HIATOS-A Assassina Em Mim escrita por Elisabeth


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente. Desculpem-me por ter demorado tanto para atualizar, mas estou trabalhando e tenho tido pouco tempo para escrever, além disso tenho tido problemas particulares. Sinto muitíssimo, não foi minha intenção.
O capitulo não está lá essas coisas, mas espero que gostem.
Espero não demorar para atualizar novamente.
Bom, espero que gostem.
Ah! Gostaria de agradecer a Naomi chan que deixou uma recomendação maravilhosa, tão maravilhosa que contei pra todo mundo *-* Muito obrigada, esse cap é dedicado a você e a todos os leitores que, nessa pausa de A Assassina Em Mim, não me abandonaram.
#BeijosComSaazon ;*



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Psicanalise.

—... E você sentia alguma coisa pelo outro irmão?

Fitei por um momento o chão, tentei enrolar aquela maldita mecha que insistia em ficar lisa.

— Eu... Eu sinceramente não sei, mas sei que naquele momento eu sentia raiva e repulsa. Eu o culpava pela morte de Dylan. Esse sim eu sei que amava, talvez até mais que Isa.

— Hm... Amanda, como você denominaria seu relacionamento com o Den?

— Como eu denominaria? – perguntei em deboche. – Eu não tinha um relacionamento e se tivesse... Deus que me perdoe, mas ele não é uma pessoa da qual eu iria querer alguma coisa.

— Por que não?

Essa mulher estava dando-me nos nervos.

— Como “por que não”? Agora tem que ter motivos para eu não querer algo com alguém? Não estou pagando você para me fazer perguntas sem fundamentos, mas sim para tentar ser uma pessoa normal!

— Acalme-se, Amanda, apenas estou tentando saber mais sobre você. Tenta, pelo menos aqui, baixar a guarda, senão não poderei te ajudar.

— tudo bem.

— Porque não me fala um pouco de sua família? Seria um bom começo para nossa longa sessão.

Meus pais, tai um assunto que eu nunca toquei e nem tão pouco me interessei em tocar, eles nunca me deram a atenção que eu merecia principalmente minha mãe. Passava horas observando meu pai pintar seus quadros naquele porão frio e escuro. Para ela eu não existia, fazia o que tinha que fazer por obrigação de mãe, mas nunca houve uma vez que ela me fez um carinho ou me tratou com afeto, mas com meu pai era diferente. Ele ia todas as noites em meu quarto tocar viola até eu adormecer. Em uma discussão que eles tiveram minha mãe o proibiu de tocar para mim. Nunca soube o que ela disse que o fez me ignorar...

 

Ser ou não ser.

Desde que sai do reformatório não tenho tido muita atividade. Acordo cedo quase todos os dias sem motivos para acordar. Estou morando numa vizinhança pequena e tranquila, caminho pelas calçadas, vejo pessoa sorrindo e se divertindo. Crianças andando de bicicleta, brincando com os irmãos... Olho elas e me pergunto:

Porque eu não posso ser assim?

Por que não posso me relacionar com as pessoas sem machuca-las, formar uma família sem pô-la em perigo?

Eu invejo essas pessoas, elas vivem uma vida maravilhosa e reclamam, se elas soubessem que elas têm o maior tesouro do mundo dariam mais valor, reclamariam menos, pois elas têm tudo; amor, companheirismo, aconchego. Caso elas errem podem contar com alguém as apoiando, dizendo que ficará tudo bem. Tenho vontade de mata-las por isso, por pura inveja mesmo.

Nunca sentiste uma inveja de alguém quase doentia?

Algo que invejasse na pessoa, o corpo, seu jeito... Se não, tenho absoluta certeza de que algum dia você sentirá. Só espero que não mate como eu fiz!

Era um dia frio e nebuloso – clima que particularmente eu adoro – manhã de sexta feira, umas oito da manhã. Esse era o horário que ele saia todos os dias ao trabalho. Eu o invejava e muito. Ele tinha uma bela esposa, dois filhos, uma casa quitada e um emprego fixo, extrovertido sempre de bem com a vida, me cumprimentava sempre que me via em um gesto formal com seu chapéu e eu sorria de volta. Era um homem exemplar e, o melhor de tudo, não era assassino.

Seria a primeira vez que eu iria fazer desde que sai do reformatório.

Será que eu ainda sei? – perguntei a mim mesma.

Já fazia um tempo que não matava ninguém e tive muitos problemas emocionais que pensei que jamais sentiria um dia. Culpa dele, mas isso não vem ao caso agora; agora é hora da ação.

Antes de compartilhar o ultimo dia do rapaz, contarei como me aproximei do mesmo.

Tinha acordado e, ainda sonolenta, fitava o teto. Eu havia comprado uma casa não muito luxuosa, mas muito confortável. Havia quatro quartos, dois em cima perto da sacada e dois abaixo; tinha um porão que ficava abaixo da escada que dava acesso aos quartos. Uma sala grande e ampla. A casa tinha poucos móveis, apenas o mínimo necessário. Tomei um banho, me vesti e logo desci pra tomar o café da manhã. Bebi uma batida de frutas cítricas junto de duas torradas de queijo e presunto. Lavei a louça, subi novamente para escovar os dentes, logo desci e fui fazer minha corrida matinal. Já havia percorrido 4,5 km de corrida por volta do quarteirão, minha regata branca mantinha um “colar” de suor na volta do pescoço. – odeio sentir-me suja – Pendi minhas mãos aos joelhos procurando manter o folego, quando fui levantar-me bati com a cabeça em algo.

— Ai, droga! – murmurei.

— Mil desculpas, sinto muitíssimo. Eu não queria assusta-la, vi que estava tendo dificuldades para respirar e quis lhe oferece um pouco d’água...

— Não, tudo bem. Machuquei você?

— Quase arrancou minha cabeça, mas tudo bem. – riu.

Eu mantinha uma expressão fria como se ele tivesse contado a pior das piadas, o deixando sem jeito.

— Err... Eu não me apresentei: Benjamin. Benjamin Rupert, e você?

— Amanda. Amanda... Só Amanda. – sorri, logo apertei sua mão.

— Bom – começou, com as mãos entrelaçadas em frente ao estomago balançando. – Não gostaria de um copo d’água ou um suco natural gelado? Percebo estar com muita sede.

Será que devo me socializar com essa gente, com esse cara?

— Claro, muito obrigada.

Não custa tentar.

Passamos quatro casas e chegamos a sua. Era linda e aconchegante, tinha um “ar família” que eu nunca tinha sentido antes. Havia duas crianças brincando no tapete da sala que logo foram me cumprimentar.

— Oi – disseram em uníssono.

— Oi, quem são vocês?

— Meu nome é Kesia – disse a pequena -, o dele é Nathan. Ele é meio tímido.

— Sou nada, metida. – logo começaram a se chutar...

— Chega, crianças. Comportem-se, temos visita. – disse Benjamin.

— Quer se juntar a nós? Jantaremos lasanha, hoje é dia das crianças escolher o prato. Aceita?

— Bom, eu... Se não for incomodo...

— Imagina, será minha convidada de honra. – sorriu, logo arredou a cadeira para eu sentar.

O jantar correu maravilhosamente bem, não me sentia tão recebida desde... Desde nunca.

Os observava conversando abertamente sem acanho, sorrindo, contando piadas... Rindo de coisas muito bobas. Foi ali, naquele momento lindo que a inveja se instalou sobre mim. Meus olhos cerravam automaticamente, dentes trincados, garfo e faca se retorcendo em minhas mãos. Comecei a cortar a lasanha sem a mínima atenção, tanto que rachei o prato ao meio levando eles a olhar para mim, daquele mesmo jeito que eu odeio.

Por favor, parem. Parem, Parem! – gritava em suplico em pensamento.

Não queria mata-los.

Não naquele dia.

Por fim, pararam.

— Desculpem-me, acho que me excedi um pouco.

Riram.

— Tudo bem, foi nada. – disse Maria, a esposa linda.

— Se me permitem, vou para minha casa. Está ficando tarde e essa vizinhança é muito deserta a noite.

— Verdade, eu a acompanho.

Despedi-me dele e sua família, logo me encontrava sozinha e observando pela janela a família perfeita. Desci os três degraus e fui.

Mate eles, mate!

— Não.

Eu sei que quer isso... Mate! Arranque o coração de cada um.

— Não, não posso... Não quero.

Covarde. Covarde. Mate eles, Mate!

— NÃO! – gritei – Não, por favor, não... - estava chorando, agachada em frente à porta de minha casa.

Miami. Reformatório regional, 10h16min. Saída de Amanda Seinfel.

você? Impossível!

Naquele momento, um filme passou-se em minha mente. Naquele instante, voltei aos 14 anos. Meus sonhos infames de príncipes encantados voltaram com uma força inimaginável... Aqueles olhos azuis eu nunca esqueci, pois era um azul diferente com tons acinzentados. Aqueles cabelos loiros que com a batida do sol faziam-se ruivos. Seu rosto, Ah seu rosto. Era porcelana pura.

Não disse? Voltei aos 14 anos.

— Olá, Amanda. Quanto tempo, não?

Logo me lembrei do meu estrupo, e a raiva se apossou de mim.

— Saia de perto de mim!

— Calma, soube que sairia e que não havia mais parentes para lhe acolher, venha para minha casa. Sinto-me culpado por tudo que lhe aconteceu.

— Se há um culpado, esse sou eu.

— Venha, vamos tomar um café, por favor.

Estendeu a mão.

— Eu sei o caminho. – falei, ignorando seu ato cavaleiro.

Em todo o percurso ele tentou conversar comigo ou me tocar, desviei-me de todas as suas tentativas. Sentia-me desconfortável, parecia um encontro de turma, sabe?

Chegamos à cafeteria, sentamos na parte de fora da mesma.

— Nem acredito que estou aqui com você, fiquei com medo que...

— Que lhe matasse?

— sim, pelo que fiz.

— Não quero falar sobre isso.

— mas, Amanda... Eu nunca mais toquei em uma garota desde aquele dia. Formei, fiquei noivei... mas no altar a lembrança me fez pensar no que fiz a culpa se instalou fazendo-me dizer não.

— O que você espera contando-me isso? Quer meu perdão? Pois saiba que não sou Deus para perdoa-lo, se você fez o que fez é porque era seu destino. Agora, vir aqui, falar essas coisas, lembrar o que passei... Isso eu não perdoo. Aproxime-se de mim mais uma vez e não responderei pelos meus atos. Você não sabe e nem imagina no que me tornei, o que você ouviu ou leu sobre mim não significa metade do que sou. Você e seus amigos tiraram todos meus sonhos de menina. Hoje sou esse monstro, porem orgulho-me do que me tornei, é que eu gosto e o que eu nasci para fazer. Queira eu ou não.

— Você não precisa ser assim.

— Eu não preciso, eu quero.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Mereço reviews?
#BeijosComSaazon ;**
recomendação: "Te Beijar ou Te Matar? Segunda temporada"
fic muito perfeita, serio.