Ordinary Girl escrita por MissLerman


Capítulo 12
Capítulo 12 Garota de sorte


Notas iniciais do capítulo

Heeey leitores. Não consegui postar ontem porque viajei meio que de última hora, até boliche joguei (e foi um desastre) HEUHEUHEUEHU Mas enfim, estou aqui e lá vai mais um capítulo. Boa leitura (:



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Senti-me segura, foi a primeira coisa que senti quando me dei conta de que não estava mais no carro. Abri os olhos devagar e vi que meu corpo estava em movimento. Minha cabeça estava encostada em seu peito, e eu não imaginava que Charlie pudesse ter um peitoral tão definido. Só me dei conta disso quando passei minha mão por ele. Olhei cuidadosamente para cima e vi que ele estava me carregando. Já estava completamente escuro e nós estávamos em casa. Olhei em volta e vi que não estávamos indo para o meu quarto, e sim para o de Peter e Charlie. Levei um susto assim que coisas impuras começaram a passar por minha cabeça.

Em um movimento rápido, ergui minha cabeça e esta bateu em cheio no quixo de Charlie. Pelo barulho, fiquei com medo dele ter quebrado algum dente. Com o susto, ele me soltou e cai sentada no chão. E isso doeu. Me recuperando, me levantei e massageei a área dolorida, enquanto Charlie massageava o maxilar. 

- Desculpa, acho que me assustei. - digo me aproximando dele.

- Tudo... Tudo bem. É que você dormiu no carro e o Peter me deu 100 dólares para eu te deixar durmir no nosso quarto. Parece que ele e Claire se acertaram de vez. - Charlie disse.

Arqueei a sobrancelha.

- 100 dólares, Peter te deu 100 dólares para que eu dormisse aqui? Quando falou com ele?

- Quando estávamos entrando. Ele estava só de cueca, e, assim que eu entrei, veio correndo com a nota na mão. E é claro que eu não iria recusar. - ele disse rindo um pouco, mas se retraindo. Deve ter sentido alguma dor.

Revirei os olhos apenas. Apesar de Peter exagerar as vezes, fiquei feliz por ele e Claire terem se acertado. E eu havia me divertido muito hoje. Então não iria brigar com meu irmão por algo tão bobo. Caminhei até a cama de Peter, e esta vivia desarrumada, e me enrolei nas cobertas. Notei que Charlie não se deitou, ele apenas ficou sentado em sua cama, lendo algum livro de sua faculdade. Ele estava muito conscentrado. Observei então que, emcima de sua cômoda havia um envelope. Como nossas camas eram uma ao lado da outra, consegui ler o nome de Charlie neste.

- O que é isso? - digo me sentando na cama de frente para ele.

Charlie desviou o olhar do livro e olhou para mim. 

- Hã... Não é nada, é só... Uma coisa da faculdade. Eu... ainda tenho que decidir algumas coisas. - ele disse.

Me perguntei porquê Charlie parecia estar tão nervoso. Tinha algo nos olhos dele. Algo que não costumava existir. Seus olhos sempre foram brilhante e cheios de vida, agora se encontravam um tanto... vazios. 

- Tem certeza, Charlie? - perguntei.

Ele me olhava nos olhos. Parecia estar cheio. Não sei ao certo do quê, mas estava completamente cheio. Parecia cansado, mas não com sono. Charlie então suspirou e mexeu nos cabelos. Ele parecia nervoso.

- Nina, acontece que... isso - ele apontou para o envelope - É uma passagem para a Suiça. Nunca contei para ninguém, mas treino snowboard. Só Peter sabe disso. Eu não trabalho, sabe. É feio, eu sei. Mas essa é minha paixão. Lembra o lugar que eu te levei hoje? Então, sempre treino lá. Meu treinador quebrou a perna, por isso estou de "férias" esses dias. Pode parecer bobo, eu sei, mas nunca contei nada por vergonha. E agora ganho uma passagem para a Suiça para poder aperfeiçoar o que eu já sei. Mas, caso eu aceite, tenho que largar tudo aqui. Faculdade, amigos, família... É por isso que ainda não me decidi.

Fiquei um tanto boba. Como Charlie ainda não havia decidido? Era seu sonho sua paixão. Charlie tinha o olhar baixo, ele provavelmente estava confuso. Acho que eu também ficaria, mas no fundo sinto que acabaria escolhendo o que meu coração deseja. Senti um pequeno incômodo no estômago ao pensar assim. Me perguntei se estava fazendo o que meu coração queria. "Claro" pensei "sempre quis vim para Noa Iorque". 

- Charlie, mas isso não é sua paixão? Por que ainda não foi? - pergunto.

Aquilo pareceu chatear Charlie. Sua expressão mudou no mesmo minuto.

- Por que eu ainda não fui? Acha que seria fácil contar para minha mãe que eu quero virar atleta e não médico? Esse sempre foi o sonho dela, Nina! E depois de dois anos de faculdade, acho que ela não ficaria nada satisfeita se eu dissesse que estava desistindo! Para você as escolhas podem ser mais fáceis, mas não somos iguais. E acredite, para mim não é nada fácil! - ele disse exaltado.

Me encolhi por um minuto. 

- Desculpa. - sussurrei.

Charlie apenas suspirou algumas vezes e se deitou em sua cama.

- Acho melhor írmos dormir, certo? Boa noite. - ele disse e então apagou a luz do abajur.

Me senti um tanto mal por deixá-lo estressado daquele jeito. Mas que culpa eu tinha? Claro que seria difícil, mas Charlie tinha que tentar. Não se desiste de sonhos.

Virei-me do outro lado e dormi.

---x---

- Não vai mesmo me contar para onde estamos indo? - perguntei para Frank entrando em seu Camaro.

Como esperado, Peter babou assim que me acompanhou até Frank. Meu irmão tinha um abismo por Camaros, e senti até que ele começou a gostar mais de Frank depois disso. A manhã em nossa casa foi difícil. Claire estava mais feliz do que nunca, exibia um belo sorriso no rosto assim que saiu do quarto. Peter também estava feliz, eu conheço o irmão que tenho. Já Charlie não me dirigiu mais do que um bom dia. Senti que ele ainda estava me ignorando, mas não sabia porquê.

Tomei café normalmente e passei todo o meu tempo livre conversando com Claire. Ela me contou que Peter a seduziu. Mas como conheço a amiga que tenho, acho que não foi bem isso. E, só quando fui pegar uma roupa no guarda-roupa, encontrei uma roupa de Odalisca, um tanto ousada, escondida na parte de cima. Claire ficou tão vermelha quanto um pimentão e confessou que a usou para ganhar a noite com meu irmão. Não vi outra solução senão rir da situação. Pelo que entendi, eles ainda não estavam namorando. Mas isso era só questão de tempo. Ou de meu irmão tomar coragem.

Me perguntei, enquanto estava no carro com Frank, o que Charlie faria naquela situação. O conhecendo como o conheço, creio que ele não irá para a Suiça. Se formará e viverá pensando em como sua vida poderia ter sido diferente caso aceitasse essa oferta. Charlie era assim, as vezes pensava tanto nos outros, que se esquecia dele mesmo. 

- Em que está pensando? - a voz de Frank interrompe meus pensamentos.

- Meu irmão e minha melhor amiga estão juntos. O quanto isso é estranho? - digo rindo.

Frank riu.

- Mas você aprova os dois juntos? - ele perguntou com os olhos fixos na estrada.

- Claro, só preciso me acostumar com a ideia de não dormir em meu próprio quarto por um tempo. - digo rindo.

Frank dirigia com cuidado. Notei que os vidros de seu carro eram escuros. E, conforme fomos nos aproximando da cidade, ele colocou um boné e um óculos escuro.

- Acho melhor você vestir isso. - ele disse me dando um óculos um tanto escandaloso e um lenço de flores ridículo.

Fiz uma careta ao ver aquilo. Mas Frank parecia preocupado, então os vesti. Me senti pior do que meu tio Percy quando fica semanas sem tomar banho. Aquilo poderia ser de qualquer uma que Frank tenha trazido para o mesmo lugar.

- Não faz essa cara, garanto que vai gostar do lugar. - Frank disse.

Revirei os olhos. Não sabia para onde estava indo, mas queria que aquele passeio valesse tanto quanto o que tive ontem. Olhei pela janela e só então descobri para onde Frank havia me levado. Arregalei os olhos assim que me vi entrando em seu estúdio de gravação. Olhei para ele surpresa. Ele me trouxe para seu próprio estúdio!

- Não acredito! Mas você pode... Eu posso... Nós podemos... Ah Deus, como eu vou entrar aqui? Quer dizer, não faço parte da equipe nem nada. Frank, o que eu vou fazer? - pergunto confusa.

Frank apenas riu enquanto estacionava o carro. Em sua vaga, estava escrito "Franklin Willian McCain". Fiquei um tanto chocada, mas não poderia esperar menos para um astro. Ele parecia estar se divertindo com a minha cara de confusa.

- Vamos Nina, quero que você conheça o pessoal. Como o filme ainda está no começo, só estamos fazendo as preparações necessárias. As gravações ainda não começaram, por isso posso te trazer aqui. - ele disse segurando minha mão e me guando para a entrada.

- Mas e se eu te envergonhar? Ou quebrar alguma coisa? Não me deixe perto de máquinas caras, por favor. Sabe como eu sou e sabe que cedo ou tarde vou acabar quebrando, estragando, ou pisando em algo que não deveria e você... - Frank não me deixou terminar, apenas me calou com um beijo.

Naquele momento, agradeci mentalmente por ser tão desastrada. Talvez nunca tivesse esbarrado em Frank se fosse alguém mais comum. E agora ali estávamos, aos beijos. Ele me segurava pela cintura, trazendo-me para mais perto. Sua boca na minha, aquilo era perfeito. Frank tinha os lábios doces, e sentí-los nos meus era perfeito. Era um beijo calmo, e cheio de saudade. Apesar de termos ficado apenas um dia sem nos vermos, para mim, parecia mais uma eternidade. 

Queria estar ao seu lado sempre. Sabia que seria quase impossível, mas esse era meu desejo. Queria sentir seus lábios, seu toque, seu perfume, todos os dias. Queria seus sorrisos mais sinceros. E também poder enxugar cada lágrima sua. Queria escutar um "eu te amo" toda hora. Eu estava completamente apaixonada por Frank, e sabia que esse sentimento era sincero. Seria difícil, eu estava ciente disso. Mas não me importava, só o queria comigo. Afinal, se a vida fosse fácil se chamaria vadia

Nosso beijo duraria muito mais, se não tivéssemos escutado um pigarro por trás. Era a segunda vez que éramos interrompidos desta maneira.

Me soltei de Frank e olhei para trás, esperando encontrar quem fez tal som. Mas, infelizmente, dei de cara com alguém que não esperava reencontrar. Uma loira de olhos azuis que reconheci na mesma hora. Era usava uma roupa um tanto... diferente. Parecia mais uma versão podre da Lara Croft. Ela parecia ser uma espiã, ou alguma coisa assim. Notei que esta me analisou de cima àbaixo. Eu não tinha colocado nenhuma roupa especial. Estava de calça e tênis. 

- Você deve ser a... amiguinha do Frank. Prazer, sou Sarah, mas você provavelmente já deve me conhecer. - ela disse.

Me limitei apenas à sorrir de maneira forçada e dizer:

- Sou Nina. - não diria que fora um prazer conhecê-la porque não foi.

Desde aquele dia no shopping, eu sentia que aquela loira não fora com a minha cara. E eu também não fui com a cara dela. Ela tinha um olhar imponente, e uma boca que parecia nunca sorrir. Sentia que seu olhar sobre mim era de nojo. Mas não me importei. Talvez tudo aquilo fosse por causa de Frank. Infelizmente, ela teria de se conformar, pois Frank estava comigo agora.

- Hã... Nina, vamos? Temos muito o que ver. E bom dia Sarah. - ele disse pegando minha mão.

Sarah apenas lhe acenou e continuou parada ao lado da porta. Revirei os olhos e segui meu caminho com Frank.

- Então ela é sua companheira de cena? - perguntei.

- Ela mesma.

- Como você a suporta? Fiquei com vontade de vomitar só de ver aquele cabelo tingido! - disparo.

- Nina, não está enciumada só pelo fato de que eu e Sarah iremos fazer cenas românticas? - Frank disse rindo.

Arqueei a sobrancelha e olhei incrédula para ele.

- Vocês o que? - perguntei.

- Você fica linda com ciúmes. - ele disse me dando um beijo no rosto.

- Não estou com ciúmes. - disse fazendo bico.

Sim, eu estava me mordendo de ciúmes. Não queria que aquelazinha se aproximasse à menos de um quilometro de Frank. Eu vi como ela nos olhava, estava claro que ela sentia algo por Frank. Senti meu sangue ferver só de pensar nos dois juntos.

Frank então me puxou para ele e me prensou na parede.

- Nina, posso até beijar Sarah na frente das câmeras, mas só teria uma garota em minha mente. E esta garota, está bem aqui, em minha frente. - ele disse e me beijou novamente.

Sem perder tempo, agarrei-me em seu pescoço e retribui o beijo. Frank explorava toda minha boca. Senti que o beijo estava indo de "romântico" para "quente". A cada segundo, nos beijávamos mais rápido e com mais intensidade. Meu coração acelerou assim que senti um calor percorrer meu corpo. Frank mexia comigo, e estavámos começando á passar um pouco dos limites. Assim que senti as mãos de Frank começarem a escorregar de minha cintura, flashs da noite com Lucas voltaram. Nunca me senti tão enojada. Interrompi o beijo do nada.

Frank estava vermelho. Ele pareceu perceber que eu não estava a vontade.

- Desculpe... Eu... Acho que me empolguei um pouco. - ele disse alisando o cabelo.

- Tudo bem. - digo tentando me acalmar.

 Ele arrumou a gola da camisa e estendeu a mão para mim. Sorri e a segurei. Caminhamos por um bom tempo. Aquele lugar era enorme, cheio de salas. Cada uma com um número, pensei serem os cenários. E nesses, eu não tinha permissão para entrar. Não me deixaram nem ficar com meu celular. Tive que entregá-lo, depois de muito relutar, para um dos seguranças. Visitamos o camarim de Frank, que não passava de uma pequena sala com um sofazinho e um violão. E estava bem bagunçado.

Poderia dizer que tudo correu bem, se eu não tivesse tropeçado, sem querer, no violão. Pelo barulho que ele fez ao encontrar o chão, fiquei com medo de tê-lo estragado. Cobri minha boca com as mãos e esperei Frank dizer algo. Estava com medo dele estar muito zangado.

- Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa... Eu não... Desculpa, Frank. - digo.

Frank apenas pegou o violão do chão e me deu um selinho.

- Tudo bem, minha pequena desastrada. - ele disse colocando o violão de volta no lugar dele.

Sorri forçadamente. 

O resto do dia foi até prazeroso. Conheci alguns várioas atores, e eles foram muito simpáticos comigo. Menos Sarah. Esta ainda me olhava com nojo. Fora esse pequeno detalhe, o dia foi ótimo. Dei muita risada quando Frank contou que, justo no dia de sua audição, ele teve uma dor de barriga insuportável. E que, todos aqueles minutos trancado naquela sala, tentando recitar os versos que ele deviar falar, foram os mais longos de toda sua vida.

Tentei me imaginar em uma sala, morrendo de dor de barriga, recitando falas chatas. Eu provavelmente morreria antes que terminasse de falar.

- Para a minha sorte, na cena eu tinha que fazer cara de dor porque eu pai havia acabado de morrer. E eis o resultado. Fui escalado para ser o principal. - Frank disse comento mais um Donut.

Ri e terminei de comer o meu. Devia estar com a cara toda suja. Afinal, Donuts fazem isso. Limpei meu rosto e também o banco de seu carro. Estávamos no estacionamento, dentro do carro de Frank conversando e comendo. Como não era permitido muito barulho no set, viémos para cá. Me sentia satisfeita. Um Donut já era suficiente. Mas Frank já estava em seu terceiro, e comia com gosto. Achei aquela cena engraçada. Vê-lo com a cara toda suja de açúcar fez com que meu pensamento de que, Frank era diferente dos atores frescos e mesquinhos, se confirmasse ainda mais.

Ele dava risada alta. Ele me fazia rir. Ele queria o meu bem. Ele não se zangava com as minhas trapalhadas. Frank McCain era o primeiro homem que não ficava zangado quando eu derrubava ou tropeçava em alguma coisa. 

E, naquele momento, me senti a garota mais sortuda do mundo.


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Notas finais do capítulo

É. aqui está. Bom, segundo o Nyah! tenho 30 leitores, mas nem metade deixa reviews. Então, só queria pedir para vocês, leitores que me acompanham e não me mandam review para aparecer por aqui e me dar um "oi". Odeio fazer isso, maaaas acho que só assim para vocês aparecerem. Beijo e NHAC, até o próximo :3