10 Coisas Que Ela Não Sabia escrita por Ellie Bright


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mals pela demora. Eu tava realmente concentrada fazendo o lemon de dependência e me esqueci do mundo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/237875/chapter/2

10 coisas que Sakura não sabia sobre Sasuke.

2 - Ele adorava laranjas

Sakura não sabia que Sasuke não gostava de doces; Kakashi sabia e Naruto presumia (afinal, alguém que gostasse de doces nunca ficaria o tempo todo com a expressão fechada), por outro lado Sakura tinha o conhecimento de ele não gostava de frutas, pois não era tão politicamente correto quanto parecia – mesmo que Naruto contestasse tal assertiva. Mas ela desconhecia que ele sempre foi apaixonado por laranjas.

Era notório que Sasuke não gostava de excessos, por mais que sua própria existência fosse uma contrariedade aos seus gostos, já que ele sentia tudo em excesso. O fato é que ele gostava de laranjas, mas a razão disto estava além dos excessos: Laranjas tinham gosto de infância perdida; tinha o gosto das memórias distorcidas, como uma fotografia velha e gasta de pessoas mortas há muito tempo. E que, com horror, ele viu que era a sua família e a pessoa que um dia foi.

Laranjas eram doces como os sorrisos de sua mãe. E pensar nisso lhe fazia lembrar em como o rosto dela era bondoso, como sua voz era sempre calma e gentil e em como seus gestos eram sempre delicados. Sua mãe descascava a fruta nos dias quentes de verão, enquanto o vento quente entrava pela janela fazendo seus cabelos longos e negros ondularem por alguns instantes. Parecia mágico.

Laranjas também eram azedas, como a carranca que seu pai sempre tinha no rosto, lembrando-o que sentimentos poderiam ser uma fraqueza em um campo de batalha. Mas todo azedume tinha sua razão de ser e o seu pai era um shinobi, um dos melhores da vila. Tinha os olhos mais rígidos que já vira em alguém, um olhar experiente de quem já tinha visto tudo; um olhar nobre.

Não havia excessos no sabor, por outro lado sua casca era laranja demais, chamativa demais - assim como as boas memórias eram. Lembrar em como sua mãe cantava para ele dormir ou em como seu pai lhe olhou orgulhoso quando completou um jutsu difícil. E a contrariedade persistiria, porque relembrar é conversar com fantasmas do passado que não deveriam existir.

O cheiro das folhas de laranja era tão peculiar quanto os nuances de seu passado; era tanto agridoce quanto tóxico. Era inebriante e doloroso. O cheiro era paradoxal, um vício pouco saudável. Porque o cheiro das folhas de laranja lhe lembrava Itachi, assim como perfume das flores lembrava sua mãe e o odor cítrico de ambos remetiam a figura austera de seu pai.

Tudo estava interligado.

É inegável que o cheiro da casca da laranja também era a fragrância da quebra da sua inocência. Ele se fragmentou em mil pedacinhos que seriam carregados pelo vento, para nunca mais serem reconstituídos.

Comparações doíam, mas ele as fazia mesmo assim; era muito mais forte do que ele.

Assim como o vício por laranjas.

Não adiantava manter segredo, nem mesmo lutar contra isso. O que ele fazia era apenas acalentar os bons vestígios de seu passado e apunhalar cada memória que o fazia sofrer, distorcê-las até que pudesse acreditar em uma mentira. Era impossível conviver com algumas memórias, em especial, as com seu irmão, estas eram ternas, pois quem mais cuidou dele fora quem lhe traiu. As vezes, à noite, quando ingeria o sabor agridoce da laranja, poderia ouvir aquela voz séria ecoando gentilmente em suas recordações, dizendo que sempre o protegeria. Uma mentira, a maior traição de todas; Itachi lhe tirou tudo.

Na calada da noite, com o sigilo das sombras, ele descascava laranjas apenas para sentir todas aquelas fragrâncias mais uma vez, porque elas o lembravam da sua dor e do seu objetivo. E quando o sofrimento era muito, ele fechava seus olhos e sentia a dor correndo em suas veias, se transformando em ódio e determinação. O sentimento corrosivo percorria suas veias e ele teria uma noite sem sonhos, nem pesadelos, motivando-o a viver como um ser artificial – pelo menos enquanto estivesse longe do seu time.

Laranja.

Sasuke nunca poderia ignorar aquelas implicações. Talvez por causa disso que ele sentia dificuldade em ignorar Naruto em sua casca tão laranja, com memórias tão agridoces quanto as dele.

Sakura nunca percebeu as implicações.

Kakashi desconfiava.

Naruto sempre soube o segredo.

Sasuke nunca se importou por isso.

(algumas coisas só seriam importantes para ele, afinal)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Estou pensando em deixar a fic com um caráter mais reflexivo, o que vocês acham disso? Ou preferem que tenha um par?