lunettes de soleil! Casquettes, chapeaux... - Óculos de sol! Bonés, chapéus...
Vous voulez quelque chose, ma fille? - Você quer alguma coisa, minha filha?
cette - este/isto
cette aussi. - este também/ isto também
Ma fille! - Minha filha!/ Moça! (google tradutor é ótimo em sinônimos, não é mesmo?)
Et le changement? - E o troco?
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Quero comentários, recomendações, favoritos... HAHAHAH. Caramba, estou pior que a Natalie!
~~Natalie: ei! ~~
*******************
Eu prometi que teria mais Amyan nesse cap e menos Mila, mas acabou ficando meio a meio. Próximo capítulo eu prometo que é beeeeeeeeeeem mais Amyan e menos Mila. Ela não será mais tão importante nos próximos capítulos.
Caramba, essa é a maior Nota Final da História!!!
Então vou terminar por aí.
Beijoooooooooos!
p.s. Li Um Resgate Impossível (já falei isso?) e como assim o livro acaba desse jeito e não tem o outro para eu ler ainda? É para eu ter um enfarte? A intenção é essa? Sou jovem demais para morrer!



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