Cruel Fairy Tale escrita por Talita Ribeiro, jamxx


Capítulo 8
Capítulo 7 - Temos um jantar importante hoje.


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempão eu apareço com um novo capítulo! Oh, eu devo tantas desculpas pela imensa demora. Porém, quem me acompanha sabe que os últimos meses não tem sido os melhores e tem sido de muitas perdas. O capítulo de hoje é especial, porque é minha retomada em CFT com uma nova visão e bem, este capítulo foi puxado para mim escrevê-lo. Espero que realmente gostem... Uma boa leitura *-*



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"19 de janeiro de 2012,

O quarto da Clínica do Dr. Carol é um pouco fora do comum pra mim, as cores dos quartos de sua clínica não continham somente o branco. Em especial no quarto onde estou agora, o quarto de Sam. As cores desse quarto são de um roxo muito claro, do qual a minha irmã mencionou o nome exato da cor em duas marcas de tintas famosas, mas não consigo me lembrar mais. Porém, o tom de roxo claro é como um calmante pra mim... Uma cor que combina com o semblante da Sam, suave, puro e calmo.

Pelo menos é calmo agora, enquanto ela está deitada em uma cama de lençóis brancos e com aparelhos pequenos, modernos e práticos, ao seu lado somente monitorando. Mesmo tão linda e serena preciso confessar que não vejo a hora dela acordar. Quero vê-la sorrir novamente ou ter o prazer de chegar em casa com ela a me esperar. Ou pelo menos ter a sensação boa de tê-la por perto. Mas nada é tão certo quanto o meu desejo de vê-la feliz.

Fitei os olhos fechados dela e tentei me lembrar da imensidão do azul de seus olhos. Ouvi a porta se abrindo, mas continuei a olhar para Sam... Talvez ela acordasse daqui a segundos e realmente quero ser a primeira pessoa vê-la acordada.

Escutei um limpar de garganta próximo e levantei meu olhar para a direção dele. Deparei-me com o enfermeiro encarregado de cuidar de Samantha, Paul Collin. Afinal, Paul a conhecia desde a faculdade e sempre é bom obter pessoas de confiança por perto.

– Algum procedimento médico a ser feito nela? Novamente? - Perguntei um pouco impaciente. Estava cansado de vê-la ser levada para fazer exames, exames e exames... Cansado por ela.

– Não... - Paul respondeu com um sorriso muito aberto e eu lhe fiz a melhor expressão de confundido que pude. Para minha surpresa, ele sorriu mais ainda e arrumou o jaleco branco.

– Então?

– Eu queria ver como a minha queridíssima esta e tal. - Ele me falou e eu assenti sorrindo. Paul realmente se preocupa com Samantha, e desde que ele chegou, eu posso deixá-la segura nesse quarto da clínica enquanto trabalho.

– E também avisar que tem uma madame querendo vê-la, mas como as visitas são restritas e você pediu pra...

– Minha mãe novamente? - Perguntei e me levantei imediatamente. Paul assentiu e passou as mãos pelos cabelos negros de forma impaciente.

– Eu falo com ela. - Disse rapidamente e me dirigi à porta. - Cuide da Sam, sim?!

– Pode deixar que eu fico com a gata. - Paul falou com um bico e se sentou ao lado de Sam.

Saí da sessão dos quartos hospitalares e encontrei minha mãe analisando as enfermeiras que conversavam perto da sala de emergência. Estamos em um tipo de recepção particular da Clínica, totalmente diferente da recepção do térreo. O lugar não tem muita gente, e somente alguns profissionais passam as pressas ou conversando depois de algum turno. E minha mãe, que mantinha um olhar crítico a todos ao redor e pareceu completamente sem paciência. Eu acho que ela está prestes a explodir e esfregar o nome dela dizendo "Eu sou Marissa Benson", como se fosse um cargo de rainha da qual todos tem que respeitar. A minha mãe está linda, como sempre, e com um expressão séria.

– O que faz aqui, mamãe? - Perguntei quando ela me abraçou.

– Eu vim ver sua nova namorada. - Ela falou com um pequeno sorriso nos lábios.

– Ela não é...

– Então porque está pagando para ela ficar aqui, querido? Se ela realmente foi somente uma garota da qual apareceu quase morta na sua porta... Bem... Mande-a para longe. Você já salvou a vida dela, não tem que fazer nada mais. Pare, por favor, com os seus atos de heroísmo. - Ela falou severamente e visivelmente farta.

– Não pretendo ficar longe dela.

– Eu a visitei ontem, querido. Ela é linda, realmente, mas, ela tem um cheiro repugnante...

– Como?

– Ela cheira problemas. Quando me refiro a problemas, não são problemas pequenos, ela vai chamar uma má atenção para nós. Eu sei que ela vai... - Marissa falou docemente e segurou o meu rosto com as palmas das mãos. 

– Mãe...

– Livre-se dela. Ou teremos que ter uma conversa amigável com ela. Creio que Meião ficaria feliz com isso! - Marissa falou com entusiasmo.

– Você não vai assustá-la como fez com Carly. - Falei irritado ao me lembrar do quanto minha mãe prejudicou a família da Carly.

– Eu nada sei dessa menina. - Minha mãe sorriu mais ainda. - Aliás, acho que não precisarei assustá-la assim. Fred, ela foi jogada no lixo... Boa coisa não é... Ainda acho que ela deve voltar ao lixo de onde veio! Estou te falando, ela veio de um ventre podre. E repito, querido, ela não é uma boa coisa...

– Ela não é como a senhora pensa...

– Ela é uma pessoa morta. - Ela falou rispidamente e se afastou de mim. Saiu andando para o corredor que leva as quartos.

– Porque quer vê-la? - Perguntei nervoso puxando minha mãe pelo braço. Ela em contrapartida me olhou com o cenho franzido.

– Caso você queria ressucitá-la como o príncipe encantado da Branca de neve, tenho que ser boa. Talvez a menina tenha salvação. Talvez eu tire nossa família de uma grande tragédia sem matar uma pessoa morta. Talvez eu fale com as pessoas certas... De qualquer forma, eu sempre sou boa... - Ela falou de forma calma e entrou no quarto em que Sam está."


Fechei a porta do meu quarto duas vezes e tranquei na chave. Com o celular no ouvido, fiz careta, isso é típico da minha mãe: começar a conversar comigo e depois pedir para que eu espere um pouco, me deixando na linha por mais de meia hora!

Deitei na cama e esperei que dessa vez ela não demorasse a retornar a falar comigo. Afinal, estou esperando porque o assunto é sério. Ela quer jantar com Samantha hoje e está estranhamente convidativa ao me perguntar se tudo que ela preparou vai estar como a Sam gosta. O que é estranho e intrigante, sem falar que ela convidou pessoas inesperadas. Bom, eu nunca imaginaria que Pamela Puckett e o Prefeito irão jantar conosco hoje a noite. Uma noite que deveria ser somente para apresentar Samantha oficialmente para minha família.

– Então... A sobremesa poderá ser aquela? Ou terei que falar para o Meião me mandar outra lista de especialistas em doces?- Ouvi a voz da minha mãe sendo completamente educada.

– Eu já disse que ela gostará de tudo. Agora, por favor, me responda: Porque Pamela Puckett estará nesse jantar?

– Ela é uma grande amiga.

– Nunca ouvi a senhora falar dela. E outra, se ela é grande amiga sua, então, porque diabos ela não assinou o contrato no banco do papai?

– Ela é uma grande amiga do passado. Uma amiga de antes de conhecer seu pai. E ela não assinou o contrato, pois não gostou de você. Querido, eu não sou obrigada a resolver o seu trabalho. - Ela me explicou e eu sorri desconfiado.

Minha mãe não costuma cultivar amizades antigas, antes dela ser rica, com exceção da mãe do Gibby, Samara Gibson. Mas fora a Sra. Gibson, nunca tive indícios de amizades tão antigas dela. Outro ponto é que Pamella Puckett foi a única cliente da qual não quis entrar para a empresa do papai e eu tentei bastante com projetos, apresentações, conversas coerentes e até mesmo oferecendo descontos que meu pai não aprovaria. Mas ela disse que não.

Simplesmente isso, um breve e ríspido: Não, obrigado.

Foram as únicas palavras que escutei dela em cinco reuniões que tive com ela. Pamela Puckett não é fácil.

– Arran, sei.

– Ela está interessada em conhecer Samantha também, pois eu disse a ela que você engatou em um romance com essa tal de Samantha. Oh. Ela ficou tão intrigada quanto eu com o nome e quando eu falei o sobrenome da menina do lixo, Pamela empalideceu. Foi adorável.

Quando minha mãe ficou sabendo de Sam, foi um alarme muito grande e tanto eu quanto Charlie ficamos ouvindo horrores de objeções. O pior foi o tom de voz suave dela, inalterável e gélida. O mais interessante foi que toda vez que se fala o nome da Sam, ela mantinha uma expressão de repugnância e surpresa.

– Não entendo. - Falei e franzi o cenho.

– Nem eu querido, mas não importa. Pâmela agora é noiva do prefeito e achei conveniente reatar nossa boa amizade.

– Isso é sua cara, mãe... Fazer amizades por conveniência. - Resmunguei. - Mas pensei que o jantar seria somente para nós, não um jantar de negócios.

– Querido, querido... Sempre é um jantar de negócios. Somente nós ou com outras pessoas. Pâmela é um negócio coerente, você deveria saber, pois até seu pai a quer... No banco dele.

– Jantar de negócios?! Argh...

– Não se atrase com a adorável menina do lixo, espero que ela esteja radiante e me decepcionarei se vocês não comparecerem. Oh. Você deve saber que me decepcionar não será agradável para a garota...

– Estaremos aí, mãe. Sem ameaças, por favor. Ah, não se esqueça do que me prometeu.

– Não irei esquecer. Tchau querido!

– Tchau...

Desliguei o celular e me levantei rapidamente. Na sala estão Sam e Charlie, conversando sobre algumas pessoas sobre o meu passado e consequentemente, do passado de Charlie. Ou até mesmo sobre as pessoas do nosso presente, como Kalienne e Gibby, que Sam ainda não conhece.

Eu concordei em mostrar uma foto de Liz, porém não mostraria a Liz manipuladora, egoísta e calculista, que conheci dois anos atrás. Não. Eu vou

(Nota da Jaqs: Esse pequeno flashback está em terceira pessoa porque eu achei conveniente assim. Simples. Oks?! Oks.)

"- Sinto muito pelo Fred. - Liz falou com desdém e sorriu de forma meiga para a menina em sua frente.

– Ele disse isso mesmo? - Charlie perguntou em um fio de voz. Em suas mãos estavam uma foto que a amiga lhe trouxe antes de iniciar a conversa perturbadora sobre as mudanças do irmão, principalmente no último mês.

Na foto estão ela, muito pequenina, em um balanço improvisado, Liz encontada em uma grande árvore e Fred ao lado da loira com um sorriso abobalhado. Charlie olhou para aquela foto e entendeu que o passado se foi. Ela cresceu. Fred está namorando e a esqueceu, porque bem, Charlie cresceu. Isso a irritou. Não é porque eu cresci centímetros que não precisarei dele, droga, pensou a menina morena com angústia.

– Sim... Ele não vai te levar para a Califórnia. Ele vai com a Carly... - Liz forçou uma voz melancólica.

A menina morena de quatorze anos se permitiu chorar com aquela afirmação. Ela e o irmão tinham um ritual anual de viajarem juntos, e sozinhos, pelo menos uma vez ao ano. Esse ritual acontece desde qu ela completou onze anos. Mas tudo mudou desde que ele se apaixonou por Carly Shay. Tudo mudou na cabeça dela e nas situações que Liz criava.

Fazia quatro meses que Liz tinha voltado para Seattle e desde sua volta o relacionamento entre Fred e Charlie estava quebrado. Mas, Liz é assim: ela gosta de ser um lobo disfarçado de ovelha pura. Ela simplesmente se agarrou a primeira oportunidade de ser o braço direito de Marissa Benson e tomar o lugar de Charlie. Oh. Sim. Liz quer entrar para a rede de televisão The Queen's World e ela não deseja entrar para varrer o chão... Não.. Ela deseja ser a vice-presidente e ter total poder sobre a rede de tv. Mas, havia um problema: Charlie. Marissa quer que a filha tome seu lugar assim que se formar, e Charlie já está bem na frente da maioria dos adolescentes de sua idade. Ela está dois anos na frente e Marissa toma o tempo livre da filha para ensiná-la sobre a rede de televisão.

E Liz estava focada nisso, já que ela percebeu que Marissa não observava seus talentos. Bom, a loba, Liz, destruiria e arruinaria ainda mais a relação de Marissa com Charlie. Infelizmente para isso precisaria quebrar também o porto seguro da menina de quatorze anos, ou seja, seu irmão mais velho.

Com os poucos meses instalada na mansão dos Benson, Liz conseguiu quebrar a relação de mãe e filha do seu alvo. Porém, não ficou contente ao ver que Charlie ainda tentava e conseguia aos poucos a atenção da mãe novamente. Tudo pelos malditos conselhos de Freddie. Então, Liz passou a trabalhar na irmandade. Onde teve certeza que conseguiria a vitória... Afinal, ela é a Liz... Amiga e primeiro amor de Fred. É a Liz companheira de Charlie e ainda a Liz adorada de Marissa e Joseph Benson. Ela é a Liz que tem todos nas mãos e que tem boas jogadas. Não haveria nada que ela não conseguisse.

Charlie fungou pela quinta vez e encarou o lugar. Estavam no quarto do irmão, não o da casa da piscina e sim o quarto dentro da mansão. Arrumado, é claro, pois sua mãe nunca deixaria o quarto bagunçado. Este quarto é totalmente diferente do que Fred possuía na casa da piscina. Ele era branco demais e sem identidade nenhuma. Não havia medalhas ou itens pessoais que formavam seu caráter. Não havia nada disso. Somente o branco pálido, gélido e sem vida das paredes largas do quarto.

Liz tirou de um frigobar duas garrafas de absolut vodka e entregou uma das garrafas para a menina. Obviamente, Charlie a olhou de modo estranho. A loira sorriu largamente e pegou um grande copo de plástico.

– Eu sei que você bebeu naquela festinha de sábado... - Liz começou calmamente e encheu o copo. - Então acho que aguentaria isso... Se é que quer esquecer...

– Esquecer?

– Seu irmão te trocou. Primeiro ele se esqueceu de assistir sua apresentação de balé, pois estava no cinema com a Carly. Depois ele contou para seu pai sobre aquele garoto. Em terceiro ele passou o sábado livre com a Carly novamente e esqueceu que já fazem cinco sábados que vocês não comem pizza juntos...

– Pare. - Charlie ordenou com raiva. A menina limpou as lágrimas do rosto e arrancou das mãos de Liz, o copo cheio.

– Você não precisa dele...

– Eu sei. - Ela disse com um sorriso pequeno e triste. - Você não vai me abandonar também, vai?

– Nunca. - Liz falou baixinho e pegou a mão de Charlie apertando levemente seus dedos. - Sou sua companheira, lembra?

– Sempre. - Charlie fala baixinho e com excesso de carinho. Liz olha para o copo de plástico e retorna a olhar para a morena. Charlie entende que ela deve beber, porque será bom...

A menina tomou um gole grande da bebida forte e Liz sorriu satisfeita.

Estaria feito uma parte grande de seu plano.

Eram duas garrafas, não somente com a bebida. E Liz sabia. Ela preparou as bebibas.

Estava feito. E horas depois a Charllote Benson estava na unidade hospitalar do Dr. Albert Carol. Em coma alcoólico e com suspeita de ter usado drogas. E isso arruinaria de vez a relação de Charllote com os pais, afinal, era a palavra de uma adolescente inconsequente contra a palavra de Liz. Sim, a palavra de Liz naquela casa valia ouro, pois ela é a menina de ouro da família Benson a muito tempo. Santa, pura e companheira. Pela menos o que ela aparentava a todos."

Charlie estava olhando estranhamente para aquela foto, talvez estivesse olhando para si quando era pequena. Eu realmente não sei, mas parece que a cada segundo ela fecha mais a expressão do rosto. Ao contrário de Sam que mantém um pequeno sorriso nos lábios e se vê interessada na foto.

– Feliz? - Perguntei para Sam e ela me olhou.

– Não. Mas satisfeita... Então essa é a tal Liz? - Sam perguntou e Charlie assentiu com uma careta. Eu entendi o porquê, porém a Sam deve ter ficado confusa.

Faz três dias que ela saiu do hospital e foi muito difícil para segurá-la em casa, pois ela queria logo viajar para Las Vegas. Até hoje, pelo menos, ela não conseguiu se comunicar com seus irmãos e isso a fez ficar mais paranóica. Ainda bem que com a ajuda do Doutor Carol e do Paul, eu pude conseguir convencê-la a ficar esses três dias descansando. De fato, eu me preocupo imensamente com a saúde dela.

Comprei um celular para Sam, ontem, e ela foi resistente em aceitar até escutar meus argumentos. Eu aleguei que meu celular não está disponível a cada minuto que ela precisar tentar ligar novamente para os irmãos ou para o Paul, e também que seria coerente ela ter o próprio celular para o bem dela. Como caso ela se perdesse em Las Vegas ou tivesse problemas, qualquer que fosse, poderia ligar para mim ou para Charlie.

Sam é teimosa, mas acabou aceitando o Galaxy S3. Afinal, ou ela aceitava ou não iríamos viajar pela manhã para Las Vegas. Uma novidade da qual ela não gostou e lá estava eu e meus argumentos novamente sobre ela ter que trabalhar para viajar e se manter lá demorando assim para reencontrar os irmãos dela ou aceitar a minha boa ajuda. Ela reconsiderou e esse foi um dos motivos dela aceitar o Galaxy S3. Mas, ainda assim como um empréstimo de tempo indeterminado.

Também fora uma grande novidade o fato da minha mãe ter feito um convite formal para conhecer Samantha, pois nada tira da cabeça dela que eu estou namorando a Sam. Tive que citar para Sam é que um convite para um jantar da minha mãe é uma convocação sem saída. Teríamos que ir. Melhor assim do que ela vir ao apartamento e analisar Sam de pijamas, cabelos em um coque bagunçado e rosto lavado. Não que Sam não ficasse bonita assim, ao contrário, ela sempre é linda, quando acaba de se levantar pela manhã tem um ar mais atraente do que o normal. Mas acho que não seria o tipo de coisa que a minha mãe acharia.

– Temos um jantar importante hoje. - Falei casualmente.

– Como assim?! - Charlie perguntou e me fitou, enquanto rasgava a foto nas mãos dela.

– Você...

– Essa é uma péssima foto para se guardar. Apenas isso. - Minha irmã falou tentando manter a calma e jogou os pedaços da foto na caixa pequena, me interrompendo.

– Mas... - Fiz menção de falar.

– Que jantar importante? - Charlie perguntou me cortando. Eu entendi. Nada sobre falar de Liz, nem mesmo o tempo em que ela foi minha boa Liz.

– O jantar com a mãe, Charlie. Esqueceu?!

Ela fez expressão de paisagem e fitou Sam.

– Ela não pode ir assim.

– Claro que não vou de moletom... - Sam resmungou e Charlie riu.

– Não de moletom, mas nenhuma roupa que você tem vai agradar a mamãe. - Charlie falou. - Terá que usar um vestido de marca e sofisticado, pelo menos para passar na porta da mansão.

Sam estalou a língua e revirou os olhos ao perceber o que estaria por vim. Eu sorri com isso.

– Precisa mesmo de toda essa frescura? - Sam perguntou me observando.

– Ela conseguiu com que eu tire uma "folga prolongada" com meu trabalho com meu pai. - Eu falei e Sam se acomodou no sofá. - Em troca te convenceria de jantar com eles.

– Ou isso ou ela convenceria papai de despedir Fred. - Charlie falou baixinho e eu joguei uma almofada nela.

– Qual é, Charlie. Falei que não era pra mencionar isso. - Charlie riu de mim e se virou para Sam.

– É sério, Fred? - Eu assenti receoso e me olhou inexpressiva. - Então sua mãe é pior do que a Charlie falou ou do que eu pensei...

– É porque ela está pensando o que não é verdade. - Fred falou.

– Pensando em que? - Perguntou Sam novamente e arqueou a sobrancelha direita.

– Ela acha que... - Eu não pude terminar de responder, pois a voz estridente de Charlie me cortou rapidamente. Eu a encarei em desaprovação.

– Marissa acha que você é a nova namorada dele. - Charlie falou divertida e relaxou, se esquecendo das lembranças da caixa. Me arrumei no sofá, isso é realmente um assunto desconfortável. - E quer analisá-la mais profundamente. Típico da mamãe.

–Me analisar? Ela já não me viu no hospital?

– É diferente. Ela te viu dormindo e tal. Quero ver quando ela vê-la assim, falando, andando e agindo... - Fred disse. - Tudo é bom e perfeito enquanto não conhecem a minha mãe. Como eu disse antes, a Carly fora a única que não recuou. Você poderá me odiar quando conhecê-la.

Charlie sorriu para Sam e ela revirou os olhos. Escondi um sorriso.

– Temos que sair e comprar algo para ela usar. - Charlie falou rapidamente.

– Você pode me emprestar, não?! - Sam perguntou um pouco preocupada. - Fred tem gastado muito comigo... E eu ainda tenho que pagá-lo! Não quero buscar mais gastos inúteis!

– Não há o que pagar. Acredite, dinheiro não é problema para ele. - Charlie falou rapidamente e sorriu para a loira.

– Mesmo assim, não quero abusar dele.

– Ouvi Paul dizer ontem que você deveria abusar e muito de mim... - Sam revirou os olhos novamente, mas suas bochechas coraram e eu sorri em resposta.

– Não foi isso que Paul quis dizer... - Charlie falou rapidamente e se levantou, indo para longe de nós dois. - Paul quis dizer que ela deveria abusar de você, já que você não faz nada com a Sam e tal.

Tanto eu como a Puckett encaramos Charlie.

– Não dê ouvidos, Fred. - Sam falou finalmente e percebi que ela poderia estar envergonhada.

– Quer dizer que eu deveria fazer algo? - Perguntei com um sorriso largo nos lábios.

– Lógico!

– Charlie! - Sam repreendeu minha irmã e eu dei risada.

A campainha tocou e eu avisei as meninas que provavelmente era Spencer. Abri a porta e deixei Spencer entrar para depois fechar, abrir e fechar novamente.

– Como vão as minhas garotas?

– Muito bem, Spen. - Charlie falou com um sorriso maroto.

– Spen? - Perguntou meu amigo com expressão confusa que depois de segundos se suavizou, como se estivesse entendido. - Paul que me chamou assim naquele dia da pizzaria...

– Pizzaria?! Vocês foram comer pizza enquanto eu estava inconsciente? - Perguntou Sam indignada.

– CLARO! Pizza é pizza, independente dos acontecimentos do dia!- Spencer falou alto e como se fosse óbvio. Ele colocou a mão na cintura. Todos riram...

– Charlie, você chama um táxi e vai com a Sam comprar o vestido. Está certo? - Falei mudando de assunto, não quero chegar atrasado ao meu compromisso.

– Aonde você vai? - Sam perguntou me fitando e se levantou do sofá.

– Eu te falei hoje cedo... Eu e o Spencer vamos pegar o Gibby no aeroporto. - Expliquei e ela sorriu tristemente. Eu não entendi o porquê, mas não pareceu aquele sorriso espontâneo próprio dela.

– Eu tinha esquecido...

– Então eu e Sam vamos com o Adam visitar o Elijah Robbs...

– Quem é Elijah? - Sam perguntou e fitou minha irmã.

– Nosso estilista.

– Pensei que iríamos ao Shopping... - Sam falou e Charlie começou a rir. É claro que o jantar da minha mãe não seria apenas um jantar...

___

– Oh meu Deus! Gibby como conseguiu engordar mais ainda?! Seu porco... - Spencer foi o primeiro abraçar nosso amigo. Gibby riu e assim que se livrou de Spencer, veio em minha direção. Me abraçou dando tapas amigáveis nas minhas costas.

– Aê Gibby, como foi no torneio?! - Perguntei e ele sorriu largamente.

Gibby pegou da mochila preta uma medalha grande de prata, como se demonstrasse como foi no torneio.

– Prata? Pô, Gibbbeeeey, pensei que você voltaria com ouro. - Resmungou Spencer divertido e Gibby socou o braço de Spencer.

Começamos a caminhar para o estacionamento, Spencer levando uma mala grande e Gibby somente com a mochila.

– As italianas são gatas demais... Pegáveis demais... Fáceis demais...- Gibby falou com um sorriso amador de galanteador. Eu ri.

Gibby é meu amigo desde que eu me entendo por gente, ele também fora amigo de Liz e até hoje não sei por que ele nunca a elogiava como eu fazia. É. Gibby sempre foi o mais pegador e o mais adorado pelas meninas, no começo da adolescência e até na nossa infância. Nunca me falavam que eu era fofo demais, mas Gibby sempre foi o fofo demais. Até naquela fase em que meninas não gostam de meninos. Ou seja, esse é o natural de Gibby: contar sobre as deusas que pegou.

– Essa Clara fez isso?! - Spencer perguntou divertido. - Ah, Clara boa, hein...

– A Clara não era clara mesmo, ela é mulata. Uma doce e boa mulata, com sonhos interessantes. Acredita que ela quer ser domadora de leões?

– Eu não sei como você consegue guardar tanta informação sobre essas mulheres, Gibby. - Comentei atento no trânsito.

– Eu gosto saber das minhas deusas, eu já disse, não é somente sexo.

– Mas você as deixa no dia seguinte...

– É consequência! - Gibby se defendeu. - Elas são maravilhosas por no máximo seis dias, depois viram um fardo... De deusas passam a ser bruxas que pegam no pé e querem saber a que horas você quer voltar...

Eu ri junto com o Spencer.

– E você, Fred? - Gibby perguntou com um tom animado. Paramos em um sinal.

–Eu o que?

– Você e sua deusa de cabelos dourados...

– Porque todos pensam ou acham que temos algo? - Perguntei nervoso e Gibby deu uma risada em resposta.

– Qual é, eu a vi por fotos... Ela é linda... Então eu pensei que você poderia estar finalmente superando a Sh...

– Você mais do que ninguém deveria saber que eu não estou aberto para nada... - Falei irritado.

– Faz dois anos, Fred. - Spencer falou sério.

– Eu sei. Mas ainda não me parece real... - Falei e tentei dar total atenção as ruas, enquanto dirigia.

– Você viu o vídeo, cara. Você a viu morta...

– Não teve corpo. - Falei rispidamente e senti um clima tenso. Comecei a contar em pensamento somente números pares.

Ficamos em silêncio por vários minutos.

– Se você não está interessado... Eu estou. - Gibby falou novamente. - Não se importa, não é?

– Não. Mas acho que ela não está com cabeça com isso. - Falei irritado. Gibby e Sam. Pra mim esses nomes juntos não combinam.

– Eu gosto de deusas e elas duram somente por noites... Não pra sempre... - Gibby falou como se fosse óbvio que queria a Sam por apenas uma noite. Ou duas. Ou como ele mesmo disse, no máximo seis noites. Coisa que me tirou do sério, mas permaneci calado.

Eu não vou deixar isso acontecer. Não mesmo.

____

– Você está realmente muito linda. - Falei ao olhar Sam na entrada do portão da casa dos meus pais. Ela estava mais linda que o normal, com os cabelos naturalmente cacheados nas pontas que desciam como cascatas sobre os ombros nus e davam ênfase no colar com um pingente de perola, delicado e bonito como ela. Sam usava um vestido tomara que caia, curto na frente e longo atrás, estilo mullet. O vestido é azul perolado com detalhes dourados e bem emoldurado no corpo dela. Não ficou muito curto na frente, o comprimento ficou acima do joelho e ainda assim deu a ela um ar sensual, romântico e também misterioso. Seus lábios parecem mais cheios, culpei o gloss rosa que ela usa. Os olhos dela parecem mais intensos, por conta da maquiagem. Em um todo, ela está linda. Completamente uma deusa, como diria Gibby.

Sam olhou para baixo e mexeu no vestido, voltou o olhar para mim sorrindo.

– Esse vestido custou muito caro, Fred. Se estou o vestindo agora foi porque consegui um desconto de quinze por cento com o Elijah! Mesmo assim, foi um vestido muito caro. Muito mesmo. - Sam falou ainda com um sorriso grande e me olhava com intensidade.

Eu não o que há, mas desde que Sam acordou do coma ela está completamente diferente. Principalmente com seu jeito, por algum motivo, ela anda se contendo e não falando mais como antes... Como se estivesse tentando ser menos a Sam que eu conheci. Completamente estranho e intenso, pois eu posso sentir seu olhar mais definido. Diferente de antes, que era um tanto confuso.

– Valeu à pena, custando o que deve ter custado. - Comentei analisando mais uma vez o vestido! Realmente uma boa escolha.

– Engraçadinho! Eu não me sinto bem com você me pagando essas coisas, chega. Saiba que vou lhe pagar por este vestido também. - Eu a olhei com desaprovação e ela sorriu, quase docemente.

Eu ri dela. Como se fosse me deixar pobre comprar algumas coisas para ela. Olhei um pouco distante a minha irmã se despedindo de Adam, que não foi autorizado a entrar no condomínio extra particular. Eu vim pegá-los na porta do condomínio, é claro.

– Hey Maninho! - Charlie se aproximou com um sorriso pequeno e deu uma volta para mim analisá-la. Sorri e observei o vestido branco com tule.

– Está linda também... - Comentei e Charlie me abraçou.

– Eu sei. Sempre estou linda. - Ela falou baixo e eu ri.

Partimos para uma caminhada pela rua central do condomínio de luxo, aqui tem em torno de seis mansões. O terreno é realmente enorme para somente seis moradias, mas é a vida em que outras pessoas da elite levam junto com os meus pais.

– Nossa, aqui é enorme. - Comentou Sam e eu assenti.

– Eu não acho grande assim... - Charlie falou baixo e se tornou pensativa.

– Quem mora aqui?

– Oh. Três das famílias que moram aqui viajam mais do que ficam realmente aqui. - Charlie comentou. - Eu nunca vi os Harper's, por exemplo.

– As outras duas famílias são como a minha, ocupada e sempre fazendo eventos espetaculares. - Falei complementando Charlie.

– Oh. - Sam exclamou quando chegamos na entrada da mansão.

– Bem vinda à maior mansão desse condomínio. - Charlie falou com orgulho e se pôs a andar rápido, nos deixando alguns passos atrás.

– Então. O que eu deveria fazer para acabar com isso logo? - Sam perguntou me fitando.

– Ricos são chatos. Apenas concorde, sorria falsamente e levante o dedinho mindinho ao tomar o chá antes do jantar.

– Levantar o dedinho mindinho? Sério?

– Não, né. - Falei e parei de andar, automaticamente ela também parou ficando na minha frente.

Ficamos dois minutos em silêncio e ela me pareceu bastante pensativa.

– Você não precisa ir para Las Vegas comigo. - Sam falou rapidamente e sem jeito. Franzi o cenho com a mudança de assunto.

– Claro que preciso. Faz tempo que não vou lá...

– Fred!

– Eu não vou te deixar no meio do caminho. Eu prometi ajudá-la e vou fazer.

– Prometeu? Quando? Eu não me lembro disso!

– Quando você vomitou em mim. - Eu falei rindo e ela desviou o olhar, de repente a atenção dela foi tomada de mim. Segui para onde ela olhava e observei um carro luxuoso chegando.

O homem que logicamente deveria ser o motorista, estacionou, desceu do carro e abriu a porta de trás quase com classe. Pamela Puckett saiu do carro, mais bonita do que os dias em que a vi nas reuniões em dias anteriores. Ela é uma mulher adulta, com traços fortes e olhos em um tom de azul claríssimo. O vestido longo preto contrastando com a pele branca, a mulher que aparentava ser mais jovem do que realmente é, com os lábios avermelhados e cabelos loiros curtos. O que até para mim é fácil perguntar: O que ela faz para ser assim? Lama importada? Caca de pombo? Chá de ervas subterrâneas? Eu não sei, mas como toda mulher rica e extremamente vaidosa ela deve fazer algo. Talvez algo parecido com o que minha mãe faz, mas isso não importa.

Não demorou para Pamela Puckett nos encarar e por um momento a vi analisar somente Samantha, com um olhar penetrante. Achei até que seu olhar transbordava aversão a ela, mas então Pamela sorriu. Um sorriso que até então só tinha visto nos lábios da minha mãe, um sorriso falso, misterioso, elegante e perigoso. Um sorriso nem grande e nem pequeno, sem transpor felicidade ou espontaneidade.

– Essa é a mulher do jornal. - Sam falou baixinho e me olhou séria.

– Sim, é ela. A mulher do prefeito. - Falei também baixo.

– Porque não me disse que ela estaria aqui?

– Pensei que não importava. - Falei mais baixo ainda quando vi Pamela se aproximar e ficar somente a três passos da gente.

– Boa noite, Sra. Puckett. Como vai nesta noite? - Falei educadamente, mas ela não olhava pra mim. Seu olhar estava na Sam, o que eu achei muito estranho e surpreendente. A beleza de Sam teria chamado atenção até dela?

– Você é a Samantha Puckett, querida? - Pamela me ignorou e falou mais palavras para Sam do que pra mim em todas as nossas reuniões. De imediato me aproximei mais de Sam.

– Sim, senhora. - Sam respondeu baixo demais, porém Pamela pareceu sorrir.

– Não é todo dia que conheço alguém com o meu sobrenome. - Pamela falou calmamente e passou entre nós dois.

Nós ficamos em silêncio e Pamela se virou, ainda olhando pra Sam.

– E eu não gosto disso. - Ela falou ainda com o tom de voz doce e calmo e deu de costas, voltando a caminhar para a porta de casa.

–... Deveria saber... - Pamela falou mais alguma coisa, alto suficiente para sentir o tom de sua voz e baixo o suficiente para não entendermos. Eu ouvi somente isso: Deveria saber. Mas pelo o rosto de Sam, que empalideceu, parece que ela ouviu mais. Algo a mais.

Sam me fitou e abriu a boca para falar algo, mas Kalienne interrompeu.

– Fred! Pelo amor! - Kalienne reclamou. - Sua mãe vai me arrancar a cabeça se vocês não entrarem.

– Nós já vamos.

– Oh. - Kalienne olhou para Sam e sorriu, como se lembrasse de ter educação. - Desculpe, eu sou Kalienne a faz-tudo da mãe dele.

– Prazer. - Sam falou timidamente. - Eu sou Samantha, mas gosto que me chamem de Sam.

– Seja bem-vinda Sam.

– Bem vinda na casa? - Perguntei e Kalienne me olhou divertida.

– Na vida... Rodeada de gente que tem o poder. - Ela falou e sorriu. - Vocês têm cinco minutos ou caso contrário, vou amarrá-los e jogá-los naquela sala de estar!

Esperamos Kalienne se afastar e eu me virei para Sam, ficando na frente dela.

– Então?

– Me lembrei de algo... Freddie, eu quero ir embora daqui!

– Por quê?

– Essa mulher, eu a vi antes.

– Sim, no jornal. - Eu falei e ela me deu um tapa no braço, parecia irritada.

–Não! Eu não sei dizer...

Sam se calou quando nós dois percebemos alguém nos observar. Olhamos em todas as direções, mas nada vimos. Mesmo sem ninguém a vista, eu ainda senti olhos ardendo sobre nossos ombros e na nossa direção. O que não me deixou confortável e nem feliz.

– Vamos entrar? - Ela perguntou impaciente, mudando de ideia rapidamente e olhou mais uma vez para os lados.

– Claro.

– Fred, prometa que iremos embora cedo. - Ela apertou a mão no meu braço e olhou nos meus olhos. Por um momento, quis beijá-la. O que realmente é intrigante, mas os lábios de Sam pareceram muito convidativos. Tanto que pensei em um por quê para ir embora mais cedo... Algo que não tinha pensado há muito tempo. Afinal, desde que Carly se foi, não tive interesse nenhum em nenhuma mulher. Mas, no momento Sam me parece realmente interessante. Levei meus pensamentos para longe, segurei a mão dela e apertei de leve. Ela pareceu relaxar um pouco.

– Eu prometo.



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Notas finais do capítulo

O que acharam?! Espero que não tenha ficado confuso, mas bem, vamos repassar alguns pontos do cap?! 1. Descobrimos algo a mais sobre a Liz e ela fez mal a Charlie. Oks. 2. Sam mudou um pouco seu comportamento. 3. Pamela Puckett e Samantha se encontraram. E Pamela não gostou. 4. Quem estaria observando eles?! 5. Sam não conseguiu entrar em contato com os irmãos ainda. 6. Gibby voltou de viagem e temos ele como um super pegador kk ~~~~~~~~~ Isso é apenas o que eu me lembro rs ~~~~~~~ Bom, eu gostei do cap. E você?! O que vai acontecer nesse jantar? Vamos ver o que nossa Yo Mismo vai fazer! Para terminar, eu desejo um feliz dia das crianças para todos *O* rs xoxo da Jaqs e até o próximo capítulo ímpar s2 s2