Naquela mesma tarde, Ino nos disse que tinha uma surpresa para nós, garotas. Ela disse que era nossos vestidos, mas só no dia da festa que os veríamos. Ino não vigiou mais o Suigetsu, não precisava, pois os seguranças o prenderam. Será que eles conseguiriam arrancar dele onde Orochimaru estaria? Espero que sim. Fui para a cantina, meus amigos provavelmente estão lá. Todos haviam descido para comer algo. Me sento e Sasuke vinha em nossa direção. Ele estava conversando com os seguranças. Ele se senta.

– Conseguiram arrancar do Suigetsu onde Orochimaru está – disse Sasuke.

– Onde? – pergunto.

– Suigetsu disse que ele está na floresta...

– Mas há muitas florestas – diz Sai. – Como vão saber em qual ele está?

– Devem procurar pelas mais próximas – diz Shikamaru. Olhei para o portão e um carro cheio de seguranças partiu.

– Espero que eles o peguem – disse Hinata.

– Eles vão – disse Naruto a tranquilizando. Estava ficando tarde, e subimos. Ino disse que não podíamos ver nossos vestidos hoje, então não poderíamos entrar no nosso quarto.

– Vão para o nosso quarto – disse Sai sorrindo. Aceitamos. Hinata ficou mais vermelha do que nunca. Acho que poderiam confundi-la com um tomate. Mas aceitou. Eu já estava deitada no peito do Sasuke, quando da cama do Sai, ouvimos risadinhas. Olhei e eles estavam debaixo das cobertas. Revirei os olhos. Vi Hinata, ela estava deitada no braço do Naruto, e estavam se beijando. Tenten e Neji já estavam dormindo, assim como Temari e Shikamaru.

– Sakura, o que vai fazer nas férias? – pergunta Sasuke. Eu não sabia pra onde ir nas férias.

– Não sei, provavelmente eu... eu vá viajar com meu pai – digo triste. – Mas falta muito pras férias.

– Eu sei. Então, que tal ir lá pra casa? – sussurra ele.

– S-sério? Mas e seu pai? Ma-

– Claro – diz ele. Só de imaginar minhas férias com ele me sinto muito melhor. – Falaremos com seu pai. – Sorrio e o beijo.

– Serão minhas melhores férias. – E ele sorri. Adormeci.

Ao acordar, vejo a cama vazia. Olho em volta e não tem ninguém. Olho pro relógio e são 11:15. Dormi demais. Me espreguiço e vou até a janela. Está chovendo, mas não muito forte. Estava frio. Alguém entra no quarto. Me viro e vejo Sasuke que estava com uma bandeja e duas canecas. Ele sorri.

– Bom dia – diz ele e bota a bandeja na mesa. Vou até ele e o abraço.

– Bom dia. – E sorrio quando olho pro rosto dele. Ele me beija. Nos sentamos na mesa. Ele trouxe chocolate quente, adoro. Eu já havia bebido metade do chocolate quente quando Sasuke fala:

– Sakura, os seguranças foram na floresta mais perto e encontraram uma cabana e conseguiram achar a arma. Era tipo uma bazuca, só que um pouco diferente. Era branca e era bem grande. Os seguranças vão levar para o laboratório, no centro, para destruí-la. – Balanço a cabeça concordando.

– E quanto ao Orochimaru? – pergunto. Ele suspira.

– Ainda não o acharam. Mas pelo menos acharam a arma. Sem a arma, não tem como passar pelos seguranças. Eles ainda estão atrás dele. – Então tudo está bem agora. Mas seria melhor se o pegassem logo. Pelo menos ele não vai invadir o colégio amanhã para acabar com a escola. Sem a arma. Mas e a outra arma?

– E a outra arma? Aquela que ele usou aqui no colégio? – perguntei.

– Eles acharam essa também. Essa estava descarregada. Bem, acabou. Só falta o pegarem. Não acho que vá demorar. – E sorriu. Acabou, assim esperamos. Não descemos para a cantina, nem pra lugar nenhum. Ficamos deitados, enrolados nas cobertas, conversando, rindo e, principalmente, nos beijando. Quando nos demos conta, já era 13:50. Resolvemos descer. Ao descermos, vimos todos namorando no pé da escada. Provavelmente todos já sabem que não haverá nenhum ataque de ¨gelo¨ amanhã. Nos sentamos no degrau onde Ino e Sai estavam de cara virada um pro outro.

– O que houve? – pergunto pra Ino.

– O Sai. De novo olhando as pernas das garotas. – Ao dizer isso, Sai resmunga.

– Eu disse que foi sem querer. Ela não quer me ouvir – disse Sai.

– Quando você olha pras garotas, não é sem querer – disse Naruto que estava de mãos dadas com Hinata.

– CALA A BOCA, NARUTO! – grita Sai. – Juro, não faço mais isso – disse para Ino. Ele pegou a mão da Ino. – Eu te amo. Não vou fazer mais isso.

– Você... nunca disse que me amava – disse Ino, que descruzou os braços e atacou a boca dele com sua boca.

– Vamos cair fora – disse Naruto. Saimos e fomos para o lado da parede, onde fica a porta da direção.

– Ei, vão pro quarto fazer isso – disse Temari para Sai e Ino que estavam no maior amasso. Temari e Shikamaru estavam sentados acima deles. Naruto começou á rir. Nos sentamos ali no chão mesmo.

– Não haverá ataque nenhum amanhã – disse Naruto se espreguiçando.

– Ficaria mais tranquila se ele fosse pego – disse Hinata.

– Eu também – digo. – Essa chuva não vai afetar a festa de amanhã, não?

– Eu espero que não – disse Hinata.

– Provavelmente não – disse Naruto, deitado no ombro da Hinata. Olhei para a quadra, o chão estava todo molhado, menos nas arquibancadas, onde tem uma cobertura. Resolvemos ir para as arquibancadas, lá era melhor que a parede. Naruto estava quase dormindo no colo da Hinata e Sasuke no meu colo, meio acordado.

– Sakura-chan, como será nossos vestidos? – pergunta Hinata do meu lado.

– Não sei – digo mexendo no cabelo do Sasuke. – Mas a Ino disse que os vestidos são a nossa cara. Fico imaginando um vestido com a cara dela. – E rimos. Ficamos a tarde toda ali conversando. Foi muito bom. Sasuke, depois de um tempo se levantou, pois procuraria saber se Orochimaru foi capturado ou não. Depois de uns minutos ele apareceu. E pela cara dele, Orochimaru ainda não foi capturado.

– E aí, Sasuke? – pergunta Naruto.

– Nada ainda – disse se sentado ao meu lado.

– Eles vão pegá-lo – digo.

– É... – disse Sasuke.

– Vamos lá falar com a Ino, Hinata. Saber sobre tudo pra amanhã – digo tentando distrair.

– Ok – disse e deu um beijo no Naruto. Dei um beijo no Sasuke e fomos até a escada, falar com a Ino sobre os vestidos e tudo mais. Temari disse que daria um jeito nos nossos cabelos. Tenten iria arrumar os sapatos. Eu mal podia esperar para amanhã.

No quarto dos garotos, eu e as garotas estávamos tentando fazer uns deveres de Física. Sasuke e Naruto tinham saído do quarto para falar com os seguranças, em busca de respostas sobre o Orochimaru. Shikamaru estava dormindo. Sai estava desenhando a Ino, ela não sabia, eu vi porque ele estava perto de mim. Neji mais namorava Tenten do que a ajudava no dever. Recebo um sms, do Sasuke:

estou Na bibliotecA, tenhO uma surpresa para Você. tE aMo.

Fiquei feliz por sair dali e encontrar com Sasuke, mas o que seria essa surpresa? Não fazia ideia. Desci as escadas. Atravessei a quadra. A porta da biblioteca estava aberta, e entrei. Silêncio total. Passei por quatro ou cinco estantes de livros quando ouço a porta bater. Sorrio e me viro. Meu sorriso desmanchou, eu esperava encontrar aquele garoto dos olhos ônix, cabelo escuro sorrindo ou algo assim. Ele estava lá, sem o seu sorriso, estava de cabeça baixa, as mãos estavam para trás, provavelmente, amarradas. E em volta de seu pescoço, estava o braço do maldito Orochimaru, com aquele sorriso malicioso. Orochimaru estava horrível, uma blusa preta toda suja de terra, calças pretas sujas também e usava botas, sua aparência era pior do que antes. Sua outra mão estava ocupada, estava apontando uma arma para a cabeça de Sasuke. Meu coração batia mais rápido, minha raiva aumentava. Cerrei os punhos junto ao corpo.

– Olha, parece zangada. Acho que vou ficar com medo – disse Orochimaru sorrindo. Sasuke levantou a cabeça, da cabeça dele saia sangue, que escorria pelo seu rosto, ao lado da sobrancelha esquerda. Ele olhou pra mim triste.

– Sakura... – disse Sasuke quase sem voz.

– Ah, o amor. Que lindo. Pena que vou acabar com ele. – E ele sorriu de novo.

– Como... entrou aqui? – pergunto quase perdendo a voz.

– Simples, os seguranças estão em várias florestas. Se disfarçar é fácil. Outra habilidade minha. – Ele sorri amarelo. Não pudia evitar. Ele conseguiu, ele finalmente vai conseguir me matar e se safar dessa. Só quero que Sasuke fique bem.

– Você conseguiu o que queria. Estou aqui. Solta ele! – digo com raiva. Ele ri.

– Não mesmo. Se ele sair daqui vivo ele chamará alguém. Vou matar os dois. – Não tem como evitar isso. Ele está em vantagem. É ele com a arma, a biblioteca trancada e nenhuma chance para nós. Eu até poderia correr, se ele não estivesse com o Sasuke. Se Sasuke estiver seguro, aí tudo bem. Não sabia o que fazer, estava em apuros.

– Por que você veio? – pergunta Sasuke rouco. Como assim? Era uma armadilha do Orochimaru, isso vi. Mas como não viria se eu não sabia de nada? Fiquei confusa.

– Ainda estou me decidindo quem devo matar primeiro. Seria bom você vê-lo morrer, não é, senhorita Haruno?

– NÃO! – grito.

– É claro que seria. – Ele destravou a arma. Tremi. Ele ia matar o Sasuke, aquele desgraçado ia matar quem amo. – Foi por causa do pai desse idiota aqui que não consegui as empresas Haruno. O senhor Uchiha quase me pega. Mas escapei – disse sorrindo de novo. Agora lembrei da conversa com o senhor Uchiha na cantina. Orochimaru viu como fiquei e riu – Por favor, é um espetáculo isso aqui. Se divirta.

– SEU DESGRAÇADO. PARA COM ISSO. SEU MALDITO!! – grito. Ele sorri. Aquele sorriso que odeio. Lágrimas já transbordaram pelos meus olhos. Ao limpar as lágrimas com a mão, vejo uma cabeleira bagunçada loira pela janela, ao lado da porta. Vejo também olhos azuis. Olho surpresa. Naruto. Como ele sabia? Não importa, ele vai nos ajudar, então tenho que enrolar Orochimaru – Você matou mesmo a Karin? – Ele sorriu. Ele não me respondeu de imediato, ele foi até umas das mesas e sentou Sasuke numa cadeira, enquanto ele se sentou ao lado dele com a arma ainda apontada para Sasuke.

– Matei, sim. Ela era imprestável. Tive que correr pela floresta para encontrá-la, urgh. Mas consegui. – E sorriu. Karin... ela nunca foi alguém que prestasse, mas morrer? Não desejava isso á ninguém.

– E o corpo dela? – perguntei. Eu não havia saído do lugar. De vez em quando, olhava pela janela em busca de alguém. Nada. Talvez Naruto fosse chamar mais alguém, ao notar a porta trancada.

– Claro que não enterrei. Joguei no rio. – Respiro fundo. Como ele pôde ser capaz disso? – Mais alguma pergunta antes de eu matar seu namoradinho?

– Perguntas, não. Mas só uma coisa: você vai pagar, Orochimaru. Mesmo que nos mate, você vai ser pego.

– Pelo menos vou ter matado vocês dois. Principalmente você, que foi por sua culpa que não consegui esse colégio. Não vão me prender, vou escapar antes disso. – E ele sorri. Um bando de seguranças armados sai de algumas fileiras das estantes. Orochimaru levanta depressa e pega Sasuke pelo pescoço. O pai de Sasuke estava lá.

– Solta essa arma, Orochimaru, ou vai ser pior para você – disse o sr. Uchiha. Orochimaru andava de costas em direção á porta. – Solta ele – disse o sr. Uchiha.

– Acabou, Orochimaru – digo ao lado dos seguranças. – Não está vendo? Solta ele, ou vai ser pior. – Ele tira o braço que estava em volta do pescoço do Sasuke, mas a arma ainda estava apontada para ele. Orochimaru botou a outra mão no bolso e tirou a chave, chegando na porta, tentou destrancá-la. Mas ele não podia olhar para a porta, já que estava olhando para todos nós com a arma apontada para o Sasuke. Quando ele olhou para a porta, o sr. Uchiha que estava perto pulou para cima de Orochimaru e a arma dele disparou. Não doía, meu corpo tinha caído e também não doeu. Botei a mão onde eu sentia que tinha ido o tiro. O desgraçado acertou meu braço esquerdo. Olhei em volta e tinha um monte de seguranças á minha volta. Sasuke estava de joelhos ao meu lado.

– Calma, vai ficar tudo bem – disse ele. Sasuke tirou meu casaco e amarrou onde Orochimaru havia atirado. Um segurança me pegara no colo e me levaram para a enfermaria. Me botaram numa maca.

– O que aconteceu? – pergunta a enfermeira. Uma morena de cabelo grande.

– Ah, levei um tiro de um ex-professor – disse e sorri. A enfermeira olhou assustada. Era estranho dizer aquilo. Tudo acabou, eles com certeza pegaram ele. Agora sim, tudo ficaria bem. Senti uma picada no braço direito. E logo tudo escureceu.

Ao abrir os olhos, a luz branca da lâmpada da enfermaria quase me cega. Uso minha mão direita para tapar aquela luz. Depois de uns minutos, minha visão volta ao normal. Olho pro meu braço esquerdo e está enfaixado. Reparo que Sasuke está dormindo na poltrona branca ao meu lado, ele está com a testa enfaixada. Lembrei da Ilha, de como é bonito vê-lo dormir. Sorri. A enfermeira veio em minha direção.

– Como está se sentindo? – diz ela baixo.

– Bem – sussurro. Não quero acordar Sasuke. – Quando tempo fiquei aqui?

– Umas horas. Quando você estiver melhor, terá alta.

– Estou melhor. Onde a bala foi parar?

– Passou de raspão. Ainda bem. – Ela sorriu, se virou e foi em direção á porta que fica perto da mesa. Reparo que Sasuke está acordado.

– Eu devia ter lhe ensinado o código... – diz ele sorrindo.

– Código?

– É. Na mensagem que te enviei, a mensagem que Orochimaru me mandou enviar para você, então, tinha as letras em maiúsculo, era só lê-las. – Ele pega seu celular do bolso e me entrega. Li a mensagem de novo:

estou Na bibliotecA, tenhO uma surpresa para Você. tE aMo.

– Não vem... – sussurro para mim mesma.

– Desculpa, eu devia ter te ensinado. Ainda bem que a Ino é intrometida e pegou seu celular para ler. Nisso Naruto estava no quarto e viu a mensagem, porque Sai ficou falando o que não devia, como sempre. Naruto conhecia esse código, eu ensinei á ele. Ele é tão bobo que demorou pra entender os códigos que eu enviava á ele, por isso sempre me dava mal quando saía com ele. – Sasuke sorriu.

– Mas pra que você usava? – pergunto devolvendo seu celular.

– Ah, eu e Naruto, quando pirralhos, gostávamos de brincar de espiões – Ele revira os olhos e sorri. – Eu tinha inventado isso para ele. Não sabia se seria útil lhe ensinando. Mas tinha esperanças do Naruto ler. Eu tinha pedido para ele subir quando já havíamos falado com os seguranças. Pois eu ia na diretora perguntar se ela continuaria com a festa. Foi quando entrei na diretoria e sentado na cadeira era o Orochimaru. Ele levantou, apontou a arma e disse que a querida diretora tinha saído.

– O prenderam?

– Sim. Ainda bem que tudo acabou. – Ele se levanta e me dá um beijo. – Você só se mete em encrenca, Rosada. – E sorrimos.

– Sou um ímã para problemas – digo e sorrimos.