Entre Céu & Mar escrita por Tassi Turna


Capítulo 12
Primeiros segredos, primeiras mentiras.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo! Boa leitura!



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  Evellyn acordara com vestígios da última noite. Desastrada, com o corpo ainda amolecido pelos efeitos do sono e a tão irritante enxaqueca. Ao lavar o rosto, percebeu a vermelhidão do sono, o que a fez lembrar-se da inesquecível noite. Apesar das boas lembranças que tinha, sentia que um tsunami havia passado na sua cabeça e deixado apenas uma bagunça. Ainda estava com a roupa da festa, trocou por um blusão largo e preto do Ramones, que mais parecia um micro vestido, pois deixava boa parte das pernas de fora.

   Erick foi recebido com tamanha alegria, vinda de Ágata. Ele não conseguia parar de admirar a elegante casa, e as várias fotografias que a família havia tirado. A verdadeira paixão de Kate. A casa também era enfeitada por lembranças das viagens.

-Que bom que você veio, Kate não vê a hora de te conhecer! –Disse Ágata recebendo-o com um beijo tímido.

-Eu também. Sua casa é linda!

-Obrigada.

-Então, onde está todo mundo?

-Kate foi resolver algumas coisas no escritório, e pediu que começássemos o almoço. É Evellyn... Bem, ainda dormindo. Deve ter sido uma noite daquelas.

-E foi! Sua irmã foi a estrela da noite. Foi pedida em namoro na frente de todo mundo. O cara até interrompeu o show... –Erick havia ficado irritado nessa hora.

-Evellyn? Namorando sério? –Ágata ria incrédula.

-Por que a surpresa?

-Você não a conhece. Evellyn não é responsável, quer mais é se meter em confusões,  foge de todos os compromissos. Mas, espero que esse cara a mude um pouco.

-Duvido muito! Primeiro porque quando duas pessoas ficam juntas, devem aceitá-las do jeito que são. E também, esse Hank não é bem um “herói”.

-Você o conhece?

-Só o que dizem. –Então, não o conheço. Esse povo fala demais.

-Pensei que já tinha se acostumado. Esse é o hobbie mais popular na região. Eu vou ligar para minha tia, já volto. –Ela disse deixando-o sozinho na cozinha.

   Erick sentou-se no balcão, e meditou consigo, relembrando da noite passada. Lembrou-se de Evellyn na companhia daquelas pessoas. Ele sabia muito bem o que faziam. Estava preocupado com Evellyn, porém não quis contar à Ágata. Sabia bem como era o relacionamento das duas irmãs, e tudo que Evellyn não precisava agora era de alguém a julgando, coisa que Ágata fazia muito bem.

­­-Quem é você?! – Uma voz embolada o tirou de suas meditações. Virou-se de repente, por causa do susto, e por um momento ficou paralisado. Apenas olhando a figura a sua frente. Estava a poucos centímetros de distância de Evellyn, nunca tinha estado tão perto dela, até aquele momento. O espanto foi por se deparar com Evellyn, e acreditar que era Ágata. Uma outra versão da garota perfeita, com mechas vermelhas e blusão do Ramones. O mesmo rosto angelical, mas com outra expressão, outra personalidade.

Levou alguns segundos para ele perceber que estava boquiaberto, e que Evellyn, no meio de sua confusão, não o reconhecera.

-Não se lembra de mim? Sou Erick, o seu cunhado! –Ele tentava ser simpático.

-Quem? Ah... Erick. Que surpresa. –Ela o cumprimentou.

-Bem, você certamente sabe quem eu sou, prazer, a “gêmea que não deu certo”. Não se preocupe, você se acostuma com a semelhança. –A voz de Evellyn era cheia de nós.

-Por que “gêmea que deu errado”?

-Não é óbvio? –Ela disse exibindo-se.

-Isso é o que eles querem que você acredite. –Ele disse fazendo-a pensar.

-Valeu a tentativa, Erick, mas eu me conheço como ninguém. Porém, obrigada  mesmo assim. Você é legal. –Ela disse pegando um copo d’água e comprimido.

-Obrigado. Você está bem?

-Sim, é só a velha ressaca de sempre. –Ela respondeu sorrindo.

-Ou talvez a nova crise de abstinência.  –Ela gelou, derramou a água toda em si mesma.

-Não sei do que está falando. – Ela tentou disfarçar.

-Certeza? Eu estava lá também, Eve. Eu vi. –Ele dizia aparentemente preocupado. Ele sabia, não restava dúvida.

-Erick, cara, eu sei que você não me conhece, mas por favor, não conte a ninguém. Se descobrirem, não só eu serei prejudicada, mas eles também. –Ela suplicou assustada, só de pensar nas inúmeras consequências.

-Relaxa.... Segredos alheios morrem comigo. Mas eu faço isso por você, e não por eles.

-Só porque sou sua cunhada!

-Só porque eu sei que você não é igual a eles. Não me pergunte como, eu só sei. –Ele respondeu fazendo-a sorrir. Ela gostara de Erick. Ele era bem diferente dos idiotas que sua irmã costumava sair.

-Esse será o nosso segredo. –Ele disse. Ela agradeceu.

-Sabe, eu já me meti em diversas confusões, e sempre sobrava para Kate. Todos a olhavam como se ela tivesse falhado, sido irresponsável. Eu não gosto que minha tia sofra por minha causa, e acredite se quiser, eu tento melhorar, mas é mais forte que eu...

-Viu? Eu estava certo. Você não é o que dizem.

-Como pode afirmar isso, depois do que eu lhe falei?

-Porque, se você fosse o que dizem que você é ,não daria a mínima para a sua tia. –Evellyn sorriu mais uma vez, encantada com suas palavras. Virou-se para tomar um comprimido, quando uma ideia a tomou de súbito.

-Você não dormiu aqui? Ou dormiu?!

-Não! Algum problema se tivesse? –Ele respondeu entre risos.

-Nenhum... Mas sei lá, não imagino Ágata... Você sabe!

-Sei sim... –Ele sorriu maliciosamente. Evellyn olhou para o relógio, que apontava 13h15. Havia um bilhete de Kate na geladeira.

Precisei sair, adiantem o almoço, meninas. Volto às 14h00s. –K”

-Meu Deus! Tenho que me apressar! –Disse Evellyn, enquanto corria pela cozinha à procura de utensílios.

-Que foi?

-Kate deixou o almoço para a nossa conta. Ela vai chegar às 14h00s e já são 13h15! Você não está com muita fome, ou está?

-Não, não! –Ele mentiu. –Devo confiar numa comida preparada por vocês duas?

-Engraçadinho. Falando nisso, onde está Ágata?

-Conversando com sua tia.

-Ótimo, parece que estou sozinha.

-Se quiser ajuda eu estou aqui. Não sei cozinhar, mas talvez eu possa descascar alguma coisa, sei lá...

-Não! Que isso. Você é a visita aqui, esqueceu?Só.. Me distraia, assim eu fico melhor.

-Ok, então. – Ele disse, esperando que surgisse outro assunto.

-Ah, esqueci de comentar. Eu amei a sua banda, vocês são ótimos!É tarde demais para ser a primeira tiete?

-Não! Nossa, me sinto lisonjeado em tê-la como tiete. –Ele respondeu feliz. Enfim alguém tinha levado seu trabalho a sério.

-Qual o nome da banda?

-Ainda não decidimos isso. –Ele disse constrangido. Cada sugestão que surgia entre eles era mais bizarra que a outra.

-Eve, posso fazer uma pergunta?

-Pode, claro.

-Por que você experimentou? –Ele perguntou, atraindo a atenção de Evellyn. Ela pensou bem antes de responder, pois a verdade é que não sabia ao certo porque tinha feito aquilo.

-E como é?

-É... Bom. Muito confuso, mas bom. –Ela respondeu, lembrando da noite anterior. Levada pelas lembranças, pelo torpor e pelas palavras de Erick, ela se esqueceu da faca em suas mãos. Só lembrou quando a dor da faca penetrando a palma da sua mão lhe avisou.

-Ai! Que Droga! –Ela resmungou, vendo o excesso de sangue em suas mãos e no balcão.

-Nossa! Você está bem?

-Sim, pegue a caixinha de primeiros socorros, naquele armário ali...

   Erick pegou a caixinha e se aproximou de Evellyn.

-Licença. –Ele disse, pegando a mão ferida. Ele tratou a sua mão com muita delicadeza. Em poucos instantes o machucado não era um problema. Pelo contrário.

-Agora, um beijo para cicatrizar. –Ele disse, beijando de leve a mão de Evellyn.

   Evellyn estranhou ao sentir seus lábios em sua mão. Ter Erick tão perto era algo tão estranho... Tão proibido.

-Que foi? Sua mãe nunca fez isso? –Ele disse, assim que percebeu a surpresa no rosto de Evellyn.

- Na verdade, não. Era Ágata quem cuidava dos meus machucados. Não esqueço a dor que senti quando ela se enganou, e pegou acetona achando que era remédio. Parecia que meu joelho estava pegando fogo! –Ela disse, fazendo-o rir.

-Posso imaginar! –Ele disse, logo seguindo por um silêncio constrangedor. Só sabiam ficar ali, parados, olhando para o outro.

-Kate disse que já está vindo... –Uma voz vinda da escada os despertou, fazendo-os se separarem em questão de segundos.

-Evellyn, vejo que acordou. Kate mandou...

-Eu sei o que ela mandou, Ágata. –Ela interrompeu a irmã.

-O que houve com a sua mão?

-Eu cortei. Nada demais.

-Ah... Bem, vejo que vocês acabaram de se conhecer...

-Pois é.

-Que bom. Evellyn, quer uma ajuda?

-Bem, acho que sim, né? –Ela disse, estendendo a mão machucada.

   Erick fitava as duas irmãs, vislumbrado pelo contraste entre ambas. Mas também intrigado com a distância entre as duas. Em nenhum momento conversavam, e o silêncio só era quebrado pelos esforços dele.

  Kate não demorou a chegar, e as meninas ainda cozinhavam.

-Caramba! Já se passam das 14h00s e vocês ainda não terminaram?! Coitado do menino, deve estar morrendo de fome!

-Eu estou bem, obrigado. É um prazer conhecê-la, srtª Baker.

-Que bonitinho! Tão cordial! Pode me chamar apenas de Kate. Ah! E nada de tia!

-Kate odeia quando a chamam de tia. –Ágata aproximou-se dos dois.

-Bom, acho que vou à cozinha ver se consigo acelerar as coisas. –Disse Kate.

-Erick, venha comigo vou lhe mostrar a casa.

   Ela lhe mostrou cada cômodo da casa, inclusive o seu favorito: a biblioteca/escritório. E por fim, mostrou o seu quarto. Impecável como sempre.

-É a sua cara. – Ele disse, olhando em volta daquelas paredes lilás. Entre todos os objetos, um lhe chamou a atenção. Era um porta-retratos, que guardava a primeira foto deles juntos, no parque de diversão.

-É a minha foto preferida. – Ela confessou, ao ver que ele segurava o porta-retratos.

-Minha também. –Ele concordou, desviando a atenção para Ágata. Ele era capaz de voltar àquela noite, só de olhar para a foto. Erick aproximou o rosto de Ágata para si, fechado o pouco de distância que havia entre eles com um beijo. Ali, naquele quarto, a sós, eles pareciam estar mais à vontade. O beijo foi aumentando de intensidade, e a realidade sumia para os dois.

-É... Kate está chamando os dois para almoçar. –Evellyn os interrompeu, desconcertada com a cena. Não entedia como nem por que, mas sentiu algo parecido com repulsa ao ver os dois se beijando.

-Já estamos indo. Ágata respondeu, puxando Erick pela mão.

   A família toda estava à mesa. Cada um preocupado apenas com o seu prato, menos Connor. Ele não havia tocado em um só grão de arroz. Tinha o rosto apoiado nas mãos fechadas em punho, e olhava fixamente para o nada, taciturno.

-Kate, o que tem de errado com ele? –Evellyn sussurrou para a tia.

-Como assim errado?

-Ele está quieto, sem implicâncias e comentários maldosos. É bom demais para ser verdade.

-Na certa, é por causa do interrogatório. Ele está muito nervoso. Eu disse a ele que não tinha motivos para ficar assim.

-Será que não tem mesmo? –Evellyn murmurou, sentindo a velha desconfiança que tinha por Connor criar raízes novamente.

   Um profundo silêncio se seguiu, interrompido apenas por perguntas curtas dirigidas a Erick.

-Ah! Sabe quem foi pedida em namoro? Evellyn! Conte-nos como foi a tão polêmica noite! –Ágata desviou a atenção para Evellyn, sendo fuzilada automaticamente pela irmã.

-É mesmo?! Mas que maravilha! –Disse Kate.

-Acho que alguém ainda não conseguiu o que queria. –Murmurou Connor. Mesmo preocupado, implicar com Evellyn era um hábito de sua rotina que ele recusava esquecer.

-É o Hank? –Kate perguntou curiosa. Evellyn assentiu com a cabeça.

-Ah, eu sabia! Quero que ele venha aqui um dia, para eu conhecer o meu outro “genro”.

-Pode deixar, é bom saber que alguém torce pelo meu namoro. –Ela disse dirigindo uma indireta a Connor.

-Hank? Esse nome é familiar... –Disse Erick. Uma ideia absurda lhe veio à mente, mas logo cogitou que era palpite demais.

    Erick demorou-se algum tempo em casa de Ágata, mas logo se pôs a ir.

-Mas já? –Ágata insistia que ele ficasse um pouco mais. Era verdade o que diziam sobre o amor, e como ele muda nossa perspectiva de tempo.

-Sim, eu tenho que ir. Combinei com a banda de ensaiar hoje.

-Hoje também? –Mais uma vez ela se queixava do tempo que ele dedicava à banda.

-Ágata, já disse que eu levo a sério. E para alguma coisa dar certo nessa vida, é com muito esforço. Ainda irei provar aos incrédulos que nós somos bons. –Ele disse dirigindo uma indireta à própria Ágata.

-Mas enfim, gostei do dia de hoje. Sua tia e sua irmã são muito legais, mas Connor não é nem um pouco amistoso. –Ele foi sincero, e tinha toda a razão.

-Tem toda a razão. Ainda não sei o que Kate viu naquele cara.

-Falo nada. É difícil ver pessoas legais em péssimas companhias. –Erick logo se lembrou de Evellyn no meio daquela “gangue”.

-É verdade. É o caso de Evellyn. Falando nela, ela aprontou muito noite passada? –Ágata parecia ler a sua mente. Erick gelou na hora, seria a primeira (de muitas) vez que teria que mentir para sua namorada.

-Só o esperado, nada com o que se preocupar.

-Bom, acho que ela ainda tem jeito. –Disse a ingênua.

-Falando em dar jeito nas coisas, minha mãe quer te conhecer.

-Que ótimo! Não vejo a hora! –Ela escondeu o máximo que pôde o nervosismo. Será que a sogra iria gostar dela?

-Que bom! Eu te digo quando ela puder. Eu vou indo, meu anjo.

-Ei! E o meu beijo de despedida? –Ela disse, encostando-se nas ferragens do portão que era maior que os dois. Erick encostou o rosto nas ferragens, de modo que seus lábios pudessem se tocar.

-Até logo, anjo. –Ele disse dando-lhe um último beijo.

-Até logo, “charming”.

                                                                                 ***

   O dia tão evitado por Connor havia chegado. Talvez fosse sim tempestade em copo d’água, mas ele estava com medo. Manipular as pessoas não era o seu dom. Se fosse, já estaria casado com Kate há muito tempo.

   Ele estava recostado sob a pia, tomando a sua terceira xícara de café.

-Desse jeito você vai ficar acordado uma semana. –Kate se aproximou.

-Eu estou nervoso.

-E cafeína é um calmante bem eficiente. –Disse Kate com ironia.

-Já disse que não tem motivos para se estressar! Você não tem nada a esconder, ou tem?

-Claro que não! –Ele disse quase imediatamente. A mentira havia se tornado algo rotineiro em sua vida.

-Então você vai entrar lá, e responder todas as perguntas naturalmente. Gostaria de ir lá com você, mas tenho minhas responsabilidades na empresa.

-Tudo bem, eu me viro. Já sou bem grandinho, sabia? –Ele forçou um sorriso.

-Se sei. É assim que eu quero te ver. –Ele lhe deu um beijo.

***

    Agora era a vez de Connor encarar os policiais, o interrogatório e a verdade. Ele era um ótimo mentiroso, mas aqueles profissionais sabiam muito bem como conseguir o que quisessem.

-Sr. Holdem ouvimos muito falar do senhor. Sempre bem próximo da família, tanto que até vive embaixo do mesmo teto! Acho que era o que o senhor sempre quis, não é? –O policial começou.

-O que vocês querem saber? Eu não sei de nada.

-Jura? Você era o único que tinha acesso às informações da empresa. Era você quem controlava a manutenção dos produtos, inclusive da manutenção do barco que os matou. Tem certeza que não sabe de nada?

-Eles tinham total confiança em você.

-Certamente porque eu merecia. –Connor se defendeu.

-As pessoas são imprevisíveis demais para merecer confiança.

-Sabe, naquela época não havíamos entendido como o barco explodiu, desfazendo-se em mil pedaços. Sem cena de crime, sem provas, o caso foi arquivado e dado como acidente. –O policial repetiu o que não era novidade para ninguém.

-Mas, a morte de Patrick Summers não foi em vão. Seu último ato nos deu permissão para investigar o porto. Conhece o Savannah, Connor?

-Nunca ouvi falar.

 -Vou refrescar a sua memória. Savannah é um barco-restaurante que abre todas as noites naquele porto. Por sorte, o dono tem um hobbie incomum. Ele guarda todos os registros de pedidos, pedindo sempre o nome do cliente. Ele também guarda todos os vídeos das câmeras de segurança. Você pediu uma quantidade de bebidas lá, as câmeras de gravaram. Você usava um sobretudo preto e luvas também. Isso ocorre na noite anterior à tragédia. E alguns minutos depois, vimos a figura de um homem com sua estatura, e a mesma roupa! Será que agora você se lembra?

-Eu... Ok! Talvez eu tenha estado lá, bebi um pouco. Mas eu juro pela minha mãe que eu não fiz isso!

-Sabe quantos culpados dizem a mesma coisa?! –O policial já estava impaciente.

-Vou contar a sua história, Connor. Amigo de infância de Andrew, você sempre quis a vida dele. Queria a empresa só para você. Com o tempo conquistou a confiança do casal, mas ser apenas o braço direito não era o bastante. Você queria mais. Talvez até tentara afundar a empresa, e se provarmos isso, você já era. Então, viu a oportunidade perfeita para tomar que era deles. Tirando-lhes até a vida. Logo aproximou-se de Kate, e hoje comandam a empresa juntos. Ela é só uma peça do seu baralho, não é?

-É um ótimo contador de histórias, senhor. Mas não pode provar isso. Só provam que eu estive lá naquela noite anterior. Não podem me acusar.

-Pelo contrário. Você é o maior suspeito. Eu sugiro que contrate um advogado e fique na cidade. O interrogatório terminou.

   Connor saiu da sala, apavorado. Recostou-se na porta. Estava atordoado, confuso e amedrontado. Não sabia o que fazer agora.

-Você fica um charme nervoso. –Uma voz feminina tirou-lhe de seu tormento. Trina estava sentada em um das poltronas, observando-o com um sorriso diabolicamente contentado.

-Você... O que está fazendo aqui?! –Ele disse com raiva.

-Eu precisava ver isso.

-Isso... É tudo culpa sua! – Ele agarrou-a pelos braços.

-Calminha aí! Ou vai querer ser culpado por violência contra a mulher também? É bom você agir com cautela, pois eu sei de coisas que te estragam. –Ela o ameaçou. Ele resolveu se acalmar.

-Isso aí. Escute Connor. Lembre do que eu te disse antes, e eu repito de novo. Isso nunca vai dar certo, é melhor você tomar logo uma atitude. –Ela advertiu.

-Você esqueceu que eu não estou sozinho nessa?

-Apenas pense nisso. –Ela disse e se foi.

    Connor corria perigo, e não fazia ideia para onde ir, ou o que fazer. Só sabia de um único caminho, e seria um caminho sem volta.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Não esqueçam de comentar!



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