Dia De Empreguete, Véspera De Madame! escrita por Fernanda Melo


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Capítulo saindo do forno pessoal espero que gostem...
Até as Notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/235257/chapter/32

Aquela semana na casa de Esme e Carlisle havia sido uma maravilha para as crianças e principalmente para Alice, que pudera relaxar um pouco com seus pequenos, voltaram para casa na sexta a tarde, ainda tinham que resolver um monte de coisa da escola de Katherine, Jasper havia felizmente conseguido uma vaga para ela na mesma escola que Nicolas.

                Agora teriam somente que comprarem o uniforme e seus materiais escolares, além do mais no dia que voltaram uma grande surpresa esperava pela pequena menina. Um quarto completamente decorado, feito o de uma princesa. O quarto era todo Lilás com branco, era tudo bem claro, cortinas e itens de decoração. Havia ursinhos nas prateleiras, um guarda roupas cheio de roupas e sapatos novos. Sua penteadeira havia várias presilhas, tiaras e adereços para complementar seu loock. Tinha bonecas e outros brinquedos em certo canto do quarto, os quais a menina sempre guardava quando brincava.

                Alice ao passar dos dias convividos cada vez mais com Kath, percebia a personalidade da menina, seu jeitinho cuidadoso e respeitoso, sempre obedecia aos pais e era educada com todos, aos poucos estava se interagindo cada vez mais com as pessoas. Gostava de ver coisas do trabalho da mãe e sempre dar opiniões sobre os catálogos femininos.

                Katherine e Alice já haviam chegado a casa já fazia um bom tempo, Jasper e Nicolas estavam tendo um momento só de “homens” em um passeio pelo clube com jogos de futebol com o pai e outros esportes. Enquanto mãe e filha olhavam os materiais escolares novos de Kath, elas aproveitavam o edredom que estava sendo bem aquecido por suas temperaturas corporais. Olhavam os cadernos com o desenho das princesas e o restante de seus materiais.

                Alice também havia visto sua filha ter muita afetividade com Edward enquanto ele tocava piano, Katherine se interessara em aprender a tocar o instrumento, aprendeu até algumas notas fáceis e Alice pensou em colocá-la na aula de algum instrumento musical.

                - Você quer aprender mesmo a tocar piano meu amor? – Alice perguntou a menina que estava com a cabeça encostada em seu ombro, bem próxima de sua mãe para tentar se aquecer. Pensou um pouco e não sabia ao certo se tinha somente aquilo.

                - O que mais tem? – Alice nem ligou pela forma errada que a menina disse, pensou em várias outras coisas que sua filha poderia fazer, queria estimulá-la para ter uma boa educação futuramente.

                - Tem violino, huum... – Ela parou para pensar. – Tem violão e flauta. – Alice olhava algumas coisas pela internet através de seu tablet, buscando mostrar a sua filha qualquer uma das sugestões. Ela já se recusara de qualquer modo fazer balé, não via algo tão impressionante naquilo. Não queria fazer um curso de língua estrangeira e nem de algum esporte, queria mesmo aprender a tocar algum instrumento.

                - Piano mamãe. – A menina respondeu animadamente demonstrando sua admiração obtida através de seu tio. Alice gargalhou tranquilamente e puxou a menina pelo quadril para que ela sentasse novamente.

                - Tudo bem, piano então. Mas não fique com vergonha caso queira parar ou tenha se interessado por outra coisa, você está em uma fase de escolhas.

                - Tudo bem. – A menina fechou os olhos um pouco e lembrou-se neste momento de quando estava aprisionada naquela casa e sua única companhia era Victoria, lembrara também da notícia que recebera dela alguns dias atrás, a menina queria tanto ir visitá-la, mas Alice pedia que ela esperasse um pouco, quando fosse possível elas iriam ver como Victoria estava, afinal Alice queria agradecer imensamente por ter feito o que fez, arriscou sua vida por sua filha e isso não seria qualquer pessoa que faria, algo assim, tão perigoso.

                Durante este tempo Jasper havia dado uma pausa, podia ainda ser novo, mas seu filho tinha mais pique do que ele para fazer as coisas, ainda jogava futebol, desta fez com um coleguinha do clube, Jasper estava sentado em frente ao campo, bebendo uma garrafa de água e não pensando em exatamente nada, vendo somente em como seu filho havia crescido, seis anos, tinha somente havia quase sete anos que ele e Alice se conheceram, fazia seis anos que descobriram que teriam filhos, fazia seis anos que haviam deixado as suas vidas de antes para trás, mas fazia somente uma semana e meia que viviam em paz. Com a volta de sua filha tudo estava melhor, via seu relacionamento com Alice mais feliz e prosperando a cada dia, sentia-se bem por vê-la bem, afinal, Alice sentia-se mal a cada dia por não ver Katherine correndo pela casa juntamente com Nicolas, tiveram que mudar de casa, pois não suportava mais ver o sofrimento expresso no olhar de Alice a cada vez que ela passava na frente do quarto de Kath.

                - Papai, vamos brincar mais. – O menino chegou já puxando a mão do pai, tentando fazê-lo levantar sem muita vitória nesta batalha.

                - Que tal fazermos outra coisa? Daqui a pouco temos que ir para casa está ficando tarde.

                - Aah, não quero ir embora. – O menino cruzou os braços e mudou sua expressão para uma mais séria. Jasper o encarou repressivamente, visto que o menino começara uma birra depois de tantas conversas sobre este seu comportamento, mesmo assim Nicolas nunca obedecia, até parecia que ele gostava que lhe chamassem a atenção.

                - Nicolas, por favor, você queria passar um dia com seu pai, eu fiz o que você quis agora me obedeça ou iremos embora agora mesmo. – Jasper disse com seu ar de autoridade elevada. –Vamos tomar um belo banho e depois tomaremos um lanche aqui mesmo. - O menino não disse mais nada caminhou juntamente com o pai até o banheiro masculino. Após o banho, já com roupas limpas e completamente cheirosos foram até a lanchonete do local e pediram o que desejavam comer naquele quase fim de tarde.

                ***

                Na casa dos Stravinsky, Victoria mantinha-se em seu novo e confortável quarto, seu pai havia vendido aquela casa na qual morava antes de se casar com James, ele agora morava em uma casa em um condomínio, bem maior que a outra em que viviam. Tinha um jardim enorme na parte de trás da casa com uma agradável piscina.

                Seu pai lhe contara que sua empresa ia se encaminhando cada vez melhor, crescia a cada dia mais. Estava feliz pelo seu pai, em como a vida dele ia se encaminhando cada vez mais, iria longe a cada dia sendo este homem perspicaz.

                Ela levantara de sua cama e vestiu apenas um simples vestido azul, que sua mãe comprara para ela antes de receber alta do hospital, foi até o jardim sentando-se na espreguiçadeira a beira da piscina com intuito de aproveitar o pouco sol que tinha naquele fim de semana de inverno. Olhava para o céu buscando se distrair um pouco, até seus pensamentos serem inundados por uma criaturinha que mudara sua vida.

                Percebeu então o quanto sentia falta de Katherine, estava com saudade daquela inocência de criança, aquelas suas pequenas gargalhadas enquanto lhe contava histórias engraçadas e de seus sorrisos singelos. Pensava em como ela estava se adaptando a sua nova vida, se ela estava achando toda aquela mordomia estranha, justo ela que aprendeu cedo alguns afazeres de casa.

                Queria poder vê-la qualquer dia desses, mesmo não tendo o telefone de seus pais sabia com quem conseguir, mas se perguntava se deveria ou não fazer isto, pensando bem se os pais da menina aprovariam esta proximidade. Então optou por deixar um pouco isso pra lá, quando fosse realmente possível ela a veria.

                Seus pensamentos foram cortadas por alguma frase dita por sua mãe, uma senhora de um corpo mais robusto que o seu, mas ainda sim bonita.

                - Filha tudo bem?

                - Ah, sim mãe estou bem. – Ela olhou para a mãe que lhe tampava um pouco o sol que vinha na direção de seu rosto.

                - Não é o que parece.

                - É que... Estou com saudades de certa pessoa. E preocupada ao mesmo tempo.

                - Não me diga que é...

                - Não mãe, de James a única coisa que sinto é pena. – Ela interrompeu a mãe antes que ela tirasse razões precipitadas. – Sinto saudades da garotinha a quem ele ajudou a seqüestrar.

                - Ah sim, filha daquela modelo famosa?! Saíram fotos dela nos jornais e revista desta semana, você não viu?

                - Somente algumas, mas gostaria de vê-la aqui perto de mim. Pensei em ligar para sua casa, mas pensei que sua mãe possa não gostar.

                - E é com isto que está preocupada?

                - Está relacionado a isso... – Ela fez uma breve pausa e suspirou. – As audiências logo começarão, estou preocupada que o juiz me decrete também culpada.

                - Mas ele não pode lhe prender, você ajudou a menina.

                - Isso apenas possa me ajudar a reduzir a pena, mas posso ser julgada como cúmplice de James, fiquei calada durante este tempo todo, sem contar que no começo eu ajudava James a maltratar a menina. – Ela sentiu seus olhos marejarem. – Se todos soubessem o quanto me arrependo disto...

                - Mas saberão filha, conte a verdade ao juiz, arrumaremos um bom advogado para você, lhe ajudaremos em todas as formas, você não merece pagar por algo que se arrependeu e tentou concertar e afinal não foi por sua culpa, você ainda tem muito medo de James, fazia isto por medo ou por amor, basta somente você descobrir qual dos dois caminhos lhe fazia ajudá-lo.

                - Eu espero que consiga pelo menos uma pena mínima.

                - Você não ficará presa filha, você não merece. – A mulher beijou sua filha no topo da cabeça. – Vou buscar as revistas e jornais para que você possa vê-la, particularmente achei-a uma graça.

                ***

                Chegando em casa Jasper ainda se divertia com Nicolas, levava o menino para dentro de casa de cavalinho, correndo e girando para divertir o menino, que por sinal estava adorando, devido as várias gargalhadas altas. Alice que havia pegado no sono sem querer com Katherine acordou devido ao barulho, levantou-se e foi ao banheiro para lavar o rosto e antes que eles acordassem Katherine também saiu de seu quarto fechando a porta.

                Chegando à sala sorriu ao ver a felicidade do filho sendo atacado por Jasper com um ataque de cócegas. O menino ria sem parar, já começara até mesmo a ficar um pouco vermelho, então Jasper parou.

                - Oi meu amor. – Ele ao olhar para Alice que escondia cada vez mais suas mãos dentro de sua blusa de frio, notou sua cara de sono. – Desculpe te acordamos não foi?!

                - Não tem problema. – Ela sorriu em seguida dando um selinho em Jasper. – Vejo que o programa dos “homens” hoje foi bem divertido. – Ela sentou ao lado de Nicolas no sofá arrastando o menino para seu colo, cheirou-o sentindo seu perfume infantil. – Estão cheirosos. Como foi o passeio filho?

                - Foi bom mamãe, eu e papai jogamos bola o tempo todo.

                - Foi mesmo? E quem marcou mais gols?

                - Eu claro. – O menino se manifestou antes que o pai dissesse algo.

                - Claro pestinha, eu fui obrigado a ficar no gol o tempo todo, me cansei de tanto ficar parado escorado naquelas traves.

                - Mamãe o que vamos jantar? Milena não está aqui.

                - E você acha que é somente Milena que sabe cozinhar aqui? – Alice olhou para Jasper, que sorrira como o seu modo travesso, aquele seu sorrisinho lateral de arrancar suspiros de qualquer mulher. – Preparei a lasanha preferida do papai.

                - Faz tempo que não como uma assim.

                - Seis anos. – Ela concluiu, quando os meninos eram pequenos ela não mexia muito com a casa, por isto chamou rapidamente Milena para o trabalho. – Não cozinho já tem um bom tempo, então não sei se ficará tão bom quanto antes.

                - O que importa foi sua intenção meu amor, de me agradar. – Ele tentou se gabar um pouco com tudo isso.

                - É minha intenção principal meu amor... Matar a nossa fome somente isso. – Ela deu uma piscadela para ele e em seguida riu da cara de decepção de Jasper. Descendo Nicolas de seu colo avisou Jasper que Kath estava no quarto de ambos para que ele tomasse cuidado.

                Em seguida foi para a cozinha colocar a lasanha no forno e terminar de preparar o restante do jantar que deixara quase pronto. Enquanto isto Jasper subiu para o quarto abrindo a porta bem devagar para ver sua princesinha, havia visto-a somente bem cedo de manhã antes de saírem e cada um tomar um rumo diferente.

                Inclinou-se bem devagar para que não acordasse a menina, encostou a cabeça no travesseiro ao lado dela, passou a mão em seu rosto delicado, quanto tempo ele perdera e não pôde fazer isto, zelar pelo teu sono tranqüilo, vê-la dormir como um suave anjo.

                Sorriu involuntariamente, sentia falta disso, até mesmo antes de seus filhos nascerem pensava em como cuidar de duas crianças ao mesmo tempo sendo que uma já lhe daria trabalho o suficiente, mas estava sendo muito mais tranqüilo que imaginava, tinha que agradescer por ter a profissão que tinha juntamente com a de Alice, que lhes deixavam ter uma boa vida e cuidar de seus filhos do modo que sempre sonharam, ele sempre pensava que a ambição só passa a ser um pecado quando você destruía a vida de outras pessoas para ter cada vez mais poder, mas para você viver neste mundo em que estamos ter um pouco de ambição e correr atrás nunca era demais, pelo menos para quem desejava que nunca faltasse nada para seus filhos.

                Ele parou por um instante ao ver que a menina se remexia um pouco devido ao seu toque. Percebia que Katherine tinha sono leve, ela sempre estava muito atenta a tudo que acontecia ao seu redor e a qualquer barulho. Tinha até conversado com Alice durante uma noite que deveriam já agendar uma sessão com uma psiquiátrica, talvez estes sinais fossem devido a algum trauma ocorrido durante o seqüestro.

                Levantou-se e saiu do quarto sem fazer qualquer tipo de barulho. Foi até a cozinha e notou a falta da presença de Nicolas pelo caminho, mas lembrou de ter ouvido barulhos vindo do quarto do menino.

                - Nicolas está lá em cima? – Ele perguntou somente para confirmar, antes de ir até lá novamente, talvez Alice soube-se.

                - Sim, foi trocar de sapato, está reclamando que está apertado.

                - Ele esta crescendo rápido demais... Acho que vou sentir falta da infância deles.

                - Mas já? Ainda falta pelo menos mais seis anos.

                - Seis anos passam rápido, daqui a pouco começa a fase terrível.

                - Fique calmo papai. – Alice não pôde deixar de rir da cara de Jasper, ele estava se preocupando precipitadamente, mas levando em consideração sua preocupação não estava sendo demais, tinham dois pestinhas em casa, na adolescência eles poderiam mudar o comportamento, querendo descobrir sua própria identidade, Alice sabia muito bem o que era isso e pela preocupação de Jasper ele sabia mais ainda. – Nós daremos conta do recado.

                - Tomara. – Ele passou a mão na nuca aliviando sua tensão. Deixando a história de lado e sentindo-se anestesiado pelo o saboroso cheiro do jantar, chegou perto de Alice dando-lhe um beijo na bochecha, até pareciam mais um casal de namorados, mas por mais que não parecessem, eles já eram casados no cartório, Alice tinha 26 anos e Jasper 30 anos e já tinham um casal de filhos. Ele não havia conseguido arrumar um tempo para casarem na igreja, apesar de que este não era muito a vontade de Alice, preferia um casamento mais simples, preferia um casamento ao ar livre sem dispensar o vestido da cor clássica, queria ter a decoração toda com flores do campo, apenas seus familiares e amigos mais próximos.

                Agora talvez fosse mais propício do que imaginavam, as crianças já estavam maiores, Jasper conseguia algumas gratificações no trabalho e Alice, ela poderia dar uma pequena pausa na carreira, ela não iria perder sua fama por causa de um mês de sumiço.

                - Jazz acorde Kath para mim? – Alice pediu para seu marido olhando-o docilmente, Jasper sorriu travessamente e mandou um beijo para ela no ar indo em direção a escada na sala. Quando chegou no quarto assustou-se ao abrir a porta e ver a menian parada em frente a porta.

                - Já de pé princesa?

                - Já papai. – Ela olhou para ele com o olhar estreito, a claridade estava lhe incomodando de um jeito absurdo.

                - Se sua mãe lhe ver enrugando o rosto ela tem uma histeria. – Ele riu, mesmo sabendo que isso era mentira, mas gostava de imaginar o quão seria engraçado. – Vamos arrumar esta criança, daqui a pouco o jantar será servido pela mamãe.

                Assim que chegaram no quarto da menina, ele colocou-a na cama, a menina continuou olhando para o pai estranhamente, vendo-o pegar uma escova de cabelo.

                - O que houve? – Ele perguntou olhando para trás de si, buscando uma resposta do porque Katherine lhe encarava tanto.

                - Você não sabe pentear cabelo papai. – A menina recolheu sua trança, segurando-a bem firme.

                - Ora como não? Sou eu que cuido do meu cabelo.

                -Mas eu sou menina e você não.

                - Está bem, mas sua mãe está ocupada, você terá que fazer isto sozinha.

                - Tudo bem. - Ela desceu da cama e foi até o guarda roupas buscando por sua blusa de frio em seguida deixando-a na cama. Caminhou até a sua penteadeira sentando-se na cadeira e Jasper continuou ali de pé apenas observando.

                A menina tirou o prendedor de seu cabelo desfazendo devagar a trança que sua mãe havia feito, pegou a escova de cabelo penteando bem devagar deixando seus cachos a mostra, como ainda não conseguia fazer a trança sozinha e o único meio que conseguia de prender seu cabelo era em um simples rabo de cavalo ela o fez, não deixando um fio para fora, Jasper ficou surpreso, mas logo passou em sua cabeça: “Mulheres sempre conseguem fazer estas coisas independente de sua idade.” Em seguida a menina saiu de lá indo pegar sua blusa de frio para vesti-la.

                - Vamos? – Ela perguntou para o pai, Jasper tinha em seu rosto uma expressão de surpresa e a única coisa que fez naquele instante foi conseguir dizer um simples sim.

                Passou também pelo quarto de Nicolas chamando o menino para descer, quando chegaram à cozinha Alice já havia terminado de fazer o jantar, faltava somente arrumar a mesa, mas isto Jasper se prontificou a fazer.

                - Mamãe arrumei meu cabelo sozinha.

                - Sério meu amor? Sabia que você é uma menina muito esperta.

                - Papai não sabe arrumar cabelo.

                - Porque ele não sabe meu amor? – Alice queria saber o por que.

                - Ele vive com o cabelo desarrumado olha só. – A menina apontou para o pai e Alice voltou o olhar para Jasper rindo da situação.

                - É verdade, papai não sabe arrumar o cabelo. Acho que vamos ter que ensiná-lo.

                - Estou magoado com vocês. – Jasper disse fingindo estar ofendido, Katherine percebeu e riu. – Isso se chama estilo mocinha.

                - Pra mim é bagunça. - A menina cruzou os braços e disse séria. Jasper nunca havia visto tanta audácia em uma criança desta idade, se fosse com seus pais ela já haveria levado uma bronca ou até mesmo apanhado.

                - Tudo bem, vamos deixar esta coisa de bagunça para lá e vamos jantar. – Alice disse ao ver Nicolas chegar à cozinha. – As crianças sentaram-se enquanto Alice e Jasper serviam-nos.

***

                Suzana apenas olhava alguns papeis e tudo que se passava em sua mente era que nada poderia passar de amanhã, precisava que Katherine viesse a delegacia reconhecer seus seqüestradores e dar alguns relatos sobre as coisas mais detalhadamente, quem desta vez queria conversar com ela era o psiquiatra do departamento, Stefan. Queria ver quais eram as reações da menina e o que poderia deduzir do caso.

                No dia seguinte havia ligado para a casa dos Hale de imediato, assim que achou mais propício, Milena ficaria em casa cuidando de Nicolas enquanto Jasper e Alice levariam Katherine para a delegacia, o trajeto até o local desejado foi bem tranqüilo, Kath não teve medo ou problema algum em entrar no recinto, até porque quem lhe esperava na porta era delegada Suzana, estava alegre por vê-la.

                - Oi Katherine como vai?

                - Bem. – A menina respondeu com um largo sorriso.

                - Então vamos? – Ela os acompanhou até a sala da mesma. Suzana explicou tudo detalhadamente para ambos, ela via que Alice estava mais nervosa que a criança. Katherine foi encaminhada para uma sala onde Stefan já lhe esperava.

                A sala era a mesma que muitos investigadores interrogavam suspeitos, mas lá havia desta vez papeis e lápis de cores sobre a mesa, Alice e Jasper poderiam ouvir tudo que a menina diria e Suzana estava todo este tempo junto com o casal.

                - Então Katherine, soube do que lhe aconteceu quando você era um pouco menor, você quer me dizer algo sobre isto? Sobre as pessoas que fizeram isto com você?!

                A menina olhou para ele com aqueles seus lindos olhos, com as mãos seguras na cadeira e balançando seus pés, talvez um sinal de nervosismo.

                - Eles eram ruins comigo. – Ela disse simplesmente, com uma expressão triste.

                - Entendo, você pode desenhar se quiser enquanto conversamos.  – Ele a indicou os lápis e a menina olhou pensando em qual lápis deveria pegar para fazer seu desenho, mas nem ao menos sabia o que deveria desenhar. – Como eles te tratavam?

                - Me batiam, eu tinha que ficar quieta ou eles gritavam comigo, eles eram muito maus.

                - Quando lhe pegaram no parquinho, o que eles fizeram em seguida?

                - Eles foram encontrar com uma mulher.

                - Desenhe ela para mim. – Ela trocou de folha e começou a fazer os pequenos rabiscos, assim que ela terminou Stefan pegou o desenho avaliando-o, cabelos negros, olhos castanhos, não poderia ser uma grande prova, mas sabia a quem referia aquele desenho. – Você sabe o nome dela? – A menina gesticulou um sim.

                - Maria alguma coisa... – A menina olhou para seus sapatos, não conseguindo encarar por muito tempo Stefan.

                - Você lembra-se de alguma coisa dela?

                - Não muito, ela me mandava calar a boca. – A menina começou a desenhar mais alguma coisa, desta vez parecia com uma casa velha. Mais uma cabana, com apenas uma janela e uma porta sem nada a sua volta.

                - O que é isto? – Stefan perguntou intrigado.

                - É para onde eles me levaram.

                - E quando você estava nesta casa, quem tomava conta de você?

                - Ninguém, tia Vic ainda não gostava de mim, James me batia todos os dias e me xingava muito.

                - O que ele lhe dizia?

                - Falava que nunca mais eu ia ver minha mamãe e que ela havia me deixado porque não gostava mais de mim.

                Alice já estava se segurando para não chorar, mas ao ouvir aquelas palavras serem ditas da boca de sua filha o sofrimento apenas aumentou como alguém poderia dizer isto para uma criança? Ela era mãe e sempre dedicou a seus filhos, não era um monstro desalmado como eles capazes de causar um sofrimento em uma criança inocente.

                - O que mais?

                - Ele falava que iria acabar comigo para se livrar dos problemas que eu causava.

                - Você sabe o que ele queria dizer com isto?

                - Acho que era me bater ele sempre fazia isso e depois dizia que queria acabar comigo. – A menina parou por um instante e olhou para Stefan.

                - Como você vivia lá?

                - Ele me trancava em um quarto escuro durante a noite.

                - O que tinha neste quarto?

                - Um colchão, a janela era trancada e a porta também.

                - E durante os dias?

                - Tia Vic cuidava de mim, mas antes ela brigava muito comigo.

                - O que fez com que ela ficasse legal com você?

                - Ela cuidou de mim quando fiquei dodói.

                - Você gosta muito dela?

                - Gosto. Ela foi legal comigo depois, cuidou de mim.

                - E de James? Você gosta?

                - Não, ele me machucou.

                - E quando vocês fugiram foi Max e Victoria quem lhe ajudou?

                - Sim, tio Max ajudou tia Vic depois que ela se machucou e viemos para cá.

                - Claro. – Ele sorriu para a menina. – E Maria? Nunca mais você a viu? – A menina negou, nunca mais viu Maria durante todo este tempo, seria até preocupante, desde que ela não fosse uma criança inocente como é. – Tudo bem, vamos até seus pais então? – A menina gesticulou um sim alegre e Stefan ajudou-a a descer da cadeira e abriu a porta para ela que saiu em disparado para o colo da mãe.

                Em seguida o Stefan conversou somente com Jasper visto que a menina não queria sair de perto da mãe. Disse-lhe, que os pesadelos que ela estava tendo seriam os meros sintomas do stress pós traumático, mas que era para eles ficarem atentos com cada reação de Katherine.

                - Como ela se comporta perto de estranhos?

                - Fica meio acanhada de princípio, mas logo se enturma.

                - Ela está analisando como cada pessoa é e como eles vão reagir com sua presença naquele local. Ela pensa que eles possam não gostar dela e acabarem tendo a mesma atitude de James quanto a ela.

                - Stefan, ando notando também que ela é muito atenta a qualquer ruído e é muito ansiosa.

                - Isto é porque ela tem medo que eles apareçam novamente e tudo volte a acontecer. Vocês tem que ficarem preocupados e atentos caso os comportamentos dela comecem a mudar repentinamente e caso ela fique uma criança muito agressiva futuramente, não vou negar, mas ainda tem chances disto ocorrer, mas cuidando dela e levando-a a um psiquiátrica talvez isso não ocorra.

                - Obrigado Stefan.

                - Estou apenas fazendo meu trabalho. – Com um aperto de mão eles despediram-se um do outro e tomaram seu rumo, Jasper voltou para o lado da mulher e da filha enquanto Suzana explicava delicadamente para Katherine o que ela deveria fazer agora.

                Entraram em uma sala onde, através do vidro viam-se homens enfileirados organizadamente para o reconhecimento facial. Alice deixou Katherine ser guiada por Suzana para um banquinho onde a menina pudesse dar a altura o suficiente. Eles estavam de perfil e assim o único que Katherine reconhecia era apenas Max.

                A pedido de Suzana o policial que estava ali juntamente com aqueles presidiários guiou-os para que virassem. Desta vez de frente para eles, Alice não pode deixar de olhá-los e quando os seus olhos bateram de encontro a aqueles olhos azuis suas péssimas lembranças voltaram à tona.

                Ela procurou pelos braços de Jasper para ter alguma segurança, visto que suas pernas bambearam completamente devido ao nervosismo. Jasper olhou rapidamente para a esposa um pouco assustado com o repentino toque, estranhou Alice olhar tão fixamente para um dos homens.

                - Alice o que houve? – Jasper perguntou baixo, mas Suzana como estava acostumada a estar sempre atenta em tudo ouviu virando-se um pouco para três e também observando a atitude estranha de Alice.

                - É ele Jazz. – A voz de Alice saiu um pouco agonizada, um choro preso devido às lembranças fez sua voz ficar um pouco estranho.

                - Ele quem Alice?!

                - Aqueles olhos, são os mesmo de quando... Daquele dia, quando tudo começou a dar errado.

                Alice não queria dizer com a palavra exata, mas o que ela queria tentar dizer para Jasper que aquele rapaz de olhos azuis e cabelos dourados mais claros que os de Jasper era o homem que tentou lhe estuprar naquele dia em seu apartamento. Jasper tentou calmamente tentar entender o que Alice lhe dizia e ao ver o pavor explicito no olhar de sua esposa e as lágrimas começarem a escorrer ele lembrou-se do dia, aquele dia em que quase sua esposa fora violada.               

                - Você tem certeza Alice? Você mesmo me disse que ele estava encapuzado.

                - Tenho Jazz, é ele. Lembro-me bem daqueles olhos cheios de maldade.

                Jasper não sabia o que fazer ao certo, estava perdido, um pouco nervoso e com raiva, queria pular no pescoço daquele homem. Ainda abraçado á Alice prestou a atenção vendo sua filha apontar para o mesmo homem.

                - O Calisto. – A menina disse. – É namorado de Maria.

                - Você tem certeza Katherine? – Suzana perguntou olhando um pouco para Alice.

                - Tenho sim, é ele quem dirigia.

                - Tudo bem, tem mais alguém aqui que você reconhece?

                - Não.

                - Tudo bem. – Suzana ajudou a menina a descer e Alice virou o rosto antes que Katherine lhe visse chorando, limpou as lágrimas mesmo ainda mantendo os olhos bem avermelhados.

                Katherine foi pega no colo pelo pai, Suzana gesticulou para que Jasper saísse com Katherine dali e as deixassem sozinhas.

                - Mas papai e a mamãe? – A menina perguntou antes que eles saíssem da sala.

                - Ela virá logo.

                - Você tem certeza do que disse Alice? Você tem certeza que ele é o mesmo cara que tentou abusar de você?

                - Mais certeza impossível delegada Suzana, nunca vou esquecer-me daqueles olhos.

                - Tudo bem, nós vamos colocar isso contra ele também e a pena dele conseqüentemente será maior. Não se preocupe ele pagará por tudo que fizeram a vocês.

                - Tudo bem. – Suzana lhe estendeu um lenço descartável e Alice aceitou enxugando algumas lágrimas que ainda desciam.

                Ela poderia estar assustada e um tanto quanto nervosa, mas nunca em hipótese alguma se esqueceria daquele olhar, daquele sorriso que tanto lhe causou medo, que tanto lhe deixou acordada durante as noites devido a pesadelos. Calisto, aquele era o nome, aquela era as feições do homem que lhe causou tanto sofrimento, tentando violentá-la e o pior de todos, que era levando sua filha para longe de si.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam do pequeno drama no fim? Acho que foi uma coisa leve, mas ao mesmo tempo que abalou as estruturas do capítulo. Desta vez tive bastante tempo para poder escrever algo melhor e mais criatividade claro...
Hoje várias músicas me ajudaram, mas estou viciada em uma certa música que teve o clip lançado esta semana... Heart Attack - Demi Lovato e logo lançará uma música com a Cher Lloyd S2! Confesso não gostava da Demi quando atuava na Disney, mas agora suas músicas estão bem melhores... Até porque eu era fã numero um da Miley então... Ai que infância feliz kk Pode dizer eu, falo demais Deus...kkk
Até o próximo capítulo meus amores!
Bjos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dia De Empreguete, Véspera De Madame!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.