Filho De Uma Akatsuki! escrita por Nanigiri


Capítulo 18
Capítulo 18: A dupla quase dinâmica


Notas iniciais do capítulo

* para Konan *
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel...



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Para alguma coisa a sua máscara servia, afinal de contas.

A hora do jantar transcorreu tranquilamente; Tobi estava no colo de Itachi, olhando curiosamente para um bolinho de arroz em suas mãozinhas. Itachi, pacientemente, conversava com o bebê enquanto comia.

"Sabe o que é isto, Tobi? É um onigiri. O-ni-gi-ri..." O Uchiha tinha a intenção de ensinar a Tobi mais algumas palavras além das que o pequeno já conhecia.

O bebê deu um sorriso desdentado e olhou para Itachi como se já tivesse entendido. "Onigi-ii!" Kisame disse, com um sorriso largo de dentes pontudos:

"Aah, Tobi, não mate a gente com essas suas gracinhas..." Konan deu um beijinho em Tobi, aliviada em vê-lo alegre de novo.

"Kawaii! Deixe-me pôr um babador em você...", disse o anjo de cabelos azuis, abotoando no pescoço de Tobi um babador com a frase "Eu sou um bom menino" bordada.

"Não sei onde você encontra essas coisas, Konan, é perfeito, hmm!", afirmou Deidara, de boca cheia. Konan piscou para o loiro e riu.

"Eu não sou responsável por isso, lembra-se de quem foi fazer as compras pro bebê?" E olhou para Kakuzu, que estava concentrado em seu prato de fígado acebolado. Hidan teve que se intrometer.

"P**a que o pariu, foi você que escolheu o babador pro Pestinha-chan?" O albino abriu o sorrisão de sempre. "Que ideia do c*****o, Kakuzu!"

"É que... eu não queria que o Tobi ficasse se sujando tanto, sabão em pó custa dinheiro..." Kakuzu corou e olhou para Tobi, que ainda estava meio sem saber o que fazer com o grande onigiri que ainda segurava. "Vai comer ou não, moleque?"

Sasori disse-lhe suavemente: "É para comer, nenê, vamos, não seja tímido."

"Coma, Tobi, é gostoso, olhe como é bom..." E Pein comia um bolinho vagarosamente, para mostrar para seu "filhinho" o quanto era delicioso. "Mmmmmmm! Umai!"

Finalmente Tobi resolveu dar uma boa mordida no bolinho de arroz. Mal mastigou e já estava apaixonado pela comida. Bem, Tobi era um bebê que raramente recusava qualquer comida que lhe oferecessem.

"Muito bem, Tobi, mas coma devagarinho para não doer a barriga mais tarde, hmm.", aconselhou Deidara, dando um sorriso. Kisame olhou para o jeito de Hidan comer (enfiando um bolinho inteiro na boca) e disse, rindo:

"Cuidado, Hidan, vai ficar com dor de barriga também se comer muito depressa!"

"Está brincando, Kisame? O cara gosta tanto de dor que ele vai achar que está indo pro céu quando ele ficar com nó nas tripas!", disse Zetsu Preto.

"Shhh, quer ficar quieto?" Zetsu Branco tentou conter seu "irmão". Hidan fez uma cara ameaçadora enquanto roía vorazmente uma costeleta de porco.

"Cale a m***a da sua boca, samambaia, ou vai virar a salada do almoço de amanhã!"

"Tá vendo, Pein? Tá vendo? O Hidan leva tudo pro lado pessoal! E ele nem gosta de salada!", disse Zetsu Preto, fazendo cara de inocente.

Pein, que só queria que a Akatsuki fosse uma família, pôs a mão na testa e sacudiu a cabeça. "Ai-ai-ai..."

Tobi deu uma risadinha e o imitou, sacudindo-se todo e pondo a mão gordinha na testa. "Ai-ai-ai..."

Todos riram, inclusive Kisame, que tentava não engasgar com seu prato de espaguete. "Chega, bebê, ou o titio não vai conseguir 'papar'!", disse o espadachim, brincando.

"Meu 'mochizinho' está mais esperto a cada dia.", sorriu Pein, fazendo um carinho em Tobi, que já estava terminando seu bolinho de arroz.

Na manhã seguinte, já se ouvia o barulho de panelas caindo e alguma discussão na cozinha.

"Hidan, não é assim que se faz; separe a clara da gema e bata o açúcar com a manteiga, primeiro. E não coma os morangos, idiota, Konan tinha deixado claro que eram para decorar o bolo.", disse Kakuzu para o albino, sem perceber que Konan e Deidara os estavam espiando, de braços cruzados e com uma cara de assustar.

"O que é que os senhores estão fazendo, além da bagunça?", perguntou Konan. Hidan, que estava coberto de farinha e terminando de comer os morangos de uma tigela que estava na geladeira, tentou explicar.

"A gente estava tentando fazer o bolo de aniversário do pestinha, mas não encontramos a m***a da receita e o Kakuzu ficou me atrapalhando!", o albino arriscou, de boca cheia.

"Fora daqui, os dois, hmm! Vou contar até três; se não saírem até eu terminar de contar, vou mandá-los pros ares! Um..." Deidara estava visivelmente chateado, era ele quem iria ajudar Konan com os preparativos. Kakuzu não pensou duas vezes, agarrou Hidan pela gola da túnica e puxou-o até a sala, correndo. Sasori e Itachi, que estavam assistindo à tevê, viram os dois entrando rapidamente na sala.

"Deixe-me adivinhar, a Konan e o Deidara expulsaram vocês da cozinha...", riu Sasori.

"Aah, que saco, ela está na TPM, a gente só queria facilitar as coisas e deixar o bolo preparado...", disse Hidan, cruzando os braços e bufando.

"Agora, graças a sua gula, tenho que desembolsar um dinheiro pra comprar os morangos. Valeu, Hidan...", lamentou Kakuzu, com dor nos bolsos. O albino, de repente, ficou com o rosto iluminado e estalou os dedos.

"Você não vai precisar pagar, Kakuzu! Acabei de ter uma ideia!"

"Qualquer coisa pra evitar de gastar meu rico dinheirinho...", disse Kakuzu, abraçando sua velha carteira de lona (porque a de couro era muito cara).

"Estamos no meio de uma p**a duma floresta, certo? Onde há uma floresta, há frutas silvestres. Pronto! Resolvido, a gente vai pegar e levar as frutas pra Konan, que tal?"

"Mas, Hidan, não é tão fácil assim. Por onde vocês vão começar a procurar?" Sasori estava certo, a floresta era extensa.

"Isso não é problema enquanto tivermos o Itachi por aqui." Hidan deu uma cotovelada leve no braço de Itachi. "Né, Itachi-chan? Você pode localizar qualquer coisa facilmente com essa sua visão."

"Er... Por que você acha isso, Hidan? Eu também estou curioso para saber." Itachi realmente não estava entendendo a ideia de Hidan. O Jashinista sacudiu os braços.

"P**a que o pariu, Itachi, você sabe! Aquele Byakugan lá, que parece uma visão de raio-X! P***a, aquela visão de longo alcance! É fácil vasculhar a floresta desse jeito!"

O Uchiha teve que dar uma risada, enquanto Sasori e Kakuzu sacudiam a cabeça. "Byakugan? Você não quer dizer Mangekyou Sharingan?", disse o Uchiha.

"Seu tonto, você deveria saber que Byakugan não é o kekkei genkai do Itachi." Kakuzu pôs a mão na testa.

"Eu confundi tudo, p***a! Mas..." Hidan adotou uma expressão pensativa. "...de quem será o Byakugan, então?"

Enquanto isso, em Konoha, no lar dos Hyuuga, Hinata e Neji espirram simultaneamente.

"Saúde, Neji-niisan..."

"Para você também, Hinata-sama..."

Itachi estava sentado na poltrona, com Tobi no colo — ele havia acabado de acordar — e um livro infantil repleto de figuras grandes. "Muito bem, Tobi, agora mostre pro titio Itachi onde está a janela da casa..."

Tobi apontou o dedo gordinho para uma figura na página do livro e olhou para Itachi. "Gogogaa?" Hidan cutucou Sasori com o cotovelo e os dois ficaram observando Tobi, que estava concentrado em aprender e nem desconfiava que a atenção de seus "titios" havia se desviado para ele. Quando notou Hidan e Sasori, ficou vermelho, deu uma risadinha e tentou esconder o rosto numa mecha dos cabelos de Itachi, que pegou o bebê e colocou-o delicadamente sobre o tapete.

"Como você é envergonhado. Você é tão diferente do Tobi que a gente conhece, nenê...", disse Sasori, abaixando-se e fazendo um carinho em Tobi.

"Aaah, não adianta se esconder, Pestinha-chan, eu vou pegar você, eu vou..." O Jashinista foi se aproximando do bebê, que deu uma risada e engatinhou até Kakuzu, abraçando sua perna. Kisame, que estava voltando de um treino, apareceu na sala.

Kakuzu estava sentado no sofá contando algumas moedas que estavam no seu bolso e notou o bebê agarrado a ele: "Que negócio é esse de engatinhar, moleque? Você já sabe andar!" Kisame complementou:

"É verdade, Tobi, e você não vai ser bebê pra sempre." E colocou-lhe a chupeta na boca. "Mas enquanto você é, o titio vai continuar babando e falando como um palhaço em volta de você.", disse, rindo com todos os dentes pontudos. Zetsu surgiu do chão para dar um breve aviso.

"Eu vou buscar os morangos pra Konan, ela está meio com pressa...", disse Zetsu Branco.

"...e o Hidan é muito vagaroso.", completou Zetsu Preto.

"Vai tomar no c*, repolho... Venha, Pestinha-chan, vamos passear um pouco lá fora." Hidan ia pegar Tobi no colo, quando Kakuzu o aconselhou:

"Melhor não levar a foice, o moleque não pode mexer naquela coisa. E cuide para que ele não ponha as mãos sujas na boca. E..."

"Sim, mamãe...", respondeu Hidan, sarcasticamente. "Posso, pelo menos, levar algumas kunai só por precaução?" Depois de se aprontar, Hidan pegou o bebê nos braços e saiu, seguido ainda de Kakuzu.

"O tempo está bom hoje... P***a, não precisa ficar vigiando, Kakuzu, eu só vou ensinar taijutsu pro pestinha, ele não vai se machucar!" Kakuzu ficou mais sério do que nunca.

"Lembre-se, ele é um bebê, procure não chacoalhá-lo muito com essas suas piruetas!"

"Você quer dizer isso?" E Hidan deu um salto mortal duplo, com Tobi no colo. "Woo-hoooo!" Kakuzu quase teve um, digo, cinco enfartes.

"HIDAN, NÃO FAÇA ISSO, FICOU DOIDO? O MOLEQUE..." O tesoureiro da Akatsuki olhou para o bebê, que estava gargalhando alto. Hidan sorriu, triunfante, para seu parceiro.

"Viu como ele gosta? Pestinha-chan, vamos voar um pouco..." E o albino jogou Tobi para cima, para uma altura em que o bebê poderia enxergar o portal de Konoha. "Uuuuupaaaaa!" Kakuzu quase desmaiou. Não demorou muito e Tobi caiu de volta para as mãos de Hidan. "Aww, olhe como ele ri, Kakuzu-chan..."

"Não faça mais isso, Hidan, estou lhe avisando, ou conto tudo pra Konan!" Tobi, ao ver Kakuzu alterado, parou imediatamente de rir e começou a fungar e fazer beicinho.

"Mmmmmmhh, Gaguduuu..." Kakuzu suspirou e tratou de acalmar o bebê pegando-o no colo e dando tapinhas leves em suas costas.

"Está bem, está bem, Tobi, eu não estou mais zangado e não vou quebrar o pescoço do seu tio imortal... desta vez." Hidan deu uma risada e disse, olhando para o bebê:

"Oi, Pestinha-chan, como é que faz o titio Kisame quando fala com você? Olha só..." E abriu um sorriso enorme e escrachado, fazendo uma voz engraçada. "Aww, bebê tá com 'toninho'? Bebê quer 'mi-mi', né, Tobi?" Tobi voltou a rir, e estava todo relaxado no colo de Kakuzu. Este lhe deu um beijinho na testa (para admiração de Hidan) e o colocou no chão.

"Bom. Procurem não ficar muito longe do quartel-general e não se metam em encrencas..." E o nukenin da Vila Oculta da Cachoeira voltou para dentro. "Moleques..."

Na cozinha, Deidara ajudava Konan com os preparativos. "Já preparei o recheio do bolo, Konan, hmm. Quer que eu fique vigiando o forno?"

"Sim, Dei, por favor... Eu não poderia pedir pro meu fofuch... er, pro Pein fazer isso. Ele é tão distraído!" Konan riu. "E nem acordou ainda..."

Zetsu surgiu do chão, tirando uma cestinha de morangos de dentro da túnica. "Alôôô... Trouxe as frutas silvestres que vocês pediram!", disse Zetsu Branco.

"Que nada, fui eu que trouxe! Ei, posso lamber a tigela que está na pia?" Zetsu Preto interrompeu.

Enquanto isso, em seu esconderijo, Orochimaru estava confabulando com seu fiel assistente, Kabuto.

"Eu ouvi tudo, um dos idiotas está levando o bebê para passear, e eu sei que há um descampado por aqui que costumava ser um parque...", disse o vilão, esfregando as mãos. "Tenho certeza de que eles passarão por ali."

"Orochimaru-sama, que vergonha, é feio escutar as conversas dos outros." Kabuto recebeu um tapão na nuca (bem parecido com os que o Hidan costuma ganhar quando fala besteira) pelo comentário.

"Deixe de ser molenga e vamos fazer as transformações, Kabuto!" Os dois fizeram os selos com as mãos e... PUFF! O Henge no Jutsu aconteceu: Kabuto se tornou uma linda mulher de trajes discretos; ainda tinha os característicos óculos e o cabelo acinzentado estava preso por uma bela tiara. E Orochimaru... Bem... Ele se transformou num bebê, e seu parceiro de crime bem que tentou segurar o riso quando viu aquela figurinha atarracada, roliça, de pele pálida e cabelos pretos bem compridos cobrindo os grandes olhos amarelos. Estava inclusive usando um vestidinho cheio de babados com tons de rosa e creme e botinhas brancas.

"Está rindo de que, Kabuto, posso saber?" Orochimaru pôs as mãos fofinhas na cintura e bateu o pezinho no chão, à espera de uma resposta.

"N-nada, Orochimaru-sama... Ou devo chamá-lo de Orochi-tama?" Kabuto enxugava lágrimas de riso. "Se isso serve de consolo, você ficou... kawaii."

O vilão bem que tentou chutar a canela de Kabuto, mas errou. "Idiota... Bom, você será Kabuko..."

"Que originalidade...", disse Kabuto, com uma gotinha de suor anime na testa. "E você, Orochi-ta... Er, Orochimaru-sama?"

"Meu nome será Chura, lembre-se! Escolhi ser uma menina porque meu cabelo comprido pode esconder um pouco meu rosto... Agora, ajude-me a entrar neste carrinho e vamos indo." Tudo já estava preparado; agora, era só irem ao local.

Enquanto isso, Hidan estava demonstrando o básico do taijutsu para Tobi a alguns metros do descampado a que Kabuto e Orochimaru se dirigiam.

"Viu, Pestinha-chan? Este é o impulso que você dá pro soco..." Disse o albino, desferindo um golpe em um velho muro de pedra enquanto Tobi estava obedientemente sentado e assistindo a tudo de uma distância segura. "Ah, p**a que o pariu, você é muito novo pra essas coisas..." O albino sentou-se ao lado do bebê. "Quando eu comecei a praticar, tinha uns quatro anos." E perguntou, sorrindo: "Quantos anos você tem, mesmo?"

Tobi, como sempre, mostrou todos os dedinhos das mãos, alegremente. "Ga, Inaaan!" Hidan fez uma expressão cômica.

"Tudo isso, Pestinha-chan?" O bebê riu do "espanto" de Hidan. "Então já é mesmo hora de lhe ensinar como se luta. Tente me imobilizar.", disse o Jashinista, tentando parecer sério e não rir. Tobi agarrou seu braço esquerdo e deu uma chave de perna para tentar mantê-lo no lugar. E assim o fez, já que o bebê era um pouco pesadinho.

"Muito bem! Você conseguiu imobilizar meu braço, Pestinha-chan!", elogiou Hidan. "Mas você esqueceu deste outro braço..." Hidan começou a cutucar a barrigona do bebê com a mão que estava livre. "Ahaaa, você baixou a guarda!"

"GAHAHAHAHA!! INAN, NAAAH! NAH, INAAAN, GAHAHAHAHAHAHAGAGA!" Tobi aparentemente adorou sua primeira aula de taijutsu.

Os dois estavam se aproximando do descampado, que, apesar de ser deserto, era ainda um belo lugar para se descansar, com sombras de árvores e um extenso tapete de grama. Hidan, que estava segurando Tobi pela mão, avistou uma moça sentada num banco de pedra e lendo um livro. Cauteloso, desconfiado e segurando uma kunai, o albino foi chegando perto devagar, até que a bela mulher de cabelos acinzentados e óculos de aro redondo olhou para ele e deu o mais gracioso dos sorrisos.

"Olá... Você pretendia me atacar, não é?", disse Kabuto, suavemente; ele sabia disfarçar a voz. Hidan demorou um pouco para responder, ele estava hipnotizado por aquela beldade na sua frente.

"Er... Olá!" Hidan acordou do transe e guardou a kunai no bolso. E fechou a cara um pouco, erguendo uma sobrancelha. "Eu... Eu nunca vi você por aqui. Com tanto lugar pra ir, por que escolheu este 'c* de judas'?" Hidan não era exatamente um gentleman.

"Bom, então por que você escolheu?", respondeu Kabuto, piscando ininterruptamente com os longos cílios, deixando o albino corado. Hidan, acanhado? O mundo vai acabar... Enfim, o Jashinista deu uma risada e sentou-se ao lado da mulher. Estava começando a achá-la interessante.

"Eu sou Kabuko...", disse Kabuto, sorrindo docemente. "E você?"

"Hid... Hideki! E este aqui é meu sobrinho To... Touma. Mas eu o chamo de Pestinha-chan, porque... Bom, ele é um pestinha, hehe...", explicou-se Hidan, com uma mão na nuca. Tobi chegou perto de Kabuto, que sorriu para ele e afagou-lhe os cabelos.

"Olá, Touma-kun... Sabia que você é muito engraçadinho?" Tobi deu uma risadinha envergonhada, chupando ruidosamente a chupeta. Do carrinho de bebê ao lado de Kabuto, ouviu-se um pigarro rouco.

"AHEM!" Tobi notou o carrinho de bebê e foi chegando perto dele, todo curioso.

"Neneee? Nenenenenenenenenenenenenene?" Perguntou para Kabuto, apontando o dedinho gordo para o carrinho.

"P***a, desculpe a curiosidade do pestinha..." Hidan disse para a mulher, meio sem jeito. "Você trouxe seu pirralho pra passear, também?"

Kabuto levantou-se para pegar o "bebê" de dentro do carrinho. "Não é meu filho, Hideki-kun. É minha priminha." E voltou a se sentar no banco de pedra ao lado de Hidan, desta vez com Orochimaru no colo.

"Esta é Chura." E deu um sorriso malvado para a menininha. "Mas eu a chamo de Debu-chan."

Hidan caiu na risada, olhando para a bebê. "P**a que o pariu! O nome não poderia ser mais apropriado, Kabuko-chan!"

Orochimaru só pôde lançar um olhar de desprezo para Kabuto, cruzar os bracinhos gordos e resmungar baixinho, com a chupeta na boca.

"Isso, aproveite agora que estou deste tamanho, Kabuto, quando chegarmos ao esconderijo você vai ver... HAHAHAHA!" Não pôde terminar seus pensamentos porque Hidan estava brincando de fazer cócegas em seu queixo. Algo que Deidara costumava fazer com Tobi quando este ficava mal-humorado.

"Bilu-bilu, Debu-chaaaan!" O albino sorriu e beliscou-lhe a bochecha, para desgosto de Orochimaru e divertimento de Kabuto. "Aww, você deveria rir mais, sabia?"

Kabuto ria da situação humilhante de Orochimaru, que secretamente esmurrou-lhe o braço e sussurrou: "Ponha-me no chão, baka..." Kabuto obedeceu, colocando-o na frente de Tobi.

"Diga 'olá' pra ela, Pestinha-chan.", disse Hidan para o bebê. Este acenou timidamente, porque parecia que a menina não era muito amistosa. O albino retomou a conversa com Kabuto, e o assunto girava em torno de Jashinismo. Quando se tratava de falar sobre sua própria religião, Hidan poderia ficar o dia inteiro batendo papo. Ainda mais com uma mulher tão atenciosa e bonita.

Orochimaru lançou um olhar para Tobi e pensou, malevolamente:

"Olhe só para você, Tobizinho, prestes a cair nas minhas garras. Tão indefeso e patético... Desta vez você não vai escapar do Fushi Tensei que estou planejando. O kinjutsu da reencarnação será perfeito... Não está com medo de mim? Hein? Seu pequeno estúpido."

Parecia que Tobi estava, de alguma maneira, lendo seus pensamentos; e o bebê não teve dúvidas, fechou um punho rechonchudo e deu um soco em Orochimaru, nocauteando-o. Orochimaru estava inconsciente e Kabuto estava, no mínimo, espantado. A aula de taijutsu de Hidan havia rendido, pelo visto.

"Pestinha-chan!! Não faça isso, p***a!" Hidan correu e pegou Tobi no colo para lhe dar um sermão. "Você ficou maluco? Não pode bater em bebês, seu... Ah, c*****o, não, não chore, Pestinha-chan..." O albino, ainda com Tobi chorando, virou-se para pedir desculpas à mulher e à bebê, mas não viu ninguém. "Mas que m***a... Pra onde elas foram?"

"Mmmmbuáááááááááá..." O bebê abraçou o albino pelo pescoço e continuou a chorar. Hidan pôs os braços em volta de Tobi, tentando acalmá-lo.

"Aww, gomen, Pestinha-chan, eu fiquei p**o de novo..." Mas Tobi não estava chorando por causa do sermão de Hidan, era por ter enxergado naquela menininha o que sempre aparecia em seus pesadelos: Orochimaru. E isso ele não saberia como explicar para seu "titio".

"Já ouvi o Sasori dizer que, quando você chora muito, é porque está com sono..." Hidan falou para Tobi, desta vez num tom mais baixo, para não o deixar assustado. Ficou embalando o bebê bem devagar enquanto cantava uma música que felizmente Orochimaru não estava ouvindo no momento.

"Naaaaaana, nenêêêêêêê... Que a cobra vai fu..."

"HIDAN! Hmm!" Deidara surgiu de repente, e parecia que saía fumaça dos seus ouvidos.

"Aargh, que susto, Deidara-chan!" O albino deu um pulo, sacudindo Tobi e fazendo-o rir. "Que é que foi, agora, p***a?"

"Vocês resolveram desaparecer, e já é hora do almoço, baka, hmm..." Deidara tomou o bebê dos braços de Hidan. "E o bolo de aniversário do Tobi já está na geladeira. Se antes do fim da tarde eu vir uma marca de dedo na cobertura, Hidan, hmm..."

"Aah, vá se f***r, eu não vou mexer no bolo, quantas vezes você já me viu fazendo isso?" Hidan fechou a cara, mas parou no caminho para tentar lembrar das vezes em que ele não fez isso. "Er..."

O loiro deu uma risada e olhou para Tobi, que estava tagarelando alegremente para eles. "Ten-pai! Inan! Agagagagugu..."

O Jashinista pensou por um momento no que poderia ter acontecido com "Kabuko-chan" e "Debu-chan". Mas, afinal, não as conhecia muito bem, então deu de ombros e continuou, assobiando, a fazer o caminho para o quartel-general com Deidara e Tobi.

Enquanto isso, num certo esconderijo, Orochimaru estava na cama, ainda com corpo de bebê, refazendo-se do nocaute. "Ai... Kabuto... Ai-ai-ai... O que aconteceu?"

Kabuto estava com um frasco de antisséptico e umas ataduras. "Nada de mais, Orochimaru-sama, você simplesmente baixou a guarda e recebeu um golpe..." E chegou mais perto para continuar. "...de um bebê."

Orochimaru não levou muito tempo para se lembrar; assim que tudo veio à memória, berrou como um condenado. "BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ... E EU ESTAVA TÃO PERTO DE REALIZAR MEU KINJUTSU, BUÁÁÁÁÁÁ, MIL VEZES BUÁÁÁÁÁÁÁÁ..."

Kabuto fez cara de tédio, embrulhou Orochimaru em um cobertor e o segurou.

"Você tem consciência de que sua dignidade já foi pro espaço faz tempo, não é?", disse Kabuto, colocando uma chupeta na boca de seu mestre e embalando-o vagarosamente.

"Vá pro inferno, Kabuto!" Orochimaru praticamente roía a chupeta. "Posso ter sido driblado agora, mas... Eu voltarei! E eles vão se arrepender de terem... mexido... comigo... Zzzzzzzzzzz..." Pelo menos para o bebê Orochimaru a chupeta funcionou. Kabuto sacudiu a cabeça, suspirando.

"Em uma coisa eu e aquele fanático religioso da Akatsuki concordamos, Orochimaru-sama: você deveria rir mais."


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas por ter demorado tanto em postar, foram tantos contratempos... Espero que gostem. Até a próxima! ^_^