Memórias Esquecidas escrita por Jenny
Notas iniciais do capítulo
Eu não sei se isso acontece só comigo mas tem outras autoras de fanfic's aí que quando começa a escrever uma história parece que tudo da errado?. Meu Pc queimou a placa, simples assim. Num dia eu tava escrevendo e no outro ele não ligou mais. Sério parece maldição! que horror.
Se acontece isso com mais alguém me fala pra eu saber que não sou a única azarada.
Leiam&Divirtam-se
– Arreda pra lá senão eu vou cair da cama. – Mai ouviu o resmungo vagamente, era uma voz, grave e rouca. Ela sentiu uma ondulação na superfície que estava deitada e um calor agradável na costa. Levou a mão aos olhos e esfregou para evitar que caísse no sono outra vez. Olhou por sobre o ombro e um Naru sonolento a fitou de volta. Ele estava com o braço em volta da sua cintura e o queixo apoiado na curva do seu pescoço.
– É mais fácil dormir no chão do que na mesma cama com você. – Naru comentou, o hálito quente dele fez um arrepio percorrer os pelinhos do pescoço de Mai.
– Então por que não foi? se não queria o chão ao menos o sofá está disponível. – Mai se virou e se aconchegou melhor em Naru, colocando braços e pernas ao redor dele. Ficou observando os traços de humor nos olhos de Naru e naquele momento quase dava para confundir ele com o irmão se não fosse notável que a cada ano Naru estava mais velho tanto em aparência quanto em idade e Gene estaria eternamente preso à sua aparência juvenil. Ela procurou manter a expressão neutra para que Naru não percebesse seu desânimo.
– A sala tá uma zona, eu já disse, ninguém consegue viver aqui nem o gato.
– Dá pra parar de reparar na minha casa! – Mai resmungou, irritada. – Tenho uma apresentação para fazer semana que vem e ainda tenho um chefe que me atola de trabalho. Você ainda acha que consigo tempo pra arrumar a casa?
– Não sei. Eu mesmo não faço nada na minha, tenho alguém que faz o serviço. – Naru respondeu.
Mai abriu a boca para retrucar e seus olhos foram atraídos para o relógio sobre a cabeceira da cama que marcava 10:50 da manhã. Por um instante fitou o objeto como se fosse de outro planeta.
Quando sua mente voltou a funcionar ela largou Naru e sentou-se na cama pronta para jogar o lençol para o lado e se levantar mas se deteve ao olhar mais atentamente para ele. Naru não parecia alarmado por estar atrasado para o trabalho, pelo contrário, estava preguiçosamente esparramado na sua cama como se fosse...como se fosse o gerente da SPR. Ela revirou os olhos, ao perceber que ele não tinha intenção de trabalhar. Mai avaliou a situação e decidiu que se Naru queria ficar à toa por hoje então eles iriam. Até porque uma noite de sono não foi o suficiente para ela se recuperar..err..das atividades noturnas.
– Já liguei para o Lin, para avisar que não vou ao escritório. –Naru disse, calculando corretamente a reação de Mai, e acrescentou – E nem você.
Mai sentiu o rosto corar, o que Lin acharia que eles fizeram para ela não pode rir trabalhar?. Na verdade, a suposição dele estaria correta, mas, isso não vinha ao caso. O pensamento foi cortado pela embrulho no estômago. Já estava tarde e eles tinham que levantar de qualquer forma para comer alguma coisa.
Esfregou o estômago distraidamente e notou que Naru estava olhando fixamente para um ponto abaixo do seu pescoço, ela seguiu seu olhar, e encontrou o objeto da atenção dele. Seus mamilos estavam espetando a camada fina do lençol.
– Hum...acho que eu preciso levantar e... f-fazer o café da manhã. – Tentou levantar e puxar o lençol para ir pro banheiro mas Naru o puxou de volta. Ela o encarou de forma especulativa e tentou puxar o pano novamente. –Ei, eu preciso disso!
– E eu não? você não pode ir e me deixar com frio. Apenas se levante, eu não vou impedir. – Naru puxou mais alguns centímetros do lençol. Era óbvio que o constrangimento dela o estava divertindo. E não era pra menos, sua tentativa de fugir do quarto era cômica, ela tinha que admitir. Na noite anterior eles fizeram amor sobre a lua e a escuridão do quarto de certo modo era romântico mas na forte claridade dos feixes de luz do sol que entrava pela janela ela sentia-se envergonhada e exposta.
Talvez, fosse questão de tempo para se acostumar com isso mas certamente não era agora.Não mesmo. Sem outra alternativa ela estendeu o braço para agarrar o travesseiro mas Naru o pegou primeiro e colocou a cabeça sobre o travesseiro.
–Trapaceiro! – Mai disse indignada. Suspirou de frustração e se levantou rapidamente para correr para o banheiro. Antes de fechar a porta conseguiu ouvir uma risada abafada.
No silêncio do banheiro sua mente voltou para a conversa que teve com seu guia. O que levaria uma pessoa a assassinar alguém que não conhece?. Talvez, essa Alice estivesse tentando ascender à carreira de psicopata, no entanto, Mai duvidava disso. Pelo relato de Gene a garota tinha ficado surpresa com a ligação, então, ficava a pergunta: Alice tinha uma conexão com a mãe de Gene ou não? onde ela se encaixava nessa história?. Sua mente ficava dando voltas e mais voltas pelas mesmas perguntas e ainda estava pensando nisso quando estava preparando o café da manhã ou seria o almoço. Deu de ombros, não que isso importasse.
Estava tão imersa nos pensamentos que pulou de susto quando ouviu 3 batidas na porta, gritou um "estou indo" e olhou uma última vez para mesa na sala para conferir se não faltava nada, desde suco, bolachas,pasta de amendoim, pão integral ao chá de Naru, e foi abrir a porta.
– Você não vai acreditar no que aquele budista estúpido aprontou! – Ayako desabafou. Ela foi entrando na minúscula sala e sentou-se à mesa, abocanhando um pedaço de pão. Depois de engolir ela continuou. – Ele me convidou para ir vê-lo cantar num show de apresentação de bandas. E depois da banda dele tocar eu fui no camarim e tinha uma maldita biscate pendurada no braço dele!
– É, isso realmente não foi legal do Bou-san. não mesmo. Mas por que você não volta depois pra gente conversar melhor? – Mai falava mas suas palavras eram engolidas pela torrente de maldições que Ayako lançava para Takigawa. De fato ela nem tinha percebido que Mai estava falando.
– E sabe o que foi mais irritante? ele nem tentou afastá-la! quebrei uma das baquetas na cabeça dele e fui embora. – Ayako continuava atacando o pão com os dentes, Mai suspeitava que ela estivesse visualizando uma das orelhas cheia de piercing do monge. – Não pude nem dormir em casa porque deixei minha bolsa no camarim junto com as chaves e tive que ir pra casa de uma amiga, imagina! e...oh Naru você está aqui!
Ayako se engasgou com o suco ao vê-lo e limpou a boca rapidamente com o guardanapo. Naru tinha acabado de tomar banho e vestia apenas a calça que usara no dia anterior. Ela ergueu uma sobrancelha na direção de Mai e um pequeno sorrisinho se formou nos seus lábios.
– Bem...você poderia ter me falado que estava ocupada eu voltaria em outra hora.
– Na verdade, agente só ia tomar café. Se ainda tiver sobrado alguma coisa. – Mai acrescentou, olhando para a mesa.
– O escritório não vai abrir hoje? – Ayako, perguntou por pura curiosidade.
– Não. – Naru respondeu, laconicamente. Ayako abriu a boca para perguntar o porque mas se deteve quando Naru lhe lançou um olhar de quem não estava afim de conversar. A verdade é que ele nunca estava afim de conversar sobre nada com ninguém. Ele sentou à mesa e Mai o seguiu se servindo imediatamente com um copo de suco e algumas bolachas.
O celular de Naru começou a tocar e ele apalpou o bolso da calça conseguindo pegar o aparelho antes da chamada terminar. Se seguiu um breve conversa com ele dando respostas curtas como: "sim", ""entendo", e "estarei aí logo". E desligou a ligação.
– Martim ligou, precisamos tratar de assuntos pendentes. – Ele levantou e fitou Mai com se fosse dizer alguma coisa mas olhou para Ayako e desistiu do que quer que fosse que estivesse prestes a dizer e foi para o quarto pegar o resto da sua roupa.
– E então, você vai me agradecer pelo presente antes ou depois da sobremesa? – Ayako perguntou. Se inclinou sobre a mesa e pegou a pasta de amendoim. – Por acaso você não teria bolo aí, teria?
Pov (Naru)
– Porque vocês não fazem eu me lembrar da razão de estar aqui quando meu dia poderia estar bem melhor? – Naru perguntou para os dois homens sentados à sua frente. Martim e Lin.
Na ligação que recebera de Martim, o pai dissera que tinha descobrido algo importante mas se recusara com muita teimosia a falar pelo celular do que se tratava e o importunou para que eles se encontrassem no escritório da SPR. E foi assim que ele terminou sentado atrás da sua mesa com mau humor e a garganta seca sedenta por chá.
– Dá pra ver que você realmente não queria estar aqui. O que mudou sua tendência a ser...como posso colocar isso...deixa eu ver. – Martim refletiu por 2 segundos. – Ah! lembrei, viciado em trabalho?
Ao receber apenas o silêncio de Naru, Martim se virou para Lin com esperança de que o chinês o ajudasse a desvendar o mistério. Os shikis de Lin vinham a ser muito úteis com espíritos quem sabe eles tinham uma habilidade desconhecida, ler mentes, talvez?. Impossível, infelizmente. Ele riu com o pensamento.
– O que acha Lin? – Martim perguntou.
– Vou embora se me fizerem perder tempo. – Naru avisou. Martim apenas deu de ombros com se não acreditasse.
– Talvez ele esteja sofrendo de um transtorno excessivo de tédio e quis mudar a rotina. Isso é uma doença Martim? – Lin perguntou, interessado.
– Sei lá, eu acho que sim. Diga Noll, você está com tédio ou é algo mais...hã...pessoal? – Martim estreitou os olhos e o avaliou em óbvio divertimento. Naru fez menção de se levantar e Martim levantou os braços em sinal de rendimento.
– Tá legal, parei. Nem queria saber tanto assim. – Martim encolheu os ombros, resignado. Ele iria desistia sim, por ora. Martim se reclinou na cadeira e assumiu uma expressão mais séria. – Filho, eu te liguei porque o andamento da investigação tomou um rumo diferente do qual esperávamos e eu não queria ter de informá-lo por telefone. Lin, vai te explicar melhor sobre isso.
– Você lembra que na época da morte do Eugene, nós refizemos o caminho que ele percorreu, sim? – Lin perguntou. Naru apenas balançou a cabeça concordando. Ele se lembrava perfeitamente afinal a dor da perda do irmão era tão grande que durante as primeiras duas semanas que seguiu a morte de Gene, Naru estava com os nervos à flor da pele e ao menor aborrecimento ele já fazia os objetos voarem pela casa com a PK descontrolada. Naru se livrou das lembranças e se forçou a prestar atenção ao que Lin dizia. – Nos custou um bom dinheiro e muita negociação para que a filmagem do aeroporto no dia que Eugene desembarcou, fosse liberada. O Martim teve até que subornar os diretores do aeroporto para que não divulgassem a noticias aos quatro ventos e acabassem prejudicando a investigação.
Naru batucava com o dedo indicador a superfície da mesa, inquieto, pois já sabia disso tudo e estava tentando com muito sacrifício não apressar Lin para a o motivo pelo qual fora chamado ali. Depois do término das negociações Martim foi embora e ele próprio permanecera no Japão seguindo as pistas fragmentadas que encontrava. Naru conseguiu achar o taxista que levou Eugene até seu destino final. Literalmente.
Com muita paciência Naru perguntou para o homem se este se lembrava do irmão e ao olhar atentamente para Naru o taxista afirmou que tinha pegado um passageiro mais o menos da aparência de Naru só que com a expressão menos azeda. A última parte ele decidiu ignorar. A busca o levou para uma estrada deserta e depois disso não encontrou mais nada. Parecia que o irmão tinha simplesmente evaporado. No entanto, a sensação de estar sendo afogado ainda era vívida em sua mente. Seus pulmões queimavam somente com a lembrança como se não conseguissem oxigênio suficiente. A essa altura Naru nem estava mais ouvindo o que Lin dizia só voltou a atenção para o chinês quando captou a palavra "Agnoletto".
– ...Nos empenhamos tanto para procurar por Eugene que não ligamos para as duas pontas soltas nessa história. Mary Agnoletto e Alice. Lembra da vizinha da tal Mary Agnoletto? Seu pai mandou uma pessoa competente para falar com a mulher e ela deu a descrição da Mary como sendo uma senhora viúva de 60 anos vivendo com a neta; ela não morou muito tempo na vizinhança depois as duas foram embora para o exterior. Você vê o problema que temos aqui?
– Eugene não se deu ao trabalho de saber se estava procurando pela pessoa certa. Que idiotice. – Naru resmungou. Ao mesmo tempo sua mente trabalhava em novas especulações. Afinal de contas quem era a pessoa que Gene procurou com tanta insistência?. Os nós de seus dedos formigavam para socar alguma coisa, a mesa era uma boa opção. Que droga,pensou, não acredito que Gene morreu por um maldito engano!
– O ponto principal Noll, é que achamos que sua mã-...quer dizer a mulher que teve vocês. – Martim apressadamente se corrigiu pois sabia que Naru não gostava de ser associado à mãe de forma alguma.
– Achamos que ela usava uma identidade falsa. Pior que isso acho que ela substituiu a verdadeira Mary Agnoletto e se certificou de que a mulher desaparecesse porque não conseguimos encontrá-la. Isso significa que seu irmão não estava na pista errada o nome dessa mulher é uma farsa mas como ela assumiu ser Mary Agnoletto de qualquer forma ele iria achar a pessoa certa, entende?.
– Não entendo. Por que alguém se daria o trabalho de trocar de identidade e mesmo assim dar o nome falso no hospital onde qualquer um podia ir procurar. Se Eugene conseguiu achá-la então qualquer um também conseguiria. – Naru refletiu sobre a questão analisando cuidadosamente tudo o que tinham descobrido até aquele ponto. Suas divagações não foram muito longe pois seu pai voltou a falar.
– Bom, isso é algo que nós também queremos saber. E agora isso se tornou não mais uma questão de procurar por Eugene mas ao que tudo indica temos que fazer justiça ao que quer que tenha acontecido à verdadeira Mary. – Martim se inclinou para frente e pegou um punhado de papéis desorganizados que estavam em cima da mesa e os arrumou um sobre o outro em seguida juntou as canetas e lapiseiras espalhadas, e as colocou no porta-canetas. Naru observou a atitude do pai com certa nostalgia, pois, quando trabalhou com ele vez ou outra o vira organizando os objetos metodicamente por tamanho ou por cor.
– E não vamos esquecer que não temos a menor ideia de quem seja essa Alice. – Lin seguia os movimentos de Martim com certa preocupação, o homem só ficava arrumando as coisas quando estava sob tensão, e essa era sua forma - ainda que esquisita- de organizar seus pensamentos. Todos eles haviam estado procurando Gene por anos e agora a busca tomou um rumo inesperado após descobrirem que a verdadeira Mary e a neta estão desaparecidas. Ninguém ali deveria se sentir responsável em procurar saber o que aconteceu com as duas, ainda assim, os três sentiam a obrigação de revelar o que acontecera com as duas estranhas. É claro que não iriam dar uma de justiceiros mas ao menos poderiam passar a informação para as autoridades. E talvez, isso os levasse até a falsa Mary, mãe de Naru, e consequentemente até o corpo de Gene.
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O final do capítulo ficou confuso ou deu pra entender o que aconteceu aí?
Por que pra mim deu pra entender sim, mas é claro, eu sou a autora né então não conta.
Se a minha casa não pegar fogo ou outra tragédia acontecer eu posto mais cedo o próximo capítulo. Credo sai de ré satanás.
Kissus