Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 12
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Eu fiquei um bom tempo sem postar, mas aqui estou eu de novo! Queria agradecer muito a todo mundo que deixou review, porque eles foram muito importantes para mim, me fizeram ter vontade de escrever mais uma vez!
Espero que gostem desse capitulo!



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                Tentei dormir. Eu realmente tentei. Mesmo estando aquecida e confortável, sentindo os braços de Klaus em volta de mim e sua respiração calma enquanto ele dorme com o rosto em meus cabelos, meu coração é pesado.

                Afasto seu braço, com cuidado para não acorda-lo, me levanto em silencio, visto um casaco comprido que está jogado no chão junto com o resto de nossas roupas e saio para a sacada. O ar esta gelado com uma brisa leve e congelante soprando. O inverno na Virginia é sempre muito frio, e eu sempre gostei desse clima. Minhas pernas ficam dormentes muito rápido, mas não me importo, apenas sento na beirada de mármore e fico olhando as arvores do grande bosque que cerca a casa.     

Coloco minha mão livre no bolso, tentando aquece-la e encontro um isqueiro e maço de cigarros. Acendo um e dou uma tragada longa. Não há nenhuma luz por perto a não ser a da lua e a da ponta do cigarro. Olho para baixo e vejo a grande distancia até o chão. Penso que seria um queda dolorosa enquanto viro minhas pernas e deixo que meus pés balancem livremente sobre aquele abismo.

Queria que estivesse sol. Talvez o sol pudesse aquecer meu coração, derreter o gelo negro que queima minhas entranhas. Fecho os olhos. Não acredito que fiz aquilo. Balanço a cabeça e acendo outro cigarro quando aquele termina. Pensar dói. Pensar no que fiz, no que senti... e no que sinto. O que mais pesa é o que sinto agora, e é esse sentimento que faz com que meu coração caia cada vez mais fundo no precipício escuro sob meus pés.

Penso em Klaus e me permito um sorriso cansado. Depois de dias amargurando o presente e remoendo o passado finalmente me dei um tempo, tentei me divertir e não pensar de mais, como sempre costumo fazer. E foi bom. Pude simplesmente esquecer, deixar que ele me amace sem ponderar todos os prós e os contras.

Me remexo e sinto meu corpo dolorido e cansado. Uma das coisas que melhora quando se torna um vampiro é o sexo. Sensações amplificadas, velocidade, força e experiência adquirida durante os anos são uma combinação deliciosa. E ele me ama. Fecho os olhos. Tudo que consegui ignorar durante as horas na cama com Klaus me vem a tona agora.

Ele me ama e isso não é certo com ele. Mas ele merece, o amor dele dói! Isso não é certo com Damon! Mas não temos nada juntos... então por que sinto como se o tivesse traído?

Jogo a bituca de cigarro fora e vejo enquanto a tênue luz desaparece escuro a baixo e se perde entre as pedras e as arvores.

Braços fortes envolvem minha cintura por trás me fazendo pular, assustada.

– O que está fazendo? – Klaus sussurra em meu ouvido, afundando o rosto em meu cabelo. – Você está gelada... – Não consigo saber se está preocupado, me censurando ou apenas constatando um fato.

Me viro para ele, abraçando seu quadril com as pernas e encostando minha testa na dele. Ele passa as mãos por minhas pernas tentando aquece-las. Fecho os olhos e apenas sinto o calor dele contra minha pele.

– Vamos entrar – ele beija meus lábios docemente e apenas me limito a assentir  e deixar que ele me carregue de volta para cama. Respiro fundo, sentindo seu cheiro, que já começa a impregnar em meus cabelos. Por mais conturbado e horrível que tenha sido nosso passado, não posso negar que é confortável tê-lo aqui, me fazendo sentir um pouco menos só. Mas ele não é Damon.

Nos abraçamos, pernas e braços entrelaçados, nos aquecendo. Olho em seus olhos verdes, um brilho muito fraco em meio ao quarto escuro. São olhos bonitos, mas não consigo evitar em desejar que fossem azuis.

– Klaus... – começo, minhas palavras saindo com dificuldade.

– Adorei ver você com meu casaco... – ele me beija de novo, e como não retribuo, começa a distribuir vários beijos por meu pescoço e ombro.

– Também gostei do seu casaco, tem seu cheiro – sinto-o sorrir contra minha pele e decido falar de uma vez. – Klaus, você faria um favor para mim, certo?

– Qualquer coisa, Katerina.. – ele murmura, me beijando mais uma vez, e estranhamente gosto da sensação de meu nome em seus lábios nesse tom carinhoso.

– Você poderia libertar Damon? – Acaricio seu cabelo, tentando parecer distraída, mas a verdade é que estou ridiculamente nervosa, sem saber qual será sua reação e desejando que ele não me mate. Literalmente.

Ele suspira, se soltando de mim e virando na cama, fitando o teto com um olhar desapontado. Uma pontada de culpa surge em meu peito, mas apago rapidamente, lembrando do sangue de minha mãe espalhado por meu vestido quando a encontrei assassinada.

– Você realmente conseguiu estragar um momento muito bom com uma simples frase – ele resmunga, a voz em um misto de  magoa e irritação.

Você fodeu com a minha vida toda.

– Klaus... – envolvo seu peito com os braços e descanso a cabeça em seu ombro. Ele me abraça, um abraço um tanto irritado e... possessivo?

– Não – a resposta é fria e direta, querendo terminar o assunto.

– Ah, não me diga que continua com ciúmes – rio, mas diante do silencio que se segue, o encaro surpresa. Ele desvia o olhar e rio mais uma vez, subindo em cima dele e beijando-o com carinho. – Nunca achei que te veria com ciúmes... – mordo seu lábio inferior.

Ele retribui meus beijos, passando os dedos por meus cachos desarrumados, me puxando para ele, e tenho a impressão de que tenta provar se estou dizendo a verdade. Me esforço para ser o mais apaixonada possível e me surpreendo ao notar que não é uma tarefa difícil. Quando nos separamos, estamos ofegantes e ele já não parece tão irritado.

– Então, vai solta-lo? – arrisco a pergunta, sabendo que não tenho muito a perder.

Ele fecha os olhos como se travasse uma batalha interna. Ele sabe que me deve. Me aninho em seu colo, apertando-o contra mim, tentando convence-lo silenciosamente.

– O que você tanto gosta nele? – a pergunta me atinge de repente, a voz de Klaus em uma calma mascarada.

Prendo a respiração por um instante, assustada. Minha paixão é tão clara assim? Amor. A palavra aparece do meu subconsciente para me corrigir. Eu amo  Damon, e faria tudo por ele, para tentar de algum modo corrigir ou  compensar tudo que já deixei de fazer.

– Só não quero vê-lo preso e me culpando por todo o sofrimento dele – reviro os olhos, como se o assunto me cansasse e Damon fosse simplesmente entediante. Doce ilusão... – Vamos lá, é só solta-lo – passo a cobrir seu tórax de beijos. – Ele não fará a menos diferença...

Giramos na cama, ele parando em cima de mim, e apenas sorrimos um para o outro. Ele é maluco, inconstante e malvado mas, bem, tem um belo sorriso. Eu poderia me acostumar com esse sorriso. Coro com o pensamento infantil e agradeço por estar escuro. Encosto meu nariz no dele, incentivando-o a me responder.

– Não posso – a resposta é curta e seu tom é frio e não consigo esconder minha indignação.

– Como assim não pode? – Minha voz soa um pouco irritada, o que não chega nem aos pés do que estou realmente sentindo, mas antes de continuar me obrigo a suavizar a expressão. – Já disse que não precisa ter ciúmes, ficaremos bem. Como nos velhos tempos.

Ele sorri e sinto seu corpo relaxar quando ele encosta a testa na minha e fecha os olhos, como se aproveitasse um momento mágico, e é são então que me dou conta do significados de minhas palavras. Como nos velhos tempos. Acabei de dizer que o amava de novo, que ficaria com ele, que esqueceria todos os anos terríveis que seguiram minha fase apaixonada.

– Mesmo assim, não posso solta-lo, meu amor – sua voz doce me tira de meus devaneios com angustiantes com uma noticia ainda pior: a besteira que falei não serviu para nada.

Meu amor. Meus pensamentos congelam nessas duas palavras. Eu não deveria me importar. Não me importo. Não posso me importar. Me sinto ridícula e derrotada. Minhas suplicas não adiantam de nada, ele não quer fazer nada por mim, e mesmo assim sempre há no fundo da minha mente uma voz latente que sussurra coisas, coisas sobre o que sinto por ele, coisas que realmente não quero ouvir.

– Mas por que não pode?

– Simplesmente não posso.

– Você fala como se a decisão não fosse sua – reviro os olhos para combinar com meu tom sarcástico.

– Mais ou menos isso – ele resmunga, saindo de cima de mim e encarando o teto.

Estou atônita e meu rosto se contorce em um enorme sorriso incrédulo. Estou ouvindo bem? Pela expressão seria de Klaus, parece que sim.

– Bem, – me apoio nos cotovelos para fita-lo – tenho descoberto muito sobre você esses últimos dias – ele me olha fingindo pouco interesse, mas sei que está curioso e morrendo de vontade de voltar pra cima de mim.

– E o que seria? – Ele me lança um sorriso sombrio.

– Que você é capas de ter sentimentos e que é subordinado a alguém.

Sua expressão se fecha em um segundo e ele salta da cama, andando a passadas pesadas pelo quarto enquanto explodo em uma crise de risos, me jogando sobre os travesseiros. Paro um instante para olha-lo. Ele está usando apenas uma boxer preta, e posso ver seus músculos definidos se movendo pelo quarto durante os minutos em que vai e volta de uma extremidade do cômodo com um olhar furioso. Me deito de bruços, apoiando a cabeça nas mãos e apenas espero que ele se acalme, aproveitando a bela vista de seu corpo com um sorriso bobo nos lábios.

Ele para de repente a minha frente com uma expressão carrancuda.

– O que está olhando?

– Você – dou de ombros e solto um risinho.

Em um piscar de olhos (literalmente, graças à velocidade vampírica) Klaus segura meus braços e me puxa pra cima, me deixando sentada de joelhos no colchão. Meu coração para de bater no instante em que ele me lança um olhar ameaçador e mortal. Ah, esse é o velho Klaus. Tenho que confessar, gostava mais do (ex)novo Klaus.

– Não pense que pode falar assim comigo só por causa desses últimos dias – sua voz é como um rosnado contido e posso ver a raiva borbulhando em seus olhos. – Não sou subordinado a ninguém, estou acima de qualquer um. Se estou fazendo isso é porque é de meu interesse – ele aperta meus braços e me solta de repente, fazendo com que eu cambaleie um pouco. – E não me contrarie de novo.

Ele pega algumas roupas no armário e sai do quarto batendo a porta, me deixando sentada na cama, irritada e, principalmente, frustrada. Não funcionou. Klaus não vai libera-lo, foi tudo em vão. Tudo não. A voz em minha mente me tortura. Você gostou, e muito. Afundo a cabeça no travesseiro e grito. Gostaria que todos os meus sentimentos confusos fossem embora junto com minha voz, que aos poucos murcha e se transforma em soluços. Mas tudo continua ali, apertando meu coração, reduzindo-o a nada. Então me viro de lado, abraçando meus joelhos, e apenas espero que o sono venha e apague meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews!
xxxxxxoooooo