Os Cullen são vampiros.

Essa revelação fez-me ficar sem fôlego. Como? Eles eram tão simpáticos, tinham-me recebido tão bem…

Nesse mesmo momento Lukas começou a chorar fazendo-me dar um pulo. Chequei o relógio, 4h 30m. Estava na hora de mamar.

O pobrezinho estava tão cansado que adormeceu quando estava a mamar, eu estava ainda tão chocada com a nova revelação que só percebi isso cerca de vinte minutos depois.

De início cuidar de Lukas fora muito cansativo. As cólicas, birras, e agora há pouco tempo os dentes tinham começado a nascer, o meu pequeno ficava com muita dor e antes de eu me mudar para Forks ele até tinha ficado com febre.

O coloquei no berço e encostei-me á parede. O que ia fazer agora? Confrontá-los com a verdade? Fingir que não sabia de nada? Ou simplesmente evitá-los?

Honestamente não sabia o que fazer. Só agora que sabia a verdade é que conseguia perceber porque é que Edward tinha abandonado a mesa. Provavelmente o cheiro do meu sangue tinha-lhe provocado muita sede.

Mikael sempre me protegia dos vampiros que ficavam com sede do meu sangue em Phoenix, não eram muitos devido ao constante sol, mas de noite havia a sua cota parte de vampiros sedentos.

Eu também sabia que Lukas quando atingisse a idade dos 15 ou 16 anos também se iria transformar em lobisomem pois a força do seu sangue era demasiada.

Não consegui dormir mais. Por isso resolvi ir tomar um duche, já que só o podia fazer quando Lukas estava dormindo, não o podia deixar sozinho acordado.

Quando estava no duche decidi optar pela opção mais nobre, fingir de não sabia de nada. Embora tivesse medo que pudessem magoar meu bebé eu sabia que tal não ia acontecer, eles tinham olhos dourados, o que indicava que bebiam apenas sangue de animal.

Depois de sair do duche vesti-me adequadamente às novas informações. O que isso significava? Camisola de gola alta. Cabelo solto, muito perfume.

Quando estava prontinha acordei o meu pequeno bebezinho. Era muito rabugento quando acordava.

Vesti-lhe uma roupa quentinha. Pelo que via pela janela hoje ia estar chuvoso. Tentei pentear o seu pequeno cabelo, mas isso revelou-se impossível. Apesar de o seu cabelo ter a mesma cor que o meu herdara a rebeldia do cabelo do pai. Mas tudo isso fazia parte do seu charme.

Desci, preparei a bolsinha do Lukas e meu café da manhã. Quando estava a comer e Lukas sentado na sua cadeirinha Charlie desceu e ficou surpreendido quando me viu já de pé.

- Já de pé Bells?- perguntou de sobrancelha arqueada.

Assenti energicamente enquanto respondia:

- Tive pesadelos, não consegui dormir.

Não consegui evitar morder a língua quando disse isso. Charlie agora ia ficar preocupado. Depois da morte de Mikael eu tinha pesadelos todas as noites, acordava a gritar. Começara tudo na maternidade, as enfermeiras ficaram preocupadas e me mandaram para um psicólogo.

Mas apressei-me a corrigir-me:

- Sonhei que um mosquito gigante me estava perseguindo.

“Estúpida!” Pensei. Agora Charlie olhava-me com preocupação. Por isso decidi pegar Lukas e ir para a creche antes que disse-se mais besteiras.

Deixei Lukas na creche sem deixar de chorar mais um pouquinho. Nunca me ia habituar em deixá-lo naquela creche com aquelas vadias a cuidar dele. Pronto, até que eram simpáticas, mas só eu cuidava do meu bebé.

Fui para a escola, cheguei cerca de meia hora adiantada. Decidi fazer os deveres de ontem, não tivera oportunidade de os fazer.

Quando o sinal bateu para a primeira aula, sai do Porsche e vi que o parque já estava mais cheio do que estava quando cheguei. Continuavam a olhar para mim, percebi que os boatos se haviam espalhado mais um pouco.

Estava caminhando para a aula quando fui interrompida.

-Você não é Isabella Swan? - Perguntou uma voz masculina.

Olhei para ver um garoto bonitinho, com cara de bebê, o cabelo loiro claro cuidadosamente moldado com gel, sorrindo para mim de um jeito amigável.

- Bella. - Corrigi com um sorriso.

-Sou Mike.

-Oi, Mike.

-Precisa de ajuda pra encontrar sua próxima aula?

-Na verdade, estou indo para o ginásio. Acho que consegui achá-lo.

-Essa é minha próxima aula também. - Ele parecia extasiado, apesar de não ser muita coincidência numa escola tão pequena.

Fomos para a aula juntos. Ele era um conversador - ele falava bastante, o que facilitava para mim. Ele tinha morado na Califórnia até os dez anos, então ele me entendia com relação ao sol. E ele estava na minha aula de inglês também. Tinha sido a pessoa mais legal que conhecera aquele dia.

Mas enquanto entrávamos no ginásio ele perguntou timidamente:

- É verdade o que dizem por aí, que você tem um filho?

Suspirei, sabia que havia sido por isso que ele me abordara. Tirei a fotografia da carteira e mostrei-lhe.

- Ele é muito parecido consigo.- Disse ele

Sorri, e respondi:

- É muito mais parecido com o pai, de mim só tem a cor do cabelo.

Aí ele ficou curioso e inquiriu-me:

- O que aconteceu com o pai o bebé?

-Ele morreu num…. Acidente

Isso satisfez a sua curiosidade e continuou a tagarelar.

O professor de Educação Física, Treinador Clapp, me deu um uniforme mas não me fez vesti-lo para a aula. Em Phoenix, só dois anos de EF eram obrigatórios, aqui, era obrigatório durante todos os anos. Forks literalmente era o meu inferno na Terra.

Assisti a quatro jogos de vólei ao mesmo tempo. Lembrando quantas vezes tinha machucado a mim mesma - e os outros - jogando vólei, me senti nauseada.

O sinal tocou finalmente. Fui lentamente até a secretaria para entregar minha papelada. A chuva tinha parado, mas o vento estava mais forte e mais frio. Me enrolei mais nas roupas.

Na hora de almoço fiquei sentada com os Cullen de novo. Quando cheguei junto à mesa deles não pude impedir o meu coração de bater mais depressa, vi Jasper franzir ligeiramente as sobrancelhas. Todos pareceram dar pela minha ansiedade. Mas houve outra coisa que me incomodou, Edward Cullen não se encontrava na mesa e os seus irmãos não tentaram dar nenhuma desculpa pela sua ausência.

Depois de Mikael eu jurei que não me voltaria a apaixonar por ninguém, mas depois de ver Edward Cullen eu não sabia o que pensar. Eu nem tinha falado com ele e só de pensar nele corava. Droga! O que estava acontecendo comigo? Eu sou uma mãe solteira, tenho que pensar primeiro no meu filho e só depois no romance e em mim mesma.

Os meus pensamentos e divagações foram interrompidos por Alice:

- Bella! Está-me ouvindo? Eu estava perguntando se você queria ir connosco às compras no próximo fim-de-semana?

Emmett começou a rir-se e disse:

- Nossa Bella! Já estava perecendo a Alice quando…

Ele foi interrompido por Rosalie que lhe deu um tapa na cabeça fazendo com que ele se calasse.

- Claro! Posso levar o Lukas? Não tenho sítio onde o deixar…

Todos sorriram e disseram em uníssono:

- Óbvio!

Sorri meio sem graça, preocupava-me um pouco deixar meu bebé junto de vampiros, mas eles não lhe iriam fazer mal.

Ficámos a conversar animadamente o resto da tarde, até que acabaram as aulas e au fui buscar meu bebé à creche.

POV EDWARD

Eu não entendia porque o sangue daquela menina me atraia tanto, aprecia que era um imã para mim e eu não podia simplesmente fugir dele tirando o fato que eu não conseguia ler sua mente, isso nunca havia acontecido antes. O que me fez desistir do desejo de sugar seu sangue até não restar mais nada foi a imagem do filho dela na mente de Rosalie.

Era um menino, e tinha os olhos dela. Se eu a matasse aquela criança ficaria sem sua mãe, eu não podia fazer isso, Esme e Rosalie nunca me perdoariam, EU nunca me perdoaria.

Sustive a respiração o máximo tempo que pude mas rápidamente o meu controle foi-me abandonando e tive que abandonar a mesa só tendo tempo de dar uma explicação aos meus irmãos, tão rápido que a humana não teria percebido.

Alice deve ter visto alguma coisa já que ela estava ao lado do meu volvo quando eu saí do edifício escolar.

-Eu tive umas visões Edward e eu não gostei nadinha do que vi, como você pode pensar numa coisa dessas? Do que seria do filho dela? O que você diria a Esme e Carlisle?

-Eu não fiz nada Alice, pensar nunca matou ninguém.

-No nosso caso pode sim... E porque eu te vejo indo embora para os Denali?

Suspirei, ela não me compreendia.

- Eu preciso de um tempo para mim, percebe baixinha?

Eu beijei sua testa e destranquei o carro.

- Quando eu chegar eu mando noticia, por favor, Alice eu preciso de um tempo, preciso pensar sobre o que aconteceu hoje.

-Não é só sobre o sangue é?

-Não, eu não consigo ler sua mente, não sei porquê... Diga à Esme que logo que ligo, passarei no hospital para trocar de carro com Carlisle, não quero parar para encher o tanque do volvo...

-Pode deixar... Eu vou em casa pegar o carro da Rose... Só por favor, pense bem no que quer fazer.

-Pode deixar irmãzinha.

Acelerei o máximo que pude até o hospital, Carlisle já me esperava ao lado de seu carro, Alice devia ter ligado para ele.

-Obrigado.- Agradeci.

-Ainda não entendo o que esta acontecendo.- Carlisle estava muito confuso. De todos os seus filhos eu era o que tinha melhor autocontrolo.

-Quando tiver oportunidade eu explico... – Entrei em seu carro e liguei.

O tanque estava cheio, dirigi sem parar o dia todo, até chegar ao Alasca, devido á velocidade a que eu ia foi possível fazer o percurso nesse curto espaço de tempo.

Quando cheguei cumprimentei todo o mundo e tentei evitar Tânia ao máximo, dando a desculpa de precisar de caçar. Quando estava a meio da cada permiti que os meus pensamentos divagassem.

Quando foi a ultima vez que me apaixonei? Bem, na verdade isso nunca tinha acontecido.

Não sei o que fazer, tenho medo de matá-la... Ela não merece morrer, tem um filho para criar e nunca fez nada de errado…

Mas eu não podia estar apaixonado ela era humana… Não pertencia ao nosso mundo, valeria a pena arriscar a sua vida pela minha felicidade?

Mas como os humanos costumam dizer: “Quem não arrisca, não petisca!