Pov Madge. [Flashback]

Há muitas horas mais cedo.

- Então Madge, vamos ir ver nosso grupo? – Gale falou me olhando.

Pois é, fiz dupla com Gale. Mais cedo tinha falado com a Kat que ia me aproximar mais dele, para ver o que realmente ia acontecer, acho que talvez, mas talvez no fundo eu possa mesmo gostar dele, como todos dizem que ele gosta de mim. Mas para saber, só há um jeito. Tirar suas próprias conclusões.

- Vamos sim, espero que eles sejam legais. – Falei caminhando ao seu lado.

O nosso incrível grupo era o da caminhada. Que má sorte, não estava com a mínima vontade de caminhar.

Chegamos ao ponto de encontro. Olhei para as crianças. Er... Será que não podiam ser um pouquinho mais novos? Acho que deviam ter uns 14 anos, não mais.

- Oi gente. – Falei com simpatia.

Maioria mal olhou pra gente.

- Oi. – Disseram poucos.

Engoli seco.

- Okay. – Falei baixo.

- Vamos começar a caminhada, eles já almoçaram mais cedo. – Gale falou calmamente.

Assenti me aproximei do grupo e falei:

- Vamos gente. Vamos ir caminhar. – Falei cantarolando.

Eles me olharam estranhamente.

- Qual seu problema? – Uma garota perguntou ironicamente.

- Nenhum sabe. – Falei me irritando. – Então podem nos seguir já.

Virei-me, vi uns cochichos, mas ignorei. Crianças não é meu caso.

Começamos a caminhar.

- Onde vamos? – Perguntou um garoto.

- Explorar a floresta. Talvez encontremos um riacho no caminho.

- Genial. – Exclamou uma garota com voz totalmente entediada.

- Vocês vão gostar. – Gale falou com um pequeno sorriso.

Andamos, na frente ia eu e Gale, que guiávamos a cada 5 minutos eu olhava para trás para ver se algum dos monstrinhos lerdavam. E durante toda a caminhada essas crianças reclamavam.

- Então Madge, você gosta de crianças? – Gale perguntou durante a caminhada.

- Eu não. – Respondi. – Não nos damos muito bem. E você gosta? – Perguntei.

- Eu ér... Gosto sim. – Gale falou.

Uau, uma coisa que não temos em comum. Acho que por enquanto só a beleza mesmo kkk.

Andei olhando para o chão, meu deus estava sujando meu tênis todo, aquela terra. Que ódio ter que andar, ninguém merece, caímos no melhor grupo possível. Adolescentes problemáticos e ainda caminhar.

- Que droga. – Falei alto demais.

- O que houve? – Gale perguntou.

- Essa lama toda no caminho. Está sujando meu tênis. – Reclamei.

Gale riu.

- Isso não importa, o bom é que estamos caminhando.

- Não tem nada de bom. – Protestei.

- Caminhar faz bem. – Gale disse.

- Aham, só dá mais dor na perna e quando é em uma mata como essas, suja meu tênis novinho.

- Você podia colocar outro tênis.

- Como eu ia saber? Como eu ia saber que meu grupo era caminhada. – Falei irritada.

- Calma Madge. – Gale disse.

- Não dá, não dá.

- Talvez tenha uma coisa boa aqui nesse matagal. – Gale disse.

- Ah é? Posso saber o que? – Perguntei.

- A sua companhia. – Ele disse com um pequeno sorriso encantador.

Isso me fez, calar a boca e ficar com as bochechas rosadas, pode ter certeza.

Mas não me calou por muito tempo.

- Han, hum, minha companhia não é boa, eu só sei reclamar. Como fiz durante esse caminho todo.

- Eu não me importo. – Ele disse.

Ai meu deus é cada situação que eu me meto hein. Sorri, ele sorriu também, tudo parecia ter parado.

- Só não se beijem, por favor. – Os adolescentes problemáticos pedirem.

- Cuidem da vida de vocês. – Reclamei.

Gale me olhou assustado.

- O que foi? – Perguntei.

- Nada, nada não. – Galei falou rindo.

Continuamos a caminhada.

- Que demora. – Um reclamou.

- É. Quando vamos parar? – Uma garota perguntou.

- Já estamos chegando. – Gale disse.

Finalmente. – Pensei. A caminhada durou mais uns 5 minutos. E então chegamos a um campo aberto. Do outro lado tinha mesmo um riacho.

- Ehh, águaa. – Eles gritaram e foram correndo em direção ao riacho.

Eu me sentei na grama. Hoje não estava nem um pouco a fim de ser jogada na água. Como da outra vez.

- Nem ouse me jogar nesse riacho. – Falei para Gale.

Ele riu.

- Tudo bem então. – E em seguida foi andando em direção as crianças.

Respirei fundo e coloquei meus óculos escuros. Estendi uma toalha e me deitei fechando os olhos. Paz. Pena que não durou nem 5 minutos.

- MADGE! MADGE !!! – Gritou uma garota do grupo.

- Calma o que foi? – Perguntei me levantando e olhando a menina toda molhada.

- TEM UM MENINO SE AFOGANDO, VEM AJUDAR, RÁPIDO. – A menina gritou ainda, parecia assustada.

- Ai meu deus. Onde está Gale? – Perguntei tirando os óculos.

- Ele foi andar com uma parte do grupo.

Típico. – Pensei.

- Vamos então.

Comecei a correr em direção ao riacho. A menina corria ao meu lado, quando cheguei à beira não tinha ninguém dentro da água e Gale estava do outro lado. Peraí, ele não tinha ido andar?

Merda.

- Seus mentirosos. – Falei irritada.

- Era só pra fazer isso. – A menina disse com tanta facilidade me jogando dentro do riacho.

- AAAAAAAH. – Gritei caindo na água. – DROGA.

- Viu Madge, você caiu no riacho e nem fui eu que empurrei. – Gale disse rindo com as outras crianças.

- Vocês me pagam. – Falei saindo da água.

Caminhei para um lugar calmo, sozinha. Vingança, vingança, vingança. – Fiquei pensando nisso. Jogar no riacho não ia adiantar muita coisa, já que eles nem se importavam.

Olhei para o chão. Para a terra ainda molhada pela chuva dos dias anteriores. Madge você não vai fazer isso. Pensei, mas quem sabe me divertir um pouco não  podia fazer bem.

Tirei meu sapato todo molhado, joguei de lado e me ajoelhei na terra.  Na verdade era lama. Nojento, mas isso não iria me matar.

- Gale. – O chamei me virando em sua direção.

- Estou indo. – Ele falou vindo até a mim. – Ainda está brava?

- Não imagina, só fui jogada mais uma vez na água. – Falei.

- Mas nem fui eu dessa vez. – Ele falou, agora já estava do meu lado, eu ainda estava ajoelhada.

- De uma maneira, tenho certeza que foi você que falou com eles.

- Talvez. – Ele disse rindo.

- Mas vai ter vingança. – Falei.

- Posso saber como? Não me importo em ir à água.

- E de lama? Você se importa? – Perguntei enchendo minha mão de lama e jogando nele.

Ele fez cara de assustado.

- Você tá bem? – Ele perguntou se limpando.

- Estou sim, vou ficar ótima, quando terminar com isso. – Falei pegando mais e mais e jogando.

- Ah Madge. – Ele falou indo pegar pra jogar em mim.

Eu me levantei e comecei a correr e fugir, ele correu atrás de mim.

- PESSOAL, VOCÊS PODEM ME AJUDAR AQUI? – Gale gritou para o nosso grupo.

Eles assentiram, devia ser maravilhoso, uma parte corria atrás de mim com Gale, e a outra tratava de me cercar. Maravilha Madge, você faz as coisas sem nem pensar no depois.

Acabou que eles me cercaram, e ai começou a nojeira. Lama para cá, lama para lá, nunca vi. Peguei e lancei.

- É GUERRA. – Gritei lançando em uns, outros me lançavam a maldita lama também.

- GUERRA! – Falaram todos juntos.

Um corria pra lá, outros ainda ficavam de frente a frente. Durou um bom, bom tempo, não sabia que horas já devia ser, mas se passou um bom tempo. Olhei no meu relógio enquanto me escondia do povo 16h30. Nossa o tempo passou voando.

Fui encarar todos de frente a frente e continuar a guerra. Um pouco de tempo depois, todos deitaram na grama, exaustos. Eu fui em direção ao lago. Nunca me senti tão suja, nojenta e alegre de toda minha vida. Foi divertido. Pulei na água. A sujeira foi sendo remoída assim que pulei, fiquei um pouco debaixo da água para sair a lama, depois voltei a superfície e dei de cara com Gale.

- Que susto. – Falei rindo.

Ele riu.

- O susto ia ser maior se ainda estivesse com lama.

- É também acho. – Falei ainda rindo.

- Pois é então nem imaginei que você iniciaria uma guerra de lama. – Gale disse.

- Imagino que isso te surpreende muito. – Falei com um leve sorriso.

- Um pouco. – Gale disse sorrindo também.

Então ele se aproximou rapidamente de mim. Ficando apenas a alguns centímetros de distância. Não sabia muito bem, na verdade sabia sim muito bem o que aconteceria, mas me sentia um pouco insegura.

Então fiz algo ao meu alcance e me joguei em seus braços em um abraço apertado.

- Obrigada pelo dia. – Agradeci ainda em um abraço confortavelmente molhado.

Ele retribuiu o abraço.

- Obrigado a você, por ter sido minha companhia.

- Com as crianças também. – Completei sorrindo.

- Casalzinho vinte, temos que ir. – Gritou um dos garotos do nosso grupo.

Separei-me do abraço meio que rápido.

- Ér, vamos. – Falei meio envergonhada.

- Vamos sim. – Ele falou segurando na minha mão e andando até a borda da água.

O segui silenciosamente e saímos do lago ainda de mãos dadas, me permiti ficar feliz por esse grande avanço e fomos andando em direção ao nosso grupo.

- Gente. – Comecei chamando atenção de todos, que me olharam quietos. – Quem ainda está sujo de lama, se lavem no lago, porque entrar desse jeito é foda. E quem já está limpo entre aspas, vamos começar a arrumar e guardar tudo o que trazemos, pois já vamos voltar.

- Ok. – Concordaram.

Arrumamos as coisas e os outros que ainda estavam sujos foram se limpar rapidamente no lago.

Em menos de meia hora, já estávamos todos prontos.

- Iniciar caminhada. – Gale falou como um soldado.

Eu ri, depois começamos a andar, em direção ao colégio.

            Pov  Johanna. [Flashback]

- Onde fica a escalada dessa escola? – Perguntei para Marvel que estava a minha frente.

Como nós tínhamos ficado com o grupo da escalada, eu coloquei uma roupa de esporte, provavelmente teria que subir os muros para mostrar para grupo como é que se fazia. Então eu estava usando uma blusa branca e um short de malha preto e tênis de esporte.

- Acho que fica perto do ginásio. – Marvel respondeu me olhando.

- É mesmo que tem aquela parede de escalada. – Falei me lembrando. – Boa memória, vamos buscar o povão pra levar eles lá.

- Vamos.

Fomos em direção ao refeitório, eles estavam almoçando ainda. Olhei no meu relógio, ainda era começo de tarde, então nem precisávamos de muita pressa. Sento-me em uma mesa e fico esperando eles terminarem. Marvel senta a minha frente.

- Vamos ficar a tarde toda escalando? – Marvel me perguntou nada interessado.

- Pelo visto é essa a programação. – Respondi. – Mas lá no ginásio tem várias paredes de escalada, vai dar pra passar o tempo com isso.

Não demorou muito para o pessoal terminar de comer.

- Oi gente, eu sou Marvel, e ela é Johanna, vamos levar vocês para a escalada. – Marvel falou chamando a atenção do nosso grupo que era uma mistura de séries.

- HEEE. – Eles gritaram animados.

E eu pensando que eles iriam odiar, como eu nessa idade que não queria fazer nada da minha vida a não ser ficar viciada em um computador, séries e televisão. Genial.

- Então vamo que vamo galera. – Falei colocando mais animação, assim seria mais fácil simpatizar com todos.

Saímos do refeitório e seguimos em direção ao ginásio que ficava um pouco longe da entrada. Andamos um pouco, assim que chegamos, tinha umas 5 paredes diferentes de escalada. Ótimo, teríamos uma ótima ocupação. Tinha também os materiais para poder praticar e um bilhete dizendo que era para ter muito cuidado e as instruções de uso.

- Vamos nos equipar. – Falou uma garotinha.

- Vamos sim, façam uma fila que iremos equipar cada um de vocês. – Marvel falou ficando ao meu lado.

Todos fizeram uma fila e eu comecei pegando os equipamentos, conforme cada um ia passando, fui equipando, com a ajuda do Marvel e seguindo as instruções.

Demorou bastante, eram muitos. No final, já todos equipados, inclusive eu e o Marvel, fomos começar a escalar.

Eu passei as instruções de segurança, e as regras, no máximo dois por paredes subir, descer e tudo mais.

Todos escutaram direito e começaram o trabalho deles. Eu peguei a penúltima parece coloquei bem os equipamentos nos ganchos e comecei a subir. Ao lado vi Marvel, na verdade ele estava bem embaixo, acho que com um pouco de dificuldade em subir. Ai que vi ele escorregar. Nossa, ele nem tinha me dito que não sabia escalar.

Desci rápido e fui onde ele estava com um pequeno machucado na perna.

- Hey, porque não pediu ajuda? – Perguntei me ajoelhando ao seu lado.

- Desculpa ai, eu pensei que fosse fácil e com as instruções.

- Mesmo assim, imagina se você estivesse em uma boa altura e escorregasse? Sabe deus o que iria acontecer. – reclamei.

- Está tudo bem, eu nem ia subir muito alto.

- Mas podia se machucar bastante, tem que ter atenção Marvel. – Falei autoritária.

-Ta bom Joh, não se preocupa tanto assim, eu estou bem. – Ele falou rindo.

Agora que me dei conta, que realmente estava muito preocupada e demonstrei isso bem, mas bem feito.

- Haha. – Soltei sorrindo. – Fica ai e não sobe mais, você já se machucou.

- Ok, vou ficar olhando os outros, caso alguém precise de ajuda. – Ele falou se levantando.

- Ok.

Falei em seguida fui subindo novamente na parede, fui até o topo que nem era muito alto, isso requeria um bom tempo. Depois desci, e troquei de parede, fiquei na fila esperando.

O tempo passou rápido na verdade, eu escalei todas, todos pareciam estar bem concentrados. No final, paramos por um tempo, bem cansados.

- Que tal voltarmos e fazermos um lanche? Já está  no fim da tarde. – Propus sentada no chão.

- Vamos, ótima ideia. – Marvel concordou.

Os outros concordaram também.

Saímos do ginásio e voltamos para a escola, já tinha um grupo que tinha voltado. Eles foram para o refeitório, e eu me sentei nos sofás do salão principal. Marvel me seguiu e se sentou ao meu lado. Eu olhei para sua perna. Ainda estava machucada.

- Espera ai, já volto. – falei me levantando e indo correndo em direção a enfermaria.

Chegando lá, peguei uns bandejes e curativos e voltei para a sala.

- Não precisava. – Marvel falou me olhando assim que cheguei.

- Claro que precisava e precisa. – Falei me ajoelhando e limpando seu ferimento.

Nem era muita coisa, mas podia pegar uma infecção ou algo do tipo, como eu não conhecia nada dessas coisas de medicina, melhor prevenir do que remediar.

Após limpar coloquei o bandeje no local e me levantei jogando o resto das coisas em uma lixeira próxima, depois me sentei no sofá novamente.

- Você podia pelo menos me falar que não sabia escalar. – Comecei.

- Ah Joh, deixa isso pra lá. Obrigada pelo curativo. – Ele disse sorrindo.

- De nada. – Falei simplesmente.

Marvel ficou me olhando intensamente, que fiquei até sem jeito.

- O que foi? – Não resisti perguntando...

- O que? – Ele perguntou por sua vez, parecendo não entender.

- Você... Está me olhando assim. – Comecei.

- É que estava percebendo algo. – Ele disse sorrindo.

- Hum, posso saber o que? – Perguntei arqueando a sobrancelha.

- Que eu queria ter te conhecido antes. – Ele falou.

- Haha, e porque você queria ter me conhecido antes? – Perguntei meio que não acreditando no que ouvia.

- Porque assim não demoraria de ter a garota ideal ao meu lado. – Ele disse dessa vez me puxando para um beijo.

E eu fiquei tão caidinha com suas palavras que retribui o beijo bem feliz. Depois me separei.

- Isso tá tão romântico. – Falei balançando a cabeça negativamente.

- Mudança de temperamento, é automático? – Ele perguntou rindo.

- Será que você ainda não entendeu que eu não sou meio normal. – Falei rindo junto a ele.

- Ótimo, somos dois. Um belo casal não acha? – Marvel falou me olhando.

- É, tá ai uma coisa excitante. – Falei sorrindo.

- E muito. – Ele concordou. – Então você aceita um pedido?

- Que pedido? – Perguntei curiosa.

- Aceita o pedido de namorar comigo? – Ele perguntou.

Eu sorri.

- Tá, deixa eu pensar bem... – Falei fazendo cara de pensativa. – Aceito. Mas com umas condições. – Falei balançando a cabeça.

- Certo todas as condições que senhorita desejar. – Ele falou com formalidade, mas rindo no final.

- Por enquanto sem abracinhos, essas coisas grude grude, só por um pequeno tempo, até eu me acostumar com a ideia, juro que não vai ser por muito tempo, ok?

- Certo, mas vou ter direito a beijo? – Ele perguntou.

- Ah isso, terá direito a vários. – Falei indo em sua direção e lhe dando um beijo.

POV Annie [flashback]

Eu realmente tenho uma bela chance. Natação, piscina, tudo me faz lembrar Finnick. Eu não sei o que está acontecendo comigo, faz tanto tempo, eu não consigo esquece ló por mais que eu queira e diríamos que com ele ocorre a mesma coisa, e quando tudo começa a voltar ao normal, acabo entrando na mesma escola que ele. E tenho a maldita esperança dentro de mim, de que um dia voltaremos como nos velhos tempos, mas às vezes eu me lembro de tudo, e essa esperança foge das minhas expectativas.

Mas no fundo, eu ainda o amo. É mais forte que minha alma.

            Agora estou parada na piscina da escola, nosso grupo se diverte. Finnick já está dentro da piscina, fazendo brincadeiras com os outros alunos e eu estou sentada em um banco em frente a piscina.

- Você não vai entrar na água não Annie? – Finnick me perguntou se aproximando da borda da piscina.

- Eu vou sim, só estava pensando um pouco em coisas sem importâncias. – Falei sem me dar muito conta das minhas palavras.

- Ah, Annie você não quer terminar a nossa conversa? Temos muito a falar ainda.

- Não temos mais nada a falar. – Falei lutando contra minhas palavras.

- Eu sei que temos. Por favor Annie. – Ele falou olhando nos meus olhos.

- Você quer terminar essa conversa dentro da piscina? – Perguntei me rendendo.

- Nenhum local melhor, do que no lugar em que nos uniu. – Ele disse abrindo um minúsculo sorriso encantador.

- Não foi nessa piscina. – Falei calmamente.

- Mas foi em uma, foi graças a uma dessas.

- E graças ao meu medo, que outro sonho se tornou pesadelo. – Falei abaixando a cabeça.

- Definitivamente precisamos dessa conversa, venha Annie. – Ele pediu novamente.

Levantei-me do banco e tirei o vestido que eu usava ficando apenas com um maiô de banho simples na cor verde clara. Deixei o vestido no banco e entrei na piscina, mergulhando imediatamente e voltando a superfície um pequeno tempo depois.

Lembro-me como se fosse ontem. Eu era bem mais nova, tinha um medo terrível de piscinas, mares, lagos e tudo do tipo. Peguei esse trauma aos 5 anos, quando escorreguei na beira da piscina e caí dentro da mesma. A água parecia me devorar e entrar em mim com uma força. Meu desespero, meu medo de não voltar mais, uma mente de criança, a escuridão, até que me tiraram de dentro, totalmente fraca e sem forças, em caso sério, fiquei até mesmo internada.

Depois do incidente, nunca mais na minha vida, fui em piscinas, nem nada do tipo, aos 14 a escola queria fazer uma viagem com a gente e queria o máximo de alunos na natação para arrecadar dinheiro em corridas, todos os que participassem, tinham passagem garantida, uma covardia para mim. Resolvi encarar meu medo, fiquei na parte rasa da piscina, mas o mesmo pânico de sempre tomou conta de mim, até que ele chegou. Finnick, o melhor garoto em natação percebeu meu pânico, me ajudou, me assegurou me aconselhou. Ensinou-me como era bom se sentir leve na água, me ensinou a nadar sem ter medo, fez me encarar meu maior medo, meu maior trauma.

Eu acabei indo a viagem, participei de uma competição feminina e fiquei em terceiro lugar, foi o maior orgulho dos meus pais, que passaram a idolatrar Finnick por ter me ajudado tanto. Seus pais fizeram amizade com os meus e eu, acabei caindo de amores por ele. Pra mim, o garoto perfeito, só não sabia que ele também gostava tanto de mim, quanto eu dele. Porém, como nem tudo podia ser perfeito, ele namorava, era popular, enquanto eu? Era uma Maria ninguém.

- Então, o que deseja me falar? – Pergunto ficando apenas com a cabeça para fora da água.

- Annie, eu queria me desculpar mais uma vez.

- Mais uma vez de um trilhão. Finnick, eu não sei o que há de errado, mas eu quero seguir em frente. – Falei com o coração doído.

- E eu nem preciso dizer que é mentira. Annie para de não querer mais acreditar em nós dois.

Fiquei meio pálida e sem palavras.

- Finnick... Eu... Tenho motivos. – Falei tristemente.

- Eu sei Annie, mas eu amo você, e tudo o que sentimos não pode acabar assim. – Ele disse se aproximando de mim.

- Eu também amo você, mas preciso ter certeza das minhas escolhas. Então vamos ficar afastados por um tempo.

- Está bem, eu vou esperar você.

XxxXxxX

Pov Clove [flashback]

- Que lugar lindo. – Falei assim que chegamos ao lago.

Nosso grupo ficara encarregado de passar o dia todo no lago, pra mim foi um dos melhores castigos de toda a minha vida, e pode apostar que não foram poucos não.

- É os lugares desse colégio me surpreendem cada vez mais. – Cato falou parando de caminhar. – Pessoal. – Ele continuou chamando atenção do nosso grupo para perto. – Vocês podem fazer o que quiserem, só não se matem por favor. – Cato disse.

Eu ri de suas últimas palavras.

O nosso grupo era dos mais velhos, pelo menos tinham um pouco de responsabilidade, e não iriam se matar nem morrer. Cato que é um exagerado com essas coisas.

- Belas palavras. – Falei sorrindo e me sentando na grama.

- Valeu, tem que ser realista mesmo, não acha? – Cato perguntou.

- É, já no seu caso foi até demais, mas bom, vamos aproveitar essa tarde, vou até tomar um sol. – Falei abrindo minha mochila.

Retirei uma toalha e a estendi na grama. Tirei as sandálias e me deitei começando a passar o protetor solar no rosto, assim que terminei fechei os olhos, a tarde ia ser legal, até que algo tampou o sol que iluminava meu rosto.

Abri os olhos dando de cara com Cato.

- Não te assustei não né? – Cato perguntou me olhando.

- Claro que não.

Ele se aproximou mais um pouco do meu rosto e me deu um beijo rápido.

- Clove. – Ele começou.

- Pode falar.

- Quer ir ao lago?

- Agora?

- É.

- Acho melhor não, acabamos de chegar, e estou tomando sol.

- É tomando sol com roupa. – Ele disse rindo.

Eu ri também.

- Vou ficar de biquíni então.

- Ótimo. – Ele exclamou feliz.

- Pervertido. – Falei tirando a língua.

- Hahaha. – Ele riu.

Eu me levantei e tirei a blusa e o short que estava usando, ficando com um biquíni preto que eu tinha colocado mais cedo.

- Tire os olhos amorzinho. – Falei rindo.

- Que isso amorzinho. – Ele falou indo me dar um abraço.

Abracei-o em um abraço urso.

- Clove preciso te falar algo. – Ele começou.

- Ai meu deus... É algo grave? – Perguntei a ele.

- Não claro que não.

- Então pode falar. – Falei sorrindo.

- É que a gente se conhece há um tempo, no começo eu era um idiota com você, mas eu gosto muito de você mesmo, então mesmo sendo precipitado, você aceitaria namorar comigo? – Ele pediu.

Fiquei tão emocionada.

- Awnt meu amorzinho, claro que eu aceito, passado é passado, o que importa é o presente não é verdade? – Falei com um sorriso.

- Isso mesmo, o que importa é nosso presente.

- E futuro. – Completei.

E nos beijamos.