Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 65
Trimens


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san!
Desculpe pelo atraso. Teria terminado antes, mas fiquei com dengue e a dor de cabeça e nos olhos não me deixavam nem pensar em usar o computador. Mas aí está ^^
Antes, queria agradecer pelos 402 comentários. Quando percebi que estava QUASE chegando aos 400 eu já estava totalmente emocionada, então podem imaginar o quanto fiquei feliz quando chegou nessa faixa. Muito obrigada mesmo pessoal, vocês são os melhores.
Aproveitem o capítulo!
*ficha da Sasha postada no blog, ficha da Yume à caminho*
*símbolo da Eletro Magic acrescentado ao menu*



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Yuri não conseguia se sentir bem entrando na Batalha sem ter conseguido se entender com Natasha, mas como não tinha conseguido falar com ela, isso teria que esperar. Indo para uma missão ou não, a sensação de que sua prima estava ressentida com ele o incomodava. A única coisa que o tranquilizava é que sabia o que ela faria estando irritada: descontaria tudo em seu oponente, e ele tinha certeza de quem seria o pobre coitado.

Fosse como fosse, Yuri precisava se concentrar em sua missão atual. Podia aparecer qualquer mago a qualquer momento e deveria estar pronto para qualquer luta. E apesar de tudo, ele até que se sentia animado quando pensava que logo estaria lutando de novo e que teria mais uma oportunidade de usar sua querida Chain of Weapons. A luta contra Nick foi tão divertida que foi capaz de acender algo a muito tempo apagado dentro dele: aquela chama que o impulsionava a lutar e que o fazia dar tudo de si num combate. Quanto tempo já fazia que não tinha aquela sensação...?

–... Utiliza a magia Wood Make. Faz parte da guilda Blue Pegasus... Essa marca é bem parecida com a minha... E está lá desde os quatro anos. Seu nível de força é consideravelmente alta, embora não seja muito usada...

Yuri ficou sem reação. Devido à pouco luz no ambiente, demorou mais do que devia para localizar a origem da voz. Mas, agora que tinha conseguir focalizar sua visão, não sabia o que fazer.

O homem que falava seus dados estava totalmente em preto e branco, assim como os outros ao seu lado. Seus cabelos lhe davam um ar tão elegante quanto suas roupas – camisa, calça e sapatos sociais –, e diante dele flutuava uma espécie de monitor também em preto e branco. À sua direita estava outro homem com os cabelos mais curtos, usando roupas muito parecidas com as do outro, e logo ao seu lado outro homem, este usando paletó. Apesar das cores e expressões sem vida e os orbes negros ocupando o lugar de seus olhos, o mago de madeira pôde reconhecê-los facilmente, devido às horas solitárias que passara na biblioteca da Pegasus quando era menor.

– Basicamente, esse é Yuri Collins – disse o primeiro, desfazendo seu monitor mágico. – E então... Um desafiante?

– Como se ele tivesse alguma chance – falou o segundo.

Yuri cruzou os braços e falou no tom mais irônico que pôde:

– Numa luta de três contra um, quem vocês acham que tem mais chance?

Os três se entreolharam e tornaram a olhar para o moreno.

– Não tenho nada a ver com esses caras – disseram ao mesmo tempo.

– Sinceramente, quero me livrar deles o quanto antes – disse o terceiro.

O mago de madeira não ficou muito surpreso; já esperava que os magos veteranos estivessem bem diferentes do que deveriam ser. Ainda assim, ver os Trimens falando daquele jeito lhe dava uma sensação muito estranha. Era como se eles estivessem cometendo uma grave traição.

– Então... Hibiki, Eve e Ren, certo?

– Hein? Você sabe meu nome? – Os três disseram juntos de novo. E depois se entreolharam de novo, todos de cara feia.

Yuri então percebeu que não precisava ter conhecido aqueles três para saber que aquilo estava completamente errado. Aquela sensação estranha aumentou, e ele se viu num verdadeiro mal estar. Mas isso foi breve.

– Ei, se você for mesmo um desafiante, podemos começar isso logo? Quero sair acabar com você logo para sair daqui – disse Hibiki.

– Não, eu vou esmagá-lo primeiro – interveio Eve.

– Procurem outra pessoa; ele é todo meu – falou Ren.

O rapaz sentiu como se algo queimasse dentro dele, e sabia bem o que era aquilo. Ainda reconhecia essa sensação e esse fato o alegrava ainda mais. Então, sorriu.

– Não precisam brigar. Podem vir todos de uma só vez. – Ele se posicionou. – Eu os desafio!

. . .

“Tome cuidado”, “Não se precipite”, “Eu te amo”... Qualquer coisa. Hearther queria ter dito qualquer coisa para Nick antes de ele sair, mas o idiota do seu irmão só falou com Aiko antes de sair correndo. Poxa, isso era um saco. Desde sua volta ela mal tinha conseguido um tempo para colocar o papo em dia com Nick; logo embarcaram na missão das Light Guilds, e mesmo nesse mês pacífico que tiveram ele passou a maior parte do tempo treinando. Ela até tinha conhecido sua casa e conversado com ele, ouvido suas histórias sobre o que passou na Fairy Tail, mas só. Sentia falta de seu irmãozinho.

Certo, certo. Assim que aquela loucura acabasse, daria um abraço e um soco nele.

– Ah, que lindo! Como eu queria estar com uma roupa assim ao invés de estar presa nisso...

Hearther demorou mais que o necessário para notar que aquela voz era direcionada a ela. Olhou para o lado. Lá estava outra mulher, em preto e branco como todos os magos “mortos-vivos”. Esta tinha cabelos compridos que não perdiam o charme mesmo naquela cor sem vida e usava um longo vestido. Em seu ombro esquerdo podia-se ver sua marca da Blue Pegasus.

Hearther não acreditou. De todos que podiam aparecer...

– Esse decote, essa cor, esse estilo... Tudo nessa roupa é encantador. – A “fantasma” suspirou. – E eu tenho que usar um vestido...

Hearther arqueou as sobrancelhas, piscou, balançou a cabeça, e finalmente conseguiu reagir.

– Você não é a Jenny Realight da Pegasus?

– Sou – Jenny respondeu simplesmente.

Tá. Ok. Isso estava ficando muito estranho. Jenny Realight era, pelo que Hearther sabia, uma das mulheres mais elegantes da Blue Pegasus em sua época. Tinha tudo o que um membro de sua guilda precisava para ser considerado “dentro do padrão”: charme, beleza, e gosto refinado para roupas. Em contrapartida, Hearther sempre esteve longe do padrão; suas roupas faziam mais o tipo rebelde do que chique. Jenny – não, qualquer mulher adequada à Pegasus – jamais invejaria seu estilo.

– Hm... Você tem certeza disso? – Indagou Hearther.

– É claro que tenho. Você é uma desses desafiantes, não é? Veio me desafiar?

“Eu não vim a lugar algum”, pensou Hearther. “Você que apareceu do nada”. Ainda assim, respondeu:

– Claro.

– Então vamos tornar isso mais interessante! – Jenny estava tão animada que, se seus olhos não fossem esferas negras inexpressivas, estariam brilhando. – Se eu vencer, eu levo suas roupas. Que tal?

Hearther pensou um pouco. Não gostava da ideia de ter que dar sua roupa para alguém que nem ao menos deveria estar ali, mas também não conseguia se imaginar perdendo. Se vencesse, estaria colaborando para a salvação de seu país, de Nicolas. Se perdesse... Bem, essa opção não existia.

– Topo. Eu te desafio!

. . .

A neve podia não fazer frio, mas Willy não estava achando nada agradável. Aquela neve preta e branca caindo incessantemente sobre seus cabelos, bagunçando-os, e alguns até passando por seu paletó e lhe fazendo cócegas no peito... Merda, aquilo podia parar logo.

Mas Willy parou de pensar nisso num instante; bastou sentir um cheiro repentino e extremamente agradável de perfume para que sua mente se esvaziasse. De repente, não importava se seus cabelos estavam bagunçados ou se a neve insistia em provocar seu peito. Na verdade, nada parecia mais importante do que achar a origem daquele perfume.

Confiando ao máximo em seu olfato, farejou o ar em busca do ponto onde o aroma ficava mais forte. Assim que o encontrou, seguiu a trilha deixada por ele, até chegar ao seu objetivo.

O que ele encontrou lá foi um homem. Bem... Ele não sabia direito; podia ser um anão. Seu rosto era retangular, com nariz e queixo muito, digamos assim, definidos. Seus cabelos eram volumosos e espetados para baixo. Em seu paletó havia uma flor presa ao peito esquerdo. Mas o que mais chamava atenção, mais ainda do que seus olhos bizarros e o fato de ele estar inexpressivamente em preto e branco, era a nuvem de perfume formada sobre o frasco que ele segurava.

– Nossa. Aqui está ainda mais forte.

O homem/anão olhou para ele e tampou o frasco de perfume. Por alguns segundos, eles apenas se encararam, até Willy exclamar:

– Quem é você, tiozinho? E por que está espalhando perfume por aí?

– Tiozinho? – O baixinho chegou a torcer o nariz com a palavra. Willy não achou que seu rosto pudesse ficar mais estranho. – Eu não estou espalhando perfume. Esse frasco apenas apareceu na minha mão.

– Hm. Então guarde isso; de longe estava agradável, mas aqui está bem forte.

O outro olhou para ele em silêncio por mais alguns segundos antes de tornar a abrir o frasco.

– Ei! – Reclamou Willy.

– Você está sofrendo com isso, não é? Isso é divertido, man!

Willy franziu as sobrancelhas.

– Não estou sofrendo. É só que o cheiro desse perfume está muito forte.

– Como essa sensação é agradável, man! – Ele continuou como se nem o ouvisse.

O mago celestial estava ficando sem paciência para aquele cara. Ele simplesmente continuava insistindo que Willy estava sofrendo, enquanto este insistia que desconforto não era necessariamente sofrimento. Bem... Se ele o derrotasse, aquele cara desapareceria e seu dever estaria cumprido. Julgando por suas roupas, o baixinho era um veterano da Pegasus, mas Willy não conseguia se lembrar de seu nome porque só tinha passado pela biblioteca da guilda vez ou outra; ele não era como Yuri, que via aquilo como forma de entretenimento e passava horas lá dentro.

– Você era da Blue Pegasus, não é?

O anão parou de tagarelar e o fitou.

– De fato tem uma marca que parece um pégaso no meu ombro, mas não sei o que é isso.

– É sua marca de guilda, cabeção. E isso quer dizer que você é meu oponente.

– Hm? Ah! Você é um desses tais desafiantes. Por que não disse isso antes?

Willy abriu a boca para responder e logo a fechou. É... Se ele tivesse começado a luta logo, não teria perdido a paciência. Ah... Tá, não importava mais. O que importava era que aquele cara tinha o tirado do sério e que ele queria que aquilo acabasse logo para não ter mais que aturar aquela neve chata.

– Não interessa! Eu te desafio, velho. Vamos acabar com isso logo.

. . .

Luke podia repetir o quanto quisesse que Angus não estava envolvido em tudo aquilo e Yano continuaria sem acreditar. Ele tinha total convicção de que era tudo obra daquele maldito monstro. Por isso, enquanto todos partiam para fazer sua parte na Batalha das Fadas, ele permaneceu lá para explicar aos Mestres das guildas a sua opinião e pedir permissão para procurar Angus ao invés de caçar os veteranos.

– Não sei, Yano. É muito perigoso você ir sozinho para lutar com um demônio que nem sabemos onde está – disse o Mestre Naoto.

– Isso se ele estiver mesmo aqui. Se não, será apenas uma perda de tempo – observou o Mestre Taylor.

– Mas a quase todo mundo está indo sozinho buscar alguém para desafiar! – Retrucou Yano. – Qual a grande diferença?!

– A diferença é que, se esse tal Angus realmente estiver por aí e for o mandante de tudo isso, você estará confrontando um demônio. E, pelo que você contou, ele é muito poderoso – explicou o Mestre Kevin.

Não devia ter contado em tantos detalhes, pensou Yano.

– Mas eu dou conta. Estou bem mais forte agora.

– Yano – enfezou Naoto –, não podemos permitir que vá sozinho.

O garoto já ia chamar Bianca, mas ela havia pedido um tempo para repor as energias; reescrever duas palavras aparentemente consumia mais energia do que ele poderia imaginar. Yano estava totalmente frustrado. Sabia que precisava derrotar Angus para acabar com aquele jogo horrível e sabia que a melhor companhia que poderia ter para aquela missão era qualquer membro do Time Blaze, mas nenhum deles estava lá...

– Missão aceita, Mestres!

O alívio que Yano sentiu ao ouvir a voz de Misaki foi indescritível. Finalmente, alguém de seu time, alguém para compartilhar a vontade que tinha de derrotar Angus, havia chegado.

– Deixem isso comigo – ele se falou enquanto se aproximava do grupo e soltava a mão de uma atordoada Lothos. – Eu vou derrotar Angus.

– Calma, garoto. Não é assim que funciona – disse Taylor.

– Não me importo! Eu preciso derrotar Angus!

De repente, a alegria e a ansiedade de Yano se desfizeram. Deu para perceber que Misaki não estava exatamente empolgado; ele estava tão nervoso que até Lothos parecia assustada com seu estado. O que tinha dado nele? Na última vez que encontraram Angus ele não parecia tão transtornado... Não, espera. Misaki ficou, sim, estranho depois que o derrotaram. “Eles voltaram” ele tinha dito após encontrar uma marca estampada no local onde Angus havia sido destruído. “A guilda mais cruel de Fiore... Realm of Darkness”. Ninguém no grupo tinha feito muito caso com isso naquela hora porque estavam cansados demais para pensar em algo. E mais tarde, quando todos se reuniram e Yuri perguntou o que havia acontecido com cada grupo, Misaki ficara calado. Então o mês foi se passando e Yano foi se esquecendo cada vez mais daquele assunto e ignorando qualquer relevância que ele poderia ter.

– Como amigo da Mestra de sua guilda – Taylor aumentou o tom de voz –, eu o proíbo de aceitar uma missão tão importante assim estando tão nervoso.

– É mesmo; você não é meu Mestre. Não preciso da sua permissão. Eu vou sozinho ou não, e vocês não podem me impedir.

E então Misaki correu para longe de todos, ignorando os gritos dos três Mestres. Yano olhou para o amigo e depois para Mestre Naoto, que suspirou e indicou com a cabeça para o mago da Lamia como se dissesse “Bem, então vai”. E ele foi. Naquele momento não ligava muito para Angus e a ameaça que ele representava, e sim para as consequências que o transtorno repentino de Misaki poderia representar.

. . .

Droga. Droga, droga, droga. Droga. Daisuke estava profundamente arrependido deter gritado com o pai e quase queria se bater por ter feito isso. Mas naquela hora ele simplesmente perdeu o controle. Todos foram ajudar o pessoal da Fairy Tail na Batalha e Daisuke foi junto, e então se pai o mandou ficar, e o garoto explodiu. “Eu não quero continuar sendo tratado como uma criança, pai!”, dissera ele. “Só porque não conseguiu proteger a mamãe não significa que tenha que me proteger sempre”, e correu sem olhar para trás. Sabia que seu pai era forte demais para chorar perto de seus amigos, mas suas palavras tinham sido duras demais. Seu pai não tivera culpa nenhum na morte de sua mãe; ela morreu por uma doença, ponto. Daisuke sabia disso. Então, droga, por que tinha agido como um total idiota?

O garoto parou e olhou em volta. Só agora se dava conta do que exatamente tinha feito, e subitamente uma empolgação enorme o atingiu. Por um instante ele se esqueceu do desentendimento com o pai e se permitiu comemorar por dentro o seu momento de liberdade, a chance de enfim pôr a prova o poder de sua Sacred Fire. Mas por outro lado... Ele estava sozinho nisso. Não havia ninguém para ajudá-lo caso ele precisasse e ninguém para vê-lo brilhar.

Então, em meio à escuridão e à solidão da noite, Daisuke acendeu sua chama azul brilhante – seu maior orgulho, a Sacred Fire. A chama derreteu a neve em sua mão, fazendo uma mistura de água branca e preta escorrer por seus dedos até pingar e desaparecer no imenso tapete da anormal neve de X841.

– Sua chama...

Tudo estava escuro demais para ele conseguir enxergar de primeira de onde vinha aquela voz. Precisou de um tempo para conseguir ajustar sua visão e enfim enxergar o sujeito: um homem de cabelos curtos e barba, usando um sobretudo com as mangas arregaçadas e aberto, deixando seu cordão à vista. Apenas as cores preto e branco o cobriam, e seus olhos tinham se transformado em orbes pura e sinistramente negros.

– Por algum motivo... Sinto que a minha também deveria ser assim. – Ele invocou uma chama branca em sua mão. – Mas ela não tem cor alguma...

– Puxa vida – murmurou Daisuke antes de apagar sua chama. – Que deprimente.

– É como a minha vida – prosseguiu o homem. – Sem cor, sem alegria...

– Mas como isso é possível?

O estranho também apagou a sua chama e olhou para o garoto.

– Como assim?

– Digo, quem é você?

– Eu? Meu nome... Meu nome é Macao. Macao Conbolt.

Daisuke pensou um pouco, mas não adiantava muita coisa.

– Tá, eu não te conheço. Mas tenho certeza de que, quando você era vivo, tinha amigos, família e um lar. E isso devia deixar sua vida bem... Colorida.

– Eu não me lembro de nenhum amigo e nenhuma família. Só consigo me lembrar de um grande vazio e de uma imensa tristeza. Aquilo não era vida, garoto. E se continuo pensando nisso, de que adianta tudo isso?

– Não. Eu não posso aceitar isso.

Quando a mão de Daisuke morreu, ele ficou desolado. Seu pai até tentava alegrá-lo, mas ele não era tão forte quanto sua mãe e facilmente desabava. Mas então ele criou uma guilda – Eletro Magic, em homenagem à magia de trovão da esposa –, e logo mais e mais magos se aliaram a ela. Rapidamente esses magos se aproximaram de Daisuke e o garoto passou a vê-los como seus irmãos mais velhos. A Eletro Magic lhe deu uma família completa novamente e um lar. Daisuke não podia admitir que fosse diferente para Macao.

– Se você fazia parte de uma guilda, então você tinha um lar, tinha uma família. Aliás, você ainda tem; sua guilda continua de pé e seus amigos estão espalhados por aí. Quando você ganha sua marca, você entra naquela família para sempre. E já que você quer rejeitar isso – Daisuke se encobriu com sua Sacred Fire, mais brilhante do que nunca –, eu te desafio!

. . .

Yuri não esperava que a tela de Archive que apareceu em sua frente fosse lhe jogar para trás com tanta força. Mas foi isso o que aconteceu: assim que o desafio foi lançado, Hibiki tomou a iniciativa com seu surpreendente Force Blast. Logo em seguida, antes mesmo de Yuri se recuperar por completo, Eve surgiu em seu campo de visão, estendendo a mão direita e segurando seu antebraço com a esquerda e disparou uma tempestade de neve. O Collins imediatamente ergueu um paredão de madeira para se defender, mas logo se viu rodeado por mais telas de Archive. Antes mesmo de elas disparem o raio, ele saiu de perto, deixando apenas Eve no meio do alvo para ser atingido uma vez antes de parar seu ataque para escapar da magia de Hibiki.

Yuri deu a volta e avançou contra o usuário da Archive. Este foi pego de surpreso e obrigado a desfazer seu monitor mágico para entrar no combate corpo a corpo com o moreno. A troca de socos durou pouco; outra rajada de neve veio na direção dos dois e Yuri mais uma vez foi rápido o bastante para sair de perto antes de ser pego. Hibiki, por outro lado, não conseguiu se esquivar e se virou furioso para Eve. O utilizador da Snow Magic também não estava nada feliz com o resultado de seu golpe.

– Saia da minha frente! – Ele gritou.

– Pare de me atrapalhar! – Reclamou o outro.

– Seus idiotas! – Gritou o Ren. – Parem de bagunçar e façam algo de útil!

Assim, ele estendeu a mão e lançou uma imensa e potente rajada de ar misturada com vários fragmentos de pedras. Yuri logo se envolveu por uma barreira de madeira, mas os outros dois Trimens nem se preocuparam em se desviar, sendo atingidos pelo golpe do suposto companheiro.

– Pelo o amor de Deus. – Yuri suspirou. – Vocês estão sendo destruídos e eu nem precisei fazer nada.

Eve e Hibiki se levantaram e ambos enfezaram Ren com o olhar. Porém, Hibiki bufou e deu de ombros.

– Ele tem razão. Sabem o que isso quer dizer, não sabem?

Ren revirou os olhos – ou o que quer fosse aquelas coisas que ele tinha na cara.

– Não temos muita escolha, né?

– Infelizmente, não – concluiu Eve. – Se quisermos destruir esse cara, teremos de parar de lutar individualmente...

–... E começar a lutar como um grupo. – A voz de Hibiki estava repleta de nojo. – Por mais que isso me desagrade...

– Igualmente – disseram os outros dois.

Os três se postaram lado a lado. Yuri tornou a se posicionar. Agora eles estavam claramente mais sérios.

– Não sejam tão covardes.

Os quatro olharam para cima ao mesmo tempo. Do alto de uma árvore uma figura pulou, deu um chute de calcanhar no rosto de Ren e pousou elegantemente no chão.

– Para que ter só um fracote como oponente...

Outro homem pulou de uma árvore no lado oposto, pisoteando a cabeça de Eve e pousando da mesma forma que o anterior.

– Quando se pode lutar contra dois dragões de uma só vez? – Concluíram juntos.

Yuri suspirou e se aproximou dos dois, empurrando-os para entrar no meio deles.

– O pior é que isso é exatamente o que eu esperava de dois Nakamotos.

Kazuo sorriu e deu um soquinho em seu ombro.

– Podemos esquecer de tudo o que rolou antes para essa luta?

Kouji fez o mesmo em seu outro ombro.

– E então, só por hoje, seremos parceiros.

Yuri olhou de um para outro, depois para os Trimens, e revirou os olhos.

– Certo, tudo bem. Só por hoje – enfezou – estamos juntos.


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Aaron)
Eu repeti várias vezes para mim mesmo que aquele com certeza não era meu pai. Mas agora que ele está aqui na minha frente e que todas as minhas lembranças da infância e dos tempos que passamos juntos estão voltando, fica difícil. A única coisa que me faz recuperar o foco é lembrar que ele machucou um de meus filhos e que, se eu deixá-lo à solta, ele vai machucar o outro também.
Esse Natsu não é meu pai. É só um desgraçado que quer ferir a minha família, e não vou permitir que faça isso.
Não perca o próximo!
"As Três Gerações de Dragneels"
Soreha, sayounará!



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