Santana P.O.V

Isso estava me matando. Me torturando para falar a verdade. Eu precisava falar com ela, precisava.

_ Brittany. – gritei seu nome no corredor e ela se virou, sorrindo – Preciso falar com você. Tem um minuto?

Ela confirmou e eu a puxei pela mão, subindo os lances de escada e indo dar no telhado.

_ Sant, ta tudo bem? – perguntou ela e eu neguei – O que aconteceu, me fala?

_ Brittany eu... Eu não agüento mais. – eu disse, deixando as lágrimas virem – Eu tenho aqui dentro de mim algo tão grande, tão... Intenso. Algo que eu nunca imaginei que iria sentir por alguém. Mas eu sinto. E eu não consigo sequer colocar em palavras, porque é tão... Grande. Tão maior que eu. Às vezes eu acho que vai me sufocar. E é assustador, definitivamente assustador. Porque eu te olho, e não sei se eu mereço isso e, e eu... Merda.

_ Santana, do que você ta falando? – perguntou ela espantada.

_ Eu te amo Brittany. – gritei – Diabos, eu te amo tanto que chega a parecer insano, mas eu te amo. Te amo do mesmo jeito que o Rory ama a Sugar, o Puck ama a Quinn ou sei lá, o Rony ama a Hermione, mas eu te amo.

Ela pareceu surpresa e ficou me encarando alguns instantes, antes de sorrir e dizer:

_ Eu também te amo. – eu a olhei surpresa e ela se aproximou – Eu amo o Artie, verdade... Mas não é e nunca será do mesmo jeito que eu amo você...

_ Então porque não disse? – perguntei, segurando-a pela cintura.

_ É difícil Sant... Você conhece meu pai, vê como ele nos criou. Não tenho nada contra o homossexualismo, mas eu tenho medo do meu pai... E tem o Artie. Ele é meu melhor amigo desde criança, eu estava lá quando ele ficou paralitico. Nós demos nosso primeiro beijo, tivemos nossa primeira vez... Isso são coisas difíceis de ignorar. Mas, no entanto, o que eu sinto por você, mesmo sem nunca ter te beijado, é tão forte que, como você mesma disse, é sufocante. E eu acho que tem dedo dos duendes nisso.

Eu ri, abraçando-a.

_ Eu quero ficar com você Britt, tipo, para sempre. Mas eu sei também o respeito que você tem pelo Artie. – disse, beijando suas mãos – Ajeite sua situação com ele. Eu estarei esperando.

Ela sorriu, beijando no canto da boca e saiu correndo, deixando-me com o maior e mais belo dos sorrisos.

Finn P.O.V

Esse cara está brincando. Ele TEM que estar brincando. Senão eu quebro a cara dele em duas.

_ Como assim o Jesse saiu? – gritou Rachel e Shelby apenas deu de ombros.

_ Ele pediu transferência para o Carmel hoje pela manhã. Alguns minutos atrás, já rodavam os sites de corais a nova aquisição do Vocal Adrenaline. – respondeu a professora dando de ombros.

_ Mas ela não tinha desistido de participar como solista? Por causa de NYADA ou caralho a quatro? – perguntou Noah e novamente Shelby deu de ombros.

_ Pelo visto ele não agüentou ser trocado, ainda mais publicamente. – observou ela olhando a mim e Rachel. A baixinha saiu da sala nervosa e eu fui atrás para acalmá-la. Mas, para nossa sorte, ou azar, demos de cara com St. James.

_ Se não é o vacilão... – comentei e ele me olhou com raiva – Não suporta não ser o centro das atenções e corre para algum lugar onde vão lamber seu rabo St. James?

_ Vai se ferrar Hudson. – rosnou ele, fuzilando Rachel – E aproveita viu... Assim que aparecer outro com ‘mais talento’, ela vai correr e arrastar a asa para ele.

_ Na verdade não... Sabe por que garotão? – perguntei, envolvendo Rachel pela cintura – Porque nós nos respeitamos. Respeitamos o talento um do outro, a vida um do outro, respeitamos PRINCIPALMENTE um ao outro. Não somos que nem uns ai que deixam de ir ao VELÓRIO dos PAIS da namorada para um encontro de amadores do teatro, pelo amor de Deus.

_ Cale a boca. – ameaçou ele, apontando o dedo em riste para mim – E você, sua cretina...

_ FINN, RACHEL! – ouvimos Kurt gritar e vimos todos saírem correndo da sala – A Quinn caiu da pirâmide nas Cherrios.

Num primeiro momento não fez sentido, até que ele gritou.

_ Ela ta perdendo o bebê!

Todos no corredor nos olharam espantados, mas eu não liguei. Larguei Jesse falando sozinho e corri com Rachel pela mão. Chegando ao campo, havia um tumulto em torno de minha irmã. Puck já estava ali, branco como cera, apanhando-a nos braços. Sangue escorria por suas pernas.

_ O que aconteceu? – exaltou-se Santana, nervosa.

_ O Hart acertou uma bolada nela. – rosnou Sue, a expressão num misto de surpresa e raiva – E ela estava no topo.

_ QUAL É O SEU PROBLEMA? – gritei, apanhando o desgraçado pela gola. Ele apenas me encarou, franzindo a testa.

_ Finn, depois a gente mata ele, a Quinn precisa ir pro hospital. – disse Sam segurando meu braço, enquanto minha irmã gritava de dor. Eu larguei o desgraçado e me virei, enquanto todos íamos para o estacionamento.

Puck P.O.V

Assim que entramos, o médico levou-a para dentro. Tio Burt e Carole chegaram logo depois, a mesma aflita por noticias da filha. Mas não sabíamos nada. Kurt abriu o facebook pelo celular e disse que todo o colégio já sabia da gravidez. Honestamente, estava pouco me fodendo para isso.

_ Os familiares de Quinn Fabray? – perguntou o médico e nos levantamos todos, o surpreendendo – Bom... A Srta. Fabray teve um principio de aborto causado pela queda. Com quase três meses ela não deveria estar no topo de uma pirâmide.

_ Mas ela e o bebê estão bem? – perguntou Carole e ele sorriu.

_ Bebês, Sra. Fabray. E sim, ela e os dois bebês estão bem. Mas será preciso cuidado e... – mas eu o interrompi.

_ Bebês? Tipo, um mais um? – perguntei, mostrando dois dedos e ele riu confirmando – Mas não deu nada do primeiro ultrassom.

_ Isso é comum Sr. Berry. – garantiu o médico – Se o senhor quiser, pode vê-la.

Confirmei com a cabeça, caminhando apressado pelos corredores. A enfermeira me informou o quarto e eu logo abri a porta sem ao menos bater. Ela estava ali, deitada, ainda pálida, com agulhas no braço, mas me deu um sorriso lindo quando eu entrei.

Caminhei lentamente até o seu lado, sentando-me na beirada da cama e pegando sua mão.

_ Você acha que a gente da conta? De dois? – perguntou ela, acariciando a pequena saliência em seu ventre e eu coloquei a mão por cima.

_ Eu acho que quatro, é um numero muito mais bonito que três. – garanti e ela sorriu – Vai ser uma big loucura.

_ To sabendo. – riu ela – Nossas mães surtaram?

_ Nem vi. – confessei rindo – Estava mais preocupado em ver se vocês estavam bem...

_ Na verdade, surtamos. – ouvimos a porta e demos com nossa pequena família ali – Sabe Noah, eu sabia que algum de vocês três teria gêmeos.

_ Vira essa boca para lá mamis, thank you. – disse Rachel – Já bastou passar nove meses com a bunda dos dois na minha cara. Não quero filho meu passando por isso.

_ Qual é... Minha bunda é sexy! – disse para irritá-la.

_ Pro diabo Noah, pro diabo... – revirou os olhos, bufando – Bom... Parabéns cunhadinha.

_ Obrigada Berry. – agradeceu minha namorada e, para nossa surpresa, elas se abraçaram. Logo depois, minha irmãzinha me abraçou e assim, um a um, nossos familiares foram nos abraçando e ficamos ali, naquela bolha de alegria.