Aquele Marimo estúpido, criticando toda a minha dedicação a Nami-san e a Robin-chan. Sou o cozinheiro do amor e nasci para me dedicar às damas.

            De fato, sou o cozinheiro do amor, o príncipe que coloca o bem-estar das mulheres acima do meu próprio. Mas amor, seria esse o termo adequado?

            Sou um apreciador da beleza feminina, e minha alegria é servir às garotas. Porém meu contato com o Marimo é bem maior do que com elas, levando em consideração que brigamos quase o tempo todo, e o instinto que eu tenho de chutá-lo o maior número de vezes possível é tão grande quanto o prazer que eu tenho quando estou na cozinha. Satisfação: é o que eu sinto quando eu o toco com meus pés. O contato físico, não brigo pela raiva, mas simplesmente pela chance de poder tocá-lo.

            Meu Deus, o que estou dizendo? Como posso sentir prazer em tocar o Marimo? Não, minha vida se resume às damas e somente a elas.

            Mas se eu for pensar bem, quando me ofereci para receber os ferimentos do Luffy em Thriller Bark, tudo o que eu pensava é que eu não o queria ferido, sofrendo. Eu daria a minha vida para que ele ficasse bem, feliz, sorrindo. Acho que foi talvez mais intenso do que a minha vontade de salvar a Robin-chan em Ennies Lobby.

            Espera, tenho que refletir, são muitos sentimentos e dúvidas pra mim. Cigarro, preciso de um cigarro pra clarear as ideias.

            Ahhhh, nada como uma boa tragada.

            Tenho que ser sincero comigo, não amo a Nami-san e a Robin-chan. Posso perceber pelo fato que eu não as vejo como indivíduo. Minha dedicação não é amor, é devoção pelo gênero feminino, tanto que eu trato todas as garotas que encontramos na nossa jornada do mesmo modo. É algo quase que religioso, a beleza feminina é uma espécie de entidade divina que eu cultuo.

            Com o Marimo é diferente. Se eu não brigar com ele, meu dia não vai estar completo. Esse é o modo pelo qual interagimos, e eu preciso dessa interação tanto quanto do cigarro. É, pelo visto ele é um vício pra mim.

            Droga, droga, mil vezes droga. Esse amor que eu não sinto pelas meninas, eu sinto por ele. Tentar me convencer que é só amor de nakama é tolice. Sou um homem e tenho que encarar a verdade. Minha dedicação às mulheres não vai mudar, sou servo delas, mas meu coração só pertence àquele dinossauro verde que parece movido a sakê.

            Calma, não posso fazer essa descoberta me tornar um desesperado. Tenho que viver minha vida no Sunny e manter a minha tranquilidade para ser útil à tripulação.

Ah Marimo, odeio admitir, mas seu cabelo de alga é a árvore que fornece o ar que me mantém vivo.