Crise Existencial escrita por Bia Salvatore


Capítulo 2
Capitulo 2 - A conversa




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- Porque é que não mostras aquilo que realmente és? - Agora estou confuso. Estará a falar de quê?

 - O que realmente sou? – Ela vai dizer que sou um assassino, um pervertido, um imbecil; tem de ser isso.

 - A melhor pessoa que alguma vez conheci! Damon, tu… - Estava a olhar fixamente para a lareira, se olha-se para baixo iria encontrar os seus olhos, visto que ainda continuava com a sua cabeça sobre as minhas pernas.

 - Eu? – Hesitei. Ela não podia estar a dizer isto, não agora, depois de tudo. Das lembranças, de tudo o sofrimento que lhe causei enquanto era humana…

- Tu não mostras nada disto… Tu pedes-me para lutar por tudo o que eu quero sem sequer me conheceres… - Tin, tin, tin! Alerta vermelho na minha cabeça, mais que nunca. Vamos ter esta conversa e eu nem me preparei para tal.

 - Elena, eu disse-te que não quero criar expectativas a ninguém. Se o fiz, foi porque achei que era o mais correcto. Apesar de, às vezes, isso sair um bocadinho ao lado daquilo que eu esperava… - Estava a divagar, sem saber muito bem o que dizer. Talvez fosse o melhor, mudar de assunto. Mas não era o que eu queria.

 - Damon, não sejas assim contigo próprio. És uma óptima pessoa, um bom homem. – Agora tentou forçar-me a olhar para ela, mas eu resisti.

 Eu não estava a aguentar ouvir mais uma única palavra dela a meu respeito, não desta maneira. É suposto eu não mostrar amor, carinho ou qualquer tipo de afectos mas com ela era diferente. Era como um vidro, que em nada se comparava ao ferro. Com ela iria partir, por muito firme que estivesse, em nada suportava o ferro.

Ela sentou-se junto a mim e estava tao próxima, em todos os sentidos… Tinha de agir, tinha de fazer algo, bem ou mal. Aproximei-me ainda mais dela e segurei-lhe o rosto com as duas mãos enquanto sussurrava o nome dela. Ela olhou-me nos olhos, acho que olhou através deles para tentar descobrir o que eu estava a sentir, e eu sei! Eu sei que ela viu o quanto eu a amava e a queria.

 Pousou as suas mãos no meu rosto mas passado alguns segundos, estava a percorrer o meu rosto com os seus dedos até parar nos meus olhos e com um gesto suave e delicado fechou os meus olhos. Depois colocou os seus dedos nos meus lábios e entregou-se a mim.

 A sensação dos seus lábios nos meus era como eu me lembrava, mas agora os seus beijos eram mais urgentes, mais fogosos. Não sei quanto tempo apreciei o toque dos seus lábios mas quando se afastou de mim e eu abri os olhos, eu via-a de olhos fixos em mim, maravilhada como nunca a tinha visto.

 - Boa noite, Elena. – Sussurrei-lhe e levantei-me com um sorriso glorioso.

 Fui para o meu quarto, deitei-me e adormeci. 


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